Marcadores

quinta-feira, 29 de junho de 2023

ACONTECE - Chukat e as vacas vermelhas

 

Por Guilherme Susteras

 


Terminamos a semana passada com a notícia de que os passageiros de um submarino experimental, em um mórbido passeio pelas ruínas do Titanic, acabaram sendo vítimas da força da natureza quando a embarcação em que estavam “implodiu” sob a enorme pressão das profundezas do oceano atlântico. É claro que em tempos de redes sociais, inúmeras críticas, comentários jocosos e memes foram produzidos, transformando a tragédia em piada.

Mas, afinal de contas, o que esse episódio nos revela em relação à natureza humana? Tornemos, pois, ao trecho da Torá que está sendo lido em todas as sinagogas da diáspora nesta semana e que foi lido em Israel na semana passada: chukat.

Chukat significa “regra” e, uma vez que a Torá está cheia de regras, alguém poderia achar que um trecho que se chama “regra” deveria trazer algo extraordinário, quase que uma “regra de ouro”. Pois a regra a que o título se refere é sobre o ritual de purificação de pessoas que entram em contato com o corpo de um falecido e de purificação do local onde essas pessoas tenham falecido, e envolve o uso de cinzas de uma vaca vermelha.

Assumidamente, esta é uma das regras mais obscuras da Torá e há uma tradição rabínica que diz que apenas nove vacas vermelhas foram preparadas desde quando a regra foi criada até a destruição do segundo templo de Jerusalém, sendo que o Messias preparará a décima e última vaca vermelha para purificação.

O leitor deve estar agora confuso: se é uma regra tão obscura e tão pouco praticada, por que eu sugeri olharmos para ela para uma reflexão sobre a natureza humana no episódio do submarino do Titanic?

Simples: o que a história da vaca vermelha nos ensina é como a curiosidade mórbida do ser humano, que tende a querer se aproximar de locais de tragédias e que apresenta uma necessidade inexplicável de “tocar nos mortos”, precisou ser prevenida de uma forma tão extrema: uma vez que seria impossível para os israelitas encontrarem uma vaca vermelha no meio do deserto para poderem se purificar, a melhor forma deles evitarem uma “contaminação” seria ao não se exporem aos falecidos e aos locais de tragédias.

Agora, de volta ao acontecimento trágico da semana passada, o que um grupo de bilionários fazia em um submarino experimental, a dezenas de metros de profundidade no oceano atlântico, correndo tamanho risco desnecessário? Ao que tudo indica, se tratava de mais um grupo de pessoas que, ao ignorarem um alerta de mais de três mil anos sobre os perigos de se querer chegar tão perto de locais de tragédias, se tornaram vítimas das suas próprias curiosidades mórbidas.

Uns chamariam de ironia, outros talvez chamem de carma. Eu chamo de mais um episódio de estupidez humana, que poderia ter sido evitado com um pouco de estudo da sabedoria milenar da nossa Torá.

Shabat shalom!


terça-feira, 27 de junho de 2023

VOCÊ SABIA? - Israel, o país mais incompreendido do mundo

 

SUCESSO LITERÁRIO escrito e narrado por Noa Tishby

Por Itanira Heineberg



ISRAEL: Guia Simples para o país mais INCOMPREENDIDO do mundo.

 

Você sabia que Israel, uma faixinha de terra árida de 22.072 km2, com 470 km de comprimento e 135 km no seu ponto mais largo que aguça a curiosidade e opinião daqueles que desconhecem os fatos e a história do país, levou Noa Tishby a escrever um guia para instruir (e esclarecer) a todos?

Israel, um país mal compreendido, um Estado jovem (recente) mas com uma História única e desconhecida, paira na mente de todos, cada um com sua própria interpretação e imagens ilusivas.

Mas poucos realmente conhecem a fundo este país.

Por esta triste e inaceitável razão, Noa Tishby, artista israelense com o desejo de informar ao mundo sobre sua pátria, escreveu e gravou este guia. O áudio inclui a canção “Elation Station”, por Infected Mushroom.

Aaron Sorkin, premiado roteirista do The West Wing e The Social Network se expressou sobre o livro acima citado:

 

“Uma linha do tempo cronológica “fascinante e muito comovente” que vai desde os tempos bíblicos até hoje, explorando um dos países mais interessantes do mundo: Israel. Israel. A estreita faixa de terra fica a 5.700 milhas de distância, mas continua sendo uma questão polêmica e um tópico espinhoso de debate. Enquanto todos parecem ter uma opinião forte sobre Israel, quantas pessoas realmente conhecem os fatos?

Aqui para preencher a lacuna de informação está a israelense-americana Noa Tishby. Mas “este não é o livro de história de sua Bubbie” (vovó). Em vez disso, oferecendo uma nova visão de 360 ​​graus, Tishby traz sua paixão, humor e profunda intimidade (Yossi Klein Halevi, autor best-seller do New York Times de Cartas para meu vizinho palestino) ao tema, criando um retrato acessível e dinâmico de um pequeno país de relevância descomunal. Através de pequenos pedaços de história e histórias profundamente pessoais, Tishby narra a evolução de sua terra natal, começando nos tempos bíblicos e avançando para cobrir tudo, desde a Primeira Guerra Mundial até a criação de Israel e as disputas que dividem o país hoje. Lidando com equívocos populares com uma abundância de fatos, Tishby fornece contexto crítico em torno de controvérsias geradoras de manchetes e oferece um relato claro e íntimo do país ricamente culto de Israel.”



Noa Tishby, nascida em Israel em 1975, uma pessoa fascinante, séria e estudiosa, nos arremessa em um mergulho profundo e revelador pela História do mundo; mais de três mil anos de acontecimentos, guerras, traições, lutas e muito trabalho, que justificam a existência plena de um rincão para o Povo Judeu.  

Um livro de trezentas e poucas páginas que não nos permite parar a leitura, queremos ir adiante com Noa até o fim desta epopeia histórica, longa e recompensadora.

