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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

EDITORIAL: SORTE - MAZAL - PURIM - CONTINUIDADE

 EDITORIAL: SORTE - MAZAL - PURIM - CONTINUIDADE



Na semana passada começamos a falar sobre o mês de ADAR e a festa de PURIM. Alegria, alegorias, carnaval - as ruas lotadas de fantasias e de sorrisos. Quem sou eu? Ah, hoje vou de grande herói a uma elegante bailarina. E na expectativa de ver os amigos em fantasias caprichadas! 

Esta noite, porque hoje é Purim, a história da rainha Esther, do seu tio Mordechai de seu marido Achashverosh - mais conhecido por Xerxes, o Imperador da Pérsia - é contada pelos quatro ventos e é lida com toda a cerimônia nas sinagogas do mundo inteiro. 

Quando vocês estiverem lendo este texto, Purim 2021 já será passado. Se quiserem podem até revisitar outros textos que foram escritos para o EshTá na Mídia desde 2017. Variações sobre o mesmo tema? Confira nos links 2017,   201820192020!


A identidade de um povo milenar que se mantém unido pela cultura, pelo estudo e pela lembrança e vivência em uma pátria ancestral abre caminho para muitas reflexões. Hoje, em meio à pandemia, quando muitas crianças estão usando pencas de máscaras que foram suas companheiras diárias em 2020 e neste início de 2021, vou viajar com vocês pelo corpo humano.



Convido a todos a entrarem no submarino que vai nos levar ao interior de nosso corpo, e é dentro dele que vamos buscar as respostas para a sobrevivência. Nosso corpo, nosso templo - qual o sábio que contou que o corpo tem que ser respeitado? Que a vida tem que ser preservada, tem que ser cultuada?

Vamos pegar nosso submarino para visualizar o esforço diário que é feito e por que isto chega tão perto de Purim (Jogar a Sorte), da individualidade e da sobrevivência eterna!

Pronto, caímos na corrente sanguínea e vemos pela janela um turbilhão de figuras redondas ou aneladas, todas nadando com muito afinco... Êeepa, nem todas - olha aquela branquela tentando se agarrar nas paredes que circundam o rio vermelho! Veja aquela outra, ela está forçando a entrada! e com um pouco mais de tempo acabamos até vendo algumas que entram para o corpo. O rio continua veloz, passa por um excelente parque de alimentação e mais uma volta por este parque e vemos que muitas daquelas figuras que nadam em volta de nosso submarino vão para locais de descanso, casas de recondicionamento e atingem a idade avançada e morrem. E agora? Como fica? Ainda de dentro de nosso submarino entramos em uma área muito estranha. Hiper dura e rígida por fora e bem macia por dentro. 

Para quem ainda não sabe - este é o osso e o tutano - e é dentro desta parte macia, muito organizada que está a maternidade de novos atletas que passeiam no sangue sem parar. Tem alguns poucos elementos que mantém a memória da vida e toda a história dos antepassados. Ficam alojados em um ninho muito gostoso e quentinho. A cada dia produzem novos bebês e a cada noite estudam um pouco e relaxam para voltar a encarar o próximo dia. São regrados e ao mesmo tempo muito inventivos: conseguem prever a necessidade de mais elementos rodando pelo sangue e, assim vão produzindo mestres, que produzem especialistas, que produzem todo o tipo de novos elementos. Na quantidade certa para cada momento. Enganos para mais ou para menos são sempre problemáticos. 
Ia esquecendo de contar que os mesmos anciãos têm escolas especializadas em produzir ossos!

Como fazem isto? Mantendo um dia a dia muito divertido e interessante, mas guardando alguns momentos ao longo de suas vidas para rememorar a história de sua família, de sua espécie e também de muitos ancestrais biológicos. De tempos em tempos estes anciãos saem para dar uma volta pela circulação, inspecionam como está o mundo de fora e também encontram com anciãos que moram em outros locais, como no cérebro e depois... voltam para os nichos. Grandes turbilhões acontecem quando chega uma doença ou uma grande perturbação. 

Ah - está na hora de sair - de voltar para o mundo real e vamos então atravessar a barreira pulmonar e sair pelo ar expirado. Voltamos à nossa vida real. 

Purim, a cada ano, é uma parada necessária para que a alegria exuberante e consequente, a alegria coletiva e individual possa nos alcançar e nos preparar para continuar o caminho. Ao mesmo tempo, é a hora em que lemos a Meguilá, um livro (pergaminho) que conta uma história milenar que aconteceu na cidade de Shushan, no atual estado de Hamadan, uma das províncias curdas do Irã.

Uma história que nos ensina a como sobreviver e viver as "fakenews", as difamações e as mais diferentes formas de injustiça. Hoje vemos todas estas ações voltadas não só aos judeus em particular e ao Estado de Israel de forma coletiva. A negação de uma capital que Xerxes há 2500 anos atrás reconhecia como judia e iniciou o processo de retorno do Exílio Babilônico. 

