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sexta-feira, 31 de agosto de 2018

EDITORIAL - Vestindo branco - o ano-novo judaico

Rolos da Torah durante todos os dias do ano vestem-se de muitas cores. Nos Dias do Ano Novo, em todo o mundo, os rolos da Torah vestem-se de BRANCO.


ROSH HASHANÁ
O Ano Novo Judaico está chegando. Estas são as chamadas GRANDES FESTAS. A data é mencionada na Torah (Cinco Livros de Moisés) e é recebida com uma grande reunião da comunidade. É um momento de reflexão que se segue por 10 dias até o Iom Kippur, dia da expiação. Este é um período em que há rezas, e é um período em que o outro, o vizinho, o amigo, e todos os que vivem em conjunto se encontram. É o grande momento para lembrar, e para se desculpar. É o grande momento para contabilizar e para iniciar.

Rosh HaShaná - A Cabeça do Ano - O nome faz lembrar nossas mentes. Uma parte do corpo gera projetos, mas também faz lembrar que a execução deles depende do todo. A UNIDADE - o UNO - e não apenas uma parte. Isto nos remete à lembrança que no judaísmo são contados 70 atributos de D'us, mas não é mencionado o seu nome.
Ser único pode parecer que é ser exclusivo, ser diferente, mas neste começo do ano A Torah se veste de branco. O Branco para muitos lembra algo não manchado, algo único. Mas, na realidade, se considerarmos a física das cores - o branco é formado pela mistura de todas as cores básicas! - O Branco é a soma de todas as cores. Ser UNO é conter cada uma das partes.

Chegar a Rosh Hashaná é um ato conjunto - é um ato feito por toda a comunidade, os rituais e as rezas não são programados para serem feitos de forma individual. Há um grande prazer em todo ano encontrar com diferentes grupos de amigos e conhecidos e de enviar cartões e conversar com pessoas conhecidas ou a conhecer ao redor do mundo. Estar sozinho, sim, é possível, mas quando for impossível uma outra situação. Nestes dias as comunidades dos vivos e dos que já se foram ou dos estarão por vir se encontram em alguns momentos especiais.

É deste encontro entre as cores, é deste encontro entre as pessoas, é deste encontro entre os presentes e os ausentes que se tira a força para entrar em um novo ciclo, e ao mencionar um novo ciclo, todos sabemos que são ondulações que se sucedem e que seguem com segurança ao longo das décadas, séculos e milênios.

Shaná Tová u Metuká

Regina P. Markus

segunda-feira, 27 de agosto de 2018

VOCÊ SABIA? - Ribeiro Sanches



Você sabia que Antônio Nunes Ribeiro Sanches (Portugal 1699 – Paris 1783), médico judeu que muito se distinguiu no exterior durante o período iluminista, foi um dos 250 colaboradores de Diderot e D’Alembert, os principais organizadores da “Encyclopédie,  ou Dictionnaire Raisonné des Sciences, des Arts et des Métiers”?

RIBEIRO SANCHES - BIBLIOGRAFIA


BIBLIOTECA MUNICIPAL DE PENAMACOR

Nesta bibliografia estão reunidas todas as obras existentes na Biblioteca Municipal de Penamacor de, e sobre Ribeiro Sanches.

Ribeiro Sanches nasceu no pequeno povoado de Penamacor, em Portugal, em uma família de tradição judaica.
Ingressou na Escola de Medicina da Universidade de Coimbra, mas não satisfeito com o currículo e o ambiente escuro da escola, transferiu-se para a Universidade de Salamanca onde recebeu o grau de Doutor em 1724.
Levado por sua curiosidade intelectual, ou por sua condição de cristão-novo sempre atormentado pela intolerância religiosa, viajou pela Europa: Gênova, Londres, França, Holanda na Universidade de Leiden, estudando com afinco e assim aperfeiçoando-se na medicina.
Viveu na Rússia de 1731 a 1747 trabalhando em investigação científica onde adquiriu também experiência em direção hospitalar. Foi médico da Escola Militar de São Petersburgo e médico particular da czarina Ana Ivanovna na corte, onde acertou o complicado diagnóstico dela: pedras nos rins.