Noa dedica-se integralmente a pesquisar a história de seu país, sua gente, seus acertos e erros para levar a Verdade de Israel ao mundo e a todos os seus habitantes.

São tantas as informações, números, pessoas, datas e episódios para uma pessoa ainda razoavelmente jovem, uma atriz e cantora com o dom de uma bela voz.



Fato importantíssimo da trajetória deste Estado é-nos relatado por Noa, com sentimento e comoção, tal qual os experimentei ao visitar esta sala em Tel Aviv em 2019 e escutar o relato com voz engasgada de pura emoção de nosso primo Ranaan, um sabra (israelense) de sétima geração.

 


A alegria incontrolável do povo ao receber a notícia do nascimento da nação, uma gestação de mais de dois mil anos!



E o documento final, original, que hoje encontra-se em exposição na Knesset, o Parlamento de Israel.

E a história não cessa por aqui, muito sangue foi e ainda é derramado por aqueles que não aceitam este pequeno país e não o reconhecem.

São 22 países árabes no mundo com 5 milhões de milhas quadradas!

E 8.522 milhas quadradas em Israel.

Grande verdade. Grande diferença! Seria uma injustiça Israel perder suas poucas milhas quadradas de extensão.

Este livro deve ser lido por todos. Mais um ponto destacado por Noa.

Parafraseando Golda Meir, “Se os árabes depositarem suas armas, haverá paz, se os judeus as depositarem será o fim de Israel”. E eu diria: se uma grande percentagem de pessoas mal informadas lerem este livro, Israel será menos mal compreendido no mundo e talvez mais bem visto por seus inimigos.

Valeu Noa Tishby, ativista reconhecida e grande advogada de Israel.

Parabéns, Mazal Tov por seu trabalho e esforços.



Vídeo Infected Mushroom que acompanha o livro-áudio citado.




 FONTES – A melhor fonte é seu próprio livro.

https://www.goodreads.com/book/show/56181019-israel

https://www.goodreads.com/review/show/4110109380

https://www.noatishby.com/bio

https://www.imdb.com/name/nm0864332/bio/

https://limaomecanico.com.br/celebridade/noa-tishby/


quinta-feira, 22 de junho de 2023

ACONTECE - "Quanto mais religioso, mais apoio": artigo analisa as atitudes em relação à reforma judicial

 "Quanto mais religioso, mais apoio": artigo analisa as atitudes em relação à reforma judicial

Artigo de Itamar Yakir para o Times of Israel 


Israel tem enfrentado tensões religiosas desde sua fundação, e recentes pesquisas revelam uma intensificação desses conflitos em relação à reforma judicial. A afiliação religiosa dos cidadãos israelenses está fortemente associada aos padrões de apoio à reforma, com pesquisas mostrando que que quanto mais religioso o entrevistado, maior o apoio à reforma.


Uma série de pesquisas conduzidas pelo Centro de Opinião Pública e Pesquisa de Políticas da Família Viterbi no Instituto Democracia de Israel, entre janeiro e abril de 2023, examinou o nível de apoio à reforma e seus diversos componentes.


Inicialmente, os entrevistados foram questionados sobre sua posição geral em relação à reforma judicial. Uma análise das respostas de acordo com a posição no espectro religioso revela uma forte conexão entre o nível de religiosidade e o grau de apoio à reforma. Em janeiro, apenas 16% dos judeus seculares descreveram a reforma como "muito boa", em comparação com 22% dos tradicionais-não religiosos, 48% dos tradicionais-religiosos e 66% dos ortodoxos e ultraortodoxos. As diferenças se tornaram muito mais amplas nos meses seguintes. Em abril, 15% dos judeus seculares descreveram a reforma como "muito boa", em comparação com 43% dos tradicionais-não religiosos, 63% dos tradicionais-religiosos e 79% dos ortodoxos e ultraortodoxos.


A associação positiva entre apoio à reforma e nível de religiosidade existe tanto entre os eleitores da coalizão quanto entre os eleitores da oposição. Segundo Itamar Yakir, pesquisador Instituto da Democracia de Israel,  a religiosidade é um fator determinante por si só, se sobrepondo às associações partidárias.


A religiosidade desempenha também um papel importante na avaliação das possíveis consequências da reforma. Quanto menos religioso for o entrevistado, mais preocupado ele está com a possibilidade de uma mudança para pior; logo, os mais religiosos estão menos preocupados com suas consequências. Por exemplo, cerca de 20% dos entrevistados ortodoxos e ultraortodoxos expressaram preocupação com a possibilidade da reforma causar danos às economias privadas, enquanto entre os entrevistados tradicionais-religiosos e seculares, esse nível atinge 70% e 80%, respectivamente.


Assim, os entrevistados tradicionais se aproximaram mais dos entrevistados seculares, expressando alto nível de preocupação com a possibilidade de mudanças negativas ocorrerem como resultado da reforma.


Os resultados destacam que o conflito com base religiosa se dá de forma intensa, com potencial de destruir qualquer possibilidade de estabilização das relações sociais em Israel. 


Para Itamar, “Vale a pena continuar trabalhando para esclarecer os custos potenciais inerentes à reforma, pois reconhecer esses custos pode afetar as atitudes públicas com relação aos esforços para a adoção [da reforma]”.


O relatório foi escrito por Itamar Yakir e publicado no Times of Israel, oferecendo resultados completos e diversos gráficos de opinião. 

Acesso em:

🔗 https://www.timesofisrael.com/the-more-religious-the-more-support-analyzing-attitudes-to-the-judicial-overhaul/ 

terça-feira, 20 de junho de 2023

VOCÊ SABIA? - Judeus Negros

 

Judeus Negros?

Para a surpresa de muitos, sim: Judeus Negros. Do teatro iídiche ao rabinato, os judeus negros ganharam destaque e enriqueceram todos os aspectos da vida judaica e americana.

Por Itanira Heineberg



Você sabia que apesar da incredulidade de muitos e surpresa de outros tantos, os judeus negros existem e têm feito incríveis aportes nos campos da Arte, Cultura, Música, História, Academia, Esportes e mais, na América do Norte e de lá para o mundo?