Perguntei acima: seria a comemoração de Purim uma variação sobre um mesmo tema? Minha resposta é um sonoro não! Poder marcar o tempo e saber o que fizemos juntos nestes últimos 4 anos (abra os links) nos permite  ter a capacidade  seguir em frente sem romper com nossa história. Transformar esta história no monumento vivo de nossa existência é que faz com que não fiquemos pelo caminho. Faz com que nossos filhos conheçam nossos antepassados. Mais ainda, é o que nos dá energia para sermos multitarefa imaginativos independente da história recente de cada um.

Boa semana!

Regina P. Markus






segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

VOCÊ SABIA? - A Carta de George Washington

 

George Washington e a Congregação Hebraica dos Judeus de NEWPORT

Por Itanira Heineberg



Você sabia que há mais de dois séculos - precisamente em 1790 - George Washington, o primeiro presidente da recém-criada nação dos Estados Unidos da América enviou uma carta sobre a tolerância e a liberdade de religião em seu novo país a Moses Seixas, diretor da Sinagoga Touro em Newport?

 

 

“Cavalheiros,

 

Enquanto recebo, com muita satisfação, o seu discurso repleto de expressões de afeto e estima, regozijo-me com a oportunidade de assegurar-lhes que sempre conservarei uma grata lembrança das cordiais boas-vindas que experimentei em minha visita a Newport, em todas as classes dos cidadãos.

A reflexão sobre os dias de dificuldades e perigos que já passaram torna-se mais doce, a partir da consciência de que são sucedidos por dias de prosperidade e segurança incomuns. Se tivermos sabedoria para tirar o melhor proveito das vantagens com que agora somos favorecidos, não podemos deixar de, sob a justa administração de um bom Governo, nos tornarmos um povo grande e feliz.

Os cidadãos dos Estados Unidos da América têm o direito a aplaudir-se por terem dado à humanidade exemplos de uma política alargada e liberal: uma política digna de imitação. Todos possuem igual liberdade de consciência e imunidades de cidadania.

Agora não é mais aquela tolerância que uma classe de pessoas oferecia como indulgência para que outros pudessem gozar o exercício de seus direitos naturais inerentes. Felizmente o Governo dos Estados Unidos que não dá sanção à intolerância e que oferece assistência a perseguições, requer apenas que aqueles que vivam sob sua proteção humilhem-se como bons cidadãos, recebendo assim o apoio efetivo do governo em todas as ocasiões.

Seria inconsistente com a franqueza de meu caráter não confessar que estou satisfeito com sua opinião favorável sobre minha administração e seus votos fervorosos para minha felicidade. Que os Filhos da Linhagem de Abraão que habitam nesta terra, continuem a merecer e gozar da boa vontade dos outros Habitantes; enquanto todos se sentarão em segurança sob sua própria videira e figueira, e não haverá quem os amedronte. Que o Pai de todas as misericórdias espalhe luz e não escuridão em nossos caminhos, e faça de nós todos, em nossas várias vocações, úteis aqui em nosso devido tempo e caminho, eternamente felizes.

G. Washington”

 

George Washington (1732 – 1799), um líder político, militar e estadista norte-americano, um dos Pais Fundadores dos Estados Unidos, aparece  à esquerda de seus companheiros na empolgante imagem esculpida na montanha do Parque Nacional de Mount Rushmore, na Dakota do Sul.


Os outros Pais Fundadores, em ordem da esquerda para a direita são, Thomas Jefferson, Theodore Roosevelt e Abraham Lincoln.



George Washington liderou as forças patriotas à vitória na Guerra da Independência em 1776 e seu nome foi dado à Capital Federal do país.




FONTES:

https://www.myjewishlearning.com/article/george-washington-and-the-jews/

https://www.google.com/search?q=George+washington+biografia&tbm=isch&source=iu&ictx=1&fir=5ViARXkf_n7jfM%252CyC0qNDBOZ_G0pM%252C_&vet=1&usg=AI4_-kRzrfKYus3ASeR4IWs9ERbw6l7hYQ&sa=X&ved=2ahUKEwiH58u7guzuAhWKHrkGHTS9AjoQ_h16BAgNEAE#imgrc=5ViARXkf_n7jfM

https://brasilescola.uol.com.br/guerras/guerra-independencia-dos-estados-unidos.htm

https://www.ebiografia.com/george_washington/

 

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

EDITORIAL: ADAR e a alegria no ar


E chegamos ao último mês do ano judaico. Mas como? - Quem tem alguma proximidade com o judaísmo dirá: o início do ano judaico é em Rosh Hashaná, por volta de setembro/ outubro! Outros ainda poderão lembrar do Ano Novo das Árvores - no dia 15 do mês de Shvat. Todos estão certos. A Torah traz três datas como o início do ano: o início do ano da natureza, o início do ano civil e também um início do ano para relembrar e celebrar o início do Povo de Israel, quando os descendentes de Jacob se encontram no deserto - esta muitos conhecem. Vamos falar hoje do mês anterior - o mês de Adar. O mês em que é celebrada a alegria, a sorte, a maravilha que é viver.


