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segunda-feira, 30 de julho de 2018

VOCÊ SABIA? - Josef Ganz





Você sabia que o Fusca, ou o Fusquinha, o carro do povo da Volkswagen, considerado a única ação positiva de Adolf Hitler em seus anos de governo na Alemanha, na realidade foi uma invenção de Josef Ganz – como mostra Paul Schilperoord em seu livro “A Extraordinária Vida de Josef Ganz – o engenheiro judeu por detrás do Volkswagen de Hitler”?






Adolf Hitler usurpou a ideia de um carro em forma de besouro (beetle) do engenheiro judeu Josef Ganz e baniu-o da história, conforme relatos do livro de Paul Schilperoord.
Foi assim que o líder nazista recebeu os louros da vitória, ao esboçar o conceito do carro em 1935 num encontro com Ferdinand Porsche.
Sua ideia para o Volkswagen, ou carro do povo, tem sido vista por muitos como o único acerto de seu governo ditatorial e genocida.
Mas o livro de Schilperoord pode mudar esta ideia para sempre.



Josef Ganz:  seu projeto foi visto por Hitler em uma exposição de carros em 1933, bem antes do encontro do ditador com Porsche.

Curvas graciosas e encantadoras: um dos primeiros desenhos de Ganz que foram enterrados no passado por muitos anos.


“Carro do povo”: Josef Ganz com um de seus modelos que, segundo Paul Schilperoord, conduziu ao desenvolvimento do Volkswagen.



Hitler decidira que o veículo tivesse quatro assentos, motor refrigerado a ar e um custo que não ultrapassasse 1.000 marcos – o preço exato do carro de Ganz.  Porsche recusou-se a produzir os carros por este preço, mas foi obrigado a tanto pelos nazistas.
Três anos antes de Hitler descrever sua ideia para Ferdinand Porsche em Berlim, Josef Ganz já dirigia o carro por ele criado ao qual chamou de Maikaefer, ou May Bug.


Maikaefer – May Bug - 1933

“Não há dúvida de que a Porsche utilizava conhecimento de pessoas que trabalharam com ele em várias empresas e em seu escritório de design. No entanto, traduzir essas ideias em um carro é outra dimensão. Uma delas pode ter sido de um engenheiro mecânico judeu Joseph Ganz. Ele também foi o editor da Motor-Kritic, uma revista amplamente lida que criticou a indústria automobilística alemã por sua abordagem conservadora ao projeto do carro.”
Já como estudante, Ganz sonhava com um carro para o povo em geral, um veículo leve com suspensão independente das rodas, motor central e forma aerodinâmica e arrojada.
Em seus artigos na revista Motor-Kritic ele criticava ferozmente a engenharia automobilística da época com seus carros pesados, falta de segurança e desenhos antigos.
“Ganz foi preso e acabou liberado pela Gestapo. Resolveu fugir da Alemanha para a Suíça em 1934. As acusações para sua prisão foram baseadas em informações falsas de chantagear a indústria automotiva no cargo editorial e como consultor para a BMW e a Daimler-Benz. Ele finalmente se estabeleceu na Austrália onde trabalhou para a divisão da General Motors Holden e morreu em 1967.”



Peso leve e custo baixo: esboços de Josef Ganz para sua ideia surgiram em 1923.


Inspiração: mais evidências dos exaustivos desenhos de Ganz, que aparentemente foram excluídos da história.

No momento atual, a imagem de Porsche está sob ameaça com alguns críticos acusando-o de crimes de guerra.
Apesar da VW admitir ter produzido peças militares e ter usado trabalho escravo, Porsche nunca foi julgado por crimes de guerra.
Vejamos agora o papel de Josef Ganz na criação do modelo inspirador para o carro do povo alemão:

“A palavra final sobre o assunto pode surgir quando o historiador Karl Ludvigsen publicar seu segundo livro sobre design da Porsche.
O primeiro livro, "Ferdinand Porsche Genesis de um Gênio", fala sobre o design da Porsche de 1900 a 1933, e o próximo livro vai relatar a vida do designer da Porsche no período do desenvolvimento dos  veículos civis e militares durante o regime nazista, um período sombrio na história do mundo e o mais triste dos tempos modernos.

