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quinta-feira, 29 de agosto de 2019

EDITORIAL: ELUL - O ÚLTIMO MÊS DO CALENDÁRIO JUDAICO

Dia 1 de setembro de 2019 coincide com o dia 1 de Elul de 5779, o último mês do calendário judaico.

Estão chegando Rosh Hashaná (cabeça do ano) e Yom Kipur (Dia da Expiação, Dia do Perdão). A virada do ano no calendário judaico é um momento muito sério e o mês de Elul serve de preparação.

É na virada do ano que podemos ganhar todas as energias para um novo período, podemos ajustar planos e buscar novas inspirações. Também é neste período que devemos dar uma segunda chance aos nossos problemas, e aos nossos amigos e não tão amigos. 




O mês de Elul é um mês de preparo; as rezas são alteradas de forma a lembrar a chegada de um momento de virada, e não é importante apenas lembrar, mas também programar e sonhar. 

Mas de onde vem esta tradição? Tradição ou História? Fatos ou Mitos? Tenho a opinião que são fatos históricos, que apesar de terem ocorrido há tantos milênios atrás vão sendo preservados na memória do povo, na única forma em que isto é possível, ao ser contados de geração em geração. Conta a história, conta a Torá (cinco livros de Moisés) em seu último livro (Devarim - traduzindo livremente "coisas" - ou na forma mais tradicional - Números).

Em todas as sinagogas do mundo, esta semana lê-se Números 28: 1-3; 3-15. E a história conta que no dia 1 de Elul do ano de 2448 (1313 AEC), Moisés sobe ao Monte Sinai pela segunda vez, levando as duas tábuas de pedra que ele mesmo entalhou, e que passa 40 dias na Montanha - até o Iom Kipur - quando recebe o Perdão Divino por ter quebrado as primeiras Tábuas da Lei, escritas por D'us. 

Contar uma história que ocorreu há 3332 anos e mesmo seguir costumes que são iniciados há mais de 3 milênios parece algo um pouco bizarro, mas os judeus, religiosos ou não, mesmo muitos que se dizem ateus, lembram e ouvem falar deste período com respeito e reverência. Mergulhar neste tempo é energizante.

Os sépticos dizem: como provar que esta história ocorreu? Os religiosos nem contestam, visto que está escrito. E muitos olham os sinais que o tempo não conseguiu apagar e veem que não há necessidade de provar e nem de acreditar, simplesmente é observar que mesmo no ano de 2019 em todo o planeta, as sinagogas do mundo inteiro anunciam a chegada de Elul. Poucas pessoas vão escutar este anúncio, mas certamente as sinagogas estarão lotadas daqui a 40 dias quando chega o Dia do Perdão, o dia em que o Povo de Israel inicia a sua longa jornada sob os auspícios de uma lei. Lei que provê condições de respeito às gerações passadas e a responsabilidade de participar do conserto do mundo. Lei que concede ao futuro e ao passado um status que dignifica o presente.





Chegamos a mais um mês de Elul e iniciamos a fase de preparativos para mais uma jornada.

Desejo a todos um mês muito especial.

Regina P. Markus

quarta-feira, 28 de agosto de 2019

EDITORIAL: ViVER-VIVER-viver e ainda SOBREVIVER

Editorial: 

Viver – viver – viver – e ainda Sobreviver


Os judeus têm sobrevivido em diferentes países quer como minoria diminutas ou um grupo populacional visível e significante. Países como Polônia, Espanha, Grécia, Babilônia, Pérsia e Egito já contaram ao longo de milênios com importantes populações judaicas. Em cada um destes países essas populações foram dizimadas em uma época chave. Apenas como exemplo, na década de 1930, 30% da população de Varsóvia era judaica. Lá moravam judeus ortodoxos, não religiosos e também um número importante de judeus que se consideravam antes de tudo poloneses. Hoje cresce na Polônia a busca pela identidade judaica



Um dos  atratores mais importantes para a manutenção da identidade judaica é o OLHAR PARA SION – A LEMBRANÇA de Jerusalém. A cada ano, na páscoa, as famílias judaicas, sentadas ao redor de uma mesa, encerram a refeição festiva cantando “O ANO QUE VEM EM JERUSALÉM”. Este olhar para SION – um outro nome de Israel - é chamado de sionismo, e Jerusalém é a capital de Sion. 