 



Este é o mês em que se comemora a festa de Purim (24 e 25 de fevereiro de 2021). O Carnaval! O mês de fantasias, desfiles e muita alegria. O mês em que a vida mostra todo o seu vigor.
Nos últimos três anos escrevemos algo sobre a Pérsia, hoje conhecida como Irã, que foi onde aconteceram os episódios ligados à Festa de Purim. Sobre como um dos conselheiros do Rei Arrashverosh induziu a que se ordenasse o extermínio dos judeus, e como a Rainha Ester, sobrinha de Mordechai, levou o rei a evitar tal desastre e como a Vida vence a morte. A mesma sequência, mudando os nomes e a gravidade dos fatos, continuou a ocorrer ao longo da história judaica e ao longo da história da humanidade.

Saber lembrar sem sucumbir às memórias e saber alegrar-se olhando o futuro é o que faz com que a vida seja temperada com sal e açúcar, pimenta e mel, que possa pular os obstáculos e fazer de cada um e cada uma o vencedor e a campeã. Nas comemorações de Purim, a história é lida nas sinagogas, as fantasias e o reco-reco são indispensáveis e este é girado todas as vezes que o nome do ministro é mencionado. Festas de rua, bailes e comidas especiais nos fazem lembrar que a alegria pode ser contagiosa. E que saber se alegrar é uma das principais armas que temos para suplantar dificuldades.

Mesmo no meio desta pandemia, olhando o vai e vem das vacinas, a possibilidade de mutantes de vírus enganarem anticorpos e a reação dos cientistas aprendendo a criar em velocidade recorde novos complementares, ou vasculhando rotas para fechar a porta ao invasor, vemos que há muitos pontos positivos e muitos avanços. Não esqueçam que, apesar das vacinas, o vírus pode continuar no ar - assim, para proteger os que ainda não estão imunizados é preciso que todos usem máscaras. Assim poderemos lembrar de Purim 2021, o carnaval que não necessita de quarta-feira de cinzas. Purim, o carnaval que aponta para um ano novo com regramentos que permitirão uma vida longa, apesar das cinzas.






Que a alegria de Purim e do Carnaval que comemora a vida se espalhe e que continuemos usando máscaras que salvam vidas!


Boa semana!

Regina P. Markus

terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

VOCÊ SABIA? - Nada Ortodoxa

 

Israel, de uma única estação de TV e de uma modesta indústria de cinema, passou a um dos melhores produtores de entretenimento do mundo!

Por Itanira Heineberg 



Você sabia que a série “Unorthodox”, que conta o drama de uma jovem Haredi em fuga do mundo ortodoxo onde nasceu e é baseada em uma história real está indicada para dois Globos de Ouro?

Este sucesso da Netflix, que mostra as dificuldades de uma jovem mulher ao abandonar o mundo ortodoxo em que foi criada e educada para encarar as novidades e grandes diferenças do mundo dos gentios, baseia-se no livro Unorthodox, obra autobiográfica de Deborah Feldman.

A série foi indicada na categoria “Melhor Minissérie ou Filme para televisão” e a atriz principal, a israelense Shira Haas, na de “Melhor atriz em minissérie ou filme para TV”.

Segundo Oscar Wilde, “A vida imita a arte mais do que a arte imita a vida” e suas palavras permanecem atuais; é exatamente isto que acontece com Deborah Feldman, a autora do livro em pauta.

Nascida em comunidade hassídica de judeus ultraortodoxos, Deborah cresceu debatendo-se com os preceitos e leis que desde cedo se via obrigada a cumprir.

Aos 17 anos casou-se contra seu desejo e após dois anos virou mãe. Em 2006, passou a viver sozinha com o esposo e em 2009 fugiu de casa, levando consigo o filho e abandonando para sempre a comunidade e os costumes que a faziam sofrer.

Seu livro é um relato apaixonado sobre suas dificuldades em aceitar o que não lhe parecia justo, em ouvir seus professores relatarem fatos diferentes dos que ela, às escondidas, lia na Torah em inglês que, a duras penas, conseguiu comprar com o dinheiro de seu trabalho cuidando de crianças para os vizinhos.

Como dizem os críticos, é um livro dolorosamente bonito.

Ela relatou sua história na primeira pessoa em 2012 na autobiografia “Nada Ortodoxa: A Escandalosa Rejeição de Minhas Raízes Judaicas”. Esta obra foi a inspiração para a minissérie da Netflix que leva o mesmo nome e que agradou o público em geral e os juízes do Globo de Ouro.


Shira Haas, primeira atriz israelense a ser indicada para o prêmio Globo de Ouro.


Shira nasceu em Israel em 1995 e iniciou sua carreira artística cedo. Além de vários outros troféus, recebeu ainda em 2020 o Prêmio do Festival de Fimes Tribeca por seu desempenho no drama israelense Ásia.

 


Aos 14 anos a jovem aspirante ao teatro iniciou seu trabalho apresentando-se em peças no Teatro Cameri, vivendo Ghetto em Ricardo III.

