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terça-feira, 22 de outubro de 2019

VOCÊ SABIA? - “Barão Hirsch, O Judeu de Quatro Irmãos”, o filme



VOCÊ SABIA que a história dos judeus de bombacha, trazidos ao Brasil pela obra filantrópica do Barão von Hirsch no intuito de salvar seu povo, está agora sendo registrada num filme rodado em Quatro Irmãos, Rio Grande do Sul, o povoado onde aqui se estabeleceram em 1911?

Enquanto o Barão de Rothschild, outro magnânimo judeu, se preocupava em salvar seu povo no leste europeu apoiando o movimento sionista e financiando as viagens dos perseguidos para a terra de Israel, Hirsch tentava garantir a sobrevivência deles, comprando-lhes terras e levando-os ao chamado Novo Mundo.

Para os judeus europeus em perigo alcançarem o sonho de uma vida melhor havia, naqueles tempos, duas oportunidades: a Aliá, imigração judaica à Terra de Israel, ou a emigração para a América do Sul.
Em 11 de setembro de 1891 Moritz Hirsch criou a JCA - Associação de Colonização Judaica.

Esta associação estabeleceu colônias na Argentina e na região sul do Brasil.





E foi assim que o “Shtetl” gaúcho se iniciou em Quatro Irmãos, entre 1911 e 1914.

Em Quatro Irmãos, a aldeia prosperou, permitindo que se desenvolvesse algo comparável aos shtetls. Tornou-se comum a imagem de judeus vestindo botas e bombachas. Foram erguidas sinagoga e escola, e havia dois cinemas. No total, mais de 400 famílias chegaram em diferentes levas. A permanência no povoado, porém, enfrentou empecilhos. O primeiro foi que a maioria dos judeus tinha pouca intimidade com o trabalho rural. Em razão das perseguições, não podiam ter sua própria terra na Europa, o que lhes limitava as opções profissionais, como ás áreas médica, comercial e financeira, todas atividades urbanas, e algumas não praticadas por cristãos.”

Ao final do século XIX o Barão comprou uma fazenda de 93.985 hectares da família Santos Pacheco no município de Passo Fundo. Estas terras pertenciam aos quatro irmãos Santos Pacheco, Clementino, David, José Gaspar e Antônio, sendo esta a origem do nome da colônia Quatro Irmãos.
Este foi o lugar de onde saíram os judeus para o resto do Brasil. De lá muitos foram para Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro, porém a cidade de Quatro Irmãos será sempre o símbolo da colonização judaica no país, também conhecida como “a capital brasileira dos judeus.”




Agora, após mais de cem anos de história, a Quatro Irmãos será a sede das gravações do longa-metragem contando a história de Barão Hirsch, o Moisés das Américas, herói que salvou milhares de judeus da Bessarábia e de todo o Leste Europeu no último século.


A cidade com pouco mais de mil habitantes receberá os artistas nacionais participantes das filmagens dirigidas pelo gaúcho Osnei de Lima, diretor e roteirista de cinema, produtor de mais de 30 filmes, vários já premiados, e diretor de 3 produções ítalo-brasileiras.

O filme de 115 minutos será rodado em 4K.


Osnei de Lima

“No roteiro de “Barão Hirsch – O Judeu de Quatro Irmãos” está a trajetória do banqueiro e filantropo alemão Moritz Von Hirsch, casado com uma das mulheres mais ricas do mundo que decidiu patrocinar o envio de judeus para vários lugares do mundo, inclusive ao Rio Grande do Sul, a fim de que fugissem da opressão e discriminação no Velho Continente.

A produção contará com a participação especial do húngaro Andor Stern, 93 anos, atualmente o único sobrevivente do campo de concentração de Auschwitz (Polônia) a residir no Brasil. Stern ainda tem gravado em sua memória a vivência no lugar mais obscuro que a história do mundo pode registrar.”


Andor Stern


Projeto autofinanciado, sem leis de incentivo ou verbas públicas, o filme está sendo custeado pela própria produção e apoio de colaboradores.


“O objetivo é rodar um filme que traga um pouco de esperança para a humanidade, e segundo a produção, deverá ficar pronto em dezembro de 2020, quando a equipe pretende exibi-lo primeiramente em Israel”, conta o diretor.”

Como não poderia deixar de ser ao enaltecer-se a ajuda humanitária, uma parte dos recursos obtidos pelo projeto está sendo doada à uma escola de Guiné-Bissau, na África, à organização chamada “Projeto Escola Água Viva”, onde as crianças recebem um prato de comida por dia.


Hospital Leopoldo Cohen construído em 1932
Em 2012 o prédio foi restaurado para abrigar o Memorial da Imigração Judaica e Centro de Cultura.



Este texto é uma colaboração especial de Itanira Heineberg para os canais do EshTá na Mídia.



FONTES:

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