IAMIM NORAIM
Por Regina P Markus - 3 de Tishrei 5786 - 25/09/2025
Iamim Noraim – são os primeiros dez dias do calendário judaico. Inclui Rosh Hashaná e Iom Kipur. Este período especial também é conhecido como Asseret Iemei Teshuvá, os 10 dias de reconexão. Dias em que reconectamos com os seres humanos com quem convivemos. Comemoramos, avaliamos e nos desculpamos ou aceitamos as desculpas. Não é apenas uma contabilidade fria, mas sim um momento em que a mente e o coração se unem. Um período em que o sentir e o agir podem ser coordenados. Neste dia li o texto que escrevi há um ano. Nos Iamim Noraim de 5785. Convido todos a lerem! Coincidiu com o dia 7 de outubro de 2024! Impressionante olhar a linha do tempo! Ainda escuto a sirene tocando insistentemente e meu neto chamando para irmos para o abrigo que fica no subsolo!
Hoje, estou acompanhando o que aconteceu no Club Hotel em Eilat. Tem um excelente vídeo compilado de vários relatos na mídia social. Podemos ver as pessoas acompanhando a invasão do espaço aéreo e a enorme explosão. Também aparece a busca pelos feridos e mortos. Hoje o alarme não tocou!!! As pessoas da rua viam os objetos aéreos voando. Alguns filmaram o resgate dos feridos! Hoje acompanhamos o Exército de Defesa de Israel agindo em 7 frentes diferentes. Não vou falar sobre a ONU. Ainda não tenho informações confiáveis e não há interesse em propagar os que iniciam e propagam falsas verdades!!! Precisamos parar de retransmitir falsas verdades, porque a cada like e a cada retransmissão é somado um ponto contra!
Hoje volto o olhar para um passado distante. Vamos acompanhar as palavras de Rav Abraham Isaac Kook ha Cohen proferidas em 1933, na prédica de Rosh Hashana em Jerusalém. Rav Kook nasceu em Criva no Império Russo, hoje Daugavpils, Letônia, em 7 de setembro de 1865 e faleceu em 1 de setembro de 1935 em Jerusalém, Mandato Britânico da Palestina. Foi enterrado no Cemitério do Monte das Oliveiras em Jerusalém.
“Era uma época de notícias contraditórias. Por um lado, as notícias ameaçadoras do reinado de Hitler na Alemanha tornavam-se mais preocupantes a cada dia. Por outro lado, a comunidade judaica em Eretz Yisrael florescia. A imigração da Europa Central estava em ascensão, trazendo imigrantes instruídos com as habilidades e os recursos financeiros necessários. Parecia que os passos da redenção podiam ser ouvidos.”
VAMOS ESCUTAR O SHOFAR E SABER PORQUE SÃO 3 TOCADORES NAS CERIMÔNIAS DE ROSH HASHANÁ E IOM KIPUR.
Três Shofares
copilado e editado de Rav Kook Torah - (link)
Rabbi Abraham Isaac Kook foi um renomado rabino ortodoxo e pensador judeu do século XX. Ele é considerado uma das figuras mais importantes do judaísmo religioso sionista. Foi o primeiro Rabino Chefe Ashkenazi da Palestina Britânica, de 1921 até sua morte em 1935. Integrou a ideia de sionismo com a teologia judaica, enfatizando a importância da redenção e da santidade na vida cotidiana. Fundou a Yeshivat Mercaz HaRav. Acolhia em sua mesa todos os judeus que habitavam Israel na época. Sua forma de pensar e agir é muito importante nos dias de hoje.
Existem três tipos de shofares que podem ser tocados em Rosh Hashaná. O shofar ideal é o chifre de um carneiro. Se não houver chifre de carneiro disponível, pode-se usar o chifre de qualquer animal kosher, exceto uma vaca. E se não houver um shofar kosher disponível, pode-se tocar o chifre de qualquer animal, mesmo que não seja kosher. Ao usar um chifre de um animal não kosher, no entanto, nenhuma bênção é recitada.