O novo livro deve ser uma leitura fascinante e o enigma de quem criou o Fusca pode finalmente ser resolvido.”

"roubado": o rascunho que Adolf Hitler teria dado a Ferdinand Porsche em 1934

Design popular: Os primeiros Fuscas em frente ao Portão de Brandenburgo, em 1938

Fusca alemão - 2018

Este texto é uma colaboração especial de Itanira Heineberg para os canais do Esh Tá na Mídia. 

FONTES:



quinta-feira, 26 de julho de 2018

Oriente médio sem Israel - a análise de um palestino


Nesta semana, uma análise surpreendente e muito interessante ganhou a internet. Trata-se da análise de um palestino sobre como seria o Oriente Médio se, por acaso, Israel desaparecesse.

Vale a leitura, que compartilhamos aqui a partir do perfil de Stércia Lajtman Pogorelsky no Facebook.




SURPREENDENTE TEXTO DE PALESTINO JORDANIANO, QUE ANALISA COMO SERIA O ORIENTE MÉDIO HOJE SE ISRAEL DESAPARECESSE.

"Se Israel desaparecer, outros também irão".
Por: Mudar Zahran, palestino jordaniano radicado no Reino Unido. 
Publicado em: Israel Hayom
Traduzido e cedido gentilmente por Irene Walda Heynemann