Sua primeira aparição na TV, em 2013, foi como Ruchami Weiss, uma jovem inquieta em busca da felicidade na série mundialmente aplaudida Shtisel.

Shira estudou na Escola de Artes Thelma Yellinem em Givatayim após servir no teatro militar do IDF, Exército Israelense.



Seu currículo inclui vários filmes e novelas; tão jovem e já com tantos trabalhos aplaudidos e premiados levaram-na a ser incluída na Lista Forbes de Israel conhecida como “30 antes dos 30”.





Como sabemos, a transmissão televisiva levou algum tempo a ser aceita em Israel.

Durante anos debateu-se sobre os prováveis efeitos da telinha na população do novo país.

David Ben-Gurion foi o líder da oposição à TV, “considerando que a renascente cultura hebraica viria a ser prejudicada com a introdução de valores estrangeiros, que o Povo do Livro viraria o povo da televisão, que valores ascéticos seriam substituídos pelo consumismo, que a política ideológica seria abandonada pela política da personalidade.”

Aqueles em prol da introdução da televisão acreditavam que o meio não carregava nenhuma mensagem intrínseca, que faria o que lhe fosse dito: informar, educar, ensinar hebraico, absorver imigrantes, promover a criatividade, emancipar grupos marginais, e finalmente, mostrar as conquistas de Israel para si e para o mundo.


Shira Haas está aí para provar que realmente a televisão e o cinema estão abrindo os horizontes artísticos e culturais do país para o mundo, mostrando a diversidade do povo, seus costumes, seus valores e a vontade de lutar, viver e criar.

 

FONTES:

https://www.jta.org/2021/02/03/culture/2021-golden-globes-all-the-jewish-nominees-from-mank-to-borat-to-unorthodox?utm_source=mjl_maropost&utm_campaign=MJL&utm_medium=email&mpweb=1161-27189-303275

https://helloisrael.tv/inside-israel-booming-film-television-industry/

https://www.timesofisrael.com/2021-goldenlnj-globes-all-the-jewish-nominees-from-borat-to-unorthodox/

https://www.nytimes.com/subscription?campaignId=9RXQY

 

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

EDITORIAL: E O OSCAR VAI PARA...

Contar uma história, guardar memórias, passar alguns momentos viajando pelo mundo da imaginação, por mundos distantes ou pertencentes à esfera dos sonhos. Há lugar para tudo no mundo do faz de conta: cada um pode escolher o que mais gosta. E como isto tem sido útil nestes tempos de pandemia.

Muitos livros e filmes, muitos sonhos e buscas têm, mais do que preenchido, valorizado o nosso tempo nestes meses de quarentena. Atentos a tudo e a todos, ávidos por novas informações e novos fazeres, tudo que possa ser feito no espaço que estes dias nos reservam nos atrai.

Assim, no dia 4 de fevereiro, recebemos uma notícia da Universidade de Tel Aviv com o título: "E o Oscar vai Para..... Uma equipe da Universidade de Tel Aviv que fez uma contribuição fundamental para a indústria cinematográfica"

Nestes tempos de COVID-19, de tantos eventos políticos acontecendo em Israel e do recrudescimento do antissemitismo que vemos nascer em muitas Universidades americanas e européias, resolvi que este seria o tema da semana!

A reação do Prof. Meir Feder, o líder da equipe, é contagiante.  Professor da Escola de Engenharia Elétrica da Universidade de Tel Aviv com doutorado no MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), o Prof. Feder teve uma carreira ligada aos Laboratórios da Bell e ao Instituto de Oceanografia Scripps. Trabalhou e desenvolveu algoritmos e projetos para a indústria de alta tecnologia, tendo recebido muitos prêmios. Criou ou fez parte de várias startups, incluindo a AMIMON - onde foi desenvolvida a tecnologia "Wireless Home Digital Interface" (WHDI™️) que cria as condições para aumentar a alta definição da imagem, mesmo trabalhando com filmadoras sem fio.

😔😕😜 e o tema começou a ficar muito técnico.... que merecia entender um pouco melhor o que significava esta indicação que mais uma vez destaca a importância das universidades de Israel na busca de caminhos inovadores em todas as áreas.

Minha busca extrapolou os caminhos de nossa temática, mas considerando a importância que têm para os avanços do conhecimento abro aqui um parênteses. Todos sabemos do Prêmio concedido anualmente pela "Academy of Motion Picture Arts and Sciences" ("Academia Cinematográfica de Artes e Ciências").  O famoso prêmio de Hollywood... que muitas vezes é rivalizado por outros ao redor do mundo, conceituando artistas e tipos de filmes que possam ser mais do agrado de uns e de outros. Os prêmios técnicos são considerados menores em relação à divulgação do melhor filme e melhores atores - os que aparecem na telona e nas telinhas.

