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quinta-feira, 18 de maio de 2023

ACONTECE: ENERGIA - COMPLETUDE (Shalem) - PAZ (Shalom)




Entre o por do sol do dia 18 de maio e o por do sol do dia 19 de maio Iom Yerushalayim (dia de Jerusalém) é comemorado. A data foi instituída para lembrar a reunificação da Cidade de Jerusalém e a chegada dos israelenses no Monte do Templo em 1967. Foi o dia 28 de Iyar de 5727 no calendário judaico e 5 de junho de 1967 no calendário gregoriano.

 

No Shabat (dia 20 de maio) será iniciado o quarto livro da Torá, BAMIDBAR (No Deserto) que foi traduzido com o nome de NÚMEROS. É aqui que são descritas as gerações do povo de Israel, nominando pessoas - na maioria das vezes nominando homens, mas em muitos casos mulheres também são citadas. A história do que ocorreu no DESERTO há milênios e do que aconteceu no Estado de Israel há 55 anos. E se quiser acrescentar mais um evento que acontece esta semana, como em todos desde Pessach, estamos no período de contagem do OMER, dos 49 dias entre Pessach e Shavuot. Um período em que nos preocupamos em contar os dias, e a cada dia abençoar mais um ciclo completo da Terra ao redor do Sol.

 

Um ponto que chama a minha atenção de forma especial é que os nomes são escritos como listas extensas e não há menção específica dos números. Não há contagem de pessoas, há nominação. Quando o censo é muito grande e requer determinar em curto espaço de tempo um número de pessoas, estas fazem doação de uma quantia fixa de moedas e o número pode ser estimado. Por outro lado, o tempo é marcado de muitas formas, e sempre numérica. Hoje sabemos que transformar pessoas em números é acabar com a diversidade e a individualidade. Por outro lado, marcar o tempo de forma precisa, que possa ser entendida ao longo de milênios, é a maneira de registrar a história e conseguir unir gerações.

 

Portanto nesta semana ACONTECEM duas datas históricas significativas que têm a distância de milênios e que representam a força do Povo Judeu. Se por um lado a caminhada no deserto estabeleceu raízes, por outro lado os quase dois milênios nos quais os olhos se voltavam para Jerusalém todos os dias ao proferir as rezas da manhã e da noite fizeram com que a árvore desse flores maravilhosas e frutos fortes, e, mais ainda, soubesse ultrapassar as intempéries.

 

Os dias de hoje são de tensão, de muitas falsas notícias e do criar estórias que foram repetidas tantas vezes que se confundem com a história. Neste momento lembro de algumas aulas que recebíamos no primário ao escutar sobre judaísmo. Vejo em minha frente a pessoa que falava, uma professora frente a muitos alunos reunidos em um pátio ao pé de uma jabuticabeira. E a conversa girava em torno de Adão, que era considerado "shalem", completo. A pergunta para a meninada era que palavra era semelhante a "shalem" e a resposta foi em uníssono "shalom". Aí veio uma das explicações mais lindas que escutei, e que se aplica maravilhosamente bem para os dias de hoje e que também escutei em podcast do Live Kabbalah conduzido pelo Rabino Shaul Youdkevitcha: Adão era um ser completo, como está escrito em Bereshit - "zahar u nekeva hu iiê" - feminino e masculino ele era. Sendo completo seria um. Assim, chega a Eva, e a completude era alcançada quando os dois se uniam. Mas, como eram dois indivíduos, divergências ocorriam! E para que pudessem voltar a ser completos e se reconhecerem como uno, deveria haver entendimento. Assim, dizia a professora lá na década de 1950, Shalom é uma forma de negociação em que um lugar comum bom, ou aceitável para todas as partes pode ser encontrado, e se isso for verdade, então vão nascer frutos, filhotes e filhos.

 

Nesta semana, olhando para Jerusalém e lembrando da fala de André Lajst , do StandWithUs Brasil, o Estado de Israel abriu várias frentes desde antes da criação do Estado de Israel (1948) para negociar com a população árabe. A PAZ, quando não é boa para ambas as partes e quando é feita na base de pressões externas e tensões induzidas, pode não ser alcançada porque nunca vai virar shalem (completude). É uma cidade de nomes e números impressionantes! Uma cidade que vive de tecnologia e ciência de ponta, que vive o passado e o futuro. E, voltando para o mundo privado, já contei que meu marido, ao ter um mal estar muito grande nas ruelas da Cidade Velha de Jerusalém, foi atendido por um transeunte árabe, que estava indo para uma pequena mesquita, onde era um dos líderes. Foi treinado em primeiros socorros no Exército de Defesa de Israel, e servia a grupos de primeiros socorros em Israel. Atitudes que salvam e unem! Gestos que completam e constroem a paz.

 

Acontece... esta é uma semana em que muitos fatos continuarão acontecendo, nossa esperança é que possam desencadear novas formas de buscar entendimento, buscando os fatos como são, isolando o terror que quer acabar com o Estado Judeu e acolhendo a todos que queiram completar o quebra cabeça que vem sendo tão bem conduzido no campo da economia, ciência e comércio exterior.

 

 

Shalem, Shalom

 

Regina P. Markus 

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