Não vamos às origens desta dúvida, vamos aos resultados desta pesquisa.

 

Na verdade, os judeus negros viveram e fizeram história nos Estados Unidos e no Canadá desde o século 17. De acordo com A Chronicle of Race Relations, de W.E B. Du Bois, o primeiro judeu residente da Nova Inglaterra foi Sollomon, um judeu negro que chegou à Nova Inglaterra em 1668.”

 

Tentamos fotos ou relatos sobre Sollomon, judeu negro da Nova Inglaterra nos idos de 1668, mas nada encontramos na web, além do texto citado acima.

Assim, decidimos falar de Sammy Davis Jr., músico conhecido internacionalmente.


Samuel George “Sammy” Davis Jr., cantor, ator e dançarino

Harlem 1925 - Beverly Hills 1990

 

Sammy Davis Jr. foi criado em um lar cristão e seu interesse pelo judaísmo foi atiçado pelo comediante Eddie Cantor, que o presenteou com uma mezuzá em 1953.




Mezuzá, um pequeno rolo de pergaminho com as duas passagens da Torah - Devarim, “Ouve” e “Acontecerá” - colocado em um invólucro resistente para proteção contra chuvas e ventos e afixado nos batentes das casas, do lado direito das portas. Este objeto sagrado oferece proteção divina aos habitantes da residência.

 

Davis completou o processo de conversão em 1961. Durante entrevistas à imprensa, ele frequentemente traçava paralelos entre as comunidades afro-americana e judaica.

 

O artigo em que me baseei sugere 20 judeus de grande destaque, dos quais apresentarei alguns:


Professora Lani Guinier

Lani Guinier fez história em 1998, quando foi a primeira mulher negra nomeada para um cargo de professora titular na Harvard Law School. Guinier foi celebrada por seu trabalho em teoria jurídica e de direitos civis e anteriormente ocupou cargos na Faculdade de Direito da Universidade da Pensilvânia e na NAACP. Guinier faleceu em 2022, aos 71 anos.


Eric Andre

Nascido em Boca Raton, Flórida, Eric Andre foi criado judeu por seu pai haitiano e sua mãe asquenazita. Desde 2012, Andre apresenta o The Eric Andre Show e apareceu em dezenas de filmes, programas de TV e vídeos cômicos na internet. Ele se identifica fortemente com ambas as linhagens, e sua carreira de comédia incluiu muitos momentos judaicos.


Rabina Sandra Lawson

Nascida em 1970, Sandra Lawson se tornou a primeira rabina negra e abertamente gay do mundo ao receber a ordenação rabínica do Colégio Rabínico Reconstrucionista em 2018. Através de sua presença ativa nas redes sociais, Lawson tornou-se mundialmente conhecida como uma defensora da equidade racial e da justiça social.



Thomas LaRue Jones

Criado em Newark, Nova Jersey, no início dos anos 1900, LaRue estudou em uma escola ortodoxa quando criança, onde aprendeu hebraico e iídiche. Na década de 1920, LaRue era famoso no circuito teatral iídiche, onde era conhecido como “der schvartzer khazan”, ou "o cantor negro". Enquanto LaRue apareceu principalmente no palco em Nova York, ele também viajou para comunidades judaicas europeias para se apresentar.


Naomi Wadler

Naomi Wadler ganhou atenção nacional quando tinha 11 anos e defendeu o controle de armas na frente de mais de um milhão de pessoas na Marcha por Nossas Vidas de 2018. Desde então, Wadler celebrou sua mitsvá e falou sobre a discriminação que enfrenta por ser negra e judia.

"Estou aqui hoje para reconhecer e representar as meninas afro-americanas cujas histórias não fazem a primeira página de todos os jornais nacionais, cujas histórias não levam ao noticiário noturno. Eu represento as mulheres afro-americanas que são vítimas de violência armada, que são simplesmente estatísticas em vez de meninas vibrantes, bonitas e cheias de potencial."



Em tempos de racismo, antissemitismo e outros “ismos” preconceituosos, é muito bom lembrar dos judeus negros que se elevaram acima destes pré-julgamentos em suas buscas pessoais e atitudes de esticar o braço para alcançar e apoiar Outros.



FONTES:

https://www.jstor.org/stable/271529

https://www.myjewishlearning.com/article/20-black-jews-you-should-know/

https://www.kveller.com/activist-naomi-wadler-celebrates-her-bat-mitzvah/?_ga=2.160892093.1800662001.1687184002-606777884.1598795474

https://www.teenvogue.com/story/naomi-wadler-21-under-21-2018



quinta-feira, 15 de junho de 2023

CINEMA - Por Bruno Szlak: Novos filmes e o Holocausto

 



No final do mês de julho terá início a II Mostra de Cinema Israelense realizada pelo IBI (Instituto Brasil Israel) e pelo SESC São Paulo. Além de uma exibição presencial na abertura da Mostra, os filmes serão disponibilizadosna plataforma digital do SESC. Neste ano, o eixo curatorial adotado foi sobre mulheres diretoras e além disso, eu, que sou o curador e produtor da Mostra, sugeri que fizéssemos uma homenagem à grande atriz e diretora israelense Ronit Elkabetz precocemente falecida. Aproveito este espaço para já comentar sobre 2 filmes que lá estarão. Ambos os filmes, de maneiras muito diferentes, abordam não o Holocausto em si, mas especialmente os reflexos nos filhos e netos de sobreviventes. Mas, antes de falar sobre os filmes propriamente ditos, faço um pouco de apanhado de como a sociedade israelense lidou com a questão. A Shoá é o centro de um conjunto de narrativas históricas que tem como objetivo estimular lealdades étnicas de forma a tornar-se parte dos mitos fundadores e suporte do imaginário coletivo do país e dos judeus que não vivem em Israel. A partir disso, se converte em memória nacional institucionalizada chegando a ser um elemento essencial na identidade de Israel, na sua cultura e na vida política. No entanto, no ideário sionista inicial, a nova sociedade judaica na Palestina se enxergava de maneira muito diferente frente a velha e degradada sociedade na Diáspora. Assim, os sobreviventes da Shoá são vistos com desconfiança, símbolos de uma sociedade covarde e sem iniciativa (ou por vezes acusados também de cometer atos “imorais” para sobreviver) e resultado disso é o silenciamento desta geração, onde filhos e netos não compartilham das memórias e do sofrimento passado.