Mas, esta semana, ao desenvolver o tema, indo atrás da história da Academia, ficou claro que a palavra Ciência não faz parte do nome por acaso, e que foi algo pensado desde o seu início. O cinema seria algo que seguiria com o tempo se o acompanhasse com novas tecnologias, e nada melhor para incentivar estas novas tecnologias do que premiar os que fizessem contribuições de destaque. Inovar e abrir caminhos em todos os campos é uma importante função das universidades ao redor do mundo, e as Universidades de Israel têm tido destaque como criadoras de conhecimento e inovação - e o Estado de Israel se destaca pela rapidez com que consegue levar as inovações ao mundo.

Hoje, vibramos com os que mereceram a indicação para o Oscar e lembramos que avançar em tecnologia e conhecimento constrói o futuro para as novas gerações.


Boa semana!

Regina P. Markus

terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

VOCÊ SABIA? - Ces heredia, “LA JUDIA” de Tampico

 

“Nasci para me destacar e meu judaísmo não foi exceção. Mas nem sempre foi fácil.”


Por Itanira Heineberg


Design de Grace Yagel, borboletas de borchee / Getty Images


Você sabia que uma menina brilhante, única judia em sua escola, lutou contra o antissemitismo ao seu redor e saiu vencedora e orgulhosa de sua ascendência?

A escritora e designer mexicana Ces Haredia relata que desde cedo muito lhe agradou ser o centro de atenções da família - a primeira filha, a primeira neta - e sentia com prazer os olhos amorosos de todos que a cercavam; isto a fazia feliz.

Na escola também tentava atrair os olhos ao seu redor, inscrevendo-se em todos os clubes existentes em busca de destaque e apreciação. Sentia que tinha talento, que tinha nascido para se destacar.

Mas o que mais a destacava era ser judia - aliás, a única garota judia da cidade, Tampico, uma pequena vila no nordeste mexicano.

Esta cidade é conhecida pelos caranguejos de água salgada, pela praia, pelas tortas de Barda, pela lenda urbana sobre alienígenas e, atenção: por não ter uma comunidade judaica.

 


Há mais ou menos cem anos houve em Tampico uma comunidade judaica. Mas com o passar do tempo, quase todos os judeus se foram - o que fez de Tampico uma cidade verdadeiramente católica.

 Ces encantava-se com o fato de ser a única menina judia em sua cidade, apesar de sentir falta de uma comunidade para, às vezes, amenizar sua solidão. Mesmo assim ela sentia-se diferente, ela tinha algo que a fazia especial.


“No início do 10º ano, mudei de escola para uma das melhores escolas particulares de segundo grau da região. Era uma escola conhecida e membro de um dos maiores grupos universitários aqui no México. A mudança me proporcionou uma pausa muito necessária e uma fuga de algumas das experiências mais negativas que tive na escola anterior, como a intimidação e a sensação geral de que simplesmente não me encaixava. Pela primeira vez, estava procurando misturar-me um pouco.

Esta nova escola parecia perfeita, exceto por um pequeno detalhe: era uma escola católica. Sim, o tipo de escola em que o uniforme era obrigatório, a missa obrigatória às sextas-feiras e três vezes por semana eu tinha "Formação Humana" - que era apenas um nome extravagante e não religioso para o estudo da Bíblia e história do catolicismo - como uma das minhas aulas curriculares obrigatórias. E então, sem mais nem menos, a garota que gostava de se destacar se destacou como um polegar ferido. Eu me tornei “La Judìa” - a garota judia.

Como um dos dois judeus da escola - sim, havia um outro judeu um ano acima de mim; não, nós nunca namoramos, para grande consternação de alguns dos meus colegas de classe que presumiram que o faríamos simplesmente por causa de nossas visões religiosas - constantemente me perguntavam minha opinião e "a perspectiva judaica" sobre Jesus, a Bíblia, Segunda Guerra Mundial, contracepção, aborto … quase tudo e qualquer coisa que eles pudessem inventar.

A certa altura, fui até convidada para ser oradora convidada em um fórum multi - religioso para seminaristas e alunos de filosofia na universidade à qual minha escola era afiliada. A experiência, embora um tanto recompensadora e diferente de tudo que eu fiz antes, foi principalmente estranha. Os organizadores calcularam que, uma vez que não havia rabinos por perto para servir como representantes oficiais da fé judaica, uma judia de 16 anos serviria. E então, lá estava eu, ao lado de um padre e de um pastor, tentando explicar para uma sala cheia de principalmente homens como um bris não era exatamente "a versão judaica de um batismo" e que um bat mitzvah não era nada como uma primeira comunhão.

 Embora a maioria dos membros do corpo docente e dos alunos respeitasse minhas visões religiosas diferentes e um tanto opostas, sempre havia aquele professor ou colega de classe a cada semestre que me isolava e tentava fazer com que eu me sentisse errada por ser o que era e por acreditar no que eu acreditava. Um professor de Formação Humana me disse que eu iria apodrecer no inferno por não acreditar em Jesus como o salvador da humanidade, um colega de classe "brincando", gritou comigo que meu argumento em um debate na aula de história sobre a Segunda Guerra Mundial era discutível e sem importância porque “Hitler acabou com todos os judeus”. O antissemitismo, mesmo que às vezes dissimulado, era real.

