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segunda-feira, 24 de junho de 2019

VOCÊ SABIA? - Coca-cola kosher




Você sabia que a Coca-Cola, bebida apreciada em todos os cantos do mundo, é Kosher em alguns países de acordo com a lei judaica? Mas nem sempre foi assim.

Apesar de existir desde 1886 no mercado americano, somente a partir de 1935 a Coca-cola recebeu o certificado Kosher, inclusive para o período de Passover, a Páscoa Judaica.

A história começou no século passado quando descobriram que a versão original da bebida possuía em sua composição um alimento não Kosher - a glicerina animal.

No início dos anos 1930 um rabino ortodoxo, Tobias Geffen, começou a receber insistentes cartas dos rabinos dos Estados Unidos indagando se a Coca-Cola era Kosher.




Ainda que os judeus imigrantes se satisfizessem em beber água com gás, o refrigerante aos poucos ia se tornando muito popular entre os jovens judeus e os rabinos estavam preocupados. Geffen morava em Atlanta, sede internacional da Coca-Cola, e esta era a razão de receber tantas cartas.

Ao pesquisar, o rabino descobriu o ingrediente não Kosher na Coca-Cola, ingrediente este também presente em outros alimentos e bebidas no país.




Pairou então a dúvida: The real thing, “a coisa verdadeira”, seria mesmo a verdadeira coisa para os judeus ortodoxos?

A Coca-Cola, um dos símbolos americanos mais conhecidos no mundo, sempre guardou sua fórmula secreta a sete chaves mas concordou em revelar ao rabino uma lista dos ingredientes utilizados na produção após Geffen assinar de um termo de confidencialidade; “Segredo de Estado”.

Ao estudar a lista, ele descobriu que a glicerina era feita de sebo de carne não Kosher.

“Embora um químico de laboratório tenha dito à Geffen que a glicerina estava presente em apenas uma parte por mil (uma parte em 60 é diluída o suficiente para obter certificação Kosher), Geffen informou à Coca-Cola  que, como essa glicerina era planejada e não acidentalmente ingrediente adicionado, os judeus observantes não poderiam intencionalmente tolerar sua inclusão. A Coca-Cola não conseguiu atender aos padrões de Geffen.”

Os cientistas da empresa começaram a pesquisar um substituto para o produto recusado pelo rabino e descobriram que a Procter & Gamble produzia uma glicerina à base de óleo de semente de coco e de algodão.  A Coca-Cola aceitou trocar este ingrediente e Geffen aprovou a bebida como Kosher.

Já para Pessach, a Páscoa Judaica, a empresa concordou em substituir um subproduto de grãos (chametz) por adoçantes à base do açúcar da beterraba e da cana de açúcar, sem alterar o sabor da Coca-Cola.

A partir de então, a cada ano a empresa inicia a produção da bebida com diferentes açúcares, um bom tempo antes da celebração de Pessach.
Assim, durante anos, Geffen foi uma das únicas pessoas do mundo a conhecer os segredos da bebida, numa tentativa de fazer da Coca-Cola um produto Kosher.

Satisfeito com o resultado de seu trabalho, o rabino Geffen escreveu um texto em que agradecia a Deus por ajudá-lo a obter uma solução pragmática que permitiu aos judeus ingerirem a bebida sem dúvidas sobre sua composição, tornando a bebida oficialmente Kosher nos Estados Unidos, Canadá, Israel e outros países.


“Rabino Geffen nasceu em Kovno, Lituânia, no dia 1 de Agosto de 1870.
Estudou na Yeshivá de Kovno e Grodno e se tornou Rabino formado pelos seus mestres R.Tzvi Hirsch Rabinowitz de Kovno e Rabino Danishevsky de Slobodka. Casou-se com Sarah Hene Raninowitz em 1898. Teve 8 filhos e seu casamento durou 63 anos.
Em 1903, após o progrom em Kishniev, R.Geffen e sua família foram morar em New York, Nova Iorque, onde se tornou rabino em Canton, Ohio, e depois de alguns anos, optou em se mudar para Atlanta, onde o clima era mais agradável (e por sinal, a sede mundial da Coca-Cola).”


Tampa amarela, embalagem especial para Pessach.


“De uma história como esta podemos ver que quando um judeu decide que quer comer Kasher e assume com orgulho sua opção, os outros, inclusive os não-judeus, não somente respeitarão a sua decisão, como inclusive darão apoio e ajuda para que a comida Kasher não seja um obstáculo para reuniões de negócios, encontros sociais, festas e eventos.”





Este texto é uma colaboração especial de Itanira Heinebeg para os canais do EshTá na Mídia.



FONTES:


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