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segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

VOCÊ SABIA? - MDA: em Israel, ligue para 101 em qualquer emergência!

 


Por Itanira Heineberg



Você sabia que Magen David Adom - a Cruz Vermelha de Israel - é considerada a segunda linha de defesa do país depois do IDF - Israel Defense Forces?



A MDA oferece serviços médicos de emergência e de ambulância no país salvando vidas diariamente e administrando o banco de sangue, além de agir internacionalmente em desastres.

O aspecto humano e louvável da organização é que a grande maioria de seus médicos e paramédicos são voluntários esforçados e generosos que dependem da ajuda de apoiadores do mundo para prosseguir em sua batalha humanitária de salvar vidas humanas.

Como exemplo, citamos a grande doação dos apoiadores de MDA da Austrália que contribuíram com mais de 15 ambulâncias, 30 mediciclos e vários equipamentos indispensáveis a este trabalho de remediar acidentes e tragédias.

 

Mediciclo

Com o objetivo de realmente salvar vidas, MDA não leva em conta religião, origem ou etnia de seus apoiadores e voluntários.


“Magen David Adom em Israel serviu fielmente a população do país por muitas décadas, aderindo a princípios que derivam do valor sublime de "salvar uma única alma de Israel". Estes incluem fornecer primeiros socorros e medicina de emergência, oferecer atividades de treinamento e outros serviços profissionais ao público em geral e ao sistema médico, coletar doações de sangue e fornecê-los aos hospitais e realizar atividades humanitárias para a comunidade.”


Vejamos agora a linha de ação de MDA em Israel:

 

- Fornece todos os Serviços Médicos de Emergência de Israel em tempos de paz e crise;

- Fornece todos os serviços de plasma de sangue para todos os hospitais e para o povo de Israel;

- É um membro pleno da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho;

- Mantém uma frota moderna de mais de mil ambulâncias e 300 mediciclos que estão em alerta constante – e que deve ser substituída à taxa de mais de 80 veículos por ano;



- Estabeleceu um sistema de sobrevivência cardíaca qualificado com unidades móveis de resgate cardíaco equipadas com comunicação bidirecional;

- Coopera plenamente com todos os hospitais e clínicas em Israel e instituiu um serviço de ambulância infantil prematuro e de alto risco com o Hospital Hadassah no Monte Scopus;

- Realiza um programa contínuo de treinamento de salvamento de emergência para todos os funcionários civis, incluindo funcionários dos correios, policiais, bombeiros, taxistas, guias turísticos e outros;

- Fornece treinamento de primeiros socorros aos jovens, a fim de que eles ajudem suas comunidades em tempos de desastre;



- Construiu e mantém estações de primeiros socorros em toda Israel que estão sempre disponíveis, além de serviços auxiliares com ambulâncias em todos os kibutzim de fronteira crítica.

 

E como consequência de seus brilhantes trabalhos e incontáveis vitórias, é reconhecida como organização voluntária de excelência em Israel.

 


“Tikun Olam”, ou seja, reparar o mundo. Caridade, salvar vidas: tudo isto faz parte do Judaísmo.

A MDA segue os preceitos religiosos do país, assim como todos que trabalham nesta humanitária iniciativa.

Assistamos agora às sábias palavras do Talmud (coletânea de ensinamentos judaicos antigos), neste pequeno vídeo de 3 minutos:





FONTES:

https://afmda.org/videos/

https://www.magendavidadom.org.au/mda-australia/


sexta-feira, 21 de janeiro de 2022

VOCÊ SABIA? - Adolfo Kaminsky, o falsificador

 

Não podemos esquecer: 27 de janeiro, Dia Internacional da Lembrança do Holocausto


Por Itanira Heineberg



Realmente, não podemos esquecer as histórias do Holocausto, histórias de dor, humilhação e perdas... mas também histórias de ajuda ao próximo e realizações.

Você sabia que Adolfo Kaminsky foi o mais jovem falsificador da Resistência francesa, colaborando com vários movimentos por todo o mundo, salvando a vida de milhares de judeus durante a Segunda Guerra através de seu trabalho como forjador de documentos?

