O dia do trabalho é comemorado em 80 países, a maioria na data de 1o de maio. A data marca o dia de protesto dos trabalhadores americanos em 1886 quando constataram o fracasso de sua luta por uma jornada máxima de 8 horas. A partir daí, várias manifestações de trabalhadores em todo o mundo usaram e portanto consagraram a temática do dia.
Em Israel esta data já foi muito comemorada em épocas de governo trabalhista, mas hoje já não é uma data tão importante. O que se celebra próximo a esta data (calendário varia), mas precisamente em 1o de maio neste ano é Yom Ha’atzmaut, dia da Independência, pela fundação do Estado que ocorreu em 14 de maio de 1948, há 77 anos. É sem dúvida a data festiva não religiosa mais importante e que vem na sequência das tristes que lembram o Holocausto e o Levante do Gheto… a independência se costuma celebrar em muitos locais ao ar livre. No entanto, há alguns dias a área próxima a Jerusalém está em chamas e por isso as celebrações estão restritas enquanto toda a atenção está em não alastrar, apagar e, sobretudo, prevenir o fogo. Já foram queimados cerca de 20 mil km2, sendo 15 mil km2 de floresta e muitas comunidades estão sendo evacuadas. É uma grande emergência nacional. As causas estão em investigação mas há grande suspeita de incêndio proposital e vários indivíduos foram detidos. As suspeitas são reforçadas por notícias do Hamas conclamando palestinos a “pôr fogo em tudo”.
Sabemos que estes eventos ficam mais graves a cada ano pelo efeito das mudanças climáticas, têm acontecido em muitos lugares, e no momento na Knesset “pegou fogo” a briga por culpados pois a oposição afirma que solicitou a pauta de preparação para combate ao fogo e foi ignorada pela base do governo… e tudo isso ocorre com a guerra ativa em Gaza onde ainda há 59 reféns de 7 de outubro de 2023, pelo que se ouviu, vários já mortos.
Falando em debates, está sendo discutido na Câmara brasileira um projeto de lei apresentado em fevereiro último por Eduardo Pazuello (lembram dele?) que propõe que seja adotada no país a definição de antissemitismo consagrada em 2016 pela IHRA - Aliança internacional para lembrança do Holocausto. A proposta visa “incluir a proibição da negação, relativização ou distorção histórica do Holocausto” e também considera antissemitismo associar a política israelense ao nazismo ou afirmar que o Estado de Israel é um empreendimento racista…
Não sei se é o melhor momento para fazer isso, mas como está em discussão, é importante manifestar-se. Segue aqui o link para conhecer e opinar sobre a proposta - clique aqui.
Em quantos países os judeus têm atualmente esta preocupação, este receio de serem perseguidos e agredidos? Na maioria dos países hoje quase não há judeus, no enorme mundo árabe sobretudo. É interessante ver estes números atualizados com a fonte do Banco de Dados Mundial (WDB) em um gráfico animado que anexamos aqui. E nem todos os judeus se preocupam, sabemos que historicamente, e assustadoramente hoje, há judeus que fogem desta identificação e alguns o fazem aliando-se a quem desinforma e agride… o trabalho de informar e explicar é mais do que nunca importantíssimo mesmo que difícil e às vezes solitário… que sejamos cada vez mais vozes a fazer isso, ajudem-nos.
Shabat Shalom
Juliana Rehfeld
Belo texto Juliana! Esclarecedor ! Que mais vozes se juntem a nós com o intuito de informar aqueles que ainda desconhecem os caminhos da História. Parabéns!
ResponderExcluirIta
ResponderExcluirJuliana, texto reflete a dinâmica desta semana. Na semana anterior havia sido comemorado o Iom HaShoa - Dia do Holocausto - em que se lembra os horrores do nazismo. Um dia antes de Iom Haatzmaut tem o Iom HaZikaron - dia da Lembrança - em que são lembrados os que tombaram pela existência do Estado de Israel moderno. São incluídos os que caíram desde o fim do século XIX até os que caíram após 7 de outubro de 2023. Muito bom o ACONTECE
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