Desde 1948, nós árabes temos sido ensinados que tudo o que precisamos fazer é nos livrar do Estado judeu, e todo o resto vai bem depois disso. Nossos ditadores tiraram pleno proveito desta idéia. O presidente egípcio Gamal Abdel Nasser prendeu e executou os membros da oposição usando sua famosa desculpa: "Não há permissão para se ouvir vozes, exceto aquelas que conclamam a guerra com Israel." O presidente iraquiano, Saddam Hussein adotou a bandeira palestina e a confeccionou, distribuiu e hasteou ao lado de sua própria bandeira, e até mesmo disse, "Palestina e Iraque compartilham a mesma causa." Em suma, nós, árabes colocamos em espera 70 anos de nossa existência enquanto aguardamos aquele "dia glorioso" quando nós derrotaremos Israel e "alimentaremos os peixes com judeus."
Mas aquele dia não veio, nem parece estar chegando, como o membro da oposição jordaniana, Emad Tarifi, uma vez me disse: "Parece que os peixes no mar não estão apostando em nós para alimentá-los com judeus".
Além disso, nós árabes demos aos nossos ditadores “carte blanche” para empobrecer, aterrorizar, oprimir e destruir a todos nós, em nome de "a grande luta árabe para acabar com a entidade sionista". O resultado disso tem sido claro: Enquanto Israel fez 10 novos avanços em câncer e tratamentos cardíacos nos últimos dois anos, nós árabes desenvolvemos novos métodos de execução. O mais recente é a morte por afogamento em uma gaiola, como mostrado em um vídeo do grupo Estado Islâmico há duas semanas.
Nós árabes desperdiçamos sete décadas de nossa existência aguardando o fim de Israel. É hora de pensar no futuro, e se o "desaparecimento" de Israel deve ser o nosso principal desejo.
Sendo filho de dois refugiados palestinos da Jordânia, encontro-me inclinado a temer quanto ao futuro. Independentemente da minha posição em relação a Israel, eu tenho que pensar: o que aconteceria se, um dia, Israel desaparecesse? Ainda que isso não pareça viável, é o dia em torno do qual giram todos os sistemas políticos, sociais e econômicos árabes.
Não são apenas os árabes que querem que Israel se vá. Há outros que buscam o mesmo, por exemplo, antissemitas no Ocidente. Apenas na semana passada, os neonazistas marcharam em Londres, com suásticas e a bandeira palestina. O organizador da marcha alegou que era um protesto "por parte de todos aqueles que sofreram por causa de Israel." Há grupos que pedem um boicote a Israel "para o bem do povo palestino." Existem países cuja toda política externa parece girar em torno da oposição à Israel. Nós, palestinos poderíamos ter acreditado que esses grupos e países realmente se preocupam com a gente, mas eles não demonstram nenhum interesse no destino dos 150 mil palestinos morrendo de fome no campo de refugiados de Yarmouk da Síria, nem em um número estimado de 5,8 milhões de palestinos na Jordânia (como informado por uma mensagem por telégrafo da Embaixada dos EUA) que vivem como cidadãos de segunda classe e estão proibidos de ter empregos no governo e de ter acesso a quaisquer formas de benefícios do Estado, mesmo pagando todos os impostos devidos.
Se esses que odeiam Israel tivessem atendido o seu desejo de ver Israel desaparecer, o que aconteceria?
Primeiro, Israel é a única razão pela qual o Irã ainda não tem armas nucleares. O Irã poderia comprar a tecnologia para produzi-los, ou poderia aprender rapidamente da forma que o Paquistão fez. Por que o Irã tem sido lento em fazê-lo? Porque ele aprendeu uma lição com a experiência de reator Osirak de Saddam, que jatos israelenses reduziram a destroços em 1981.
Na ocasião, quase todos, incluindo George H. W. Bush, que era Vice-Presidente dos Estados Unidos, naquela época, ficaram furiosos com o movimento de Israel. Mas 10 anos depois, quando os EUA lutaram para libertar o Kuwait, a situação teria sido totalmente diferente se Saddam tivesse mantido seu programa nuclear – e a única razão pela qual ele não o fez foi Israel.
Além disso, o Irã já controla pelo menos um terço do Iraque, e dos seus recursos, através de um regime pró-iraniano. Se Israel desaparecesse, o Irã iria estender sua influência para Jordânia, Kuwait e Bahrein, no dia seguinte, uma vez que não teria que temer uma reação israelense. O Irã poderia, então, colocar o mundo de joelhos, reduzindo a produção de petróleo.
O Irã não é o único poder do mal no Oriente Médio: Nós também temos o Estado Islâmico, que já se espalhou por todo o Iraque, Síria, Líbia e Sinai, com ambições claras para entrar na Jordânia. O Estado Islâmico não entrou na Jordânia ainda, e isso não é por causa de qualquer receio que tenham do exército jordaniano. Afinal, o site global Firepower classifica o exército da Jordânia no mesmo nível que o exército iraquiano, que o Estado islâmico derrotou muitas vezes. O Estado Islâmico não se atreve a entrar na Jordânia por uma única razão - o seu receio de que jatos israelenses iriam atingi-los 15 minutos depois.
Se Israel fosse desaparecer e fosse substituído por um Estado palestino, os palestinos iriam provavelmente acabar com outra ditadura árabe para oprimi-los e reduzi-los à pobreza. Temos visto parcialmente isto com a Autoridade Palestina e as áreas "liberadas" que ela governa. Eu visito regularmente a Cisjordânia e entrevistei dezenas de palestinos lá. Posso confirmar que, tanto quanto eles odeiam Israel, eles ainda anseiam abertamente pelos dias em que os israelenses administravam a Cisjordânia. Como um palestino me disse: "Oramos a Deus para nos dar misericórdia e livrar-nos de Israel; depois, nós descobrimos que Deus nos tinha dado misericórdia quando Israel estava aqui."
Para aqueles árabes, muçulmanos, ocidentais e outros que insistem que Israel deve ser apagado da face do planeta, eu digo: Não aposte nisso, uma vez que Israel está ficando cada vez mais forte a cada dia através de sua democracia e inovação, enquanto os países árabes estão ficando cada vez mais fracos por meio de ditaduras e caos. E tenham cuidado com o que vocês desejam, porque se vocês pudessem consegui-lo, vocês provavelmente iriam desaparecer também, a menos que vocês anseiem por ser governados pelo Irã ou pelo Estado islâmico.
Em suma, se chegasse o dia em que Israel caísse, Jordânia, Egito e muitos outros iriam cair, também, e os ocidentais estariam implorando ao Irã por petróleo.
Podemos odiar Israel, tanto quanto quisermos, mas temos de perceber que, sem ele, nós também teríamos desaparecido.

quarta-feira, 25 de julho de 2018

FAKE SILENCE – a nova forma de driblar a verdade


White Helmets, ou Capacetes Brancos, em ação na Síria
Foto: Times of Israel


Entendendo a Complexidade da Guerra Civil na Síria

A semana passada rompeu o silêncio da mídia com um fato inédito e muito importante. Foi noticiado por toda a imprensa israelense e alguns canais da imprensa ocidental que haviam chegado à fronteira de Israel milhares de pessoas que abandonaram os seus lares porque o Exército Sírio alcançou as aldeias e vilas vizinhas a Israel nas Colinas de Golan. 