 

“Esta é a história desconhecida do homem que garantiu salvo-conduto a milhares de judeus na Segunda Guerra Mundial como falsificador, sacrificando a sua vida pessoal e a sua segurança para salvar o maior número de pessoas que pode sempre recusando quaisquer pagamentos pelos seus serviços.”

 

Kaminski nasceu na Argentina em outubro de 1925, de pais judeus oriundos da Rússia.

Em 1932 a família mudou-se para Paris e em 1938 para Vire, onde vivia seu tio. Seu pai era alfaiate e ao acabar seus estudos primários o jovem Kaminsky trabalhou em uma tinturaria onde conheceu a magia das cores, apaixonando-se por química e corantes. Em um mercado de pulgas ele adquiriu um tratado de Marcelino Berthelot sobre o assunto e mais tarde desenvolveu em casa seu próprio laboratório. Ao trabalhar como assistente de um químico, estudou e aprendeu os fundamentos da ciência.

Em 1940, com a invasão da França pelos alemães, a casa da família em Vire foi tomada.

Em 1941 sua mãe foi morta pelos nazistas e em 1942 iniciou sua participação na Resistência.

Em 1943 sua família foi enviada para o campo de Drancy, o primeiro passo para a deportação. Graças aos esforços e influência do Cônsul da Argentina que havia rompido relações diplomáticas com a Alemanha nazista, foram todos liberados em dezembro de 43 e seguiram para Paris.

Foi em Paris que ele trabalhou em um laboratório subterrâneo durante a Segunda Guerra, no endereço ”17, rue des St. Pères”.

Enquanto procurava uma identidade falsa para seu pai, conheceu o grupo “La Sixième”, de judeus da União Geral Judaica que no momento encontravam dificuldades em remover manchas de tinta azul Waterman dos papéis.

Kaminsky aconselhou o uso de ácido lático e a partir de então juntou-se ao grupo, vindo a ser o responsável pelo laboratório de falsificação química.


Kaminsky costumava dizer: "Mantenha-se acordado. O mais tempo possível. Lute contra o sono. O cálculo é fácil. Em uma hora, faço 30 papéis falsos. Se eu dormir uma hora, 30 pessoas morrerão." Ao longo da guerra, Kaminsky criou documentos que salvaram a vida de 14.000 judeus”


Outro grande desafio do grupo foi a invenção da marca d'água.

E assim, de descoberta em descoberta, de conquista em conquista, Kaminsky chegou à criação de documentos “real-falsos”.

Em agosto de 1944, após a libertação da França, ele se uniu ao exército francês rumo à Alemanha. Como não poderia deixar de ser, recebeu o prêmio da Medalha da Resistência.

Com a derrota da Alemanha e o advento da paz, continuou suas atividades ajudando os necessitados sem aceitar pagamento algum.

 

“Participou em diversas guerras e revoluções sem nunca ter disparado uma arma e sem comprometer os ideais de liberdade e de dignidade humana que sempre o guiaram.”

 

Em 1971 realizou sua última identidade falsa.

Viveu na Argélia durante 10 anos onde casou com uma mulher tuaregue (do povo berbere constituído por pastores seminômades, agricultores e comerciantes), teve 5 filhos e em 1982 foram para a França onde toda a família foi naturalizada francesa em 1992.



Assistamos agora a um vídeo biográfico de 16 minutos, com a sinopse do livro “A. Kominsky: o Falsificador”, escrito por sua filha, a guionista, escritora, comediante e atriz francesa Sarah Kaminsky.



“A obra documental tem conquistado leitores e crítica especializada. Por exemplo, o jornal Le Monde considera que “Kaminsky viveu, nas sombras, as horas mais luminosas da Resistência”, enquanto o jornal O Globo afirma: “Se adaptada para o cinema, a vida de Adolfo Kaminsky, de 86 anos, teria ingredientes de thriller de suspense, filme de guerra, tragédia histórica, drama intimista, comédia romântica e cenas de terror.”