Minha resposta a comentários como esses geralmente era algo atrevido e irreverente - “Eu não acredito no inferno, mas se eu acreditasse, é onde a festa é, de qualquer maneira!” ou, “Eu ainda estou aqui, então ele (Hitler) claramente se enganou” - mas eu estaria mentindo se dissesse que sou completamente imune à negatividade que eles transmitiram. Embora eu nunca tenha experimentado qualquer forma de antissemitismo com risco de vida e nunca tenha sido tímida sobre meu judaísmo ou de compartilhar meu amor por todas as coisas judaicas, eu, aos 16 anos, comecei a considerar, mesmo que brevemente, se seria melhor apenas manter minha cabeça baixa e "me esconder", por assim dizer.

Após alguma consideração, decidi que me encolher não era meu estilo. Sempre me senti orgulhosa de ser judia e de ter certeza de que o mundo sabia disso. 

Ainda sou um dos poucos judeus da minha cidade. Mas agora, anos depois e com uma compreensão mais profunda de minha identidade como judia e mulher, eu orgulhosamente e sem qualquer hesitação me declaro “La Judìa”.


Eu prosperava com as pessoas sabendo que eu era diferente, então isso não seria exceção. Faço parte de algo maior - algo que foi passado de minha mãe para mim, de minha avó para ela e por incontáveis ​​mulheres e homens antes de nós. Tenho profundo orgulho em saber as diferenças entre o Natal e Hanukkah, em cantar Dayenu todos os anos no jantar da Páscoa e em saber exatamente o que os feriados judaicos inspiraram a cada parte de uma missa católica. Eu uso meu colar com a estrela de Davi todos os dias, ainda asso chalá e compartilho com meus amigos não judeus, e declaro com orgulho meu judaísmo em todo e qualquer aplicativo de mídia social e namoro em que estou."

 

Ces Heredia é uma escritora e designer mexicana que acredita que tudo é possível com um pouco de brilho, um pouco de amor-próprio e muito café.

 

 

FONTES:

https://www.heyalma.com/what-its-like-to-be-the-only-jew-in-a-small-mexican-town/?utm_source=mjl_maropost&utm_campaign=MJL&utm_medium=email&mpweb=1161-27158-303275

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

EDITORIAL: A HISTÓRIA COMO TESTEMUNHA - A VOLTA AO PASSADO

 A HISTÓRIA COMO TESTEMUNHA: A VOLTA AO PASSADO


A história do povo judeu começa há mais ou menos 3.400 anos e segue até os dias de hoje recheada de muitos sucessos pessoais, mas principalmente de uma forte noção de que só pode ser mantida por meio da passagem de conhecimento de geração em geração.

Há muitos fatos que são pouco conhecidos. Durante estes quase três anos, os Editoriais do Esh Tá Na Mídia têm ressaltado muitos destes pontos. Esta semana, é muito propício fazer um recorrido focando na palavra RACISMO. Em geral, o termo é associado à população negra e mulata, reservando-se aos judeus a palavra ANTISSEMITISMO. Eu certamente poderia discorrer sobre muitos episódios de racismo e antissemitismo que vemos acontecer o tempo todo. Hoje, no entanto, vou colocar fatos que unem estas duas formas de discriminação.


NEGROS E JUDEUS  sec -14 AEC & sec XX-XXI



Nesta semana é lida a porção da Torah (parashat) chamada Jetro (Yitró). É a única porção que começa com o nome de uma pessoa, e é nela que se encontra a base do judaísmo tanto legal quanto operacional. Começando de trás para frente, D'us apresenta pela primeira vez os dez mandamentos. Antes disso, o homem chamado Yitró diz a Moisés como ele deveria organizar um conjunto de pessoas sábias que poderiam auxiliar de forma eficaz seu relacionamento com todo o povo, e lemos a formação de cortes judiciais de diferentes instâncias e também formas de administrar muitas pessoas. Continuando nossa leitura de trás para frente ficamos sabendo que Yitró, um homem muito sábio, é o pai da esposa de Moisés e o avô de seus filhos. Seguindo nossa leitura e chegando na parte primeira a ser lida, está descrito que Yitró, líder dos medianitas é KUSHI. Esta é a palavra hebraica para designar negros. 

Sim, o sogro de Moisés era negro e os seus descendentes, mestiços. E este homem, considerado um sábio, foi quem introduz, de acordo com o relato bíblico, um sistema de organização comunitária que prevaleceu por 3.400 anos. Todas as comunidades judaicas ao redor do mundo organizam sistemas educacionais, de auxílio aos necessitados e da vida do dia a dia de forma muito semelhante à sugerida por Yitró.