Não há outro povo que tenha sido tão negligente com características raciais e que tenha preservado por tão longo tempo a identidade histórica e o vínculo com uma terra de seus antepassados – a Terra Prometida.

Ao retirar a Terra Prometida dos judeus, os romanos trocaram seu nome para PALESTINA, nome posteriormente resgatado pelo Império Britânico no século XX – Mandato da Palestina. Mas, enquanto a Palestina Romana estava restrita ao Estado de Israel e algumas cidades que hoje estão localizadas na Síria, o Mandato da Palestina incluía o que hoje é o Iraque, a Jordânia e Israel.

A presença dos judeus em Jerusalém foi contestada ao longo dos milênios, mas nunca foi extinta, a não ser por um breve momento em 1929. Isto mesmo, no século XX. O Grande Mufti de Jerusalém, cargo criado pelo governador do Mandato da Palestina, o inglês Ronald Stors, era um clérico muçulmano sunita responsável pela Mesquisa de Al Aqsa. Sim, apenas com os britânicos o mundo mulçumano realçou a sua presença em Jerusalém através de um posto religioso. No dia 24 de agosto de 1929, liderados pelo Gran-Mufti, os árabes massacraram e expulsaram a população judaica de Jerusalém. Estes foram proibidos de chegar ao Muro Ocidental do Templo de Jerusalém e até hoje não podem subir ao Monte do Templo. Foram mortos 133 judeus e outros muitos foram feridos. Haj Amin al Husseini, o Mufti de Jerusalém na época, parece ter tido papel controverso. Para alguns ele incitou o massacre e para outros apenas observou. Mas a história continua e de acordo com o historiador Robert Wistrich em seu livro “Hitler e o Holocausto (2001)”, em novembro 1941 o Mufti foi à Alemanha e visitou Hitler, de quem recebeu a promessa: “do fundo de meu coração não envidarei esforços para chegar à total destruição do Império Judaico Comunista na Europa”. Em julho de 1943 o Mufti teria se encontrado com Himmler e expressado sua satisfação em que no próximo ano (1944), o propósito comum estaria ainda mais próximo.




O grande inimigo de um lado era o judeu europeu e de outro, o sionista – o inimigo comum dos nazistas e do Mufti de Jerusalém. 

Mas, a história continua... e todos sabemos que o Estado de Israel é uma realidade e que em 2018 o número de judeus no mundo atingiu o mesmo de 1939.

Mas viver e sobreviver é ir construindo a história ao longo dos tempos. E esta semana presenciamos uma cena estarrecedora e assustadora dentro de nosso Brasil. Cena esta que vou apenas descrever, porque não quero ter a imagem ofendendo outros olhares. O CORREIO BRAZILIENSE no dia 20 de agosto publicou uma foto sobre a 5a Jornada Literária de Sobradinho. Gostaria de aplaudir, jovens com seus 11 a 13 anos sendo incentivados a ler - isto é o que precisamos! Mas um dos livros foi escrito por ADOLF HITLER - o nome é MINHA LUTA - e está traduzido para o português, sendo distribuido em uma feira de livros para as crianças brasileiras.

Este é o livro onde foi exposta a doutrina básica de Hitler! A doutrina antissemita, a doutrina que levou a milhares de alemães comuns a colaborarem com o holocausto. As lideranças judaicas de Brasília e do Brasil reuniram-se e acionaram legalmente o jornal, que se disponibilizou a cobrir ações educativas sobre o nazismo e o holocausto. 

Será este um final OK? Viver... viver e sobreviver ... e chega o fim de semana, quando A FOLHA de SÃO PAULO nos premia com outra jóia. A Universidade Federal de Pernambuco suspende conferência do cientista político André Lajst sobre a relação entre árabes e judeus em Israel. O cancelamento, segundo a Folha de São Paulo, ocorreu porque a UFPe foi ameaçada pela Associação Pró-Palestina e Muçulmana de Recife, que já ministrou palestra em outras oportunidades na mesma Universidade.