 

 

FONTES:

https://mundodelivros.com/adolfo-kaminsky-o-falsificador/

https://extra.globo.com/noticias/mundo/um-falsificador-com-propositos-humanitarios-5300723.html

https://www.bertrandeditora.pt/produtos/ficha/adolfo-kaminsky-o-falsificador/23891912

EDITORIAL: ANTISSEMITISMO - HOJE

 EDITORIAL: ANTISSEMITISMO HOJE

Cartões Postais - disseminando imagens

A Assembleia Geral da ONU instituiu o dia 27 de janeiro como o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto. Neste dia em 1945, um dia frio de inverno na Polônia, o exército americano entrou no Campo de Concentração Auschwitz-Birkenau. Esta data teria fim pedagógico, porque há um número cada vez maior de pessoas e organizações negando a Shoá - o Holocausto. 

O Povo Judeu já havia instituído há anos uma data para lembrar as vítimas do Holcausto: Iom haShoá acontece oito dias antes do dia da Independência de Israel para lembrar, reter na memória, reverenciar. Esta é a forma judaica de alcançar a vida eterna. Cada família faz isto particularmente a cada ano em Iom Kipur - mas muitas das vítimas do nazismo não deixaram família: foram pessoas ceifadas na mais tenra idade, ou foram famílias inteiras exterminadas. Portanto, como uma grande família, foi instituído um momento em que todos possam juntos LEMBRAR.

O contexto da palavra memória no "Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto" é mais direto. O mundo vem há muitos anos negando o Holocausto, e este dia foi criado para que as gerações seguintes possam ser ensinadas e para que a história não se apague. Mas como estamos na época das fakenews podemos ver que há também uma intenção de generalizar o Holocausto, deixando de dar o foco no processo deliberado de exterminação dos judeus. Na própria página da Wikepaedia sobre a temática são lembrados dias de Memória do Holocausto da Alemanha, França e Itália, mas não cita Iom haShoá. 

Ainda hoje, a educação sobre a segunda guerra mundial é vaga e muitos jovens não têm noção do que ocorreu com os judeus naquela época. O "resumo da ópera" é que o antissemitismo está de volta e com grande vigor! Os cartões postais que ilustram este editorial compõem uma coleção de postais sobre a cultura judaica. Todos do início do século XX, usam o estereótipo do judeu europeu, com um nariz avantajado e uma predileção por dinheiro. Aqui é acrescentado um instinto assassino. Hoje, o antissemitismo voltou a estar em alta. Antissemitismo contra o judeu que é cidadão de cada país em que vive e também contra o Estado de Israel.

A educação e o conhecimento de fatos certamente são a forma de reduzir o antissemitismo, mas é preciso lembrar que este tem raízes milenares. Distorcer o judaísmo é uma forma comum há mais de 2000 anos para difamar o que é judaico. Por isso, esta semana deixo de comentar sobre os ataques antissemitas a uma sinagoga do Texas ou aos constantes levantes que acontecem na França, Alemanha e outras países da Europa.

Hoje quero voar com vocês para o Deserto do Sinai, o deserto da Torah, e aproveitar a porção da Torah (parashat) que vem sendo lida esta semana.


Parashat Yitró - Exodus 18:1 - 20:23

Yitró, sogro de Moisés e líder midianita, é uma figura central na Torah. A única porção da Torah que é identificada pelo nome de uma pessoa é a Parashat Yitró. Esta é uma das importantes mostras de inclusão do povo judeu. Não a inclusão que anula a identidade e características da pessoa, mas apenas a menção. No caso, a palavra "apenas" está muito mal colocada.

É Yitró que sugere a Moisés o estabelecimento de um sistema judiciário hierarquicamente constituído e que deva incluir um número muito grande de instâncias, para que problemas possam ir sendo resolvidos em curto tempo. Continuando a leitura, e no mesmo espírito, é nesta porção da Torah que são lidos os 10 mandamentos - em hebraico Hasseret haDibrot. É contado que Moisés gravou os mandamentos em pedra. Aqui D'us revela o seu nome e se identifica como "Aquele que os tirou das terras do Egito". E ao chegar no final da leitura estão descritas as regras de como lembrar e reverenciar a D'us. 