Mas o que têm estes dois parágrafos com o tema desta semana? Ao preparar o material para este editorial, queria alguma figura de Yitró. E, qual não foi a minha surpresa ao encontrar apenas figuras de homens brancos! A única de consegui visualizar que sugere ser Yitró uma pessoa negra é a que coloquei acima - mas neste caso podemos pensar que os dois homens têm a pele mais escura. Não há uma figura que mostre de forma clara o que está escrito. Será isto racismo? Será isto hábito e costumes? Certamente podemos pensar que é falta de conhecimento dos textos originais. Sem importar qual é a resposta, vale guardar que em uma das passagens mais importantes da Torah, há a mensagem que as relações entre os homens envolve uma organização de respeito, dando direitos e empoderando todos.

Pulando diretamente para os séculos XX e XXI, encontramos outro maravilhoso exemplo de convivência. Este já foi mencionado por muitas vezes - A MARCHA de SELMA no ALABAMA, quando o Rabino Abraham Joshua Herschel anda ao lado do Pastor Martin Luther King Jr. em protesto ao racismo contra os negros em muitos estados americanos. "Rezando com os Pés"- em combate ao racismo.

Aqui tive outra surpresa. Procurando fatos que desconhecia, me deparo com a fala de Herschel Walker no Austin College no dia reservado à Memória de Martin Luther King Jr. Eu não sabia quem era Herschel Walker. Este atleta profissional de futebol americano, nascido e educado em um ambiente pobre,  superou racismo e marcas deixadas por agressões e tornou-se um campeão com alta capacidade técnica e muito respeito pelo adversário. Em uma longa conversa motivacional, inspira outros jovens americanos neste dia. Meu ponto aqui vai além dos fatos. Fiquei impressionada com o seu nome. Herschel o Andarilho - Herschel Walker - É a história seguindo o seu curso positivo e mostrando que não iremos no futuro apenas repetir os erros do passado, como uma espiral que nunca acaba.

Apesar de todos os problemas encontrados ao longo de 3.400 anos, as marcas positivas vão sendo deixadas de forma a promover A VOLTA AO PASSADO.


Boa Semana!

Regina P. Markus












segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

VOCÊ SABIA? - O processador de alimentos de 350 mil anos

 

Por Itanira Heineberg


Você sabia que o primeiro processador de alimentos do mundo, de 350.000 anos, foi encontrado perto de Haifa, ao norte de Israel? O desgaste, agora conhecido por ter começado pelo menos 350.000 anos atrás, é um precursor de uma virada de jogo no comportamento e na evolução humana: moer grãos.


A ferramenta de abrasão mais antiga já encontrada tem cerca de 350.000 anos e foi descoberta na Caverna Tabun no Monte Carmelo.

A pedra abrasiva dolomita se destacou entre as dezenas de milhares de ferramentas de pedra enformadas encontradas lá, diz a equipe da Universidade de Haifa. Crédito: Iris Groman-Yaroslavski

(crédito da foto: CORTESIA DR. IRIS GROMAN-YAROSLAVSKI)



Este instrumento acima é a ferramenta de abrasão mais antiga até agora encontrada. Os pesquisadores acreditam que o apetrecho tenha sido utilizado na tentativa de processar alimentos.

 

 

 

Um novo estudo publicado no prestigioso Journal of Human Evolution pelo Dr. Ron Shimelmitz, Dra. Iris Groman-Yaroslavski, Prof. Mina Weinstein-Evron e Prof. Danny Rosenberg do Instituto Zinman de Arqueologia da Universidade de Haifa identifica a mais antiga ferramenta usada para lixar vários materiais há cerca de 350.000 anos, antes do aparecimento do Homo sapiens.”

 

A grande surpresa dos arqueólogos israelenses é que esta engenhoca de pedra com idade tão avançada, provavelmente utilizada para triturar alimentos e víveres da natureza, teria sido fabricada pelo menos 50 mil anos antes do aparecimento do Homo Sapiens.

 

A pedra arredondada de dolomita que apresenta minúsculos sinais de abrasão encontrava-se na Caverna Tabun, Monte Carmelo, um dos mais representativos locais da pré-história em Israel e no mundo inteiro.

Mais uma surpresa para os pesquisadores: esta descoberta é anterior aos aproximadamente 150 mil outros aparatos encontrados até nossos dias com indícios de esfolamento.

      

“Embora não tenhamos conseguido associar esse item com certeza ao processamento de alimentos, é altamente provável que tenha sido utilizado para esse fim. Seja qual for o caso, para aqueles de nós que estão envolvidos na arqueologia da comida e dos métodos de processamento de alimentos em diferentes períodos - da pré-história aos tempos modernos - este pequeno seixo de Tabun é de enorme importância. Permite-nos explorar as primeiras origens do ato de abrasão e ver como as capacidades cognitivas e motoras que se desenvolveram ao longo da evolução humana levaram a fenômenos que continuam a ser importantes na cultura humana moderna. Esses processos tiveram seus começos na abrasão e no desenvolvimento de técnicas de processamento de alimentos, e se estenderam a domínios como a transição para assentamentos permanentes, agricultura, armazenamento e o aumento da complexidade social e econômica.” 

