Marcadores

sexta-feira, 27 de maio de 2022

Editorial - DIA DE JERUSALÉM - יום ירושלים & Dia da Memória dos Judeus Etíopes

DIA DE JERUSALÉM - יום ירושלים

Dia da Memória dos Judeus Etíopes

28/29 Maio 2022                     28 Iar (5782)

 

O antissemitismo mundial e no Brasil vem aumentando a cada ano. O "apagamento" de importantes achados israelenses no campo da agricultura, saúde, água, clima e ciência básica faz com que as informações que recebemos fiquem muito aquém do que acontece na realidade. A grande mídia passa ao largo de atentados diários que ocorrem em Israel. Atualmente há vários grupos, alguns organizados profissionalmente e outros voluntários, que mostram os bastidores deste conflito que acontece há mais de 2000 anos.

Muitos eventos aconteceram nestas últimas semanas, alguns atingiram a grande imprensa e outros circulam na mídia eletrônica. A pergunta que faço no momento é como o povo judeu sobrevive, vive e continua estando na vanguarda de seu tempo?

Ter a possibilidade de unir gerações e fazer com que pessoas oriundas de diferentes regiões do planeta tenham elos comuns é uma das respostas. Este elo não é via religião, como pensam muitos ocidentais, ou pelo aspecto físico ou etnia, como determinado por vários dos que quiseram eliminar o povo judeu. Este elo é através da educação de hábitos e de costumes que podem ter ligação com a religião, hábitos do dia-a-dia e comemorações de datas marcantes que acontecem ao longo destes mais de 3000 anos.

JERUSALÉM – a eterna capital do povo judeu. O local do planeta para o qual todos os judeus que rezam se voltam. Todos olham para um mesmo lugar físico. Um lugar na Terra, pois somos os habitantes deste planeta e nossa sobrevivência como espécie depende da sobrevivência da Terra.

 

Dia de Jerusalémum dia de celebração instituído no século XX.

 

O Plano de Partilha do Mandato Britânico da Palestina votado pela ONU em 1947 propunha que Jerusalém fosse uma Cidade Internacional, sem exclusividade árabe ou judaica, por dez anos. Findo este período, um referendo consultando os cidadãos de Jerusalém estipularia a que nação a cidade estaria ligada. A liderança judaica no Mandato Britânico da Palestina acatou a decisão da ONU mas os árabes recusaram e iniciaram um conflito armado com o Estado de Israel. Os exércitos invasores eram formados por unidades do Egito, Síria, Iraque, Jordânia, Líbano e Arábia Saudita. Neste contexto os judeus perderam a Cidade Antiga de Jerusalém. A parte da Cidade conquistada pelos romanos nos anos 70, onde foram construídos os dois Templos Sagrados e onde há memórias judaicas da antiguidade e dos 2000 anos de diáspora. Os judeus que residiam na parte leste de Jerusalém foram expulsos, 58 sinagogas foram destruídas e os túmulos do Cemitério Judaico localizado no Monte da Oliveiras foi destruído. Os túmulos foram utilizados como material de construção e serviram para pavimentar ruas.

Anos mais tarde, também num contexto em que os exércitos árabes invadem Israel - a Guerra dos Seis Dias (1967) - ocorre a unificação da Cidade de Jerusalém. Esta cidade, considerada santa pelos judeus, cristãos e mulçumanos foi capital de Estados Judeus da Antiguidade. A forma de não esquecer Jerusalém e manter a ligação com a cidade de David foi incutir o desejo de a esta cidade poder voltar – NO PRÓXIMO ANO EM JERUSALÉM – frase que é repetida em várias oportunidades por judeus do mundo inteiro.

Os judeus etíopes, que são descendentes da Rainha de Sabá e voltaram para a Etiópia ainda nos tempos bíblicos também cantam a mesma estrofe. Interessante lembrar que estes judeus não tiveram contato com as comunidades internacionais até o século XX e suas tradições não incluem os debates talmúdicos.

Para lembrar o dia em que Jerusalém foi unificada, Moshe Dayan instituiu em 1967 o Dia de Jerusalém e posteriormente o Rabinato Central de Israel declarou que este seria também um feriado religioso. Seguindo a história, os judeus etíopes chegaram a Israel trazidos inicialmente pela Operação Moisés (novembro 1984). Como no Brasil, a integração entre os diferentes tons de pele humana é um fato a ser trabalhado. Pnina Tamano-Shata, a atual Ministra da Imigração, nasceu na Etiópia e foca em processos de integração. Muita água ainda tem que correr nos maravilhosos rios brasileiros e no muito menos exuberante, mas muito cantado Rio Jordão de Israel para que a humanodiversidade seja uma realidade social.

Comemorar e honrar é uma das formas de respeitar e destacar. Mais recentemente o Dia de Jerusalém, que lembra a união física da cidade eterna, passou a ser conhecido como dia da Memória dos Judeus Etíopes – em memória aos judeus etíopes que morreram a caminho de Jerusalém ao longo da história – e também celebrar a União do Povo Judeu. Um ramo desgarrado há mais de 2000 anos junta-se aos demais na Terra de Israel, na Cidade de Jerusalém.

Aproveitemos desde o por do sol do dia 28 de maio até o por do sol do dia 29 para comemorar a união de Jerusalém e a resiliência dos que sabem transformar a sobrevivência em uma Vida para as Futuras Gerações.

 

Boa Semana!

Regina P Markus

quarta-feira, 11 de maio de 2022

Israel - uma nação entre as nações

Israel - uma nação entre as nações


Ser uma nação entre as muitas nações do mundo parece ser algo natural. No entanto, há muitos povos e muitas culturas e religiões que se consideram superiores e de forma sistemática buscam trazer todo o mundo para as suas fileiras, ou tentam eliminar ou subjugar os demais. Exemplos existem aos milhares. O raro é encontrar grupamentos humanos que mantêm sua identidade e respeitam a identidade dos demais.























Israel, ao longo de sua história milenar, tem mantido a sua cultura e costumes em mais de 2 mil anos de diáspora. Os costumes básicos são muito semelhantes na India, Etiópia, Lituânia, Alemanha, Estados Unidos, Argentina e Brasil - e em todos os demais países que queiramos nominar. 


Alguns identificam estes costumes com a religião judaica, outros com a forma de organizar a comunidade, seja ela religiosa ou laica. Com a criação do Estado de Israel, este passou a manter uma ligação especial com todas as comunidades judaicas no mundo. E a sua inserção entre as nações em muito se assemelha à inserção dos judeus nos diferentes países do mundo. Admirado por sua capacidade de trabalho e de conquistas nos campos da ciência, tecnologia e cultura, Israel sofre um processo de difamação e ataques embasados em construtos que têm pouca aderência com a verdade.



Repetir uma estória por milhares de vezes faz com que nos acostumemos com a narrativa e transforma imaginações em verdades. Apenas a sobrevivência do homem ou da nação que sofreu este tipo de difamação pode ao longo dos anos dar espaço aos fatos.

O Estado de Israel é um estado multiétnico e democrático. O Povo Judeu é um povo multiétnico regido por uma coleção de hábitos, costumes e leis passíveis de adaptação e análise.  

Atualmente, o Povo Judeu e o Estado de Israel têm sido alvos de um processo de desconstrução baseado em narrativas ligadas à religião e à ancestralidade judaica nas terras de Israel. Um foco importante é a cidade de Jerusalém e o Monte Moriah - conhecido desde os tempos bíblicos. Neste local foi descrito que um anjo trouxe um cordeiro para ser ofertado por Abraham no lugar de seu filho Isaac, e neste local foram construídos os dois Templos de Jerusalém. Contos e recontos sobre a relação árabe-israelense feitos por grupos específicos com o objetivo de eliminar o Estado de Israel se acumulam ao longo dos anos. Israel tem sido um país que tem sofrido mais sanções de organismos das Nações Unidas do que qualquer outra nação. 

HOJE - maio de 2022 - quando o mundo assiste a invasão russa em terras ucranianas, quando Israel sofre uma sucessão de atentados dentro de seu território, encontramos algumas histórias que nos enchem de esperança, e é esta esperança que quero compartilhar com vocês.