É conhecimento comum que Moisés subiu ao Monte Sinai duas vezes e que na primeira, ao encontrar o povo adorando o bezerro de ouro, quebrou as tábuas da lei. Esta passagem é contada na parashat KiTitsá (Exodus 30:11- 31:17) que será lida em fevereiro. A ordem não é cronológica e mais ainda há uma importante diferença entre as duas versões. Em uma foi comandado que o Shabat (sábado) fosse guardado (respeitado) como dia do descanso e na outra é simplesmente dito para lembrar do Shabat porque é Santo. 

LEMBRAR - MEMÓRIA - é a forma de honrar e santificar fatos e pessoas. Também é a forma de evitar ou ao menos estar alerta a um presente que teima em trazer novamente à tona um antissemitismo atávico.

Vejam agora uma história pessoal. Uma entre muitas, com um sabor individual mostrando que os milhões de pessoas afetados pela Shoá eram seres humanos individuais.



LEMBRAR e LEMBRAR --> Conhecer e agir --> está a fórmula operacional para protegermos a nossa e as futuras gerações.

Boa Semana!

Regina P. Markus


quinta-feira, 20 de janeiro de 2022

Editorial: Caminhos, Horizonte, VIDA!

 Editorial: Caminhos, Horizonte, VIDA!

AS GRANDES VIRADAS?

Olhem a figura que ilustra este texto. Vejam o caminho dentro da mata. Esta é a Mata Atlântica, uma das florestas mais diversas do mundo, que abriga uma variedade incrível de seres e que vem sobrevivendo como pode aos avanços do homem - a mata é linda, mas perigosa. Na mesma imagem vemos o horizonte, fotografado da sacada de um edifício em São Paulo. Horizonte que inspira e comove por suas cores e amplidão. A vida é uma sequência de busca de horizontes e geração do novo. Um eterno retomar e recriar. 

Na realidade, quando olhamos com mais detalhes cada fato podemos ver novidades surgindo. Algumas são tão especiais que nem somos capazes de enxergar.

O Estado de Israel tem sido um diferencial importante no Oriente Médio. O Estado Judaico renasce em terras ancestrais abrigando uma população diversa formada por judeus, árabes e muitos outros grupos. Por anos, Israel foi um país com pouco ou nenhum relacionamento com seus vizinhos e com os países árabes da região, mas no horizonte sempre estava a vontade de que pudesse haver uma relação de boa vizinhança. O caminho parecia denso e difícil. Apesar de algumas flores aparecerem no caminho, eram apenas pontuais, e por mais bonita que fosse a flor, esta parecia restrita a um ponto.

Nestes últimos anos uma ligação mais estável, com troca de embaixadas, turismo e negócios vem ocorrendo com vários países árabes do Oriente Médio e da África. Esta fonte de esperança foi reforçada recentemente com duas notícias fundamentais; notícias que mostram interesse econômico e ao mesmo tempo o estabelecimento de relações pessoais. Segundo o The Wall Street Journal, o Fundo de Investimento Mubadala, de Abu Dhabi, que administra US$250 milhões em ativos, investiu US$20 milhões em seis empresas de capital de risco israelenses: Mangrove Capital Partners, Entrée Capital, Aleph Capital, Viola Ventures, Pitango e MizMaa. Expandir investimentos além do Petróleo e ter parceria com unicórnios inovadores que possam trazer segurança e riqueza é um objetivo conjunto.

Construir o futuro é ampliar horizontes. MAS - ou TAMBÉM - serão as novas gerações que estarão dando continuidade a todas estas iniciativas. Continuar a negociar e produzir tem pouca capacidade de incluir pessoas.

Também esta semana lemos a notícia da comemoração do Ano Novo das Árvores também pela jovem comunidade judaica de Dubai!

 



Nas palavras do Consul Ilan Sztulman, naquele momento estava sendo plantada a semente da paz.