 

Os pesquisadores concluíram no artigo que “a descoberta incomum da Caverna Tabun mostra que os hominídeos processavam vários materiais por meio de abrasão há 350.000 anos.

Em outras palavras, em um estágio muito inicial, eles adicionaram uma tecnologia crucial ao seu kit de ferramentas, mostrando que estavam dispostos e eram capazes de processar materiais de várias maneiras para maximizar a exploração dos recursos que encontraram ao seu redor.”

 

A Caverna Tabun, que faz parte dos Sítios da Evolução Humana da UNESCO no Monte Carmelo, as Cavernas Nahal Me'arot / Wadi el-Mughara, é única devido à série de aproximadamente 100 camadas arqueológicas sobrepostas que foram expostas nela, testemunhando as atividades dos hominídeos nos últimos 500.000 anos.

 

Por noventa anos o site tem sido um importante foco para o estudo da evolução humana. A descoberta inovadora foi parte de um novo projeto liderado por Shimelmitz, junto com Weinstein-Evron e parceiros de Israel e do exterior. O projeto está fazendo com que os cientistas reexaminem descobertas de escavações anteriores no local como parte do projeto apoiado pela Fundação de Ciência de Israel, Fundação Gerda Henkel e Fundação Dan David.

 

Ao analisar as descobertas nas escavações realizadas na caverna na década de 1960 pelo Prof. Arthur Jelinek da Universidade do Arizona que não foram pesquisadas ou publicadas anteriormente, Shimelmitz percebeu que uma das pedras apresentava sinais claros de abrasão. Esses sinais eram semelhantes aos encontrados em ferramentas de pedra muito posteriores, mas nunca haviam sido vistos antes em ferramentas tão antigas.

Uma análise cuidadosa do item nos laboratórios do Instituto Zinman de Arqueologia forneceu um perfil sistêmico dos sinais de desgaste do uso na superfície da pedra. A pesquisa, realizada em conjunto com Rosenberg e Groman-Yaroslavski, chefe do Laboratório de Análise de Desgaste de Uso, se concentrou em um exame microscópico da pedra.

Para entender e interpretar os padrões observados no microscópio, os pesquisadores realizaram uma série de experimentos de abrasão controlada usando seixos dolomita naturais coletados no Monte Carmelo que têm características semelhantes ao seixo encontrado na caverna Tabun. Durante o experimento, vários materiais foram lixados em diferentes períodos de tempo usando as pedras, que foram imediatamente submetidas a um exame microscópico para identificar os padrões de abrasão criados nos experimentos. “Embora os resultados não tenham mostrado uma correlação completa entre os padrões de abrasão vistos na pedra única e aqueles que documentamos em nossos experimentos, encontramos um alto nível de semelhança com as marcas de abrasão encontradas após a abrasão de peles de animais. Assim, concluímos que a antiga ferramenta de pedra era usada para lixar materiais macios.

“Embora esta ferramenta seja ostensivamente 'simples', seu surgimento em uma data tão precoce e o fato de ser incomparável nas descobertas deste estágio inicial da evolução humana significam que é de importância global”, disseram os pesquisadores.

"Em essência, a evolução da tecnologia manifestada nas ferramentas de pedra é um reflexo direto dos padrões de mudança na capacidade dos antigos hominídeos de moldar seu ambiente", explicou Shimelmitz, observando que o período de 400.000 a 200.000 anos atrás viu algumas das mais importantes inovações tecnológicas e mudanças significativas no comportamento humano. “Por exemplo, o uso do fogo passa a fazer parte da rotina diária, assim como a utilização de acampamentos de onde os hominídeos saíam para diversas atividades. Assim, a tecnologia de abrasão não aparece isoladamente, mas como parte de uma rede de mudanças mais amplas que, em certa medida, antecipa o comportamento mais complexo com o qual estamos familiarizados em hominídeos posteriores, como os neandertais e o Homo Sapiens”.

A próxima evidência do uso de abrasão vem somente depois de cerca de 150.000 anos, levando os pesquisadores a especular se essa habilidade foi perdida por quase 200.000 anos e então encontrada novamente.

 

Esta será uma das questões em que os arqueólogos se concentrarão quando continuarem suas pesquisas sobre esta pedra.”


Pequena pedra de 350 mil anos revela evolução cognitiva humana. Caverna Tabun, sul de Haifa.


FONTES:

https://br.sputniknews.com/ciencia_tecnologia/2020102216262610-ferramentas-na-dinamarca-indicariam-chegada-neandertais-a-europa-muito-antes-do-imaginado-foto/

https://br.sputniknews.com/ciencia_tecnologia/2020122816691517-pequena-pedra-de-350-mil-anos-revela-evolucao-cognitiva-humana-fotos/

http://roxcorp.com.br/pequena-pedra-de-350-mil-anos-revela-evolucao-cognitiva-humana-fotos-4134.html

http://israelagora.com.br/israel/arqueologia/arqueologia-judaica/uma-virada-de-350000-anos-na-evolucao-humana-encontrada-em-israel/