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segunda-feira, 27 de setembro de 2021

LEITE CULTIVADO EM LABORATÓRIO ISRAELENSE - ideias para adiar o fim do mundo.

 

    Imagem de Couleur de Pixabay



Você sabia que Israel é o líder mundial na produção de laticínios sem o uso de vacas?

Por Itanira Heineberg



A BioMilk, fundada em 2018, produz o leite bovino em laboratório utilizando apenas as células mamárias.

Esta empresa tenta fabricar um leite cuja composição avizinha-se ao leite de vaca que encontramos nos supermercados e lojas do gênero, com a grande diferença de eliminar aditivos sintéticos ou plantas, e, pasmem agora, com redução de hormônios e antibióticos presentes no leite industrializado. 

Outra grande novidade é a produção de uma cópia do leite materno humano, incluindo a produção de carboidratos complexos encontrados no leite humano que colaboram no desenvolvimento do sistema imunológico.

Segundo Tomer Aizen, CEO da startup, este processo “permitirá a criação de leite materno cultivado, abrangendo a complexa composição secretada do corpo de uma mãe, aproximando-se totalmente do que a natureza tem a oferecer.

 

“Produtos alimentícios que não exigem o uso de animais, como a carne cultivada em laboratório e o próprio leite, têm o potencial de contornar diversos desafios ambientais, éticos e de saúde. Mas, enquanto diversas empresas ao redor do mundo, inclusive em Israel, encaram o desafio do mercado de carne, o leite representa uma indústria ainda pouco explorada.”

 

A BioMilk, servindo-se desta tecnologia da Hebrew University of Jerusalem, deseja lançar sua primeira amostra de leite de vaca cultivado para testagem em 2021, e do leite humano em 2022.

Um fator decisivo para a aparição e crescimento deste mercado são os “flexitaristas”. Mas quem são eles? São indivíduos que procuram reduzir, porém sem eliminar, o uso de produtos de origem animal. Preocupam-se com sua própria saúde, mas também padecem com o sofrimento e os danos ambientais causados ​​pela criação de animais.

 

“O flexitarismo é a dieta demográfica de crescimento mais rápida hoje, mas os flexitaristas não gostam muito de leite e queijo à base de plantas.”

 

O flexitarianismo sugere redução no uso de produtos de origem animal, movimento este que proporciona benefícios para a saúde e ao meio ambiente.

Além do leite de plantas apresentar um sabor diferente do leite bovino, estes produtos vegetais não produzem aquela espuma primorosa para o requintado capuccino.

Desta forma, startups inovadoras de tecnologia de alimentos como Imagindairy, ReMilk, BioMilk e Fantastic Farms of Israel produzem leite ou fermentam proteínas do leite a partir de células ou genes bovinos.


Os cientistas da ReMilk trabalham na fermentação das proteínas do leite. Foto de Tal Zelicovitch



“As proteínas terapêuticas são de alto valor e produzidas em pequenas quantidades. O objetivo é produzir grandes quantidades de proteína láctea a um custo baixo o suficiente para competir com produtos lácteos reais”, explicou Jason Rosenberg, diretor de desenvolvimento de negócios da ReMilk.

A tecnologia foi desenvolvida pelo professor Nurit Argov-Argaman, da Universidade Hebraica de Jerusalém, que a autorizou em 2020 para uso pela BioMilk.

 

“Na natureza, a mãe possui células epiteliais nas glândulas mamárias responsáveis ​​pela secreção de componentes do líquido branco que eventualmente sai para alimentar o bebê. “Nós os isolamos e os colocamos em um laboratório que recria o ambiente a que estão acostumados. Então, nós os alimentamos com um coquetel que permite que eles continuem crescendo e se multiplicando e que envia um sinal que indica que eles têm que começar a secretar e criar os componentes do leite. Essa plataforma funcionará da mesma maneira, independentemente da origem das células”, disse Nathaniel Benchemhoun, vice-presidente de desenvolvimento de negócios da BioMilk.

 

A empresa cria os principais componentes do leite a partir do tecido glandular obtido de mamíferos, mas sem depender de animais.