Esses três shofares de Rosh Hashaná correspondem aos três “Shofares da Redenção”, três chamados divinos convocando o povo judeu a ser redimido e a redimir sua terra.
O Shofar da Redenção preferido é o chamado Divino que desperta e inspira o povo com motivações sagradas, através da fé em Deus e da missão única do povo de Israel. Este despertar elevado corresponde ao chifre de carneiro, um chifre que relembra o amor supremo de Abraão por Deus e a dedicação em Akeidat Yitzchak, a “Ligação com Isaac”. Foi o chamado deste shofar, com sua visão sagrada da Jerusalém celestial unida à Jerusalém terrena, que inspirou Nachmanides, o Rabino Yehuda HaLevy, o Rabino Ovadia de Bartenura, os estudantes do Gaon de Vilna e os discípulos do Baal Shem Tov ascenderem para (fazerem Aliah) Eretz Yisrael. É por este "grande shofar", um despertar de grandeza espiritual e idealismo, que oramos fervorosamente.
Rezamos para que sejamos redimidos pelo "grande shofar". Não desejamos ser despertados pelo chamado calamitoso do shofar da perseguição, nem pelo shofar medíocre das aspirações nacionais comuns. Ansiamos pelo shofar que convém a uma nação santa, o shofar da grandeza espiritual e da verdadeira liberdade. Aguardamos os toques do shofar da redenção completa, o chamado sagrado que inspira o povo judeu com os ideais sagrados de Jerusalém e do Monte Moriá:
“Naquele dia, um grande shofar será tocado, e os perdidos da terra da Assíria e os dispersos da terra do Egito virão e se prostrarão diante de Deus no monte santo em Jerusalém.” ( Isaías 27:13)
Existe um segundo Shofar da Redenção, uma forma menos otimizada de despertar. Este shofar convoca o povo judeu a retornar à sua terra natal, à terra onde nossos ancestrais, nossos profetas e nossos reis viveram. Ele nos convida a viver como um povo livre, a criar nossas famílias em um país e uma cultura judaica. Este é um shofar kosher, embora não seja um shofar tão grandioso quanto o primeiro tipo de despertar. Ainda podemos recitar uma brachá sobre este shofar.
Há, no entanto, um terceiro tipo de shofar. (Neste ponto do sermão, Rav Kook desatou a chorar.) O shofar menos desejável vem do chifre de um animal impuro. Este shofar corresponde ao chamado de alerta que vem das perseguições às nações antissemitas, alertando os judeus para escaparem enquanto ainda podem e fugirem para sua própria terra. Os inimigos forçam o povo judeu a abandonar tudo que tem e muitas vezes a deixar de ser.
ISTO FOI PROFERIDO EM 1933! E o Rabino Kook faleceu em 1935! A Segunda Guerra Mundial começa apenas em 1939!
A chamada de Rav Kook foi escutada por muitos que moravam no Império Russo e resultou em uma importante imigração para Israel e para o resto do mundo!
Voltando ao presente, sabemos estar em uma importante encruzilhada. O que podemos ver? Nestes dias de comer maçã com mel e de fazer jejum! De comer a Chalá (pronuncia em português - ralá) redonda e as muitas sementes de romã! Quais os sinais positivos para o futuro? Olhar os países que apoiam Israel e acham que o Estado Judeu deve continuar fazendo parte do nosso mapa global é importante. Por outro lado, acompanhar todos os avanços em ciência, tecnologia e saúde que continuam sendo desenvolvidos é a resposta positiva do Estado de Israel. O que mais me comove e inspira é ver a juventude israelense, incluindo judeus, árabes e muitas outras etnias, unirem-se para apoiar o dia a dia nestes tempos de guerra.
LE DÓR VA DÓR - AM ISRAEL CHAI (RAI) VEKAIAM.
SHANA TOVA TIKATEIVU VE TIRRATEIMU.
Regina