E.. como a vida sempre é comemorada e tem vários lados, a comunidade árabe em geral e a comunidade muçulmana em particular também é multidiversa e não apoia cegamente estas formas de discriminação aos judeus e aos sionistas. Aqui deixamos de colocar israelenses, visto que estes são cidadãos do Estado de Israel que é composto por árabes, judeus, curdos, marronitas, etc.

Viver... viver e sobreviver... é preciso conhecer e é preciso seguir em frente - 
A CERTEZA NA FRENTE e A HISTÓRIA NA MÃO! (Geraldo Vandré)

Regina P. Markus


terça-feira, 27 de agosto de 2019

VOCÊ SABIA? - Schehecheyanu





Você sabia que “Shehecheyanu”, uma oração judaica meditativa, benção tradicionalmente proferida perante situações ocorridas sem antecedentes, pode ser recitada a qualquer instante, pois cada momento na vida é sempre novo e inusitado?

A bênção do Shehecheyanu deve ser dita ao nos darmos conta do milagre do momento presenciado.
Shehecheyanu é recitada tradicionalmente ao realizarmos algo pela primeira vez no ano, como ao acender as velas de Hanukkah ou ao escutar o shofar, assim como no início dos feriados judaicos. É a constatação de termos chegado a um momento expressivo. Esta oração homenageia e exprime a admiração pela conquista da trajetória:

בָּרוּךְ אַתָּה יְהֹוָה , אֱלֹהֵֽינוּ מֶלֶךְ הָעוֹלָם, שֶׁהֶחֱיָֽינוּ וְקִיְּמָנוּ וְהִגִּיעָנוּ לַזְּמָן הַזֶּה

Baruch Ata Adonai, Eloheinu Melech Haolam, shehecheyanu, v’kiy’manu, v’higianu lazman hazeh.
Blessed are You Eternal Spirit who has given us life, sustained us and allowed us to arrive in this moment.
Bendito sejas, Eterno Nosso D’us, Rei do Universo, que nos concedeste vida, nos sustentaste e nos permitiste chegar a esta ocasião.

Ouçamos agora a bênção recitada por Sara, neste breve vídeo:








“Nossa existência é a súmula de cada momento singular que temos o privilégio de vivenciar, momentos que nos levam à grandeza do agora.”

Se estivéssemos sempre presentes poderíamos dizer o Shehecheyanu a cada momento pois cada momento é sempre novo e verdadeiramente único.
Mas somos humanos, distraímo-nos com pouco, indulgentes e condescendentes, e esquecemos de agradecer o presente divino, o grande milagre da vida.
Haverá, porém, sempre a oportunidade de acordar, de apreciar a bênção de estarmos vivos e rezar o Shehecheyanu conscientes do que recebemos e usufruímos a cada dia.







Ou com esta outra gravação, minha oração preferida em todos meus anos de Judaismo:





Este texto é uma colaboração de Itanira Heineberg para os canais do EshTá Na Mídia.


FONTES:



segunda-feira, 19 de agosto de 2019

Você Sabia? - O dia mais feliz do calendário judaico, o 15 de Av: dia do Amor, “Ahava”





Você sabia que o dia mais feliz do calendário judaico, o 15 de Av - dia do amor - tão significativo quanto Valentine’s Day, é também uma data especial para casamentos?




Tu B'Av (hebraico) ט״ו באב, 15 de Av
Festa do Amor (חג האהבה Hag HaAhava)
Segundo a Mishna, Tu B’av era um dia feliz na época do Templo em Jerusalém pois estabelecia o início da colheita da uva.


Nesta data as jovens solteiras de Jerusalém, vestidas de branco, iam dançar nos parreirais.