Bingo! Pontos positivos para o meio ambiente!

E aqui chegamos ao ponto inicial de nosso texto.




Assim como as startups israelenses agem cientificamente para proteger e salvar nosso planeta, preocupados com os incessantes ataques devastadores ao meio ambiente, indígenas brasileiros preocupam-se com a falta de respeito dos humanos com a Mãe Terra, o mau uso de nossas águas, nossas florestas e nossas paisagens, atitudes estas que A agridem e A exaurem de suas reservas naturais.

O livro acima citado foi escrito por Ailton Alves Lacerda Krenak, Ailton Krenak, mineiro de Itabirinha, nascido em 29 de setembro de 1953, um líder indígena, ambientalista, filósofo, poeta e escritor brasileiro da etnia indígena crenaque.

Ailton é também professor Honoris Causa pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e é considerado uma das maiores lideranças do movimento indígena brasileiro, possuindo reconhecimento internacional. 



Palestrante em seminários internacionais, porta voz de movimentos que representam interesses indígenas no cenário nacional, escritor com várias obras consagradas e estudadas nas escolas cujos programas pouco relatam a História dos índios no Brasil, Krenak também tem aparecido em filmes e séries sempre com o objetivo de ensinar e valorizar as contribuições de seu povo em favor e proteção da Terra.

Fazendo um exame de consciência, analisemos o impacto de milhões de cabeças de gado sobre o meio ambiente!

Imaginemos a grande redução de gases de efeito estufa emitidos pelos animais se eles forem substituídos por tecnologias que ofereçam seus produtos sem ocupar largas extensões de terra no planeta.

É do conhecimento de muitos que os arrotos, puns e fezes do gado, ovelhas e porcos impactam significativamente o aquecimento global. Uma pesquisa de Julie Wolf da USDA-ARS, Agricultural Research Service, nos Estados Unidos comprova que a situação está muito pior do que se julgava.

 

“Existem cerca de 1,5 mil milhões de vacas e bois no planeta, cada um deles expulsando mais de 30 a 50 galões de metano por dia. Normalmente, pensamos que os puns são os maiores responsáveis pela emissão, mas os arrotos são, na verdade, a principal fonte de metano produzido pelo gado, representando 95% do problema dos gases com efeito estufa.”

 

Como podemos ver, grandes extensões de terra fazem-se necessárias para acolher esta espécie leiteira e quase mil litros de água para obtermos um litro de leite.


 “Nosso processo é muito mais sustentável, eficiente e respeitoso com o meio ambiente e os animais”, comenta o CEO da BioMilk.


Este texto saiu um pouco mais longo do que eu desejava, mas considero que devido à importância do assunto, para todos nós, terráqueos do Antropoceno, vale a pena investirmos uns instantes a mais na leitura e no processamento das ideias aqui oferecidas.

Assistam agora ao interessante vídeo de 4 minutos sobre Krenak, um herói pouco conhecido em seu país, recipiente da OMC, Ordem do Mérito Cultural, insígnia honorífica designada a personalidades como forma de reconhecimento por sua contribuição à cultura do Brasil.

Vale a pena conhecer este brasileiro!

 


     

FONTES:

 

https://aurora-israel.co.il/israel-es-lider-mundial-en-producir-lacteos-sin-usar-vacas/

http://israeltrade.org.br/noticias/agrotecnologia/empresa-israelense-de-leite-cultivado-biomilk-e-a-primeira-do-mundo-a-abrir-capital-na-bolsa

https://portalefood.com.br/noticias/multinacional-de-laticinios-cria-programa-para-incentivar-empresas-de-leite-cultivado/

https://www.ecycle.com.br/flexitarianismo/

https://medium.com/ormando/ailtonkrenak-377fde0d337

https://cetesb.sp.gov.br/biogas/2017/10/01/o-papel-da-flatulencia-dos-bovinos-no-aquecimento-global-e-largamente-subestimado/

https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5727070/mod_resource/content/1/ideias-para-adiar-o-fim-do-mundo-1-34.pdf

 


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