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sexta-feira, 21 de janeiro de 2022

VOCÊ SABIA? - Adolfo Kaminsky, o falsificador

 

Não podemos esquecer: 27 de janeiro, Dia Internacional da Lembrança do Holocausto


Por Itanira Heineberg



Realmente, não podemos esquecer as histórias do Holocausto, histórias de dor, humilhação e perdas... mas também histórias de ajuda ao próximo e realizações.

Você sabia que Adolfo Kaminsky foi o mais jovem falsificador da Resistência francesa, colaborando com vários movimentos por todo o mundo, salvando a vida de milhares de judeus durante a Segunda Guerra através de seu trabalho como forjador de documentos?

 

“Esta é a história desconhecida do homem que garantiu salvo-conduto a milhares de judeus na Segunda Guerra Mundial como falsificador, sacrificando a sua vida pessoal e a sua segurança para salvar o maior número de pessoas que pode sempre recusando quaisquer pagamentos pelos seus serviços.”

 

Kaminski nasceu na Argentina em outubro de 1925, de pais judeus oriundos da Rússia.

Em 1932 a família mudou-se para Paris e em 1938 para Vire, onde vivia seu tio. Seu pai era alfaiate e ao acabar seus estudos primários o jovem Kaminsky trabalhou em uma tinturaria onde conheceu a magia das cores, apaixonando-se por química e corantes. Em um mercado de pulgas ele adquiriu um tratado de Marcelino Berthelot sobre o assunto e mais tarde desenvolveu em casa seu próprio laboratório. Ao trabalhar como assistente de um químico, estudou e aprendeu os fundamentos da ciência.

Em 1940, com a invasão da França pelos alemães, a casa da família em Vire foi tomada.

Em 1941 sua mãe foi morta pelos nazistas e em 1942 iniciou sua participação na Resistência.

Em 1943 sua família foi enviada para o campo de Drancy, o primeiro passo para a deportação. Graças aos esforços e influência do Cônsul da Argentina que havia rompido relações diplomáticas com a Alemanha nazista, foram todos liberados em dezembro de 43 e seguiram para Paris.

Foi em Paris que ele trabalhou em um laboratório subterrâneo durante a Segunda Guerra, no endereço ”17, rue des St. Pères”.

Enquanto procurava uma identidade falsa para seu pai, conheceu o grupo “La Sixième”, de judeus da União Geral Judaica que no momento encontravam dificuldades em remover manchas de tinta azul Waterman dos papéis.

Kaminsky aconselhou o uso de ácido lático e a partir de então juntou-se ao grupo, vindo a ser o responsável pelo laboratório de falsificação química.


Kaminsky costumava dizer: "Mantenha-se acordado. O mais tempo possível. Lute contra o sono. O cálculo é fácil. Em uma hora, faço 30 papéis falsos. Se eu dormir uma hora, 30 pessoas morrerão." Ao longo da guerra, Kaminsky criou documentos que salvaram a vida de 14.000 judeus”


Outro grande desafio do grupo foi a invenção da marca d'água.

E assim, de descoberta em descoberta, de conquista em conquista, Kaminsky chegou à criação de documentos “real-falsos”.

Em agosto de 1944, após a libertação da França, ele se uniu ao exército francês rumo à Alemanha. Como não poderia deixar de ser, recebeu o prêmio da Medalha da Resistência.

Com a derrota da Alemanha e o advento da paz, continuou suas atividades ajudando os necessitados sem aceitar pagamento algum.

 

“Participou em diversas guerras e revoluções sem nunca ter disparado uma arma e sem comprometer os ideais de liberdade e de dignidade humana que sempre o guiaram.”

 

Em 1971 realizou sua última identidade falsa.

Viveu na Argélia durante 10 anos onde casou com uma mulher tuaregue (do povo berbere constituído por pastores seminômades, agricultores e comerciantes), teve 5 filhos e em 1982 foram para a França onde toda a família foi naturalizada francesa em 1992.



Assistamos agora a um vídeo biográfico de 16 minutos, com a sinopse do livro “A. Kominsky: o Falsificador”, escrito por sua filha, a guionista, escritora, comediante e atriz francesa Sarah Kaminsky.



“A obra documental tem conquistado leitores e crítica especializada. Por exemplo, o jornal Le Monde considera que “Kaminsky viveu, nas sombras, as horas mais luminosas da Resistência”, enquanto o jornal O Globo afirma: “Se adaptada para o cinema, a vida de Adolfo Kaminsky, de 86 anos, teria ingredientes de thriller de suspense, filme de guerra, tragédia histórica, drama intimista, comédia romântica e cenas de terror.”

 

 

FONTES:

https://mundodelivros.com/adolfo-kaminsky-o-falsificador/

https://extra.globo.com/noticias/mundo/um-falsificador-com-propositos-humanitarios-5300723.html

https://www.bertrandeditora.pt/produtos/ficha/adolfo-kaminsky-o-falsificador/23891912

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