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terça-feira, 19 de março de 2019

VOCÊ SABIA? - Elisabeth Eidenbenz



“Minha mãe me deu a vida, a maternidade me deu leite, e Elisabeth deu-me esperança!”


Sobrevivente da clínica de Elisabeth.





Você sabia que uma jovem e corajosa enfermeira suíça escondeu dos nazistas centenas de mulheres grávidas e seus filhos?

Em 2018 foi lançado o filme “The light of Hope” (“A luz da esperança”), contando a até então pouco conhecida história de Elisabeth Eidenbenz, que salvou jovens refugiados durante a guerra Civil Espanhola e a Segunda Grande Guerra através de sua Clínica de Maternidade em Elne, no sudoeste da França.

Naqueles dias difíceis de violência e crueldade, Elisabeth ajudou e acolheu refugiados em debandada, um grupo aterrorizado de mulheres grávidas e seus pequenos.

Assim ela salvou quase 600 crianças refugiadas: 400 espanholas e 200 judias.

A espanhola Sílvia Quer, diretora de cinema, ao conhecer a história da jovem que aos 25 anos criou a clínica de Maternidade, assim a denominou: uma mulher e uma heroína omitida pela sociedade.

Decidiu então fazer o filme; sentiu que o mundo devia conhecer esta pessoa corajosa e dedicada, que enfrentou o chefe de polícia, que lutou pelas mulheres deportadas, para quem os seres humanos eram todos iguais, independentemente de suas raças e diferenças.

Sílvia Quer sabe que pessoas como Elisabeth não contam suas próprias histórias, e é dever nosso lembrar seus atos heróicos e suas lições de amor e desprendimento.

Filmado na Catalunha, o filme mostra Elisabeth e as mulheres por ela protegidas: Maya Cohen com seu bebê e o filho, Victoria envolvida com a Resistência (ação proibida na maternidade) e Aurora abalada com o nascimento do filho natimorto.

Aparece também o envolvimento da jovem enfermeira com as crianças da clínica, sempre ameaçada pelo intransigente pessoal de Vichy e seus superiores nazistas.



Cena do filme “A Luz da Esperança”

Quando a Maternidade recebe ordens de fechar, Eidenbenz encontra um meio ousado de salvar o hospital - plano este que levaria a expor um escândalo para a França, ou seja, as atrocidades inimagináveis do campo de concentração de Rivesaltes. Este campo, o maior do Ocidente, perto da fronteira oriental com a Espanha, aprisionou mais de 60 mil judeus, ciganos e refugiados. Muitos de lá foram levados para Auswchwitz.



Campo de Rivesaltes - 1941

Em meio a todas as tensões do momento esta valorosa enfermeira, filha de um pastor protestante, tenta aliviar o ambiente com atividades para todos os residentes, inclusive com uma celebração da festa de Santiago Apóstolo, com jogos, fogos e doces.


Assistamos agora uns poucos minutos deste filme comovente:




Finalmente, em 1944, os alemães fecharam a Maternidade e Elisabeth retornou ao seu país, sempre lutando pelas crianças desprotegidas.


Na Páscoa de 2002, 60 ex- refugiados - crianças que viveram na Maternidade de Elne - retornaram à cidade para uma celebração comovente em homenagem à sua benfeitora, Elisabeth Eidenbenz. 


1941


Eidenbenz (1913-2011) viveu quase 100 anos. Apesar de pouco conhecida, foi homenageada em Yad Vashem, Israel, como Justa entre as Nações, em 2002.



RIVESALTES  -  campo da vergonha – criado em 1936



CAMPO DE CONCENTRAÇÃO RIVESALTES  - FRANÇA

Em 2015 o campo virou Memorial- Museu de Rivesaltes.

Hall de Exposição

Este texto é uma colaboração especial de Itanira Heineberg para os canais do EshTá na Mídia.



FONTES:


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