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sexta-feira, 11 de setembro de 2020

VOCÊ SABIA? - Lasar Segall

 

Lasar Segall: pintor, gravador, escultor, desenhista.

Lituânia, 1889 - Brasil, 1957


Por Itanira Heineberg






Você sabia que o artista judeu Lasar Segall, um dos fundadores da Sociedade Pró-Arte Moderna – SPAM - em 1932, foi um artista completo que introduziu o Modernismo no Brasil transformando-se num símbolo para toda uma geração?

O artista lituano, considerado um representante das vanguardas europeias em São Paulo, executou a decoração para o Baile Futurista do Automóvel e para o Pavilhão Modernista de Olívia Guedes Penteado (1872-1934), filantropa e patronesse das artes na cidade.

Lasar Segall nasceu em Vilna, parte do Império Russo, em 1889, filho de um escriba da Torah, o Pentateuco, e desde os primeiros anos encantava-se ao observar o pai copiando o texto sagrado. Assim ele relata:

 

“Com tinta profundamente preta, do negror do piche, por ele próprio preparada, formava sobre o pergaminho branco ou amarelado, também preparado por ele, os monumentais caracteres hebraicos. Também eu tentava desenhar essas letras, pintá-las, enriquecê-las com ornamentos de minha invenção”.

 

Demonstrando desde cedo o gosto e inclinação pelas tintas e lápis, em 1905 inicia suas lições de arte  na Academia de Desenho do mestre Antokolski, em Vilna, e ainda muito jovem, em 1906, vai para Berlim, ingressando na Academia Imperial de Belas Artes - um mundo totalmente estranho para ele, com outra outra língua e outros costumes. Conta o artista ter tido a impressão de ter aterrissado em um planeta desconhecido, nada em comum com as vivências de sua criação.

Quatro anos mais tarde muda-se para Dresden, Alemanha:

 

“Em 1910, muda-se para Dresden, Alemanha, onde frequenta a Academia de Belas Artes. Este é um dos principais períodos na vida de Segall, durante o qual aperfeiçoa sua técnica, participa ativamente do movimento expressionista e convive com inúmeras personalidades do mundo das artes. Em 1912, viaja para a Holanda.”

 

Em 1913 viaja para o Brasil, expondo seus trabalhos em São Paulo e Campinas.

Retorna então a Dresden mas em 1914, com o início da Primeira Guerra Mundial e o conflito Alemanha/Rússia, Segall é expulso da Academia e estabelece-se em Meissen, próximo à Dresden.

Voltando a Vilna em 1916, depara-se com sua cidade destruída pelos combates e produz uma série de gravuras e desenhos inspirado pelo cenário que o esperava antes de retornar a Dresden.


 

“Em 1923, volta ao Brasil onde fixa residência em São Paulo. Conhece o Rio de Janeiro e se encanta com sua geografia e sua população. Nesse período, executa vários desenhos e gravuras de negros e favelas e concebe a série “Mangue”, a qual finaliza mais tarde em Paris. Inicia sua série denominada “Fase Brasileira”, substituindo temporariamente os ocres, cinzas e pretos pelos vermelhos, verdes e amarelos.”


FAVELA
BANANAL


“Em 1928, viagem a Paris onde permanece até 1932. Nessa fase, começa a produzir suas primeiras esculturas. Em 1929, visita Kandinsky, Lyonel Feininger, Marcel Breuer e Moholy-Nagy, na Bauhaus de Dessau, Alemanha.”





ENCONTROS 

Ao retornar ao Brasil, cheio de inspiração e novas ideias, Segall instalou-se na Rua Afonso Celso, Vila Mariana, naturalizou-se brasileiro, casou-se com Jenny e ali viveu com a família até o fim de sua vida.

Em 1967 a residência transformou-se no Museu Lasar Segall, iniciativa de sua viúva Jenny Klabin Segall e seus filhos Maurício e Oscar.

 

Uma vivência rica em viagens, escolas, mudanças, relações com artistas contemporâneos europeus refletiu-se na arte criativa e múltipla de Segall.

Sua relação com os jovens modernistas brasileiros, Tarsila do Amaral, Mário e Oswald de Andrade, Anita Malfatti, entre outros, acrescenta sua visão de mundo e das artes.



Lasar Segall pinta Mário de Andrade



Das pinceladas rápidas do impressionismo às pinturas de derivação do expressionismo; das técnicas da gravura às águas fortes da litografia; do mono cromatismo às cores vivas e alegres dos trópicos; da atmosfera sombria de tons escuros aos espaços abertos, amplos da floresta e dos campos.

Um artista dotado de um olhar abrangente e agregador, Segall encontrou em seu novo país uma terra de diversidade de climas, população, línguas e sabores culinários, o lugar ideal para criar sua vida, sua família e sua arte.






“O humanismo, revelado pela preocupação com a violência, a miséria e as injustiças sociais, e certo caráter lírico estão presentes em toda a sua carreira. Segall aborda temas universais, expressando-os com emoção, por meio da cor em sua pintura ou pelo jogo entre linha e vazio em suas produções gráficas.”


CAMINHOS NA FLORESTA



Em 1935, entre São Paulo e as altitudes de Campos de Jordão (SP), o artista executa grandes séries, como as suas “Florestas”, fortemente inspiradas na natureza local.

 Mário de Andrade, seu crítico mais importante, destaca essa fase como “sensação de uma serenidade grave, de uma vida silenciosa”.

 

 

FONTES:

http://www.mls.gov.br/exposicoes/longaduracao/mls_550/

http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa8580/lasar-segall

https://www.guiadasartes.com.br/lasar-segall/exposicao

https://fazerpedagogia2.webnode.com.br/news/lasar-segall/

 





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