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quinta-feira, 30 de junho de 2022

EDITORIAL: OS MUITOS CAMINHOS EM BUSCA DE UM SONHO


TAMUZ - sob o signo de câncer


Nestes tempos de pandemia, guerra, incertezas políticas e muitas divergências cada um de nós busca a melhor forma de construir o futuro. As muitas experiências do passado, observadas por uma óptica própria, fazem com que o passado seja reconstruído com base em dados que já dispomos.

O mês de Tamuz de 5782 tem início no dia 1o de julho. Este é o quarto mês após a saída do Egito. Um mês em que se lembra (no dia 17) de várias tragédias a começar pelo cerco romano à cidade de Jerusalém, três semanas antes do dia 9 de Av, considerado um dia terrível em que várias tragédias aconteceram ao longo da história judaica. Passeando pelas páginas da INTERNET em grupos ortodoxos, conservadores, reformistas e de mulheres chama atenção a ênfase que se dá para a relação do mês de Tamuz e o zodíaco. O signo de câncer, representado por um caranguejo. Entre as diferentes explicações há uma que se repete com ênfase: o fato do caranguejo ser um crustáceo que tem um exoesqueleto; uma carapaça dura que não cresce com o animal. Quando este cresce, a carapaça se rompe e é formado um novo exoesqueleto maior.

Ser capaz de romper amarras e crescer... e a partir de novas fases criar outra capa protetora - esta é a lição que todos querem passar. Uma lição que parece ser muito adequada para o que ocorreu esta semana em nosso mundo.

A EshTánaMídia vem ao longo dos anos apresentando fatos sobre Israel que não encontramos na grande imprensa. Ao mesmo tempo em que denuncia atos de antissemitismo e boicote a Israel, vem mostrando a evolução de muitos relacionamentos positivos. Movimentos de boicote a Israel têm sido uma constante. 
Esta semana o StandWithUs, um grupo internacional com representação também no Brasil, divulgou uma importante vitória na luta contra boicotes a Israel. Esta instituição está baseada no conceito de que “educação é o caminho para a paz”. Educar é o caminho para combater o antissemitismo e outras formas de extremismos. Promover discussões e contatos entre os diferentes setores das comunidades árabes e israelenses promoverá a paz na região.

Em 19 de julho de 2021 foi anunciado um boicote à venda de sorvetes Ben&Jerry's, que pertence à Unilever, fabricados em Israel para os chamados “territórios ocupados”, isto é, Samaria, Judeia e a parte Leste de Jerusalém - onde estão localizados os locais sagrados do Judaísmo, Cristianismo e Islamismo. Haveria perda de muitos empregos e uma situação sem precedentes. Uma série de ações e enorme quantidade de correspondências endereçadas para a central desta companhia por pessoas de todo o mundo fizeram com que houvesse uma revisão do boicote.





Este é um momento de entender que o mundo é capaz de evoluir e trocar o seu exoesqueleto!


Chegamos ao mês de Tamuz... e muito será mostrado sobre as tragédias da história, mas como diz o Talmud – entre as tragédias paremos para ver o que de bom está acontecendo. Sonhar é preciso!

Rosh Hodesh Sameach, e uma boa semana a todos.

Regina P. Markus

terça-feira, 21 de junho de 2022

EDITORIAL: Encontro do Mundos - Início dos Tempos

EDITORIAL: PONTO DE INFLEXÃO - ENCONTRO DOS MUNDOS - INÍCIO DOS TEMPOS

15/06/22: Assinatura do Memorandum visando fornecimento de gás de petróleo de Israel via Egito para a União Européia. 


Vivendo um dia após o outro em épocas com tantos acontecimentos e informações exige atenção a muitos temas. Alguns são tão "fora da caixinha" que perdemos oportunidades de entender que serão pontos de inflexão: o momento em que o futuro está sendo moldado.