Este quadro começa a mudar especialmente com o julgamento de Eichmann em 1961, onde pela primeira vez, os sobreviventes adquirem voz e podem testemunhar pela televisão todo o horror que sofreram. Paralelamente, as reparações alemãs aos sobreviventes, os tornam elementos com relevância econômica na jovem sociedade israelense. As complexidades dos dilemas judaicos e a dificuldade de resistir aos nazistas tomam corpo e ressonância. Some-se ao quadro o medo de aniquilação de Israel pelos países árabes pré-1967 e imagens de prisioneiros israelenses na guerra de 1973. Todos esses elementos acabam por quebrar a narrativa sionista anterior. A memória passa a ser personalizada, onde cada pessoa, cada vítima tem um nome e tem uma história pessoal para contar. Nesse quadro, a 2ª. geração e a 3ª. geração passam a utilizar a arte como instrumento de compreensão e relação com pais e avós.

Vamos aos filmes.

Kiss Me Kosher é um filme alemão-israelense do ano de 2020, dirigido e roteirizado por Shirel Peleg, nascida na Venezuela, criada em Israel e residente na Alemanha. A história é baseada na história de amor da vida real de Peleg e sua parceira e é o primeiro longa-metragem de Peleg como diretora.

O filme é sobre uma mulher israelense chamada Shira (interpretada por Moran Rosenblat) e uma alemã chamada Maria (interpretada por Luise Wolfram), que por meio de um mal-entendido inicial ficam noivas para se casar em Jerusalém. A avó de Shira, Berta (interpretada por Rivka Michaeli) tenta impedir isso. Kiss Me Kosher estreou nos cinemas alemães em 10 de setembro de 2020 e desde então, tem se apresentado em vários festivais internacionais de cinema.

"Kiss me Kosher" é uma comédia que aborda uma série de questões complexas e sensíveis. A avó de Shira, Berta, sobrevivente do Holocausto, está secretamente envolvida com seu vizinho árabe-palestino, Ibrahim, o que causa tensões e críticas em relação à escolha da noiva por Shira. Esta abordagem cômica desvela vários aspectos sobre as diversas identidades coexistentes das protagonistas, como suas identidades intersecionadas: mulheres, homossexuais, alemã, israelense, judia e não judia, sobrevivente do holocausto e palestino em Israel. Num tom cômico e delicado, o filme ancora-se no amor e no humor, mesmo enquanto explora as complexidades e as sombras presentes nas discussões em torno do Holocausto. Em última análise, o filme é uma jornada de reconciliação com o passado.

O outro filme chama-se Holyholocaust onde um obscuro segredo familiar do passado é revelado inesperadamente e abre um abismo entre duas amigas íntimas: Jennifer, uma alemã negra, descobre que é neta de um notório comandante nazista, e sua vida vira de cabeça para baixo, enquanto Noa, uma israelense, está fazendo o que pode para evitar que sua vida mude. Dirigido por Noa Berman-Herzberg e OsiWald, esta é uma animação que trafega por intersecionalidades identitárias na paisagem de constantes conflitos da sociedade israelense. É uma animação de curta-metragem com trilha sonora de Daniela Spector e que também, a exemplo de Kiss Me Kosher trafega sobre memórias e identidades quebradas e como os encontros entre mundos tão diferentes acabam por encontrar (ou não) caminhos de relacionamento.

Estes dois filmes, com linguagens cinematográficas tão diferentes, acabam por conversar entre si ao trazer vidas que acabam por ser afetadas por memórias e traumas do passado. Não percam estes filmes na II Mostra IBI-SESC de Cinema Israelense.

Bruno Szlak

Acontece - As diferenças entre os povos: a importância de Israel para o povo Judeu

 

Por Raul Meyer

 



A humanidade é formada por incontáveis povos, os quais possuem suas diferenças baseadas em suas histórias, suas experiencias de vida, suas características e os locais onde viveram e vivem. Estas diferenças são muito importantes já que essa diversidade humana traz uma possibilidade de conhecimento cultural muito interessante.

Assim, todos os povos, no meu ponto de vista, devem manter suas características e tradições e devem respeitar suas diferenças já que são elas as riquezas do ser humano.  

O povo judeu foi, e ainda é, muitas vezes focado como um povo diferente com características que se diferenciam de outros povos. Esta colocação tem muito de verdade e eu gostaria de comentar algumas explicações para aqueles que não entendem do porquê esta diferença.

Inicialmente é importante colocar que “algo diferente” nada tem que ver com ser melhor ou ser pior, muito ao contrário: “algo diferente” possui alguma ou algumas características que não são comuns entre uma maioria. 

Olhando para a parte histórica deste povo milenar, devemos analisar mais de 3330 anos de cultura. Esta cultura inclui religião, inclui legislação, inclui tradições, e inclui experiências de vida ligadas a uma sequência de vivências que não são encontradas em outros povos.

Quero lembrar que o povo judeu descende do povo hebreu que no ano 1313 a.c. recebeu no monte Sinai o decálogo, ou seja, os 10 mandamentos que até os nossos dias são uma das bases da legislação humana.

Este decálogo, juntamente com tudo o que inclui o Pentateuco ou o antigo testamento (a Torah), também é a base das outras religiões monoteístas - ou seja, o cristianismo e a religião islâmica. Sim, Jesus e Maomé eram conhecedores da religião judaica e baseados nestes conhecimentos, divulgaram suas interpretações e ensinamentos.

Esse antigo testamento, ou o Pentateuco, com sua história do povo hebreu/judeu, sua organização legislativa, é mantido até hoje através das incontáveis interpretações que semanalmente são estudadas nas sinagogas nos serviços religiosos.