Ao longo dos próximos anos esperamos relatar muitos fatos novos, até que chegue o momento em que o mundo possa entender que as relações entre os cidadãos dos diferentes países é positiva e que não haja mais espaço para educar para o terror.

Um boa semana!

Regina P. Markus

segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

VOCÊ SABIA? - Shnat Shmitah - e a Terra também tem seu Sábado!

 

Por Itanira Heineberg


Livro de Êxodo: “Plantem e colham os produtos da terra por seis anos, mas, no sétimo ano, deixem que ela se renove e descanse sem cultivo. Permitam que os pobres do povo colham o que crescer espontaneamente durante esse ano. Deixem o resto para servir de alimento aos animais selvagens. Façam o mesmo com os vinhedos e os olivais.”



VOCÊ SABIA que o atual Ano Judaico de 5782 também é o ano sabático da terra, o “ano da libertação”? Parte dos ciclos de tempos inerentes à vida judaica, é o ano de perdoar dívidas, deixar a terra descansar e abrir-se a todos para colherem o que lhes faltar.

 

“Livro de Levítico: “Deus falou a Moisés no Monte Sinai, dizendo-lhe para falar aos israelitas e dizer-lhes: Quando vocês vierem para a terra que eu estou dando a vocês, a terra deve ter um período de descanso, um sábado para Deus Durante seis anos você pode plantar seus campos, podar seus vinhedos e colher suas safras, mas o sétimo ano é um sábado de sábados para a terra. É o sábado de Deus, durante o qual você não pode plantar seus campos, nem podar seus vinhedos. não colha as safras que crescem sozinhas e não colhe as uvas nas suas vinhas não podadas, pois é um ano de descanso para a terra. [O que cresce enquanto] a terra está em repouso pode ser comido por você, por seu macho e sua fêmea escravos, e pelos empregados e trabalhadores residentes que vivem com você. Todas as colheitas devem ser comidas pelos animais domésticos e selvagens que estão em sua terra.” (Levítico 25: 1-7)”

 

Que Lei maravilhosa esta, quanto respeito pela terra que nos alimenta há milênios, e, pela primeira vez que com ela me deparei, era eu uma inexperiente jovem estudante da Aliança Francesa em Porto Alegre e foi-me difícil entender esta prática muito observada na França. Baseado no compromisso com a terra e sua melhor produção, sem fazer alusão ao texto bíblico, meu saudoso professor Monsieur Roche mostrou-nos os benefícios agrícolas obtidos com este processo.

Esta ideia levou-me agora a pensar que outros benefícios obteríamos em outros campos da vida, se nos permitíssemos descansar, desacelerar e dar um tempo a relações complicadas, a cobranças indevidas, a sentimentos raivosos e vingativos em nossas almas?

Assim como o solo, o ser humano é um terreno a ser cultivado, preparado com sabedoria, adubado com boas intenções e tolerância, irrigado com perdão e pensamentos significativos.

Voltando à História do Povo Judeu, com o acontecimento da Diáspora, ficou mais difícil esta prática bíblica de dar descanso à terra, uma vez que já não estavam na terra prometida.

Mas foi quando eclodiu o movimento sionista que este mandamento voltou à tona trazendo muitas controvérsias.

Em 1888 nasceram os debates sobre a Lei da Shmitah em Israel e consequentemente, muitas discussões e tentativas de chegar a um consenso final.

 

Atualmente, apesar de obrigatório para os ortodoxos por uma questão de observância religiosa, o cumprimento dos preceitos de Shmitah é facultativo em relação ao governo civil no Estado de Israel contemporâneo.

 

“Os tribunais civis não fazem cumprir as regras. Uma dívida seria transferida para um tribunal religioso por um documento de prosbul somente se ambas as partes concordassem voluntariamente em fazê-lo.

Muitos judeus israelenses não religiosos não observam essas regras, embora alguns agricultores não religiosos participem da venda simbólica de terras a não judeus para permitir que seus produtos sejam considerados kosher e vendáveis ​​a judeus ortodoxos que permitem a clemência.”

 

Mesmo assim no ano Shmitah, as safras em Israel resultam insuficientes, exigindo a importação de alimentos do exterior.



E quando se inicia o cumprimento dos mandamentos relacionados à agricultura, no caso, Shmitah?

 

“ A determinação veio na Mishnah, tratado de interpretações rabínicas sobre a Torah, que compõe o Talmud. Segundo esta interpretação rabínica é em Rosh Hashanah que começa o ano civil de Israel. Eles também determinaram que nesta data se inicia o cumprimento dos mandamentos relacionados à agricultura, por exemplo o Shmitah.”

 

Vejamos agora as três promessas que D’us fez ao Povo Judeu se observassem a mitsvá de Shmitah:

1 - D'us prometeu que a colheita do ano anterior ao ano de Shmitah duraria três anos: "Não se preocupem. Abençoarei a terra, de modo que a colheita do sexto ano seja suficiente para o sexto, sétimo e oitavo anos."

2 - D'us prometeu que "Durante o ano de Shmitah ficarão satisfeitos, apesar de comerem pequenas quantidades de alimento. Assim, sua produção agrícola durará."

3 - "Se guardarem tanto os anos de Shmitah como os de Yovel (7 ciclos de 7 anos consecutivos, num total de 49 anos, o ano 50 seria o ano do jubileu, Yovel), estarão seguros em Israel. Porém se não observarem nem Shmitah, nem Yovel, seus inimigos os forçarão ao exílio."


Parreiral em Israel



A Lei da Shmitah ordenada ao povo judeu pela Torah e muito praticada em Israel é um alento para o século XXI em meio aos grandes problemas globais de meio ambiente, alimentação e instabilidade econômica.

E para nós, um convite à uma vida mais humana, reflexiva, pura e caridosa!


FONTES:

https://www.myjewishlearning.com/article/what-is-shemita-the-sabbatical-year/

https://cafetorah.com/o-ano-sabatico-shenat-shemita-o-que-significa/

https://israelemcasa.com.br/o-ano-de-shemitah-em-israel/

https://pt.chabad.org/library/article_cdo/aid/920255/jewish/O-Descanso-da-Terra-a-Cada-Sete-Anos.htm

 


quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

EDITORIAL: Iniciando 2022 - As rotinas do Calendário - As novidades

 



lembrando os primeiros editoriais de 2018, 19, 20 e 21


Janeiro é o mês em que nosso transporte nos leva para mais um ano, e é sempre bom olhar pelo retrovisor. Esta é uma característica judaica. Lembrar do que aconteceu ao longo dos tempos é uma forma de manter vivo o que amamos. Esquecer ou deixar de mencionar é a forma estabelecida pelos nossos sábios e também na Torah para que fatos e pessoas possam ser deixados para trás e não contaminar a vida das próximas gerações. 

Lembrar através de museus, através de histórias e através da natureza. Todas estas são formas que usamos para ligar o passado ao futuro. Começamos a EshTánaMídia em fevereiro de 2017. Olhando os quatro editoriais anteriores que marcaram a virada do ano comum, constatamos que foram tratados quatro temas diferentes.

Em 3 de janeiro de 2018 nosso foco era a sobrevivência do povo judeu ao longo dos milênios. O vai e vem ao longo dos milênios e sua peregrinação por outros países, bem como a reconstrução de um país milenar na terra dos seus ancestrais foi possível graças ao firme propósito de transmitir história e conhecimento de geração em geração. E mais ainda, incluir nesta enorme base de dados os avanços de cada geração. O destaque para o quase desaparecimento das comunidades judaicas de nações islâmicas foi um dos motes daquele texto. Hoje, constatamos a grande evolução desta temática. Os Acordos de Abraão e o aumento das relações formais, incluindo trocas de embaixadas, turismo, colaboração em áreas de tecnologia, ciência e educação com vários países árabes da África e Ásia mostra que há sempre espaço para mudanças. Tikun Olam - a construção do mundo, um processo contínuo e transformador.

Em 17 de janeiro de 2019 o texto foi dedicado ao ANO NOVO DAS ÁRVORES (15 de Shvat - Tu biShvat). 
O calendário judaico possui três anos novos: um ano dedicado à natureza, às árvores e aos muitos frutos a serem colhidos na primavera; um ano novo dedicado ao início do Povo Hebreu - que ocorreu quando da saída do Egito e que é comemorado em Pessach (passagem em português, páscoa em grego); e por último, o que conhecemos como o Ano Novo Judaico - Rosh Hashaná. No Ano Novo das Árvores - Tu biShvat - são plantadas árvores e lembrada as leis encontradas na Torah no livro de Levíticos, organizadas nos tratados da Mishná e discutidas na Guemará. Plantar árvores e ter o cuidado com os frutos é uma prática orientada e aplaudida. Esta cultura milenar de respeito à natureza tem sido respeitada no Estado de Israel que saiu do século XX com uma maior cobertura verde que que entrou.

Em 16 de janeiro de 2020 o tópico escolhido foi o antissemitismo: o ódio atávico aos judeus que vem sendo construído e reconstruído ao longo dos anos. Foi no mês de janeiro de 1945 que o Campo de Concentração de Auschwitz foi liberado. Esqueletos vivos testemunhavam a fúria nazista. Retomamos o tema porque estava em voga a negação do holocausto. A sobrevivência como mecanismo para alcançar a vida eterna. Eternizar conhecimentos e sabedoria através da passagem das gerações. Não esquecer vem sendo a cada ano reforçado pela vida e contribuição dos sobreviventes e pela certeza que a importante vitória é ultrapassar a barreira do tempo ganhando força para reconhecer os perigos e, de forma mais importante, mostrando a grande contribuição que os sobreviventes e descendentes trazem para a humanidade.

Em janeiro de 2021, enfrentando a pandemia e o isolamento, o primeiro editorial do ano chamava atenção sobre a importância do conhecimento e da ciência para enfrentar o vírus. Um vírus que dispensa um organismo intermediário, vai de um ser humano para o outro com uma facilidade incrível. Hoje podemos olhar pelo retrovisor e ver o quanto evoluiu o processo de vacinação e os conhecimentos sobre os vírus. Ao mesmo tempo, não é possível deixar de manter o alerta. Hoje sabemos que as medidas de proteção contra a contaminação e de reforço do nosso organismo para combater os invasores têm a capacidade de proteger e salvar vidas. 
 
 
12 de JANEIRO de 2022 - A EshTánaMídia continua seu caminho de informar e comentar, abrindo espaço para denunciar e enquadrar o antissemitismo, bem como abrindo espaço para difundir conhecimentos ligados ao povo judeu, a Israel e aos processos de criação de conhecimento.

Queremos continuar contando com vocês nesta nova aventura!

Queremos plantar uma árvore para lembrar Tu biShvat e também fazer uma refeição com muitas frutas e verduras, como está escrito que se comemora o Ano Novo das Árvores!

Regina, Juliana, Marcela e Itanira.


segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

VOCÊ SABIA? - Começos.

 

Começos... seria bom se despertos e com esperança...

Por Itanira Heineberg


VOCÊ SABIA que o Museu Judaico (MUJ) de São Paulo começou o ano de 2022 com o pé direito, obtendo uma recepção calorosa do público ao abrir suas portas há cerca de um mês?



Pois foi com grande alegria que recebi, por e-mail, a matéria sobre a abertura do museu MUJ com estrondosa visitação por parte da população da cidade.

E era isto que eu buscava: notícias de bons começos para reiniciar nossas atividades informativas neste ano que já chegou trazendo novas e alarmantes preocupações.

Começar bem qualquer atividade é um prenúncio auspicioso para o desenrolar dos fatos.

Sempre gostei de começar um bom livro, ou uma viagem interessante, e na infância nada me era mais prazeroso do que começar um caderno novo, limpinho, sem orelhas de burro, as páginas brancas e convidativas.

E assim foi o começo do MUJ neste ano de 2022.