A população, que já está acostumada com ajuda humanitária de Israel, tentava em massa cruzar a fronteira. Era o desespero pela sobrevivência, e também a melhor opção. A Jordânia, há muitos anos, tem tido dificuldade em abrir o país para refugiados sírios.

No meio da população também estavam os “capacetes brancos”. Segundo o jornal israelense “Haaretz” (22 de julho de 2018, Tsvee Barel), esta é uma organização de voluntários formada em 2012 em regiões controladas pelas milícias contrárias ao governo central da Síria. Entre estes voluntários estão mulheres ativistas em primeiro socorros e bem estar das populações tão fortemente afetadas pela guerra. Recebem ajuda financeira dos Estados Unidos e Países do Golfo e até o momento, já salvaram cerca de 80 a 90 mil
pessoas.

A chegada do exército sírio representava um real risco de vida para os 422 voluntários que atuavam na região fronteiriça com Israel. Dessa forma, foi montada uma ação conjunta entre Jordânia, Estados Unidos e Israel, onde o Exército de Defesa de Israel conseguiu com êxito entrar no território Sírio e resgatar os voluntários que estão a salvo na Jordânia.

No mesmo artigo são comentadas as tratativas entre Rússia, Jordânia e Israel para que a zona das fronteiras entre Síria, Jordânia e Israel continuem sendo uma zona livre da influência iraniana. Para tanto, devem voltar a atuar na região forças de defesa da ONU. O acordo é que nas fronteiras internacionais estas atuem sem a presença de armamentos, o que não ocorreria entre as zonas de proteção das populações ameaçadas pelas ações com suporte iraniano.
Como podemos perceber as diversas oportunidades em que Trump, Putin, Netanyahu e o Rei da Jordânia conversam pessoalmente faz parte de um intricado jogo de xadrez que de forma alguma quer ser compreendido pela imprensa em geral. Visitas de Netanyahu à Jordânia, Rússia e Estados Unidos têm sido uma rotina nos últimos meses. Na outra ponta do quebra cabeça, estão as populações drusas que habitam os três países e que formam uma base de diálogo importante. No caso dos habitantes de Israel, muitos servem no Exército de Defesa de Israel, alguns com patentes de oficial, e em muito auxiliam na quebra das distâncias entre as culturas.

Entre ajudas humanitárias e as soluções para-militares, todos esperamos que a Guerra Civil da Síria não chegue a estas fronteiras e que este exercício quase surreal possa colaborar para estabelecer pontos de contato. Muitos que chegaram até este ponto da leitura, devem estar pensando: “pontos de contatos também existem em nós difíceis de serem desatados”.

No entanto, sempre fica a esperança que quando estes contatos têm ingredientes pessoais, e também ingredientes governamentais, podem servir para a confecção de um novo laço baseado no respeito à diferenças e na construção de uma amizade duradoura. 

VAMOS ROMPER O #FakeSilence.

Be Shalom.

segunda-feira, 23 de julho de 2018

VOCÊ SABIA? - SAPATOS E TROPEÇOS




Você sabia que em Budapeste há o Memorial “Sapatos às Margens do Danúbio”, em honra aos judeus mortos durante a Segunda Guerra Mundial? Conduzidos até o local, enfileirados em ordem, eles eram obrigados a tirar os sapatos e então alvejados na nuca, na beira d’água, para que seus corpos caíssem no rio e fossem gratuitamente levados embora para sempre.






Este memorial lembra os sapatos abandonados na margem do rio pelas vítimas do regime. É também um alerta para que atrocidades desta natureza não venham a ser repetidas.
Os sapatos ali “abandonados” causam um choque aos passantes, que lembram do passado e tentam imaginar quem eram os seus donos e o que poderiam ter eles pensado em seus últimos instantes de vida. Os sapatos infantis me causaram uma profunda impressão e muita tristeza. Como jogar crianças indefesas às águas geladas de um rio?