LIÇÕES DO PASSADO

A semana de 12 a 18 de junho foi marcante: foi uma semana em que a passagem da Torah lida em Israel e na Galut (todos os países exceto Israel) durante o Shabat foi diferente. A parashat Behaalotechá (Bamidbar 8:1-12:16) lida na Galut é a mais longa da Torah e descreve o que ocorreu quando o Tabernáculo (tenda móvel em que foram levadas as Tábuas da Lei) ficou pronto. As luzes do candelabro de 8 braços se iluminavam da lateral para o centro e a luz ascendia (subia) pelo centro. As trombetas de prata, os códigos sonoros para reunir o povo, o vestir, lavar e preparar; o trabalho dos levitas. São muitas as regras e as ordens... e o povo reclama da falta de variedade da comida! Ao serem atendidos, e chegar uma quantidade importante de codornas, alguns comem em excesso e deixam de ser compatíveis com a vida. Esta parashá é longa... com muitos trechos desafiantes, e no final traz o tema de Lashon hará (traduzindo literalmente - língua má, ou fofoca). O corpo de Miriam se torna completamente branco após debochar do fato de seu irmão, Moshé, ter casado com uma midianita, filha do líder de Midian. Esta era uma tribo negra africana. Isolamento fora do acampamento para que a lepra pudesse passar. 

A parashat seguinte, Shelach (Bamidbar 13:1-15:41) conta que logo após receber a Torah no Monte Sinai, Moshé e o Povo de Israel chegam ao deserto de Parán, às portas da Terra Prometida. Moshé envia homens de cada uma das tribos para Canaã. Caleb, ao voltar, traz amostras dos frutos maravilhosos e fala sobre a Terra do Leite e Mel! Os demais focaram na força dos soldados que habitavam Canaã. Sabendo que a força de cada povo é formada não apenas pelo arsenal disponibilizado para a guerra, mas também por suas atitudes e projetos, Adonai informa que os que saíram do Egito não estão prontos para entrar. É necessário uma geração de homens e mulheres que saibam ir além do seu passado. 

 

O FUTURO....

No dia 15 de junho, a presidente da Comissão Européia Ursula von der Leyen anunciou um memorandum de entendimento com Israel e Egito para fornecimento de gás de petróleo. Este é um momento de virada que vem sendo construído há décadas, com empenho total de governos de Israel e do Egito. A capacidade de entrega atende às demandas européias, livrando o velho continente de um fornecedor único.


Como foi possível chegar a este ponto?

Atualmente Israel opera as reservas de gás do Mediterrâneo e do Leste do Oriente Médio. Começou com TAMAR (2009), que fica a 90 km da costa de Haifa. No ano seguinte foi descoberto o campo de Leviatan em águas profundas (30 km) a oeste de Tamar, isto é, indo em direção à África e Europa. Mais recentemente foram encontrados os campos de Karish e Tanin. E há um mês, chegou nos "campos" de Karish uma plataforma flutuante da Companhia Britânica Energean que deverá explorar em grande escala!

Os dois compradores atuais de Israel são Jordânia e Egito, países que também buscam realinhamentos geopolíticos. Nesta direção, o Egito tem aumentado significativamente a importação de gás de Israel, porque tem as bases necessárias para liquefazer o gás de petróleo e facilitar o uso doméstico.

Neste acordo com a Europa há grande interesse que o processo seja iniciado por volta do fim do ano, portanto, o transporte é essencial. Como não há ainda tubulação adequada unindo Israel e Europa, o transporte do gás liquefeito a partir do Egito se torna mais rápido e econômico.


E assim seguirá a humanidade?

No meio de semanas com tatos problemas, pesares e soluções menos ruins, encontramos um fato que  poderá servir de ponto de virada - ampliando os acordos entre Israel e vários dos países mulçumanos para permitir trocas comerciais relevantes para a estabilidade do planeta.