Em 1747, inseguro com o perigoso clima de conspirações no palácio real ocasionado pela troca de regente no trono (a nova czarina Isabel Petrovna), mudou-se para Paris, vivendo um momento de grande efervescência causado pelo movimento iluminista. Conhece os enciclopedistas e fica amigo de Denis Diderot e Jean D’Alembert que lhe solicitam um verbete para a sua Enciclopédia.


“1771 - É publicado na famosa Enciclopédia de Diderot e D'Alembert o artigo Maladie vénérienne inflamatoire chronique. Ribeiro Sanches foi o único intelectual português a ter o privilégio de constar da famosa enciclopédia.
Finaliza um trabalho valioso com o título de Pecúlio de várias receitas para diversas queixas. Neste manuscrito emergem diversos assuntos, desde memórias sobre a sífilis, conselhos para o exercício da cirurgia até um tratado de patologia eterna e demais assuntos.
1776 - Termina o seu trabalho Observações sobre doenças venéreas considerada a obra mais importante sobre sifiligrafia, publicada postumamente. Nela demonstra que muitas doenças crónicas e lesões encontradas na autópsia, eram devidas à sífilis.”

Por ter se especializado em venereologia, ficou também conhecido como “o médico dos males de amor”.
Seu olhar ia à frente de seu tempo, alertando sempre para a necessidade das escolas de Medicina serem associadas às de Cirurgia.
No afã de ajudar e esclarecer as dúvidas ao seu redor, dedicava seu parco tempo disponível instruindo barbeiros-cirurgiões, parteiras e farmacêuticos.
Possuidor de um caráter afável e benevolente, conquistou um círculo de amizades que incluía portugueses expatriados e necessitados, apoiando-os financeiramente e com sua amabilidade e conselhos.

Casa da Memória Judaica Ribeiro Sanches – criada pelo Município de Penamacor

João Nabais, em sua obra “Medicina – Na Beira Interior – da Pré-História ao século XXI”, assim refere-se a ele:
"Ribeiro Sanches, tal como Amato (Amato Lusitano, outro grande médico judeu sobre o qual já escrevemos nesta coluna), um médico do mundo!”

Ribeiro Sanches, um médico do mundo.


Este texto é uma colaboração especial de Itanira Heineberg para os canais de comunicação do EshTá na Mídia.

FONTES: 



quinta-feira, 23 de agosto de 2018

EDITORIAL: 1929 - um ano encoberto pelas brumas do tempo

1929 - um ano encoberto pelas brumas do tempo

Jerusalém - uma cidade antiga, uma cidade eterna, o foco das atenções das religiões monoteístas, desperta para o mundo da alta tecnologia. Em tantos anos de história, há muito para saber e descrever. Ao longo destes anos em que escrevemos semanalmente para a EshTáNaMídia, em vários momentos mencionamos a cidade de Jerusalém.

Esta semana (20 e 21 de agosto de 2018) esteve na cidade de São Paulo a Orquestra Sinfônica de Jerusalém com sua boa música que viaja pelos recantos da Europa do Tachaikowsky, Dvorak, Mendelssohn, Brahms e Mark Lavry, músico natural da Letônia. A obra de Lavry foi "Emek", que estreou no terceiro concerto da Filarmônica da Palestina - atual Filarmônica de Israel - em 1937. A viagem por mundos esperados terminou com um abraço musical entre o Brasil e Israel. Todos que lá estavam foram brindados com um vibrante "Tico-Tico no Fubá" e um emocionante "Ierushalaim shel Zahav". 

A música une os mundos e as palavras esclarecem e iluminam. Para isto, é necessário visitar e revisitar os termos e a história. Nesta mesma semana, entre os dias 23 e 29 de agosto de 1929, as terras do Mandato Britâncio da Palestina viram os árabes se levantarem contra os judeus que lá habitavam, promovendo a expulsão dos judeus de Jerusalém e de muitos outros centros importantes do país. A cidade de Hebron foi totalmente evacuada e violências também ocorreram na Galiléia e em Tel Aviv. 

No centro da disputa estava o Muro Ocidental do Templo de Jerusalém. Um ponto histórico que remonta a 3000 anos, e que continua sendo disputado ao longo dos anos.

A história segue, e em 1948 vem a formação do Estado de Israel. Nesta ocasião os árabes atingiram seu objetivo: baniram os judeus da área do Templo e principalmente, de chegar ao Muro Ocidental. Esta situação foi mantida por mais duas décadas até que, respondendo a um ataque dos exércitos árabes, foi conquistada a Cidade Velha de Jerusalém, ou melhor, a Cidade de Jerusalém. De 1967 em diante, a área do Templo mantém-se aberta para muçulmanos, cristãos e judeus. 

Nestes dias que antecedem o Ano Novo Judaico, lembramos que a história é feita de uma sequência de idas e vindas, de músicas que unem os muitos mundos. Cabe a nós mantermos a memória dos diferentes momentos para conseguirmos pavimentar o futuro como fizeram aqueles que voltaram para Jerusalém.


Editoras do EshTá na Mídia - Regina, Marcela e Juliana. 


SodaStream, Pepsi e a derrota do BDS


Em 2014 a SodaStream precisou fechar sua fábrica na Judeia depois de ter sido alvo do movimento antissemita BDS, que tem como objetivo boicotar a indústria israelense. À época, os movimentos de boicote acusaram a empresa de pagar menos aos funcionários palestinos. Os próprios funcionários, no entanto, afirmavam que os salários eram equivalentes e que o valor e os benefícios recebidos eram muito mais do que poderiam conseguir em território palestino - além de criticarem os movimentos de boicote por destruirem seus empregos.
Depois do ocorrido, a fábrica se mudou para outra região de Israel e continuou com a sua política de convivência e união.

Ontem foi divulgada a notícia do acordo bilionário da SodaStream com a gigante Pepsi, que trará à empresa novos horizontes e possibilidades de crescimento, numa grande demonstração da derrota do BDS no caso.

“Acho que eles aprenderam a não mexer com a gente. Vejam que aconteceu com quem eles resolveram implicar, e veja o que aconteceu com eles", disse o CEO da SodaStream, Daniel Birnbaum.

Confira matéria original em inglês publicada no United With Israel.

segunda-feira, 20 de agosto de 2018

VOCÊ SABIA? MÚSICA KLEZMER, seis séculos acompanhando os judeus em sua trajetória terrestre





Mazel Tov

Você sabia que o Klezmer, gênero de música não-litúrgica judaica, desenvolvida a partir do século XV pelos judeus da Europa Oriental, sobreviveu às destruições dos shtetls europeus, do extermínio dos guetos e do horror do Holocausto? Após vários “revivals”, renascimentos, ele impera soberano entre os judeus de todo o mundo, confirmando o tema de nosso último Editorial, que mostrava que a sobrevivência do povo judeu tem origem na união dos membros da comunidade, assim “construindo a eternidade”.

Viena 2009
Esta música nasceu para ser dançante, independente do tema, da inspiração ou do estilo.

Klezmer é a primeira World Music, a primeira música do mundo.
Com sua origem na Bessarábia e vizinhanças, estendeu-se por territórios atualmente incluídos na Moldávia, na Romênia e na Ucrânia.
Klezmer é uma palavra hebraica: “kley”, que significa embarcação, e “zemer”, que significa melodia, referindo-se a instrumentos musicais antigos. Durante a Idade Média o termo passou a referir-se coloquialmente a músicos populares judeus.
Compondo sob várias restrições em culturas e séculos diferentes, os “klezmorim”, ou músicos judeus, desenvolveram seu estilo único a partir das variedades dos estilos musicais locais.
“Entre eles, com proeminência estão os moldes Turco Otomanos, os Ciganos dos Balcãs e os vários estilos das clarinetas.
Com o advento do movimento Chassídico nos anos 1750, o acervo klezmer foi acrescido de um suplemento infindável de melodias e danças baseadas no “nigunim”, melodias de orações sem palavras. O resultado foi um estilo apaixonado e comovente, refletindo a espiritualidade do Chassidim.”
Ao se formarem os primeiros grupos, a maioria dos instrumentos era de corda - especialmente o violino - do qual os músicos judeus são mestres.
O lema dos músicos era “tocar klezmer até as cordas se partirem”. Havia também um címbalo, um contrabaixo e uma flauta. Já no século XIX, com o aparecimento das bandas militares, foram incorporados instrumentos de sopro e percussão.
Os amadores e itinerantes klezmorim tocavam em festas judaicas, viajando e deslocando-se de gueto em gueto na Polônia, Romênia, Bulgária, Hungria, etc.
No século XX, quando os judeus deixaram a Europa Oriental e os shtetls, o klezmer difundiu-se no mundo, especialmente nos Estados Unidos, influenciando importantes compositores, como GershwinLeonard Bernstein e Aaron Copland. De fato a música Klezmer reinventou-se nos EUA. Ali fundaram-se mesmo escolas voltadas para a aprendizagem da música Klezmer.
A maior parte do repertório é constituída de danças para casamentos e outras celebrações judaicas, como o Bar Mitzvah. A música tinha que se enquadrar no acontecimento solene e ao mesmo tempo incitar os convidados a dançar no fim da cerimónia religiosa. No entanto, apesar de ter a sua origem nas cerimónias de casamento, klezmer nunca foi só para dançar, mas também para ouvir durante o banquete.”
Giora Feidman, Zev Feldman, Andy Statman, The Klezmorin, The Klezmer Conservatory Band e Henry Sapoznick foram os responsáveis pelo ressurgimento do klezmer nos anos 1970.
O segundo revival ocorreu nos anos 1980 com Joel Rubin, Budowitz, Khevrisa, Di Naye Kapelye, Alicia Svigals e The Chicago Klezmer Ensemble.

Litografia em arte Assinado Judaica Judaismo Moshe Bernstein Violinista Klezmer stetl

Segundo revival –
The Chicago Klezmer Ensemble – Early Recording – 1987 – 89

"Old timey klezmer."  Klezmer antigo.
Esta definição faz sentido pois contrariamente às bandas modernas, não aparece aqui o tambor thumpa thumpa nem qualquer outro tambor. Em vez disso, duas pessoas alternam clarinetes, címbalos, dois violinos e um baixo. Resumindo, é um conjunto do início da música judaica. 
Este álbum é a pura essência da música judaica expressa em um clássico estilo de música de câmera.
Assistamos então esta obra de Klezmer antigo:





E assim, de século em século, a música Klezmer chega ao século XXI.
Confira nesta bela gravação, a alegria, o ritmo e a força deste ritmo vitorioso:



sexta-feira, 17 de agosto de 2018

EDITORIAL - VIDA ETERNA – de geração em geração – O ontem pavimentando o amanhã







Imagens do Kotel haMaaraví (2018) – Muro Ocidental Externo do Templo de Jerusalém em que os judeus de todas as matizes encontram um ponto de equilíbrio. Uma referência atemporal.


Caros,

Estamos no último mês do calendário judaico, o mês de Elul. Abrimos este editorial com duas imagens do que está acontecendo em Israel. As chamadas orações de SELICHOT (lê-se selirrót – tradução: desculpas). Assim os judeus se preparam para o ANO NOVO (Rosh Hashaná, cabeça do ano) e para o Iom Kipur (dia do perdão). E, sendo todas estas atividades ligadas à religião, a maioria das pessoas conectam estes eventos a D’us. Este deveria perdoar, este deveria escutar nossos pedidos de perdão. Então, por que tudo é feito em público? Por que não é válida uma conversa particular de cada um com D’us? A resposta é muito simples, porque estes são dias dedicados ao HUMANOS – homens e mulheres – crianças, adultos e velhos – à toda a comunidade. Estes são dias dedicados a unir o passado ao futuro – estes são dias em que se deve poder fazer um balanço das atividades e pedir perdão quando necessário e seguir em frente.

Estes também são dias em que toda a comunidade é honrada, incluindo os vivos e os que já se foram. Como se diz em hebraico, “shel mála e shel mata”, literalmente “de baixo e de cima”. E é nesta corrente entre as gerações que vai se construindo a eternidade.

Nos dias de hoje estamos presenciando um fenômeno muito interessante, filhos, netos e bisnetos de comunidades inteiras que desapareceram no vendaval que varreu a Europa no século XX voltam a buscar o que sobrou das cidades de origem de seus pais, avós e bisavós.

Esta semana foi postado um vídeo sobre os descendentes da cidade de Rohatyn, na Ucrânia. Eles estão indo em busca das pedras tumulares e, em alguns casos, resquícios de construções, de seus antepassados. Saindo da impessoalidade do editorial, vamos contar um pouco do que aconteceu entre nós para que nossos muitos leitores não judeus sintam conosco o momento. Uma de nós sugeriu que seria de interesse para o EshTáNaMídia o vídeo sobre a cidade de Rohatyn, e outra imediatamente escreveu – “esta é a cidade de minha mãe, há muito quero fazer isto com meus filhos”. A vida comunitária é um diferencial da essência judaica.

Ficou claro que esta é uma forma magnífica de “perdão”. Como dizia Rabi Akiva (século I), o perdão é a forma que temos de seguir em frente e, sabemos que olhar para o século XX ainda causa estranheza para muitos. Para outros, significa olhar para ele como um hiato que sempre vamos lembrar, mas que não vai nos segurar. Estes são momentos que ocorrem nestes dias fantásticos que antecedem e que sucedem às Grandes Festas.

Uma boa semana a todos!

Regina, Marcela e Juliana




quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Rohatyn, na Ucrânia, se conecta com seu passado


Na cidade de Rohatyn, no oeste da Ucrânia, as pessoas estão se reconectando com seu passado, o passado judeu. 

O "Rohatyn Jewish Heritage" ("Herança judaica de Rohatyn") é um programa conduzido por voluntários que trabalham para preservar a herança da comunidade judaica perdida da cidade.


Durante o Holocausto, quase toda a população judaica de Rohatyn foi assassinada. O casal americano Marla e Jay Osborn foram a Rohatyn em busca de conexão com aquela cidade, de onde vinha sua família. Lá, descobriu com um historiador local que fragmentos de lápides judaicas estavam sendo encontradas pela cidade e os moradores estavam movendo-as de volta para o antigo cemitério judaico. 


Hoje, os Osborns estão trabalhando junto com os moradores e voluntários para recuperar as lápides.
Os idealizadores do Rohatyn Jewish Heritage planejam restaurar o cemitério e criar um Memorial, além de estar desenvolvendo materiais educativos sobre a comunidade que um dia viveu ali. 


"O nosso programa procura recuperar e reconstruir um pouco da herança intangível do passado judeu de Rohatyn. Uma visão do passado nos ajuda a olhar para o futuro".


EU finalmente condena os ataques a Israel



Numa reviravolta em seu posicionamento, a União Europeia finalmente condena os ataques do Hamas a Israel. Os lançamentos de morteiros a partir de gaza e demais ataques por parte do Hamas e outros grupos terroristas palestinos foram descritos como "inaceitáveis". A UE também reconheceu o direito de Israel à própria defesa, ainda que apelando para que o país o faça com comedimento para prevenir acidentes com civis em Gaza.

A postura é, finalmente, de reconhecimento de onde partem os ataques e da natureza de defesa das ações de Israel.
Mais uma notícia sobre: Quase 200 foguetes do Hamas contra Israel não chegam às notícias 

O link para a matéria original, reproduzida abaixo, está aqui.


In a Reversal of Character the EU Condemns Hamas Attacks Against Israel

Called on Israel to continue to "exercise restraint" and do its best "to prevent civilian casualties in Gaza."

image descriptionThe Hemicycle of the European Parliament in Strasbourg during a plenary session in 2014. (David Ilif via Wikipedia)
The European Union (EU) described as "unacceptable" the launching of rockets from Gaza and other actions by Hamas and other Palestinian terrorist groups against Israel and considered it a priority "to prevent the escalation of violence" and protect civilians.
For the EU, the increase in tensions in recent days "has led to Gaza and Israel in a dangerous way near greater conflict," according to a statement from the European External Action Service.
"The first priority now is to avoid escalation and that the lives of civilians are not at greater risk," said the EU, which relied on the rapid recovery of the wounded.
For the Twenty-eight, "the firing of rockets from Gaza into the communities of southern Israel and other violent actions and provocations against Israel by Hamas and other Palestinian militias is totally unacceptable."
On the other hand, the EU recognized Israel's "right to defend itself," but called on it to continue to "exercise restraint" and do its best "to prevent civilian casualties in Gaza."
"The death of a pregnant Palestinian mother and her son in this latest escalation is a tragic loss," the statement added.
The EEAS reiterated "their full support for efforts by Egypt and the United Nations to reduce tensions and alleviate the situation in Gaza, including improving the international response to the current crisis and facilitating movement and access."
"We will continue to work together with our partners to address the humanitarian situation and support intra-Palestinian reconciliation to bring Gaza and the West Bank together under a single and legitimate Palestinian Authority," he said

segunda-feira, 13 de agosto de 2018

VOCÊ SABIA? - Alberto Dines e a imprensa marrom


Alberto Dines – nasceu no Rio de Janeiro em 1932 e faleceu em São Paulo em maio de 2018


Você sabia que a expressão “imprensa marrom”, sinônimo de matérias sensacionalistas, publicações sem escrúpulos ou veracidade no intuito de vender tabloides e jornais, foi pela primeira vez usada no Brasil em 1959 pelo jornalista e repórter judeu Alberto Dines do Diário da Noite, editor do site Observatório da Imprensa e diretor do conceituado Jornal do Brasil?

Ainda que haja várias histórias sobre o surgimento desta expressão, inicialmente ela provém da “yellow press” (imprensa amarela) surgida nas trincheiras do jornalismo americano relatando o embate entre William Hearst e Joseph Pulitzer, os coronéis da mídia nos Estados Unidos nos finais do século XIX até o início do século XX.

Vejamos agora a evolução da imprensa amarela à imprensa marrom aqui no Brasil:

“Em 1959, a redação do jornal carioca Diário da Noite, onde Alberto Dines trabalhava, recebeu a informação de que uma revista chamada Escândalo extorquia dinheiro de pessoas fotografadas em situações comprometedoras. Uma das pessoas clicadas pela publicação sensacionalista foi um cineasta, que se suicidou. Dines preparava, para a manchete do dia seguinte, algo como “Imprensa amarela leva cineasta ao suicídio”, inspirando-se na expressão norte-americana. O chefe de reportagem do Diário, Calazans Fernandes, achou o amarelo uma cor muito suave para o caráter trágico da notícia e sugeriu trocá-la por marrom. E assim surgiu a expressão “imprensa marrom”, para definir um tipo de jornalismo que é feito sem escrúpulos, apenas para arrebatar o público.  Além de criar a expressão, a matéria do Diário da Noite acabou levando ao fim da revista Escândalo.”



A carreira de Alberto Dines no jornalismo brasileiro revela uma trajetória bastante coerente. Desde seus primeiros passos no mercado de trabalho como crítico de cinema e o convite para ser repórter de assuntos culturais na revista carioca Visão, passando mais tarde pela revista Manchete e pelos jornais Diário da Noite e Jornal do Brasil, ele parece ter optado pelo inconformismo com a estagnação da imprensa brasileira, buscando inovações ousadas e até impensadas, mas que influenciaram gerações de profissionais e mudaram alguns dos rumos da história da imprensa brasileira.”


Alberto Dines viveu uma carreira jornalística intensa com passagens pelos vários periódicos brasileiros acima mencionados, além do Pasquim, Fatos e Fotos, trabalhando em Lisboa junto ao grupo Abril onde lançou a revista Exame e criou o Observatório da Imprensa.

Também atuou intensamente no magistério como professor de jornalismo na PUC-Rio de Janeiro e professor-visitante na Universidade de Colúmbia.

Dines em 2010

Em mais de 50 anos de profissão, Alberto Dines escreveu mais de 15 livros e recebeu vários prêmios literários entre eles o aclamado Prêmio Jabuti em 1993.

Em sua trajetória jornalística Dines buscou a crítica à mídia no intuito de produzir uma sociedade mais bem informada e justa.

Em tempos de modernidades, de “fake news e fake silence”, quando devemos estar atentos a tudo o que lemos ou recebemos pela mídia avassalante, não podemos vacilar nem esquecer os malefícios da imprensa marrom que continua a imperar no século XXI.


FONTES:


sexta-feira, 10 de agosto de 2018

EDITORIAL: Guerra e Paz – Dar e Receber – Vida e Morte – O que existe entre dois extremos



Israel está em chamas! Ou melhor, os habitantes de Israel que moram na fronteira com a faixa de Gaza estão sendo bombardeados a todo momento por bombas, balões incendiários e foguetes lançados de Gaza. Há tuneis de terror construídos para sequestrar cidadãos israelenses e uma enorme pressão.

No início da semana entraram em Israel, pelo Aeroporto Internacional de Lod, líderes do Hamas que lideram ações terroristas com o propósito de participar de negociações para o cessar fogo. O Hamas negociaria um parar do envio de bombas e dispositivos incendiários para Israel. O sul de Israel está em chamas, e os esquadrões de bombeiros estão trabalhando em tempo integral. Mas o que vimos no dia de ontem foi um intensificar das agressões – um chamamento para que Israel responda de forma ativa e o mundo volte a participar do círculo vicioso da guerra. Quando o Hamas fustiga de forma impiedosa a população do Sul de Israel, o mundo se cala. Quando Israel atinge cirurgicamente alvos responsáveis pelos ataque, o mundo protesta! E assim se reforça o círculo vicioso.

Ao olhar para os amigos israelenses, o cidadão comum do dia a dia, podemos ver o quanto querem proteger a seus filhos e esperar que não haja mais perdas de vidas nesta dança macabra. Por outro lado, há uma noção muito grande de que há a necessidade de manter seguras as fronteiras do Estado de Israel e que sem ter com quem negociar, é preciso saber resistir.

Não é de hoje que os judeus enfrentam ondas de rejeição e aceitação, ondas de ódio e admiração e que pouco sabem como lidar com o processo. Mas, a cada volta na espiral da história são encontradas novas formas de lidar com o processo e novos patamares de entendimento.

Certamente a solução só pode vir de contatos e conversas, de aprender a dar e receber na proporção correta e de aprender a ceder e resistir na forma adequada. Será sonhar muito alto imaginar que a paz está mais perto a cada vez que se supera uma crise, ou que uma criança de Gaza que venha ser cuidada por israelenses, ou a cada partida dos muitos times de crianças árabes e israelenses que jogam juntas?

Muito provavelmente isto é ser simplista. O que precisamos hoje é saber que entre os dois extremos está o mundo, está a mídia.  A postura destes é de suma importância para que o Hamas deixe de fustigar os habitantes do sul de Israel e que passem a aplicar os milhões de dólares que recebem como donativos, inclusive do Brasil, em melhorar vida da sua população. Aqui a mídia é de alta relevância. Foi muito mais veiculado na nossa mídia a recusa do atleta olímpico egípcio em apertar a mão do israelense no Rio de Janeiro do que a atitude da Miss Irã que se tornou amiga da Miss Israel no Concurso de Miss Universo em 2017. A discórdia é reforçada, a concórdia é muitas vezes considerada de baixo interesse midiático.

Entre os dois extremos do certo e do errado tem que existir uma enorme vontade de promover diálogos e encontros, de favorecer o conhecimento e valorizar as diferenças e a identidade de cada um. Poder SER – é um dos principais fatores que permitem às pessoas, aos povos e aos países se reconhecerem com UM entre os POVOS – e isto significa pertencer.

Boa semana.
Editoras do EshTá na Mídia - Regina, Juliana e Marcela