O ser humano trocou as cavernas por habitações mais confortáveis, dominou o fogo, enfrentou as águas e conquistou os ares e o espaço, mas no quesito compaixão-misericórdia, ainda tem muito a evoluir.
O memorial foi idealizado pelo cineasta Can Togay e executado pelo artista e escultor Gyula Pauer, ambos húngaros de Budapeste.
O escultor criou 60 pares de sapatos de metal, obedecendo o estilo da época.

“O rio Danúbio corta a cidade e em um ponto de sua margem pode-se observar vários sapatos feitos em bronze rodeados de flores e velas. Os sapatos são feitos de bronze e seu donos nunca voltarão.
Trata-se de um memorial, em homenagem aos judeus húngaros executados pelo governo fascista durante a segunda guerra mundial. No outono de 1944, o partido húngaro fascista executou diversos judeus, entre eles crianças e mulheres, e também oponentes ao governo. Os judeus eram alinhados na beira do Danúbio, baleados e seus corpos eram jogados no rio. Antes, removiam seus sapatos, já que este item era valioso na época.”







Esta imagem nos remete à dor de quem tirou seus sapatos já sabendo o que lhe aconteceria, sentiu a friagem da pedra ao nela pisar e antecipou a frieza da água que a esperava após a pancada da bala certeira em seu corpo exaurido pelos dias de cativeiro e desnutrição.






Vítimas assassinadas no Danúbio pelos militantes da Cruz de Flecha
1944-45 / Memorial concluído em 16 de abril de 2005







Os sapatos tinham valor e não podiam ser desperdiçados, por isso não pereciam com seus donos.







Assim como estes jovens húngaros tentaram homenagear e lembrar as vítimas do nazismo em sua cidade, também em Berlim acontece um movimento semelhante. É o “Stolpersteine”, ou “As pedras de Tropeço”.

Criado pelo artista Gunter Demnig em 1996, estas pequenas placas com informações pertinentes aos antigos habitantes daquelas casas têm o objetivo de devolver o nome àquelas pessoas que o perderam em troca por um número calcado em seus braços.



Pedras de Tropeço no Bairro Judeu, Grosse Hamburger Strasse


Nas plaquinhas pode-se ver o nome da pessoa, data de nascimento e data de seu fim, como deportação, suicídio, assassinato, humilhação.
Assim há mais de 60 mil pedras de tropeço espalhadas pela Europa, a maioria na Alemanha.
Recentemente soube-se da primeira pedra de tropeço colocada fora da Europa, em Buenos Aires.
Mesmo levando em conta a beleza e simbolismo das pedrinhas, as polêmicas sempre existem.
Este é um tema delicado!

Em sua Agenda Berlim, os brasileiros Nicole e Pacelli escrevem:
“Já houve, inclusive, ameaças de processos judiciais. Até onde isso foi, eu não sei.
Mas eu diria, sem medo de errar, que a esmagadora maioria das pessoas gosta.
 É sempre legal estar passeando pela cidade e ver alguém se abaixando, quase que do nada, para ler o que está escrito na pedrinha.

E, logo depois de ler, o passante olha para o prédio em frente, imaginando a vida daquela pessoa, tão prejudicada e interrompida, que morava ali. E de repente nos sentimos tão próximos dessas vítimas. Poderia ter sido conosco. “



Stolpersteine No. 5000 lembrando Paul Höhlmann (Fonte: juedische-allgemeine.de)
 Com este nome para a homenagem, Pedras de Tropeço, um estudante perguntou ao artista se as pessoas tropeçariam realmente nas pedras ao que ele respondeu:
 “Não, ninguém tropeça e cai, a gente tropeça com a cabeça e o coração”.
As placas, incrustadas na calçada, não têm relevo, não permitindo assim que nelas se tropecem.
E nesta onda de lembranças, memórias e homenagens póstumas, está surgindo em Amsterdã uma maneira diferente de relembrar os judeus da cidade, através de plaquinhas de identidade junto às portas de suas antigas residências.

Como dizia o carismático Rabino Sobel, “Se continuarmos a amar aqueles que perdemos, nunca perderemos aqueles que amamos."




Amsterdã.
Colaboração de Helena Frankenberg (fotos da família).