21 de junho de 2022

Regina P. Markus






terça-feira, 14 de junho de 2022

As seis transformações do mundo depois da Guerra dos Seis Dias de 1967

Traduzido pela equipe EshTá na Mídia a partir do original, em inglês, publicado em 27 de maio de 2022 por Moshe Taragin 

Milhares de anos atrás, Deus criou as nossas belezas naturais em seis dias. 55 anos atrás, Ele reescreveu a história em seis apressados dias. 



 IDF 14th Brigade tanks advance on the Crimson Axis in the Sinai Desert, June 5, 1967. (photo credit: Wikimedia Commons)

IDF 14th Brigade tanks advance on the Crimson Axis in the Sinai Desert, June 5, 1967.

(photo credit: Wikimedia Commons)


O Estado de Israel foi fundado há 74 anos, em 1948. No entanto, o Moderno Estado de Israel como o conhecemos hoje começou em 1967. A Guerra dos Seis Dias foi tão revolucionária e transformadora, que de muitas formas superou as conquistas de 1948. Milhares de anos atrás, Deus criou as nossas belezas naturais em seis dias. 55 anos atrás, Ele reescreveu a história em seis apressados dias. 


Aqui estão as seis grandes revoluções daqueles dias de junho de 67:


1) O retorno ao “corredor” bíblico

Em 1948 foi gentilmente “permitido”aos judeus retornar para uma determinada parte das terras de Israel. A formação de uma pátria para os judeus acalmou a consciência mundial depois dos horrores do Holocausto. Adicionalmente, resolveu também a espinhosa questão dos indesejados refugiados judeus. Já em 1967, retornamos ao corredor bíblico - passagem de terras que passa pelo coração de Israel e pelo coração da história judaica. 

Este território começa em Nablus, no norte, serpenteia por Jerusalém, se curva em direção a Belém e Hebron e finalmente termina em Beersheba. A nossa história, narrada no livro do Gêneses, começa nessas terras, e o nosso retorno a essa passagem bíblica sinaliza a ressurreição da história judaica de uma forma que os importantes, mas indeterminados eventos de 1948 não fizeram.  

 ‘STATUS QUO’ creator: Defense minister Moshe Dayan (2nd from L.)  walks through the Old City during the Six Day War, 1967, accompanied by chief of staff Yitzhak Rabin, Gen. Rehavam Ze’evi and Gen. Uzi Narkiss. (credit: GPO FLICKR)

‘STATUS QUO’ creator: Defense minister Moshe Dayan (2nd from L.) walks through the Old City during the Six Day War, 1967, accompanied by chief of staff Yitzhak Rabin, Gen. Rehavam Ze’evi and Gen. Uzi Narkiss. (credit: GPO FLICKR)


2) Uma superpotencia emergente

A vida em Israel entre 1948 e 1967 era espartana e implacável. Varada pelo racionamento de alimentos, bombardeada pelos inúmeros atritos e sufocada pelo isolamento diplomático, a vida em Israel era dura. Nosso amado país oferecia um respiro do tumulto e da tragédia do Holocausto, e com certeza realizou o antigo sonho de retono à terra natal. No entanto, a realidade em Israel ainda deixava muito a desejar. 

Os milagres de 1967, a coragem de nossos soldados e, claro, a palpável intervenção divina criaram uma onda de orgulho nacional ou komemiyut (independência) que transformaram o tecido da sociedade israelense. Ironicamente a Guerra da Independência de 1948 é, às vezes, chamada komemiyut porque pela primeira vez em milhares de anos os judeus se defenderam de agressões militares. Na verdade, os milagrosos eventos de 1967 estabeleceram muito mais komemiyut do que as vitórias ambíguas de 1948. 


3) Judeus reunindo-se em seu lar

O retorno a Jerusalém e arredores despertaram o interesse judaico internacional pela nossa terra natal. Antes de 1967, grande parte da imigração para Israel consistia de aliyah em fuga - judeus fugindo da perseguição dos países árabes. Entre 1948 e 1967, as dificuldades financeiras eram tão grandes que mais pessoas emigravam para fora de Israel do que para Israel. Tudo mudou em 1967. O efeito magnético de Jerusalém, assim como o lento mas estável progresso econômico em Israel despertaram interesse de judeus ao redor do mundo. Muitos fizeram a aliyah, e muitos que não fizeram se tornaram mais envolvidos com o país - comprando imóveis ou aumentando a frequência de suas visitas. O interesse mundial por Israel disparou depois de 1967. A comunidade judaica mundial se tornou acionista de Israel. 


4) Aceitação diplomática gradual

Antes de 1967, Israel era um pária diplomático. Apesar do amplo apoio apresentado a Israel por ocasião do voto nas Nações Unidas em 1947, o país foi logo mergulhado em isolamento político. 

Grande parte do “Terceiro Mundo” se alinhou à oposição árabe; a hostilidade diplomática em relação ao nosso novato estado foi potencializada pelo numeroso bloco comunista que dominava a Europa, China e partes da América Latina.

O armamento de Israel pelos EUA começou de fato somente depois da vitória em 1967. Em 1967, Israel ficou literalmente sozinho de um lado do rio, à margem de todo o resto de um mundo de idolatria.

 

Em 1967 assumimos o papel de nosso antigo patriarca, Abraão, que também ficou sozinho contra um mundo inteiro de idolatria. 

Enquanto nossa missão é inspirar o mundo inteiro a caminho da utopia, a aceitação internacional de Israel é um elemento crucial dessa visão. 

Embora “o pleno abraço dos judeus a sua terra / lar só vá se realizar no fim da história”, o lento mas firme progresso diplomático dos últimos 20 anos é parte da nossa redenção.


5) Renascimento Religioso

As cenas lendárias de soldados israelenses tocando shofar enquanto perfilados junto ao recém liberado Muro Ocidental eletrizaram todo um povo. Testemunhar uma explícita intervenção divina no processo histórico produziu um sentimento de renascimento religioso.

Ao longo dos últimos 55 anos Israel estabeleceu-se como epicentro mundial do estudo da Torá. A sequência eufórica de 1967 lançou um universo religioso nacional de yeshivot the que, ao lado do mundo da Torá “Haredi” (“temente”, ortodoxa) aumentou drasticamente a expansão do estudo da Torá.


Além dos avanços na observância da Torá e da Halachá (leis rabínicas), Israel testemunhou também um renascimento do “tradicionalismo” entre uma maioria de judeus israelenses que se identificam como masorti (conservadores, tradicionais). Muitos na população israelense podem não seguir estritamente as leis judaicas, mas acreditam profundamente em Deus e em Sua histórica missão para Seu povo. O ano de 1967 alterou a paisagem religiosa de Israel!



6) O índice de confiança dos Judeus no mundo

Ao longo dos últimos 50 anos, judeus do mundo todo se engajaram mais na governança, na cultura e sociedade locais. Anteriormente os judeus se viam como vivendo às margens da sociedade - barrados em escolas, escritórios ou clubes sociais de prestígio. 

Comunidades judaicas modernas exalam mais confiança e participam mais extensamente em suas sociedades locais do que as gerações anteriores. Muito desta confiança deriva do orgulho nacional ou “komemiut” (independência) adquirida em 1967. Saber que construímos um estado judeu forte e bem sucedido alimenta a confiança judaica globalmente.

Seis dias e seis mudanças sísmicas na história judaica. Seis por seis!


 ■


O autor é um rabino da Yeshiva do Har Etzion/Gush, uma hesder yeshiva (que combina estudo religioso com militar). Ele é formado em ciência da computação na Universidade Yeshiva e tem mestrado em literatura inglesa na City University de Nova York.


Fonte: https://www.jpost.com/israel-news/article-707751?utm_source=jpost.app.apple&utm_medium=share


sexta-feira, 10 de junho de 2022

EDITORIAL: GILAD MENASHE ELDAD - 77ª ASSEMBLEIA GERAL DA ONU & ISRAEL

 

 



No último dia 6 foram eleitos os dirigentes da 77ª Assembleia Geral da ONU (AGO) que será instalada em setembro de 2022 em Nova York. Este é o órgão máximo das Nações Unidas que nas últimas décadas tem sido palco de importante desbalanço de atitudes de ações relacionando Israel com os chamados Palestinos.

Csaba Kőrösi, da Hungria, foi eleito por unanimidade o Presidente da 77ª AGO. O lema da 77ª será Soluções por meio da Solidariedade, Sustentabilidade e Ciência”. O Presidente-Eleito tem atuado de forma relevante no tema que foca a problemática atual do mundo.

Para ocupar as vice-presidências foram eleitos representantes da Austrália, Benim, Burundi, Chile, El Salvador, Israel, Jamaica, Quênia, Malásia, Mauritânia, Nepal, Níger, Tajiquistão, Turcomenistão, Vietnã e Zimbábue. A eleição de Israel para uma das Vice-Presidências da ONU ocorre um dia após o Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas publicar um relatório condenando Israel e eximindo os responsáveis da autoridade palestina por atos terroristas cometidos dentro e fora de Israel. Seguindo a longa história do Povo Judeu, o Moderno Estado de Israel segue o caminho pela vida – e a busca de um dia após o outro.

O Estado de Israel ingressou na ONU em 11 de maio de1949, como seu 59º membro. Esta é a segunda vez que Israel é eleito para uma vice-presidência da Assembéia Geral. Durante cinco décadas, Israel não pertencia a nenhum grupo regional, que são os representados pelas vice-presidências. No ano 2000, o país foi incluído no Grupo Ocidental Regional (WEOG) e foi eleito para a 60ª Assembleia Geral. A ONU tem sido um campo de batalha em que Israel teve que enfrentar um bloco unido que constituía “maioria automática” contra Israel. Nos últimos anos, vemos estebloco ser desfeito e muitos países passaram agir de forma independente.

A história de Israel na ONU também vem ligada à das comunidades judaicas ao redor do mundo. Cada vez mais é difícil separar as duas entidades. Israel tem feito ao longo dos anos um esforço para trazer a narrativa judaica para dentro da Assembleia Geral. Em 2005, foi criado o dia da Recordação Anual do Holocausto, que coincidiu com o 60º aniversário da libertação de campos de concentração nazistas.

Este ano, pela segunda vez, a Assembleia Geral elege um israelense. Hoje, vamos comentar sobre o homem que chegou a esta posição. Gilad Menashe Erdan (גלעד מנשה ארדן( nasceu em Ashquelon (30 de setembro de 1970), é advogado e membro do Parlamento de Israel (Knesset) desde 2003. Pertence ao partido Likud e já foi ministro da Proteção Ambiental (2009-2021) e é o atual embaixador de Israel nos Estados Unidos e na ONU. Como vice-presidente, presidirá reuniões e participará da definição da agenda de deliberação da Assembléia Geral. De acordo com post publicado anteriormente na EshTáNa Mídia, Irã e Síria manifestaram objeção à eleição de Israel, mas não pediram nova votação. Erdan disse: “Agora estarei representando Israel em uma posição no coração da ONU. Nada me impedirá de combater a discriminação na ONU contra Israel. Esse triunfo envia uma mensagem clara aos nossos inimigos de que eles não nos impedirão de participar de papéis de liderança na ONU e na arena internacional. O ódio nunca deve triunfar sobre a verdade. Eu não vou permitir”.

Estas palavras vêm acompanhadas de um currículo dedicado a negociações e ações afirmativas. Erdan foi contra aos acordos de Oslo, prevendo que eram uma forma de excluir os árabes israelenses e todos os que compartilhavam o desejo de paz na região dos destinos de suas vidas. A história provou que as lideranças que negociaram o tratado de Oslo, assinado em 13 de setembro de 1993, há 28 anos, não tinham a intenção de criar um espaço democrático e pluralista e nem mesmo buscar a paz. Nos últimos 28 anos a Autoridade Palestina elegeu dois mandatários: Yasser Arafat e Mahmoud Zeidan Abbas. Em Israel a pluralidade e o “excesso” de partidos políticos são a tônica, e a alternância de poder e mobilidade partidária uma realidade.

Israel tem sido um grande defensor do meio ambiente, uma das linhas a serem seguidas na 77ª AGO, e Gilad Erdan, quando Ministro de Proteção do Meio Ambiente (2009 – 2013) promoveu muitas ações de grande relevância. Entre estas chama a atenção o abrangente programa de proteção de rios, praias e litoral, introdução de leis sobre reciclagem de embalagens e engarrafamentos e a criação de um Parque Ecológico em Beer Sheva, construído sobre um antigo lixão. Iniciou uma política de "poluição sem fronteiras" que incluiu a redução das emissões de gases de efeito estufa de Israel, aumentando a dessalinização da água, num esforço para fazer de Israel o líder mundial em reciclagem de água.

Serviu também como Ministro das Comunicações e Ministro de Defesa Interna. Impedir difamação de Israel por entidades internacionais que atuam em redes sociais e imprensa livre divulgando “fake news” sobre Israel resultou em ações positivas de mídias sociais e colaborou ativamente com processos de estabelecimento de relações estáveis com nações árabes e mulçumanas.

Entendemos que este é um momento positivo. Sem nutrir falsas esperanças ou querer desconhecer a grande onda antissemita que invade o mundo, temos que encerrar este editorial com um olhar positivo. Muitos momentos de altos e baixos continuarão acontecendo. Mas hoje queremos deixar para nossos leitores a mensagem que são estes pontos de inflexão na curva do tempo que dão a todos nós a certeza que atuar de forma consistente, com objetivos que visem o bem estar dos nossos e de toda a humanidade é uma forma de abrir a porta da esperança e vislumbrar caminhos que apontem um futuro mais digno.

 

Boa Sorte a todos que estão lutando para encontrar Soluções por meio da Solidariedade, Sustentabilidade e Ciência”.

 

Boa semana!


Regina P. Markus

 

sexta-feira, 3 de junho de 2022

Editorial - Shavuot - Bikurim - Revelação da Torah - Festa de Ruth, a moabita

 


O ano vai passando e as datas comemorativas vão pautando as nossas vidas.
Em família, comemoramos os aniversários de forma geral e datas que recordam fatos especiais para cada um. Como nação, observamos que algumas datas mudam o seu significado ao longo da vida, na dependência dos muitos momentos políticos que vivemos.
A festa de Shavuot é um grande exemplo de ressignificação; um grande exemplo de que nossas vidas, para ser completas, têm que navegar por várias dimensões.
A tradução literal de Shavuot para o português é "semanas". São contados 49 dias entre a saída do Egito e a revelação da Torah. Ao findar as 7 semanas e chegar o dia 50 inicia-se a festa de Shavuot. Este ano, a galut Shavuot começa na noite de 4 de junho e termina na noite de 6 de junho. Em Israel é apenas um dia.

Quantos significados!!!

1 - Festa das primícias - início de uma vida nova, para os homens e para a natureza. Encontramos na Torah várias regras e leis de como lidar com a terra. Muitos rabinos e líderes religiosos que escutei falar esta semana têm opiniões diversas sobre o tema. Alguns chegam a desqualificar as informações porque estavam destinadas à antiguidade. Outros dão a elas um significado místico. Gostaria de deixar aqui um toque muito diferente do que assistimos nas sinagogas reformistas, liberais, conservadoras e ortodoxas. Uma forma nova de abordar a temática. As regras colocadas para o tratamento da terra, os ciclos de colheita e plantio e a forma com que se deve esperar a produção agrícola deveriam merecer um olhar científico. E desta forma, entenderíamos que os antigos israelitas já dispunham de conhecimentos científicos adequados para produzir alimentos de forma eficiente.
Podem alguns dizer que a linguagem soa muito mística e religiosa! Não fica muito diferente da nossa linguagem de divulgação científica. Se, há décadas, os cientistas reclamavam da falta de rigor, hoje passaram a entender a necessidade de adequar a linguagem. EM RESUMO - a revelação da Torah junto com a Festa das Primícias  permite considerar que os antigos judeus, assim como os chineses e hindus, dispunham de textos que divulgavam conhecimentos importantes para a sobrevivências dos animais e do planeta. Dados, e não conjecturas, transmitidos na linguagem adequada.

2 - Festa da Revelação da Torah - a palavra revelação já nos remete ao oculto. A revelação Divina - as muitas formas de Adonai chegar aos humanos e trazer sua mensagem em forma de bençãos e maldições - em uma linguagem que pode ser assustadora. Ao mesmo tempo, é em nome da Revelação que se instituiu entre os judeus a obrigatoriedade dos estudos. Na Ética dos Pais, Pirkê Avot (2:17), um dos tratados do Talmud, Rabi Yossi afirma "Prepare-se para aprender a Torá, pois não foi dada como um legado para você." Legado, herança - aquilo que é passado de uma geração para outra, apenas por ser a geração seguinte! As Leis que permitiram que o Povo Judeu migrasse da servidão para a liberdade podem ser consideradas sua herança para a humanidade, mas não são um legado para os próprios judeus.
Ooops - a esta altura os leitores já estão bastante confusos - ou já entenderam que a festa é uma forma de abrir tempo para estudo. Uma das coisas divertidas desta festa era passar a noite inteira estudando junto com amigos. Com prazer, vemos o hábito voltar ou ser implantado em várias comunidades. Neste ano de 2022 muitas comunidades aqui no Brasil estarão realizando o Tikkun Shavuót - uma noite inteira lendo e debatendo temas judaicos e a Torah. Que sabor especial terá participar do Tikun de Shavuót na CIP após este longo período de pandemia. 

A Torah não é um legado - não é possível se apropriar da Torah sem estudo.  Preparar pessoas para conseguirem estudar sozinhas é EDUCAR. Educar os pequenos é uma das mais importantes obrigações do povo judeu, e esta regra foi cumprida à risca por todos, independentemente de seguirem ou não a religião judaica. Os séculos de afastamento de judeus, obrigados a se converter para outras religiões, não foram suficientes para acabar com esta prática. Educar! Gostaria de acreditar que ensinar a perguntar, discordar e debater fosse uma prática que fosse apreciada por toda a humanidade.

3 - Festa do Povo ENTRE os Povos - De todas as datas judaicas, esta é a que diretamente aborda a questão do Povo Judeu, dos Filhos de Israel, serem diferentes dos outros povos. Este é um contexto que levou a muito antissemitismo e a muita falta de entendimento entre judeus. Em Shavuót é lida a Meguilat Ruth - que conta a história de uma moabita que casa-se com um judeu. Após o falecimento precoce de seus filhos, a sogra de Ruth, Naomi, decide deixar as terras de Moab e voltar para Israel. Ruth decide ir junto com a sogra e unir-se aos judeus. Há muito material para estudar as formas de pertencer e se achegar, tão comum em nossos tempos. Colocando em poucas linhas, a importância que se dá aos que chegam - a história de Ruth - nos conduz por campos em que as sobras são sempre deixadas para os necessitados e encontra seu caminho dentro da comunidade.
Como herança - aquela que recebemos e cultuamos, é da linhagem de Ruth que nasce o Rei David, e da linhagem de Ruth que virá o Messias... Partimos então para o místico de Shavuot.

E tudo isso sem falar do Jubileu - da Shmitá - do descanso da terra! Este ano em Israel a terra não é plantada para que possa ter o seu descanso que deve ocorrer a cada 50 anos! A colheita no cinquentenário é sempre pobre e devemos deixar os frutos cairem.

Uma linda festa de Shavuót a todos - e muitos estudos!!

Regina P. Markus