Esta forma de tomar um texto milenar e ler com interpretações aos dias atuais já é uma diferença entre outras religiões. Esta diferença nada tem de melhor ou pior, mas é uma simples diferença como comentei anteriormente.

A legislação judaica (a Halacha), que foi posteriormente completada ao Pentateuco, também criou tradições de vida que o povo judeu assumiu em seu dia a dia até os nossos dias. A manutenção deste ritual religioso e cultural foi inúmeras vezes perseguida, na tentativa que deixasse de existir.

A história do povo judeu teve dois alicerces físicos que foram o primeiro e o segundo templos em Jerusalém. Destruídos nos anos 586 a.c e 70 d.c respectivamente, fizeram com que, com a sua ausência, o povo fosse expulso do que hoje é Israel, e obrigado a se refugiar em incontáveis países em todo o Globo. Este povo, agora refugiado em outros países, manteve suas tradições milenares e transmitiu seus conhecimentos de geração em geração, mesmo quando nestes países tenha sido perseguido. Novamente uma diferença ou característica em relação a outros povos na história humana.

Estas perseguições levaram ao extermínio de milhares, ou melhor, milhões de judias e judeus que foram mortos: nos pogroms (perseguições na Europa Oriental), na Inquisição (na Idade Média} e no Holocausto {durante a segunda guerra mundial), além de serem expulsos da Inglaterra, de Portugal, da Espanha, dos países árabes... enfim, a história deste povo tem lamentavelmente muito de extermínios e perseguições. Falo de milhões de seres humanos que foram mortos pelo simples fato de serem judias ou judeus. Um exemplo foi o Holocausto no qual 6 milhões de judias e judeus foram exterminados pelos nazistas, ou seja, 1/3 do povo judeu foi simplesmente aniquilado num programa chamado “solução final”: outra triste e lamentável diferença na história dos povos na humanidade. Isto não é passado distante... não... isto aconteceu há só 80 anos atrás… vemos isto nos depoimentos de sobreviventes, filmes, fotos, exposições em museus e em programas de televisão. 

A experiência humana de ser perseguido, de ser exterminado, levou este povo a buscar um lugar onde pudesse vivenciar suas tradições sem o risco de estar em perigo de ser morto ou perseguido. Assim nasceu a ideia de encontrar um lugar, uma área onde pudesse vivenciar e defender sua cultura milenar, que resultou no sionismo.  

Que lugar foi escolhido? O mesmo lugar onde se originou a sua cultura, sua religião, sua história (Sion). Israel é fisicamente o lugar que, de acordo com o relato bíblico, Deus deu ao povo judeu quando foi libertado do cativeiro egípcio - ou seja, quando deixou de ser escravo e lutou por sua liberdade de existência: a Terra de Canaã.

Novamente aparece uma diferença, neste caso a história de um povo e um lugar físico especifico e histórico para viver: Israel.

Na atualidade, o povo judeu consiste em aproximadamente 15 milhões de pessoas em todo planeta, ou seja, apenas 0,2 % da humanidade - sendo que a metade vive em Israel e a outra metade em diversos países ou o que chamamos da diáspora. A metade que vive em Israel tem sob seus pés o que os une, o estado judaico, além de sua vivência cultural/religiosa do dia-a-dia num país com total liberdade religiosa. A outra parte do povo judeu, distribuída em inúmeros países, mantém-se unida através das tradições religiosas e culturais judaicas. 

Qualquer minoria que se vê acuada tende a se unir. Isto é um fato sociológico; desta forma os integrantes do povo judeu se mantém unidos por suas tradições religiosas e culturais.

Mas, voltando a Israel, ele é diferente também em relação a todos os países no Oriente Médio. Israel é um país onde a democracia é a base política enquanto países que o rodeiam são dirigidos por ditaduras. E essa liberdade democrática produz as manifestações que estamos vendo hoje. Tomara que consigamos manter essa democracia exemplo de todas nossas diferenças.

Sim, Israel é diferente também de muitos países por ter uma população formada de diversas imigrações de judeus perseguidos e outros povos como por exemplo árabes e cristãos, neste sentido incontáveis culturas e religiões vivendo em paz e respeito mútuo.

Uma outra diferença importante entre Israel e os outros países da área é a sua pujança econômica e tecnológica, lembrando que este é um país menor do que o estado de Sergipe e que só possui 75 anos de independência.

Sim, muita inveja é criada pela diferença cultural existente entre as populações de Israel e os países vizinhos, e em relação a outros países do globo.

Esta inveja criou e cria constantemente um movimento de ódio contra Israel e seus habitantes, bem como aqueles que mantém a cultura judaica. O chamado antissemitismo e o anti-Israel ou antissionismo lamentavelmente estão novamente em franco desenvolvimento em diversos países. Muitos judeus deixaram os seus países ultimamente por serem perseguidos como é o caso de franceses.

Assim, é perfeitamente entendível que para a metade dos judeus que não vive em Israel, este país é um local de eventual refúgio no caso de que a história de perseguições se repita da mesma maneira. Um judeu ou uma judia, brasileiros, argentinos, alemães, norte americanos, ou de outros países, sempre terão em Israel um país onde poderão encontrar um local e ambiente onde a maioria da população vivencia o Judaísmo nas suas mais diversas tradições.

Isto não quer dizer que judeus ou judias que mantêm suas tradições judaicas milenares enquanto vivem em outros países, não se integram aos costumes destes países, muito ao contrário: os judeus fazem parte da área politica, área educacional, área cultural, área empresarial em inúmeros países, inclusive no Brasil.

Os que possuem raizes judaicas e conhecem sua história, suas tradições, embora tenham nascido em outro país e não Israel, sempre se sentem ligados a Israel pelos motivos que acabei de comentar anteriormente. Outra diferença em relação a outros povos...

Também este povo, o povo judeu, possui diversas diferenças entre si… mas como dizia um popular historiador do passado, “esta é uma outra história e que fica para outra vez”…

Para finalizar, resgato que as diferenças nos fazem aprender dos outros e que os outros aprendam de nós.