Fatos novos estão acontecendo dentro das Nações Unidas que mostram o quanto muitos dos documentos gerados por especialistas ditos independentes e isentos são enviesados. O professor canadense de direito Michael Lynk publicou em abril de 2022 um relatório apontando práticas de apartheid em Israel. Este relatório omite todos os atentados que Israel vem sofrendo e reflete posições políticas pessoais. Estas posições foram confirmadas hoje, quando o Presidente da Autoridade Palestina, Mouhamoud Abbas, faz a entrega de uma comenda denominada "Ordem da Estrela de Jerusalém". Onde fica a isenção? Até o nome da comenda é peculiar!

Vale lembrar que em 2016, quando Michael Lynk foi nomeado para o Conselho de Direitos Humanos da ONU, sua falta de imparcialidade foi denunciada pela organização UN WATCH e encontrou objeções no governo canadense. Desta vez, a proximidade entre o relatório e a distinção evidenciaram a falta total de imparcialidade.

Em Israel árabes, judeus, drusos, beduínos, cristãos, mulçumanos e ateus não só convivem nas ruas como são representados no parlamento.


Em muitos serviços encontramos judeus e mulçumanos trabalhando e rezando lado a lado, como na foto acima. Olhando cada um para o seu lugar sagrado. O judeu para Jerusalém e o mulçumano para Meca.

E é do leste que vem acontecendo a maior mudança. Temos nos referido com frequência às grandes mudanças nas relações entre Israel e os Países Árabes que se iniciaram com o Acordo de Abrahão e seguem com trocas comerciais, tecnológicas, culturais e muito mais.

Esta semana Mario Fleck, dirigente comunitário brasileiro e Presidente dos Amigos do Instituto Weizmann Brasil e da Congregação Israelita Paulista, enviou um relato muito interessante da visita que está fazendo em Bahrein. Aqui está o link para acompanhar o relato, que mostra que os laços entre Israel e os Países do Golfo estão mudando o discurso que ocultava a verdade.

Países parceiros e povos com longos laços de relacionamento. Agora, as boas práticas começam a ser reveladas e temos a certeza que destes momentos de lusco-fusco conseguiremos novamente trilhar caminhos de amizade e interação. Israel - Uma Nação Entre as Nações - um povo entre os povos - um povo que se distingue porque admite que todos os outros devem existir.

Na diversidade encontramos a força do povo judeu e na diversidade encontraremos a força humana que habita este planeta.

Saudações,

Regina P. Markus


 

terça-feira, 3 de maio de 2022

Yom Haatzmaut - Yom Hazikaron - Ser Livre é Ter Memória


74 ANOS - ISRAEL é UMA REALIDADE! 

                                              EU LEMBRO - EU SEI - EU TENHO!




                    "Israel é um povo milenar" 

Poucos são os que duvidam desta afirmação, mas muitas são as formas de identificar o povo de Israel! 

FILHOS DE ISRAEL - POVO DE ISRAEL - e quem é Israel? O segundo nome de Jacob - o nome que lembra a luta com o anjo e a busca da identidade! No Egito - quando é formado o Povo de Israel, depois conhecido como Povo Judeu, ao lado do leito de morte de Jacob/Israel - seus filhos dizem "Ouve Israel, o Senhor é nosso D'us, o Senhor é UM! Shema Israel, Adonai Eloheinu, Adonai Echad. Estes versos estão na Torá e foram recitados ao longo de milênios como forma de identificação e como a reza noturna, quando alma e corpo descansam. Religiosos, místicos e ateus têm diferentes interpretações para esta frase, mas todos a conhecem.

ISRAEL - o povo - os filhos de Jacob! Dispersos nos quatro cantos do mundo, sempre tiveram um sonho: o sonho de retornar à Terra de Israel, à Terra ancestral, a Terra localizada na encruzilhada entre oriente e ocidente. 

No final do século XIX, na Europa Oriental, começa o movimento sionista moderno que visa o estabelecimento de um Lar Nacional Judaico nas terras que abrigaram os reinos  bíblicos. Nesta época, as terras de Israel faziam parte do Império Otomano. Rabinos de linhas ortodoxas como Yehuda Alkalai (Sérvia, 1878-1978), Naftali Zvi Yehuda Berlin - Netziv (Bielorrúsia, 1816 - 1893), Tzvi Hirsch Kalischer (Prússia, 1795-1874) e vários outros. Rabi  Kalischer publicou em 1862 o livro Drishat Tzion (Caminho de Sion) que preconizava a compra e o cultivo de terras em Israel, a fundação de escolas de agricultura em Israel e em outros países e a formação de um sistema de defesa para as novas colônias. O olhar para Sion incluía Jerusalém, a cidade aonde devem ser levadas as oferendas. (Aqui abro um parênteses para lembrar que Corbán, como está na Torá, significa OFERENDA e não sacrifício como foi traduzido do grego). E, ao final do livro convida os leitores a tomarem parte ativa nas sociedades sionistas que se formavam na época.

É no século XIX que encontramos as histórias de Moïse Crémieux, Moses Montefiore, Edmond James de Rothschild e Albert Cohn. Envolvimento de muitos e um entendimento que este seria um ponto de inflexão no futuro fez com que a  "Alliance Israelite Universalle" criasse a Escola de Agricultura Mikve Israel nas terras do Império Otomano em 1870. Há ainda muitos pontos a serem explorados destas épocas em que o antissemitismo ganhava força.

Fora do contexto judaico, ou melhor, do antissemitismo dirigido a populações judaicas não assimiladas ao mundo ocidental, acontece o Caso Dreyfus. Um oficial do exército francês é acusado e condenado injustamente. Theodor Herzl (1860-1904), um jornalista austríaco, um judeu não praticante, integrado à sociedade civil da época, fica impactado com as muitas injustiças praticadas e lança seu livro "O Estado Judeu - Uma Solução Moderna para o Problema Judaico" (1895) e propõe a criação de um Congresso Sionista Mundial visando o estabelecimento de um Lar Nacional Judaico. EshTáNaMída apresentou o tema. O primeiro Congresso Sionista (Basiléia, 1897), presidido por Theodor Herzl lança as bases do movimento sionista moderno, introduz o hino dos Hovevei Tzion (Amantes de Tzion) que mais tarde recebe o nome de Hatikva (Esperança) e hoje é o hino do Estado de Israel. 

Contar a história do sionismo desde 1897 até 1948, ano da Declaração da Independência de Israel, é uma tarefa a ser feita com detalhes. Por isso convidamos o leitor a dar um salto de 51 anos (1948-1987), e em seguida de 74 anos (2022-1948)! Sim! fechem os olhos e imaginem - 121 anos! E neste intervalo está a primeira guerra mundial, quando se encerra o Império Otomano e se inicia o Mandato Britânico da Palestina. A seguir vem a segunda guerra mundial e a Shoá - quando 6 milhões de judeus são mortos; a luta pela terra e a Declaração de Independência de Israel (1948). E durante 74 anos o Estado de Israel tem várias conquistas militares, que garantem sua existência, mas as conquistas mais impressionantes estão no campo social e no campo do saber.

Israel é hoje um estado democrático que tem um parlamento composto de representantes árabes, judeus, cristão, drusos. Representantes de várias matizes políticas. A instabilidade resultante das formas diferentes de pensar, muitas vezes de formas mutuamente exclusivas é compensada pela importância que é dada à diversidade humana. Assim como o povo judeu é formado de pessoas de todas as cores e abriga pensadores das mais diferentes correntes, o mundo político israelense, tem que conviver com o contraditório. Nem sempre fácil, mas segue e segue e segue... 

Israel é hoje um estado que possui importantes universidades e institutos de pesquisa que são capazes de explorar as fronteiras do saber. O que mais impressiona é a forma que encontrou para romper com o tão falado "vale da morte", onde muitos dos conhecimentos não conseguem ser transformados em serviços ou produtos. 

E agora, em tempos recentes está sendo incrementada uma colaboração baseada em relações humanas e interesse comum com vários países árabes. 

Chegamos então ao momento de falar de Iom Ha-Atzmaut (dia de independência - 5 de Iar, noite de 4 de maio até o anoitecer de 5 de maio de 2022). EU LEMBRO - EU SEI - EU TENHO.

Uma semana antes de Iom Ha-Atzmaut tem o dia de Iom Ha-Shoá ve Guevurá (Dia do Holocausto e do Heroísmo), um dia antes é Iom Ha-Zikaron (Dia da Lembrança). 

Manter viva a imagem do Holocausto, da Shoá, é uma forma de dizer nunca mais! Juntar a este dia a lembrança dos heróis nominados e anônimos, judeus e não judeus, que salvaram vidas e amenizaram sofrimento no meio de um dos períodos mais terríveis da humanidade é uma forma de lembrar que sempre há o bem e o bom em tudo o que acontece. A constatação destes fatos empodera as futuras gerações, dando a certeza que nós, seres humanos TEMOS a possibilidade de escolha. 

Manter viva a memória dos combatentes que lutaram e lutam para que Israel continue existindo como o Lar Nacional Judaico é uma forma de honrar a todos que dão suas vidas e que vivem o dia a dia de uma nação vibrante.

E terminar, com alegria, comemorando o dia da Independência é a maneira judaica de mostrar que sempre há esperança. E este é o nome do Hino Nacional do Estado de Israel, Hatikva - Esperança.

O sonho sionista do século XIX tornou-se realidade.

Comemoremos a VIDA e não percamos a ESPERANÇA,


Regina P. Markus

segunda-feira, 2 de maio de 2022

VOCÊ SABIA? - Harry Haft

 

Judeu boxista em campo de concentração?

THE SURVIVOR, literatura do Holocausto, e o dilema da vida pela vida.

Por Itanira Heineberg


Harry Haft, personagem do livro “HARRY HAFT, SOBREVIVENTE DE AUSCHWITZ, ADVERSÁRIO DE ROCKY MARCIANO” de autoria de Alan Haft, filho mais velho de Harry, agora também no cinema.


Você sabia que sobreviver o Holocausto exterminando os próprios irmãos num ringue de box, como os gladiadores da antiga Roma, não é suficiente, não apaga o passado nem traz a almejada paz no pós-guerra?

Fica impossível sobreviver às lembranças terríveis dos campos, a culpa por não ter feito mais, os pesadelos de cada noite.

Harry Haft, um judeu polonês de dezesseis anos, foi levado para um campo de concentração em 1944.

Lá forçaram-no a lutar contra judeus aprisionados, companheiros de maus tratos como ele, em combates desumanos, sem luvas, para divertir os maléficos oficiais da SS.

Em sua primeira luta Harry descobriu que o vencido morria ao final da briga com um tiro certeiro, em meio ao ringue, e concluiu que sua sobrevivência ia depender de sua capacidade de vencer. Essa experiência angustiante e dolorosa fez dele uma pessoa amarga e violenta.

Esta é a história de Harry Haft contada por seu filho mais velho, Alan Haft, “uma vítima do holocausto com uma história singular de resistência, desespero e amor não correspondido.”



Em meio às celebrações do Dia do Holocausto, deparei-me com a vida e experiência dolorosa de Haft nas mãos dos nazistas ao ler sobre o filme lançado no HBO em 27 de abril, no Dia da Shoah.

“Eu não odeio judeus”, diz o oficial da SS Dietrich Schneider no novo filme “O Sobrevivente”. “Todos os grandes impérios são construídos sobre a destruição de outro povo. E sua raça foi expulsa de todos os países cristãos por quanto tempo, 1.000 anos?”

“Por não fazer nada”, diz Hertzko Haft, de 18 anos. "Para viver."

“Mas você não revidou”, diz Schneider. “Qualquer pessoa lógica veria isso acontecer quando Hitler chegasse ao poder. A retirada de seus direitos. As humilhações. Mas seu povo se recusa a se salvar.”

“Sou polonês”, diz Haft. “Para onde deveríamos ir?””