Conforme o Talmud da Babilônia, não havia festa mais feliz para os judeus, do que o Tu B’av.
Após a reconstrução do Segundo Templo Sagrado, o feriado celebrava a oferta de madeira para o Templo, artigo indispensável para a queima dos sacrifícios no altar.
A terra degradada dificultava a coleta de lenha; sem a lenha não poderiam oferecer sacrifícios e o serviço no Templo deveria ser cancelado.
“Tão significativa era a importância deste ato, que os inimigos, desejosos de arruinar os serviços do Templo Sagrado, impediam as pessoas de chegar com lenha a Jerusalém.”


Modelo do Segundo Templo



“Em 15 de Av, os jovens de Jerusalém dançavam nos vinhedos cantando: “Jovens, levantem os olhos e busquem a quem escolher para si próprios”. E, como para nós não há ocasião mais feliz do que um casamento entre dois judeus sob uma chupá, o dia 15 de Av foi considerado o dia mais feliz do ano.”





“15 de Av é sem dúvida um dos dias mais felizes de nosso calendário. Ao mesmo tempo misterioso. Ao fazer uma busca no Shulchan Aruch (Código da Lei Judaica) a obra não revela observâncias ou costumes para esta data, exceto pela instrução de que Tachanun (confissão de pecados) e porções similares devem ser omitidos nas orações diárias (como ocorre em todas as datas festivas). E a instrução de que deve-se aumentar o estudo da Torá, já que as noites tornam-se mais longas e "a noite foi criada para o estudo.”
               
No entanto, há uma razão mais profunda para o dia 15 de Av ser uma data extremamente significativa no calendário judaico.
Muitas tragédias históricas ocorridas em 9 de AvTishá b’Av, foram retificadas no dia 15.
Por exemplo, D’us decretou que a geração do Êxodo morreria no deserto em Tisha b’Av, mas esse decreto foi anulado no dia 15 do mesmo mês.
“O que é muito impressionante sobre o dia 15 de Av é que ocorre menos de uma semana após o dia 9 – Tishá b’Av. Em menos de sete dias, o Povo Judeu vai de seu nadir, de seu ponto mais baixo, a seu ápice: de 9 de Av, dia mais triste do ano, ao dia 15, o mais alegre. Nisso temos uma grande lição, que sustentou nosso povo ao longo de 2.000 anos de exílio, possibilitando-nos vencer todos os testes e tormentos pelos quais nós, judeus, passamos. O dia 15 de Av nos ensina a ter fé, pois a salvação está sempre perto de nós, ou seja, as maiores vitórias geralmente vêm após as maiores derrotas.”


14 de maio de 1948 – independência de Israel
Paraquedistas no Muro das Lamentações logo após a conquista de Jerusalém.



Este texto é uma colaboração especial de Itanira Heineberg para os canais do EshTá na Mídia.



FONTES:




quinta-feira, 15 de agosto de 2019

EDITORIAL: Tikun Olam - Construindo o MUNDO



Neste período que antecede o mês de Elul, o último mês do calendário judaico, vamos rever alguns dos princípios que têm regido as comunidades judaicas de todas as tendências e que se refletem de forma expressiva no Estado de Israel.

No contexto do Estado de Israel, lembramos que sendo um Estado Judeu, é habitado por judeus de todas as nominações. Desde os ultra-ortodoxos que não acreditam na existência do estado político (uma pequiníssima minoria), os ortodoxos que se vestem com capotes pretos e chapéus e são reconhecidos como "os judeus" pelo grande público, os ortodoxos que usam vestes regulares no mundo moderno e que seguem a Halachá, cumprem as mitsvot, entre estas, o guardar do sábado, os judeus conservadores e reformistas e toda a sua gama de filiações que buscam trazer os preceitos religiosos para o século XXI, onde estudo e atividades associativas ganham tônica e também os cidadãos israelenses, judeus mas que são agnósticos.

E não podemos esquecer que o moderno Estado de Israel é formado por judeus e não judeus - cidadãos de igual categoria com representação no parlamento.

Ufa - quem chegou até aqui tem fôlego - e pode perceber que o dito que "onde tem dois judeus sempre há três opiniões" parece se repetir no Estado de Israel.

Mas sobreviver a dois mil anos de exílio e manter uma identidade depende de alguns pilares. Um dos mais importantes é derivado da própria Torah (cinco livros de Moisés) e de sua análise pelos doutos de diferentes milênios. É o propósito de ser parceiro de D'us, para os que são gnósticos, e de ser responsável pelo "outro" para os que são agnósticos que se resume em Tikun Olam (construir o mundo).

Esta semana as editoras do Esh Tá na Mídia e a nossa colaboradora, Itanira, que escreve o "Você Sabia?", escolheram temas muito diferentes para nosso leitores, mas que têm Tikun Olan como fio condutor.

TIFERET - BELEZA. Construir um mundo saudável implica poder apreciar a beleza sem desvirtuar a saúde! Assim, as modelos em Israel tiveram que se adaptar a uma lei que impede magreza abaixo dos valores recomendados pela boa prática médica - e esta matéria foi ilustrada com uma outra forma de Tikun Olan - destacar a beleza em todas as idades.

Salvar pessoas - chegar muito rápido ao local em que alguém esteja passando mal - chegar para qualquer pessoa. Com este objetivo foi criada uma Organização Não Governamental em Jerusalém chamada "United Hatzalah" que une voluntários de todas as etnias e religiões e que atendem pessoas - sem levar em conta os adjetivos que podem estar qualificando esta pessoa! A idéia é chegar no local antes que uma ambulância possa chegar - tudo gratuito - tudo financiado por doações - e o melhor é que este serviço ultrapassou as fronteiras da cidade e do país e pode ser encontrado inclusive no Brasil.


Visitando a central da Hatzalah em Jerusalém


EDUCAR - Este é um dos principais pilares para a construção do mundo - é a partir da educação que pode-se romper grilhões e tranformar um povo escravo em um povo livre, capaz de sobreviver aos tempos; porque a educação transforma mitos e fatos em alavancas para a criação de novos tempos. Sem educação não pode haver a união entre o passado e o futuro porque as memórias são perdidas, e sem a educação não pode haver uma grande diversidade de opiniões porque as pessoas não dispõem de conhecimentos para entender as diferenças. Educar é muito mais que ensinar ou transmitir - é dar a oportunidade de criar. A nação Start Up - da qual falamos em tantas oportunidades - tem em seu DNA a mensagem que o futuro só pode existir se diferentes correntes aprenderem a conviver - NÃO HÁ UMA ÚNICA VERDADE - não há um único caminho - o que há é a obrigação de Tikun Olam - de construir o mundo - de preparar o futuro. Aqui também vale lembrar a diversidade na educação. Toda ela pública até o Universidade e com escolas com características especiais para cada bairro, religião e inclinação política. 
Nas Universidades e nos Institutos de Pesquisa é comum encontrar homens e mulheres, e pessoas com diferentes indumentárias - todas as tribos. 
Será que conseguimos Tikun Olan para o mundo?

E assim, vamos chegando mais perto de uma virada de ano - andando por caminhos que construirão o futuro.

Boa Semana - Shavua Tov

Regina P. Markus




segunda-feira, 12 de agosto de 2019

VOCÊ SABIA? - Israel em defesa da saúde


Na passarela: Miss Sobrevivente do Holocausto - Israel



VOCÊ SABIA que Israel foi um dos primeiros países a criar leis que proíbem modelos muito magras em campanhas ou desfiles de moda?


Anorexia não é beleza


Em 2013 passou a vigorar no país uma lei que proíbe a presença de modelos esqueléticas em fotos ou desfiles de moda.


As profissionais da beleza devem apresentar um Índice de Massa Corporal (IMC) mínimo de 18,5 para exercerem a profissão.

Como referência, vejam a modelo israelense Bar Refaeli que possui IMC de 18,8 e aparece aos nossos olhos como um tipo curvilíneo, ideal para fotos de biquinis e roupas íntimas.


Modelo Bar Refaeli


Para participarem de desfiles, as modelos israelenses ainda devem provar que seu índice permaneceu inalterado pelos últimos três meses, apresentando um atestado médico.


“A lei proíbe que modelos muito magras sejam fotografadas em campanhas e ainda obriga as marcas a informarem se algum aspecto do corpo tiver sido modificado com uso de programas de manipulação de imagem.
Segundo fontes do governo israelense, a lei visa combater a idealização da magreza, principalmente entre as mulheres mais jovens. ‘Essa lei é outro passo na guerra contra desordens alimentares. Modelos abaixo do peso não podem mais servir como ideal de beleza para jovens que copiam e adotam a ilusão da magreza’, disse Rachel Adato, política do país.
Um estudo divulgado no país em 2002 mostrou que 5% dos jovens em Israel sofrem de algum tipo de problema ligado à alimentação. Entre eles, 90% eram mulheres entre 12 e 20 anos.”


 “Modelos que estão abaixo do peso não poderão mais desfilar nem aparecer em anúncios em Israel. A proibição está prevista em uma lei aprovada pelo Parlamento do país que visa regular o setor da moda.
A nova lei prevê também que modelos homens e mulheres agora precisam da aprovação de um médico para serem contratados em Israel, e seu Índice de Massa Corporal deve ser superior a 18,5.”


Em 2015, três anos depois de Israel, a França também criou esta lei e a seguir outros países europeus estabeleceram a medida IMC de 18,5 para suas modelos.


“O culto à magreza no mundo da moda ficou explícito na década de 60 através de uma adolescente britânica de 16 anos, Leslie Hornsby, mais conhecida como Twiggy. A menina magrela e de olhos grandes, com aparência andrógina, se tornou o rosto daquela década e foi a precursora da magreza na moda, que até então apresentava modelos mais encorpadas, como as que figuravam na Dior. O fenômeno Twiggy (apelido que Leslie ganhou e que significa ‘graveto’ em inglês) abriu as portas para a nova tendência, que mais tarde teve Kate Moss como sucessora.”


Mais um detalhe importante acrescentado ao movimento de proteger modelos é a exigência para os anunciantes que precisam informar com clareza toda vez que uma foto for manipulada para deixar o profissional mais magro.




Este texto é uma colaboração de Itanira Heineberg para os canais do EshTá na Mídia.


FONTES:



sexta-feira, 9 de agosto de 2019

EDITORIAL: Tisha be AV - 9 de AV - UM DIA PARA LEMBRAR


Viver intensamente, por milênios, espalhados por todos os cantos da Terra e mantendo uma identidade baseada em tradições e cultura poderia ser considerado uma proeza. Fazer tudo isto tendo perdido por quase 2.000 anos um referencial territorial - e portanto, não tendo um local neste planeta que pudesse ser considerado um porto seguro para reunir estas pessoas - também parece beirar o impossível. Segundo o biólogo e filósofo francês, que também é talmudista, a vida se desenrola entre o Cristal e a Fumaça - entre o muito sólido e o totalmente efêmero. E assim, a vida tem que estar em constante movimento, sem perder importantes referenciais. A água é ela mesma, não importa se estiver na forma líquida, sólida ou gasosa.

Trazendo isto para nós, humanos, temos que ter referenciais sólidos para manter nossa perspectiva de vida e ao mesmo tempo uma capacidade enorme de adaptação para que possamos não só dar conta das mudanças como também prever cataclismas. Mas ao mesmo tempo, temos que viver o dia a dia de forma agradável e prazerosa.

9 de Av é uma data reservada para a memória dos momentos mais difíceis da história do povo judeu. Neste mesmo dia foram destruídos o primeiro e o segundo Templo - que deram origem ao exílio babilônico e ao exílio românico, que durou 2.000 anos! Com o correr dos anos outras barbaridades ocorreram no mesmo dia. O Rei Eduardo I da Inglaterra, em 1290, e os Reis Católicos da Espanha, em 1492, assinaram éditos que expulsaram os judeus de seus respectivos países. Séculos de diferença, mas o dia é o mesmo: 9 de Av.

Neste dia os judeus jejuam e lembram de tragédias do passado, mas ao mesmo tempo, os sábios que instituíram esta data de memória sabiam que a vida é sempre mais importante que o passado e o hoje é a base do judaísmo. Assim, quando este dia terrível cai em um sábado, o jejum e todas as lembranças trágicas são adiadas de um dia, porque o sábado é o dia do descanso e este não deve ser peerturbado!

Esta semana, ao escutar a aula do Rabino Ruben Sternschein da Congregação Israelita Paulista, soube de uma interessante proposta de encurtar o jejum de 9 de Av no Brasil, porque coincide com o dia dos Pais, um dia de reunião familiar. Nesta mesma linha, muitos em Jerusalém não deixam de chamar atenção para o fato de esta cidade estar em um momento de grande esplendor, abrigando um dos mais fantásticos ecosistemas de inovação do mundo. Um cidade de 3.000 anos à frente de seu tempo, na vanguarda do século XXI.

Sim, para ter uma sobrevida de mais de 3000 anos um povo deve manter suas tradições e lembrar o passado, mas acima de tudo deve manter o ritmo da vida.

Jejuar, lembrar e dispertar para o futuro.
Le Chaim

Regina P. Markus

segunda-feira, 5 de agosto de 2019

VOCÊ SABIA? - Pat Boone e o Exodus






Exodus: uma história de bravura, um navio, um livro, um filme, uma canção...

Você sabia que Pat Boone, renomado cantor americano, compositor, ator, escritor, grande fã de Israel e do povo Judeu, cristão evangélico, escreveu a letra para a música Exodus, composta por Ernest Gold?


Pat Boone



Gold, um grande compositor americano, nasceu em Viena, na Áustria, em 1921 porém em 1938 imigrou com a família para os Estados Unidos fugindo das perseguições nazistas que levaram o mundo ao Holocausto.


Ao concluir sua imponente criação para o tema Exodus, o compositor não encontrava uma letra que o satisfizesse.

Ernest Gold


Nada que lhe era apresentado ou sugerido o entusiasmava.

O filme foi lançado às vésperas de Natal e Pat Boone lera o livro, vira o filme e ficara hipnotizado com a música de Gold.
Já em sua casa, observando sua esposa Shirley enrolar os presentes para serem colocados sob a árvore natalina, ele não conseguia esquecer as notas musicais que o haviam impressionado. Tocou e repetiu o disco umas 20 vezes em sua vitrola à espera de uma inspiração, queria expressar em palavras o que aqueles sons lhe transmitiam, sentimentos puros de amor e de fé. Não acedeu às súplicas de sua esposa para que a ajudasse nos preparos da festa, sua concentração era outra.   

E foi quando enfim elas surgiram, palavras simples e afirmativas:
“This land is mine, God gave this land to me!” (Esta terra é minha, Deus deu esta terra para mim.)

Rapidamente o cantor pegou o primeiro pedaço de papel que avistou sobre a mesa e começou a escrever. Os versos foram surgindo com leveza, significado e determinação e ao cabo de vinte minutos o texto estava pronto, forte e grandioso, frente aos seus olhos incrédulos!

“This land is mine
God gave this land to me
This brave and ancient land to me
And when the morning sun
Reveals her hills and plains
Then I see a land
Where children can run free
So take my hand
And walk this land with me
And walk this lovely land with me

[Chorus: Repeat 2X]
Tho' I am just a man
When you are by my side
With the help of God
I know I can be strong

To make this land our home
If I must fight, I'll fight
To make this land our own
Until I die, this land is mine.”


Letra em português:
“Esta terra é minha, Deus deu esta terra para mim
Este povo antigo e valente para mim
E quando o sol da manhã revela suas colinas e planícies
Então eu vejo uma terra onde as crianças podem correr livres

Então pegue minha mão e caminhe nesta terra comigo
E caminhe nesta terra adorável comigo
Embora eu seja somente um homem, quando você está ao meu lado
Com ajuda de Deus, eu sei que posso ser forte

Embora eu seja somente um homem, quando você está ao meu lado
Com ajuda de Deus, eu sei que posso ser forte

Para fazer desta terra a nossa casa
Se eu tiver que lutar, lutarei para fazer desta a nossa própria terra
Até que eu morra, esta terra será minha.”


Gold encantou-se ao receber a letra de Pat Boone e rapidamente ela foi incorporada ao tema musical.
Otto Preminger acabou o filme em 1960 baseado no livro Exodus de Leon Uris publicado em 1958.
E com o lançamento do filme em Hollywood, Gold recebeu o Oscar de melhor trilha sonora, o Globo de Ouro na mesma categoria e o Granny pela música tema.

Assistamos agora a um vídeo de pouco mais de 3 minutos onde Pat Boone canta e encanta com sua voz inigualável, a letra por ele concebida para um tema tão sério e especial.





Pat Boone ao ser interpelado pelo comitê do Yad Vashen se poderia ceder-lhes o papel original onde a letra de Exodus havia sido escrita, sorriu e contou que se a encontrasse em sua casa, ela estaria escrita nas costas de um cartão de Natal por ele recebido na época.

E o cantor, grande admirador de Israel, para onde sempre promove tours aos fiéis de sua igreja, foi a Jerusalém entregar aos responsáveis pelo Museu, o cartão com o texto original para a música Exodus.

Aqui segue um curto vídeo de menos de 2 minutos onde Boone entrega o cartão em Yad Vashen.



Este texto é uma colaboração especial de Itanira Heineberg para os canais do EshTá na Mídia.






FONTES:




sexta-feira, 2 de agosto de 2019

EDITORIAL: NUNCA DEIXAMOS NINGUÉM PARA TRÁS

NUNCA DEIXAMOS NINGUÉM PARA TRÁS



Esta semana estreou nao NETFLIX o filme "The Red Sea Diving Hotel" (""Missão no Mar Vermelho". Baseado em uma das histórias mais incríveis do Mossad - o serviço secreto israelense - o filme mostra a grande força do Povo Judeu. Melhor dizendo, A GRANDE RIQUEZA do POVO JUDEU.

Com toques de super heróis e de situações impossíveis, mas que foram vividas por milhares de pessoas - e que resultaram no resgate de milhares de judeus.

A frase acima define muito bem o filme, mas fica muito aquém da realidade histórica. O Estado de Israel moderno tem como objetivo maior a união de todos os judeus. É um porto seguro para aqueles que estão ameaçados em seus países de origem. Este sentimento é tão forte que implica em ações pró-ativas que impeçam a dizimação de populações.

Na Etiópia no final do século XX, muitas populações encontravam-se ameaçadas e eram dizimadas. Estas populações estavam à mercê do nada, pois o mundo não tinha olhos para um continente que tem sido marginalizado através do séculos. Mas um pequeno grupo de etíopes era judeu. E seguindo os princípios que têm norteado a vida judaica na Europa e nas Américas, o Estado de Israel considerou-se responsável pelos judeus Etíopes e criou operações que permitissem trazê-los para Israel e dar a eles uma chance de vida nova.

A cor da pele tinha pouca importância, visto que havia um laço comum de maior relevância. Podemos fazer uma outra leitura desta situação: o Povo Judeu é formado por uma mistura de raças que se tangenciam e que se beneficiam umas das outras. Qual será a linha condutora que permite que um judeu de uma aldeia muito pobre do interior da África possa interagir e ser considerado semelhante a um outro criado nos Estados Unidos e com todas as oportunidades da vida moderna?

Sim, é o conceito: NUNCA DEIXAMOS NINGUÉM PARA TRÁS. O conceito que diz que é preciso manter as diferenças para que a união não resulte numa total perda de identidade, numa "geleca social".

Sim, através das lentes de uma filmadora e da capacidade de edição o filme "The Red Sea Diving Hotel" mostra os dois homens, com características muito diferentes, que tinham objetivos comuns. Passados mais de 30 anos do resgate dos judeus Etíopes via Sudão, chegando a Israel por Mar e por Ar, podemos observar que as diferenças sociais devem ser superadas, e que os processos de educação e socialização vêm comprovar que para haver um salto de qualidade na vida do dia a dia é preciso ter educação formal e oportunidades.

Uma boa semana,

Regina P. Markus