Shabat Shalom

terça-feira, 13 de junho de 2023

VOCÊ SABIA? - Novas descobertas sobre a memória

 

Você sabia que é possível melhorar a memória utilizando a estimulação profunda do cérebro durante o sono?

Por Pesach Benson, TPS




Cientistas de Tel Aviv e da Califórnia dizem que descobriram como o cérebro humano fortalece as memórias durante o sono, oferecendo esperança a pessoas sofrendo de várias formas de piora da memória, tal como a demência.

O estudo descobriu que o cérebro consolida memórias durante o sono através da coordenação entre o hipocampo e o córtex frontal. Além do mais, os pesquisadores dizem que conseguiram melhorar a consolidação da memória usando estimulação profunda do cérebro durante o sono.

A pesquisa foi liderada pela israelense Dra. Maya Geva-Sagiv, atualmente na Universidade da Califórnia em Davis, em parceria com os Professores Yuval Nir da Universidade de Tel-Aviv e Itzhak Fried ambos da TAU e UCLA. Seus achados foram publicados na revista Nature Neuroscience nesta quinta-feira.

Para testar a hipótese, o Prof. Fried implantou eletrodos nos cérebros de 18 pacientes epilépticos, permitindo que técnicas avançadas de estimulação cerebral fossem integradas na pesquisa. Os pesquisadores foram capazes de aumentar a consolidação da memória através de um protocolo de estimulação especializado que melhorou a sincronização entre as duas regiões do cérebro.

O hipocampo é a parte do cérebro responsável por adquirir novas memórias, enquanto o córtex frontal é o local onde são armazenadas as memórias de longo prazo.

Monitorando a atividade do hipocampo durante o sono, o sistema permite a aplicação da estimulação elétrica precisamente programada ao córtex frontal para melhorar a consolidação da memória.

Os participantes se submeteram a dois testes de memória, comparando seu desempenho depois de duas noites diferentes – uma noite em que dormiram tranquilamente e outra com estimulação profunda, em que lhes foi pedido para que reconhecessem fotos de pessoas famosas que lhes foram apresentadas na noite anterior. O estudo demonstrou que a estimulação profunda do cérebro aumentou significativamente a acurácia de suas memórias.

Os pesquisadores também descobriram que a intervenção não aumentou significativamente o número de respostas corretas, mas reduziu o número de respostas erradas. Isto sugere que o sono aguça a exatidão de nossa memória, eliminando distrações do traço de memória relevante.

“Sabemos que uma boa noite de sono é crucial para a consolidação de memórias duradouras, mas até agora, tínhamos provas limitadas sobre os processos específicos que ocorrem no cérebro humano durante o sono”, explicou a Dra. Geva-Sagiv.

“Neste estudo, examinamos diretamente o papel da atividade neural e das ondas elétricas do cérebro durante o sono. Nosso objetivo era melhorar os mecanismos naturais envolvidos e obter um conhecimento mais profundo de como o sono ajuda na estabilização das memórias” disse ela.

 

Fonte: United withIsrael

Tradução: Ana Ruth Kleinberger

quarta-feira, 7 de junho de 2023

Acontece - MUNDIALITO: Israel Avança para as Semifinais

Por Regina P Markus


No dia 3 de junho de 2023, no Estádio del Bicentenário em San Juan, Argentina, Israel venceu o Brasil nas quartas de final e segue em frente. Pouco acostumada a ver Israel em futebol, e surpresa pelo resultado, vou focar em QUEM É A SELEÇÃO de ISRAEL. Três goleiros: um árabe (Khalaili), um beduíno (Shibli) e um judeu (Turgeman). Confiram por que esta seleção representa a população de Israel e por que Israel, o Lar Nacional Judaico, é um país composto por cidadãos de diferentes etnias e religiões. Vamos juntos mergulhar nesta vitória e deixem opiniões e outras informações aqui no BLOG ESH TÁ NA MÍDIA.




Primeiro preciso dar minhas credenciais. Assisti jogos de futebol por anos junto com filhos e marido, sempre olhando de soslaio. Copa do mundo era diferente, junto com amigos ou família torcia para a seleção brasileira e fazia comentários muitas vezes incompatíveis. Neste último sábado (3 de junho) fiquei assistindo ao jogo sozinha, em minha casa, e de repente percebi que estava realmente prestando atenção. Brasil-Israel... ooops, informaram que tinham que falar Israel-Brasil, porque o primeiro é o mandante... sei que a maioria dos leitores entendem, e os que não entendem também não consideram estes detalhes importantes. 

Desde o início do jogo os locutores estavam surpresos com a capacidade de virada da equipe israelense e da vontade com que iam ao gol. O foco era o gol! Estas eram as palavras. 

Ritos de Passagem.... Alcançar Algo pela Primeira Vez

Jogar um esporte coletivo é uma forma de conviver por muito tempo mantendo rivalidade e competitividade junto com adequação a regras de conduta e objetivos comuns. Conviver sem perder a identidade, mas mirando em um mesmo foco. O time israelense era composto de cidadãos israelenses judeus, árabes e beduínos. Todos cidadãos israelenses e todos, no momento, servem ao Exército de Defesa de Israel - Hagganah.

Israel, como um país ameaçado de extinção desde sua criação, é defendido por um exército formado por cidadãos israelenses. O exército tem um foco - a defesa dos cidadãos e da integridade do país.

Defender a bandeira de Israel em um jogo internacional da magnitude do Mundialito é tão importante que é dado a estes brilhantes jovens a oportunidade de que, ao mesmo tempo em que desenvolvem treinamento militar, continuem treinando e participem de campeonatos. A resistência física dos israelenses foi comentada por nossos locutores. Será que o duplo treinamento tem algo a ver com a capacidade física e mental? Foco no objetivo. 

Assim que o jogo acabou, a TV brasileira iniciou um debate sobre a derrota e a TV israelense mostrou a reação dos jogadores e torcedores. Jovens de tnuot argentinas lá estavam exibindo a bandeira azul e branca, e as lágrimas vinham aos olhos de muitos. Lágrimas de alegria e lágrimas de tristeza. SIM, lágrimas de tristeza porque no mesmo dia, em uma ação inédita, um policial egípcio matou três soldados israelenses no Sinai. 

Hoje temos notícias do trabalho conjunto que está sendo feito entre Israel e Egito com o objetivo de esclarecer os fatos e continuar mantendo as fronteiras do Sinai um local seguro que permita aos israelenses continuarem fazendo turismo nesta região.


Soldados das Forças de Defesa de Israel mortos na Fronteira Israel-Egito no sábado dia 3 de junho - Sgt. Lia Ben Nun, Ohad Dahan e Uri Itzhak Ilouz - Jerusalem Post (https://www.jpost.com/israel-news/article-745086)

Israel também é a razão deste Mundialito estar sendo na Argentina! Era para acontecer na Indonésia, mas aquele país se recusou a receber o time israelense - ou melhor, admitir a entrada de cidadãos israelenses. O jogo acaba. O Iraque anuncia o resultado e a foto que aparece é esta.... 


Iraque mostra o time canarinho - o placar do jogo - e não informa quem ganhou.... é possível? 



Fazer HISTÓRIA é viver o presente deixando espaço para que o futuro aconteça. Todos os jovens israelenses que estavam na mídia fizeram isto no dia 3 de junho. E, por mais que muitos queiram ignorar a diversidade e a capacidade de reinvenção do Povo Judeu - lá está ele em toda a sua dimensão, abraçando os que vão junto e se defendendo dos que querem destruí-lo.

JUNTO TAMBÉM ESTÃO CIDADÃOS DE TODAS AS NAÇÕES E TODOS OS POVOS - unidos para a sobrevivência da HUMANIDADE!

Neste jogo, Israel foi o grande vencedor - não só pelo placar, mas por acolher em seu time cidadãos de tantas origens, como reflexo da sua sociedade. Perde a Indonésia, que não abriu suas portas para uma nação democrática, e perdem os discriminadores, os que continuam a não aceitar um estado legítimo como Israel. Neste sentido, o Brasil só perdeu em campo e segue vencedor.

Estamos esperando as próximas jogadas de Khalaili, Shibli, Turgeman e todo o time israelense! 

Shabat Shalom.



terça-feira, 6 de junho de 2023

VOCÊ SABIA? - A Borboleta Azul, Novo Ícone de Israel

 


Você sabia que a borboleta azul e branca foi escolhida como novo ícone de Israel na véspera do Dia da Independência do país?

Por Itanira Heineberg


O Ministério do Meio Ambiente organizou um concurso e este animal foi o escolhido. O anúncio aconteceu com a presença do Ministro da Proteção Ambiental, Idit Silman, na véspera do 75º aniversário de Israel.

Esta bela criação da natureza tem as cores azul e branca e assim foi declarada a borboleta nacional do Estado de Israel após votação acirrada entre dezenas de milhares de crianças em idade escolar, além de membros do público em geral.

Esta borboleta voa a maior parte do ano por praticamente quase todo o país. Os machos têm as asas azuis na parte superior e uma borda marrom-escura e uma faixa branca.

“As espécies distintas venceram 139 outros tipos de borboletas, que foram reduzidas a 24 e depois a 12. A vencedora juntou-se à poupa, anêmona, oliveira e cão de Canaã como símbolos.

 


As populações de borboletas estão diminuindo em Israel e em todo o mundo, à medida que o desenvolvimento destrói seus habitats e pesticidas e herbicidas químicos matam as plantas das quais dependem para néctar e postura de ovos.

A seleção da “Borboleta Nacional de Israel” acrescenta à lista de símbolos da natureza bem conhecidos no país, como o pássaro nacional, o Upupa, e outros símbolos como a anêmona e a azeitona. Esta borboleta foi selecionada para representar o departamento frequentemente negligenciado de insetos, que é um componente vital do ecossistema.”


Jana Gofrit, que passou parte de sua infância fugindo dos nazistas e depois escondeu-se com a mãe na casa de amigos não judeus da família Skovronek perto do gueto de Varsóvia, sonhava com a natureza, suas flores e pássaros e com o voo livre das borboletas.

Em seu livro “Memórias de uma Infância durante o Holocausto” ela escreveu:

“Gostava muito de voar como uma borboleta!”


JANA GOFRIT


 

FONTES:

https://menorah.com.br/novo-icone-nacional-de-israel-foi-escolhido-na-vespera-do-dia-da-independencia-a-borboleta-azul-e-branca/               por Márcia Salomão

https://myloview.com.br/quadro-tres-borboletas-bandeira-de-israel-isolado-no-branco-no-8EFB7

https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/borboleta-de-m%C3%A1scara-azul?intlink=true

https://br.depositphotos.com/stock-photos/borboleta-azul.html

https://www.yadvashem.org/education/other-languages/portuguese/educational-materials/lesson-plans/butterfly.html


quinta-feira, 1 de junho de 2023

Acontece - O silêncio te faz cúmplice

 

O silêncio te faz cúmplice 

Por Raul Mayer


Homenagem do Flamengo a Vini Jr


Existe um texto que foi atribuído ao pastor Martin Niemoller, que faleceu em 1984, e que foi atribuído também a outros autores. Niemoller passou vários anos em campos de concentração nazistas e talvez alguns de vocês já escutaram estas palavras:

 

“Primeiro, os nazistas vieram buscar os comunistas, mas, como eu não era comunista, eu me calei. Depois, vieram buscar os judeus, mas como eu não era judeu, eu não protestei. Então, vieram buscar os sindicalistas, mas, como eu não era sindicalista, eu me calei. Então, eles vieram buscar os católicos e, como eu era protestante, eu me calei. Então, quando vieram me buscar... Já não restava ninguém para protestar.” 

 

O texto rodou e continua a rodar o mundo, mas lamentavelmente nada acontece… A grande, a grandíssima parcela do mundo repete a experiência do pastor Niemoeller... não é comigo... me calo. O mundo está infestado de racismo, de perseguições, de ódio a minorias. A maioria do mundo silencia… e o silêncio da maioria leva a tragédias e certamente à morte injusta de serem humanos...

Esta semana o rabino Mario Roizman, da comunidade Beth Torah de Miami, divulgou uma mensagem na qual ele comenta que um dos seus foi novamente agredido, insultado, humilhado... e ele fala de quem?... não fala de um participante de sua comunidade… ele fala do jogador de futebol Vinícius Junior do Real Madrid. E por quê?

Porque Vinicius faz parte de uma minoria na Europa: os negros. E como judeu, o Rabino Mario Roizman se identifica como minoria. E nós todos também somos parte da minoria de Roizman. 

O evento aconteceu num jogo de futebol na Espanha e continua a acontecer por muitas torcidas que expressam o seu ódio de forma vil. Roizman comenta em seu vídeo que qualquer agressão a um negro ou a outro participante de uma minoria é uma agressão a ele, pois explica que como judeu ele possui doutorado por mais de mil anos em humilhações, agressões etc. 

Sim, eu também quando vi a reportagem na televisão... eu também me senti agredido.... e o mundo silencia…

Somos algo por volta de 15 milhões de judeus, somos apenas 0,2 por cento da população mundial. Fazemos parte de uma das menores minorias e também contra nós há todos os dias humilhações, acusações, inclusive em alguns casos agressões físicas - o que chamamos de antissemitismo. E o mundo silencia....

O Holocausto parece que ficou guardado em fotos e filmes em museus em algumas cidades do mundo. Embora fazer apologia ao holocausto seja crime em muitos países do mundo, dias atrás o cantor Roger Waters se vestiu como nazista numa apresentação na arena Mercedes Benz em BERLIN! Como pode… um ser humano em nossos dias ainda se identificar com uma ideologia que matou um terço de nosso povo… e não somente isto, levou o mundo a uma guerra que matou mais de 40.000.000! E isto ainda mais em Berlim! E este imbecil veem se apresentar aqui, no Brasil, no próximo dia 12 de Novembro? Um declarado antissemita?

E o mundo silencia...

Símbolos nazistas são novamente mostrados em público e até jovens se vestem de nazistas...

E o mundo silencia...

Há algumas manifestações... poucas, muito poucas... o radicalismo humano não desapareceu, muito ao contrário, o ódio floresce. O que o mundo está vivenciando é de ficar estarrecido. O antissemitismo, uma forma bem definida de racismo, está sendo moda em pessoas que transformam este sentimento em anti israelense.

Onde se viu a imprensa mundial praticamente calar-se quando Israel foi atacado com milhares de foguetes por fações vizinhas? Será que ele pode se defender? O que aconteceria se os Estados unidos fossem atacados por apenas dois foguetes... teriam direto a se defender? O mundo ficaria calado?

Bom, então... o que fazer?

O Rabino Roizman na sua mensagem é bem prático: calar-se é ser conivente - e assim ele comenta que a sociedade não pode ficar calada.

Onde houver racismo… onde houver humilhação de minorias, onde houver agressão, seja física ou verbal, a um ser humano, cada um de nós judeus e judias também está sendo atacado. Mas ainda a colocação é imperfeita: onde houver racismo e um integrante de uma minoria estiver sendo atacado, nós da comunidade judaica devemos nos manifestar…

Escute como o rabino termina sua manifestação….

O silêncio te faz cúmplice...

A parashá Nasso desta semana, que é a mais longa de todas, tem algo muito interessante e que toca também a cada um de nós. Estamos no livro de Bamidbar- Levítico e Nasso é um conjunto de censo e leis. Entre elas aparece a Benção dos sacerdotes (dos Cohanim que com 3 versículos diz em português):

 

Que Deus te abençoe e te guarde

Que Ele faça brilhar sua presença e seja clemente contigo

Que o espírito de Deus repouse em você para dar Sua Paz

 

Em Israel ou numa sinagoga sefaradi, fora de Israel, podemos ouvir a benção dos cohanim todos os dias. Entretanto, numa sinagoga Ashkenazi fora de Israel, a benção dos cohanim é recitada apenas em Pessach, Shavuot e Sucot, assim como Rosh Hashana e Yom Kipur. Esta benção sacerdotal é também encontrada em outras religiões que tem raízes judaicas.

Nesta parashá, Deus disse a Moisés que ordenasse aos cohanim a ficar na frente da congregação, pronunciar a benção em Hebraico de pé e de mãos erguidas para o céu. Inclusive há uma tradição que vemos em lápides de túmulos de cohanin e que é este símbolo da postura dos dedos durante a benção.

Quando os judeus souberam que os cohanim os abençoariam, protestaram: Mestre do Universo disseram “porque Tu abençoas através de terceiros? Desejamos que Tu nos abençoes diretamente”

Deus replicou:  Apesar de ter ordenado aos cohanim que os abençoe, Eu também estarei presente neste gesto!!!”

Por isto, ao recitar estas bençãos, os cohanim deixam espaços entre os dedos como indicando que o Próprio Todo Poderoso está presente entre nós.

Sugiro que fechemos nossos olhos, pois tradicionalmente não se deve olhar para quem abençoa, e sintamos as palavras da tripla benção como se chegassem de quem cada um desejasse que fosse abençoado:

Adonai (Hashem) te abençoe e te guarde - יְבָרֶכְךָ יְהוָה, וְיִשְׁמְרֶךָ - yevarechecha Adonai veyishmerecha

Adonai (Hashem) faça resplandecer o rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti - יָאֵר יְהוָה פָּנָיו אֵלֶיךָ, וִיחֻנֶּךָּ - ya'er Adonai panav eleicha vichunecha

Adonai (Hashem) sobre ti levante o rosto e te dê a paz - יִשָּׂא יְהוָה פָּנָיו אֵלֶיךָ, וְיָשֵׂם לְךָ שָׁלוֹם - yissa Adonai panav eleicha veyasem lecha shalom

 

Amém! Shabat Shalom!