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quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

EDITORIAL: SIONISMO - um olhar histórico

Chaim Weizmann (1874 - 1952) - por Chaim Weizmann


Atualmente o nome de Chaim Weizmann é identificado com o Instituto Weizmann de Pesquisa de Rehovot, em Israel. Um dos dez mais produtivos Institutos de Pesquisa do Mundo, seus cientistas rompem as fronteiras do saber nos campos da Física, Química, Biologia e Computação e seu sistema de gestão é muito eficiente em promover processos de transferência de Conhecimento para Tecnologia para benefício de todos. 

Mas quem foi Chaim Weizmann? Weizmann foi um químico de destaque, decisivo no esforço de guerra inglês na Primeira Guerra Mundial. Weizmann foi um dos pais do sionismo e o ativista que impulsionou a Declaração Balfour (2/11/1917). Weizmann promoveu o ensino e a pesquisa no Mandato Britânico da Palestina antes mesmo da criação do Estado de Israel, de forma a propiciar não só educação às crianças mas também ensino superior e instituições de busca do saber - tanto nas ciências exatas e biológicas, quanto nas humanidades.  


Pesquisar e buscar o novo é a base da descoberta científica e Weizmann chamou sua autobiografia de  "Tentativa e Erro".  O primeiro volume foi publicado em 1941 e reeditado em 2013 (Plunkett Lake Press, Lexington, Ma). Fascinante ler sobre a vida de um menino que nasceu em um Schtetl (aldeia judia no Leste Europeu) na BieloRússia, e que singra terras e tempos e cria as bases para que seu povo possa ter um futuro menos incerto que os ditados pelos Czares. O choque entre judeus religiosos e assimilados - tão evidente nos dias de hoje -fica muito mais acentuado em sua busca pelo apoio britânico para a criação de um Lar Nacional Judaico. As diferenças de objetivos dos ingleses e franceses nos destinos das terras do Império Otomano, que cai logo após a Primeira Guerra Mundial e que permite a criação do Protetorado Francês na Síria e do Mandato Britânico da Palestina, que envolve o atual Estado de Israel, a Jordânia e o Iraque, é um outro tópico tratado em profundidade. A história segue em espirais. 


Fiquei impressionada porque os textos foram escritos antes da Segunda Guerra Mundial (1939 - 1945) e, publicados durante o seu desenrolar (1941).


Muitos devem estar se perguntando o que mais impressionou neste livro? Devo confessar que foi algo descrito no início de sua vida, quando ainda morava em Motol, por onde passava um rio que era tributário do Pripet, que desaguava no Dnieper e este chegava ao Mar Negro. Muito escutei sobre o Dnieper na minha infância - as águas geladas, mais muito limpas e o prazer de meu pai, menino, de levar peixe para o jantar.


Nesta pequena aldeia (Motol), como em todas as aldeias judaicas, educação era uma obrigação. E Weizmann conta que no cheder em que estudou (corresponde ao nosso ensino básico - 6 aos 12 anos) onde estudava hebraico e Talmud com intensidade, desde a mais tenra idade, teve uma chance incrível! O mestre de sala (Rebbi), quando tinha 11 anos, recebeu um livro em hebraico muito estranho. Versava sobre ciências naturais e química! O Rebbi trouxe este livro para a sala de aula, e de "forma furtiva" toda a classe passou a ler o livro em conjunto, entoando como se fosse a leitura do Talmud - e questionando cada linha, como faziam ao estudar o Talmud.


Muitos anos depois, já na Alemanha, Weizmann decide dedicar-se à Química! Sua base impressionou a professores e colegas. E foi graças à química que conseguiu a Declaração Balfour! E muito mais!






Sim, educar é preciso!


Boa Semana


Regina P. Markus

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