YETRO – Um estrangeiro
honrado e homenageado na Torah – desde Moisés e por todos os tempos - porque a união de ideias e o aprendizado de novas estratégias potencia
nossa capacidade de enfrentar problemas e seguir em frente por mais de 3
milênios.
Por Regina P Markus
Este é um espaço reservado
a fornecer material que permita responder e desconstruir a grande onda de
antissemitismo e de ações contra o Estado de Israel tão característicos desta
década. Colocamos notícias, informações e pensamentos. Mas nesta semana vamos
nos voltar para a Torah (5 Livros de Moisés) porque é lida uma porção muito
especial. Vamos avaliar as estratégias bem sucedidas do passado, para nos fazer
continuar a existir no futuro e para que esse possa ser melhor para TODOS os
povos.
Na época do 1o
e 2o Templos em Jerusalém (Har haBait) era costume ler toda semana um
pedaço da Torah. As leituras eram feitas nos dias de feira (segunda e quinta),
que aconteciam no pátio do Templo e também aos sábados, nas rezas da manhã,
dentro do Templo. O mesmo pedaço era lido 3 vezes. Nos dias de feira as
leituras eram feitas ao mesmo tempo que o comércio e as demais atividades e
quem podia assistia e debatia, com isto ocorria a chamada educação informal,
conversas e troca de ideias junto com a troca de mercadorias. Aos sábados, dia
do descanso, todos tinham a oportunidade mais uma vez, de escutar a Parashá,
agora em um recinto mais calmo. Até hoje, em todo o mundo, esta é a forma como
a Torah é lida, e na semana que se inicia nesta segunda-feira é lida a Parashá
que leva o nome de YETRO (sogro de Moisés).
Por que é importante?
Vários motivos – É nela que estão incluídos pela primeira vez os 10 mandamentos! E isto bastaria para os que querem simplificar a vida.
Vários motivos – É nela que estão incluídos pela primeira vez os 10 mandamentos! E isto bastaria para os que querem simplificar a vida.
Para os que querem esmiuçar um pouco mais, esta é a única
Parashá que leva o nome de um HOMEM – não há nenhuma que traga o nome dos
Patriarcas, Abrão, Isaac e Jacob. Ou do célebre José que sonhou e venceu no
Egito, ou de Moisés que tirou os hebreus da escravidão, ou de Josué que entra
com o Povo Judeu na Terra Prometida – em Israel.
Quem era Yetro para merecer esta honra? E lá vão as
explicações que os rabinos deram ao longo dos anos: Ele era o Líder dos
Medianitas, Povo Africano, preto, povo da esposa de Moisés. Mais que isto era
uma pessoa de grande capacidade e autoridade. Ao ver como Moisés lidava com os
hebreus sugeriu a formação de um sistema que permitisse atender aos que queriam
conversar e aos que queriam conselhos ou necessitavam de julgamentos. Ao mesmo
tempo, o sistema atribuído a Yetro e descrito nesta Parashá tinha por objetivo
divulgar as regras e costumes que formavam o arcabouço das leis, em termos
modernos a jurisprudência. Surge o conceito dos Sanedrim, um parlamento formado
por representantes de cada tribo. Tudo isto está descrito nesta Parashá. Sim,
isto seria suficiente para entender porque Yetro foi tão importante na formação
do Povo Judeu – foi mais do que um sogro.
TEM MAIS: Yetro ao ver o que estava acontecendo com os
hebreus, percebe que um novo povo está sendo formado, e quer se juntar a este
povo. Sua filha já era parte deste. Mas, nesta hora, D’us interfere e diz que
este era um povo entre os povos – e Yetro imediatamente entende e traduz, que
ele será sempre um estrangeiro muito bem vindo, mas que ele seguirá liderando o
seu povo. O estrangeiro deve ser recebido em sua casa com todas as honras e
esta é uma das grandes lições desta Parashá. Como acolher e como incluir, sem
que seja necessário mesclar e perder a identidade!
O respeito mútuo e a troca do que cada um tem de melhor
permite que povos vivam em harmonia. E neste caso, o estrangeiro foi honrado e
passou a ter uma Parashá em seu nome – e justo aquela que lança as bases do
Povo Judeu – os 10 mandamentos.
Nos dias de hoje, frente a
tantas dificuldades em lidar com o outro, chegam as notícias que há mais de 3
anos Israel mantém nas Colinas de Golan Hospital de excelência para atender aos
sírios que cruzam a fronteira, há grupos de israelenses que vão para o outro
lado atender aos que não podem caminhar e neste ano vem recebendo refugiados de
Alepo e outras cidades que sofreram em demasia com a guerra civil que acontece
no país vizinho.
Muito bom! Gostei da linha colocada e concordo com ela!
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