Marcadores

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

Editorial: Ciência - em busca de novos horizontes





Ciência: a busca do conhecimento - a geração de novas capacidades - o empoderamento do saber. Há muitas relações entre o Povo Judeu e a busca de novos horizontes, quer do ponto de chegada, adaptação e contribuição a novas terras, quer do ponto de vista de que a contagem do tempo é feita prezando o novo e lembrando que faz parte do ser humano participar da transformação de nosso Universo, e que para isso é preciso conhecer e gerar novas formas de melhorar a vida.

Esta semana tivemos dois fatos marcantes em São Paulo. Na segunda-feira, dia 11, foi celebrado o Dia das Meninas e Mulheres na Ciência. A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência participou com um seminário onde falaram mulheres envolvidas na educação, na realização e na gestão da ciência. Tive a oportunidade de participar de um dos paineis e toda a sessão e muitos dos comentários podem ser acessados através da mídia da SBPC

Destaquei a importância da diversidade entre os "fazedores" de ciência e compartilhei com a audiência minha predileção por manter a individualidade de cada um dos atores, permitindo que todos ajam de formas diferentes, dentro da ética e da vontade guiada pela curiosidade e pelo "quero mais", "quero melhor". Neste contexto, as mulheres devem ocupar seus espaços, mantendo sua individualidade, sem precisar abrir mão de suas vidas, para serem "iguais" a estereótipos criados ao longo dos anos para cientistas. Fazer ciência é divertido e estimulante. A melhor definição e a mais naive foi a dada por uma estudante escolhida para passar um mês trabalhando nos laboratórios do Instituto Weizmann em Israel durante o verão. Um dos patrocinadores, ao escutar uma palestra sobre matemática das mais avançadas perguntou à garota por que ela tinha escolhido esta atividade para as férias - e ela, falando pela primeira vez olhando para o público, e com um vasto sorriso nos olhos, disse - "foi o máximo - era uma Disneylândia!".

Pesquisadoras e Gestoras de Ciência mostraram dados sobre a participação da mulher na ciência brasileira.  Ao final do dia ficou evidente que o Brasil é um dos importantes atores no campo, mas esta é uma planta que necessita de alimentação contínua e que não pode ser desprezada ou penalizada por razões políticas, pois isto resulta em perdas irreparáveis. Interessante que políticos e governantes de todas as matizes têm continuamente mostrado o seu descompromisso com a matéria. Interesse em produtos de alta rentabilidade e desinteresse na geração de conhecimento inédito e disruptivo, este sim que pode gerar benefícios astronômicos para a área econômica e para a melhoria da vida no planeta.




Na mesma semana, O Prof. Perets Lavie, Presidente (Reitor) do Instituto de Tecnologia TECHNION em Israel, Haifa, esteve visitando o Estado de São Paulo. Visitou a UNICAMP e a USP, proferiu palestras na qualidade de Reitor, e também teve oportunidade de manter reuniões científicas com pesquisadores da do INCOR e da USP junto com sua esposa Dra. Lina Lavie, biologista celular.

Uma descrição da visita à USP e à UNICAMP pode ser encontrada aqui e aqui. Acompanhou a visita o Prof. Ary Plonski (FEA e POLI,  USP), Vice-Diretor do Instituto de Estudos Avançados da USP e membro da Junta de Governadores do Technion. Na conferência ministrada no IEA, Peretz Lavie fez um mergulho na Nação TECHNION - uma nação iniciada em 1901, ainda na Palestina Otomana, quando uma enorme onda de atissemitismo invadia a Europa do Leste e estava em andamento o sonho de 2000 anos de existir na face da terra uma nação para o Povo Judeu. Os que lá chegariam necessitariam de técnicas para construir casas e lavrar terras e, na cidade de Haifa, à beira do Mediterrâneo, surge então uma escola técnica que depois transforma-se em Escola de Engenharia e Medicina. Um pedaço de terra desprovido de riquezas naturais foi, de acordo com Lavie, buscar na diversidade entre os homens e mulheres a riqueza das mentes. 

Em breve, o vídeo com a conferênca completa estará disponível no YouTube - foi uma conferência muito marcante, feita por uma pessoa carismática, que viveu e atuou na geração de uma START UP Nation. 

E, não posso deixar de lembrar que a História do Povo Judeu, que hoje está ligada a enormes avanços científicos, em um passado muito recente esteve mergulhada nos horrores do holocausto. Para emergir e continuar a vida sem negar o passado, é preciso restaurá-lo sem querer revivê-lo a cada minuto. Esta semana, Itanira nos brinda com um Você Sabia especial, mostrando como violinos restaurados podem voar acima do tempo e tocar os corações do chamado mundo tecnológico. Não deixem de ler.

Vou terminando após uma semana de verdadeiro mergulho no mundo do amanhã.

Regina P. Markus


Nenhum comentário:

Postar um comentário