Conforme a reportagem recebida, mais de 5 mil pessoas já passaram pelos umbrais do museu, mais de 40 matérias apareceram na imprensa e as redes sociais do MUJ já estão com mais de 5 mil seguidores.

Muito bom, com certeza!

Uma programação vibrante está planejada para o ano, na busca de conectar histórias e dialogar com o tempo presente.  

Passemos a palavra aos organizadores e curadores do museu:


“Fruto de uma iniciativa da sociedade civil acalentada por quase duas décadas, o Museu Judaico de São Paulo (MUJ) abre suas portas visando cultivar as diversas expressões, histórias, memórias, tradições e valores da cultura judaica, em diálogo com o contexto brasileiro, com o tempo presente e com as aspirações de seus diferentes públicos.”



“Sabemos que a Cultura tem papel fundamental em contribuir com esses debates, assim como a tradição judaica.

Fomentar o conhecimento, combater a desinformação e trabalhar junto com nossos parceiros e vizinhos para uma sociedade mais justa estão na linha de frente das nossas primeiras ações anuais.

Como lembrou o rabino Nilton Bonder em uma palestra: começar é despertar! Ele conta que o sábio Reb Nachman de Bratslav costumava usar a expressão em iídiche ‘gevalt’, que quer dizer ‘uau’, para que nós nos mantenhamos despertos e com esperança.”

 

Apresentamos abaixo o vídeo de 18 minutos com a elucidativa e instigante lição do rabino.

São palavras com o fim de nos acordar na realidade fora do sono, para descobrirmos nosso potencial e possibilidades para “re”começar uma vida melhor e mais significativa.  



MUJ, o Museu Judaico de São Paulo já começou sendo o primeiro museu sobre história judaica de São Paulo.

Situado à Rua Martinho Prado, 128, pertence à Associação Amigos do Museu Judaico no Estado de São Paulo.

O edifício que abriga o Museu é a antiga Sinagoga Beth-El, projetada e construída por Samuel Roder entre 1927 e 1932.



Abaixo incluímos a programação do MUJ para férias:

https://museujudaicosp.org.br

 

Visita mediada

terça a sexta às 11h, 14h e 16h

sábados e domingos às 15h

Educadores-mediadores realizam visitas às exposições em cartaz no Museu

 

Visita mediada em LIBRAS

terças e sábados às 11h, 14h e 16h

Visitas acessíveis em Língua Brasileira de Sinais - Libras às exposições em cartaz no Museu

 

Visita teatralizada

terças às 13h e quartas às 15hu

sábados às 14h

Que tal fazer uma viagem no tempo? Educadores-atores no papel de imigrantes carregam malas cheias de memórias em um trajeto pelo Museu.

 

Contação de histórias

terças às 15h e quintas às 13h

sábados às 10h30 e 12h30 (sessão com LIBRAS)

domingos às 10h30 e 14h

Utilizando bonecos, adereços e músicas, os educadores apresentam histórias da tradição Judaica, da cultura popular e da literatura universal que dialogam com conceitos do Museu.

 

Livro vivo

quartas às 13h e 17h

sábados e domingos às 16h (aos sábados, sessão com LIBRAS)

As primeiras viagens que fazemos pelas páginas de um livro são acompanhadas de um leitor experiente. Essa atividade propõe uma leitura compartilhada de livros que conversam com as temáticas das exposições em cartaz.


E finalmente, como não poderia deixar de ser, ao final da visita as pessoas encontrarão a lojinha, um MUST de qualquer museu do mundo.

 "Lodjinha":


Nada melhor do que encontrar algo realmente valioso, de valor sentimental ou cultural, algo que sempre acionou nossa curiosidade, nas prateleiras da lojinha!

Museus são casa de cultura com o objetivo de ensinar, revelar a História dos povos, inspirar.

Assim, ao concluirmos nossa apresentação acrescentamos um poema inspirado no MUJ.


FONTES:

https://dasartes.com.br/de-arte-a-z/museu-judaico-de-sao-paulo-e-inaugurado/

https://museujudaicosp.org.br/