Este texto é uma colaboração especial de Itanira Heineberg para os canais do Esh Tamid.




FONTES:


365diasembudapeste.wordpress.com/2015/10/22/sapatos-sobre-a-margem-do-danubio/


sexta-feira, 20 de julho de 2018

EDITORIAL: O Vai e vem da História

O Poder Eterno da Memória

Há 100 dia Israel o Sul de Israel é incediado por moradores de Gaza. Hoje, dia 19 de julho de 2018, foram queimadas centenas de colméias. As árvores desta região foram plantadas nos últimos 100 anos.

A vida pode ser finita ou a vida pode ser eterna. Esta é uma escolha de cada pessoa, de cada família e de cada povo. 

Apropriar-se de conhecimentos e disponibilizá-los é uma das formas de manter a roda da vida girando. Estar presente no dia-a-dia das pessoas porque, sem saber, elas vivem conhecimentos adquiridos e transformados. 

O Povo Judeu tem sobrevivido há muitos momentos terríveis, mas o que faz a sua história ser tão longa é a capacidade de lembrar do passado e construir o futuro. Nesta semana a nossa coluna "Você Sabia?" mostra como a Polônia de hoje lembra a Segunda Guerra Mundial. Um turista em Varsóvia é informado que toda a cidade foi queimada. O Gueto queimado pelos alemães e a cidade pelos russos. No início do século XXI praticamente toda a cidade havia sido reconstruída e apenas a parte judaica ainda mantinha as cicatrizes da Guerra. Lendo o Você Sabia? desta semana nos damos conta de que agora estes prédios estampam a face de pessoas que lá habitavam há 80 anos. 

Há quase 80 anos o Gueto de Varsóvia queimou e o mundo se calou. Hoje, o sul de Israel está em chamas e o mundo se cala. Por que se cala? Eu diria que é porque não sabe. Há muitas pessoas que, por ligação a partidos de esquerda e por ideologia política, atacam sistematicamente o Estado de Israel. Mas há muitas pessoas que apenas não conhecem os fatos porque esles não são veículados pela grande mídia. Ao invés de estarmos diante de "fake news", estamos diante de "fake silence". O silêncio que esconde fatos seríssimos. 

Assim, lidar com questões complexas requer uma visão das múltiplas facetas do problema e certamente cada pessoa e cada grupo cultural chegará a conclusões diferentes, garantindo a diversidade de opiniões que permite depurar ações e avançar com segurança. Neste contexto, entender que hoje o mundo árabe não é um sistema único e que cada estado árabe mantém uma política independente em relação ao Estado de Israel é fundamental. 

As imagens chocantes aqui colocadas são um convite para a reflexão. É inaceitável que pessoas vivam em risco permanente. É inaceitável que vegetação, culturas e animais sejam incendiados de forma proposital. O mundo não pode aceitar. O mundo não pode aplaudir a cultura da morte.

Que nossas memórias permitam que mais jovens como Guy possam galgar as melhores universidades do mundo, tendo cruzado a fronteira de um país desconhecido em busca de auxílio.

Regina



quarta-feira, 18 de julho de 2018

Do campo de refugiados no deserto a Harvard





Guy passou um mês no campo de refugiados lado israelense do Deserto de Negev até conseguir uma licença temporária - uma espécie de identidade usada para identificar cidadãos sudaneses em busca de asilo em Israel - que o permitiria buscar emprego. Com a licença, Guy se mudou para Tev Aviv. Foi lá que ele encontrou alguém que achava que tinha sido massacrado pelos Janjaweed (milícia que opera no Sudão): seu irmão, Adam.

“Eu fiquei em choque quando vi meu irmão pela primeira vez", disse Guy sorrindo. "Ele havia levado um tiro dos soldados egípcios quando estava cruzando a fronteira com Israel. Eu perguntei sobre a nossa família, mas ele não sabe nada sobre eles. Nós não falamos sobre o ataque dos Janjaweeds."

Depois de cinco anos em Israel estudando no Levinsky College of Education, atuando como voluntário no African Refugee Development Center (ARDC), e lavando louça e cozinhando num café em Tel Aviv, Guy colocou seus os olhos na América. Seu sonho de estudar nos Estados Unidos chegou mais perto quando ele foi aceito para estudar Ciências Políticas e Direito Internacional no College of Lake County em Illinois, onde se graduou em 2016.
Guy, agora, é o protagonista deste texto publicado por Harvard.