Após a guerra, Haft viajou para a América em busca da liberdade, lá trabalhando como boxeador e logo obtendo sucesso profissional ao aplicar sua experiência, perspicácia e determinação de vencer.

Procurou com afinco por sua namorada Leah de quem fora separado durante a guerra e já em solo americano e com sucesso nas arenas, intensificou sua busca quando veio a conhecer Miriam, que muito o auxiliou nesta tarefa. Depois de algum tempo com ela casou criando uma linda família com três filhos.

 

Em uma batalha histórica, Haft defronta-se em uma luta com Rocky Marciano, o futuro campeão mundial invicto dos pesos pesados. A carreira de boxe de Haft o leva ao mundo de lendas do boxe como Rocky Graziano, Roland La Starza e Artie Levine, e ele revela novos detalhes sobre a corrupção desenfreada em todos os níveis do esporte.”

 

“Harry Haft é um sobrevivente em apuros, desafiando a capacidade do leitor de entender o sofrimento e encontrar compaixão por um anti-herói cuja vontade de sobreviver ameaça sua própria humanidade. O relato de Haft, ao mesmo tempo desapaixonado e profundamente absorvente, é uma história extraordinária e uma contribuição inestimável para a literatura do Holocausto.”

 

“Este filme influenciador é uma homenagem ao espírito indomável de Harry Haft, enquanto explora as escolhas morais angustiantes que os prisioneiros dos campos de concentração tiveram que fazer, e o trauma e a culpa com que muitos viveram pelo resto de suas vidas.

Entre a performance impressionante e transformadora de Ben Foster no papel de Haft, a música assombrosa e a iluminação sinistra durante grande parte do filme você sente como se estivesse no inferno de um acampamento ou na escuridão que consome Haft pelo resto de sua vida. A desumanidade, degradação, tortura – tudo parece muito real. Isso precisa ser visto pelo público em geral.”

 

Com a história do Holocausto sendo negada por muitos e distorcida por tantos outros, com o antissemitismo alastrando-se pelos continentes, uma experiência como a de Haft deve ser contada e apresentada para todos que ainda ignoram os tristes fatos da história do mundo.

 

Assistamos ao curto vídeo do trailer oficial  de “O Sobrevivente” já em exibição na HBO:

 


 

Quarenta por cento dos estudantes universitários desconhecem o que foi o Holocausto.

“Hoje, os ataques a judeus aumentaram 400% somente em Nova York; mentiras descaradas sobre Israel abundam nas universidades, na mídia e até no Congresso. A esquerda formalizou um apagamento ideológico da identidade judaica. “Globalizar a Intifada” está se firmando como o novo mantra do despertar.”

 

Assim sendo, no intuito de relembrar a História e acordar os mal-informados, acrescentamos abaixo uma lista de bons e artísticos filmes sobre o Holocausto, filmes estes que evitam a emoção barata, apresentam experiências que precisam ser conhecidas e jamais perdidas ou esquecidas:

 

Ida (2013, Polish)

The Pawnbroker (1964)

Phoenix (2014, German)

Son of Saul (2015, Hungarian)

1945 (2016, Hungarian)

Train of Life (1998, French - não confundir com Life is Beautiful, anterior a este)


Cena do filme “1945”, onde pai e filho retornam dos campos de concentração e são mal recebidos pelos aldeãos de seu vilarejo.



FONTES:

https://www.imdb.com/name/nm1105713/bio?ref_=nm_ov_bio_sm

https://noticias.plu7.com/219181/internacional/the-survivor-investiga-o-dilema-do-boxe-de-harry-haft-em-auschwitz/

https://sfi.usc.edu/events/reboot-ideas-presents-survivor

https://jewishjournal.com/culture/arts/film/347362/you-didnt-fight-back/

https://www.amazon.com.br/Harry-Haft-Auschwitz-Challenger-Holocaust-ebook/dp/B00TRDD4EK

https://noticias.plu7.com/219181/internacional/the-survivor-investiga-o-dilema-do-boxe-de-harry-haft-em-auschwitz/

https://www.myjewishlearning.com/article/7-holocaust-films-you-should-see/