Para mais histórias como a de Guy, assista: https://www.youtube.com/watch?v=Tj8WmWJ0TWc&t=27s

De: IBSI - Institute for Black Solidarity with Israel

segunda-feira, 16 de julho de 2018

VOCÊ SABIA? - Varsóvia e a guerra






Você sabia que em Varsóvia, no antigo bairro judeu, vislumbramos uma série de fotos nas janelas e portas das casas hoje vazias, última tentativa de contar ao mundo a história destas pessoas que ali viveram e pereceram durante a Segunda Grande Guerra?



Fotos de judeus mortos durante a Segunda Grande Guerra, em uns dos poucos edifícios que resistiram aos ataques e bombardeios na rua Prozna, Varsóvia.


“Varsóvia, eleita capital da Polônia após o grande incêndio de Cracóvia, está situada às margens do rio Vístula. Com 1,3 milhão de habitantes, Varsóvia era a capital do estado polonês restabelecido após o fim da Primeira Guerra Mundial, em 1919. Antes da Segunda Guerra Mundial, a cidade era um grande centro da vida e cultura dos judeus poloneses. Antes da Guerra, a população judaica de Varsóvia era de mais de 350.000 habitantes, o que representava cerca de 30% da população total da cidade. A comunidade judaica de Varsóvia era a maior da Polônia e de toda a Europa, a segunda maior do mundo, após apenas da cidade de Nova Iorque.”

Após a invasão da Polônia pelos alemães em 1939, as tropas entraram em Varsóvia e em uma semana criaram um Conselho Judaico nomeando um engenheiro judeu, Adam Czerniaków, para liderar o gueto que logo seria criado sob as ordens do governo alemão.
As braçadeiras brancas com a estrela de David foram impostas a todos os judeus do país.




As escolas judaicas foram fechadas, as propriedades dos judeus  confiscadas, os homens saudáveis foram obrigados a trabalhos forçados e todas as organizações judaicas existentes até então foram encerrradas.
Em outubro de 1940 o gueto de Varsóvia foi estabelecido e todos os judeus da cidade e vizinhanças foram obrigados a mudar-se para lá, ficando assim isolados dos poloneses.

Um muro de mais de 3 metros de altura, coberto no cimo por arame farpado e vigiado dia e noite por soldados, evitava o contato entre os dois grupos humanos e a entrada de armas ou alimentos no gueto.
Assim viveram mais de 400.000 judeus em uma área de apenas 2.1 km2.






A história do gueto e da sublevação de seus habitantes contra os nazistas já foi contada muitas e muitas vezes, em filmes, livros, entrevistas, documentários.
Foi um grande ato de coragem quando os judeus ali confinados decidiram não mais ficar passivos frente a tanta barbárie. Este levante serviu de inspiração para outros guetos que também se insurgiram.

Finalmente, após 6 trágicos anos, a guerra acabou!

E quando as tropas soviéticas entraram em Varsóvia em janeiro de 1945, a cidade estava devastada. Apenas 174.000 pessoas encontravam-se no local e 11.500 eram judeus.

Três milhões de judeus poloneses pereceram nesta guerra!





Hoje, ao passarmos pelo antigo bairro judeu, o que encontramos entre os tristes edifícios vazios e ruínas de um passado não muito distante, são fotos muitas vezes sorridentes de pessoas que ali viveram antes da invasão dos alemães e de suas tentativas macabras de exterminar o povo judeu.   

É a plena constatação do desperdício de vidas inocentes.    






Completando este quadro de desolação, nostalgia e esvaziamento, acrescentamos como última imagem a foto da Praça dos Heróis do Gueto de Cracóvia, palco da infâmia, da tirania e do empenho descontrolado em destruir vidas humanas.



Praça dos Heróis do Gueto - Cracóvia


Este texto é uma colaboração especial de Itanira Heineberg para os canais do EshTá na Mídia.


Fontes:



https://www.google.com.br/searchq=gueto+de+vars%C3%B3via+muro&tbm=isch&tbs=rimg: