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segunda-feira, 29 de julho de 2019

VOCÊ SABIA? - Leica




Se mais Leicas tivessem ajudado,

Se mais Schindlers tivessem sido generosos,

Mais judeus teriam sido salvos do Holocausto!





Você sabia que Ernst Leitz, proprietário da empresa Leica - responsável pela câmera precursora de 35 mm - recebeu o título de “Schindler da Indústria da Fotografia” por contrabandear milhares de judeus para fora da Alemanha antes do Holocausto?




A História nos brinda a cada dia com notícias surpreendentes.

Ficamos sabendo da existência de um não judeu, um patriarca protestante, que, mesmo servindo aos propósitos da era nazista, realizou atos que ajudaram várias famílias judaicas a sair da Alemanha.

Trata-se de Ernst Leitz que ganhou o título de “O Schindler da Indústria da Fotografia“ por sua atuação como dirigente da empresa familiar que criou a Leica, câmera pioneira de 35 mm, responsável por imensos progressos na indústria da época.

Assim que Hitler foi nomeado chanceler da Alemanha em 1933, Ernst Leitz começou a ser procurado por judeus pedindo ajuda para tirar suas famílias do país.

Os Leitz não quiseram publicidade com relação aos seus feitos, por isso só após a morte do último membro da família é que o “Leica Freed Train” foi descoberto.
Em 2002 esta história rendeu um livro de autoria de Frank Dabba Smith, um rabino nascido na Califórnia e que atualmente vive na Inglaterra.
Maiores detalhes conseguiremos ao ler esta obra.


Este episódio nos leva à certeza de que “as memórias dos justos devem viver”.





Assistamos agora a um vídeo de pouco mais de 3 minutos: “Leica, o Trem da Liberdade” relatando a ascensão política de Hitler como primeiro-ministro da Alemanha em 1933, o desespero dos judeus ao perderem seus empregos e negócios, o boicote aos seus produtos e lojas, a Noite dos Cristais, as prisões no campo de Dachau, a falta de humanidade das leis de Nuremberg. 

Em contrapartida milhares de judeus foram salvos pela empresa Leica ao enviá-los como funcionários para fora da Alemanha, ajudando-os a se estabelecerem em suas novas pátrias.






Este texto é uma colaboração especial de Claudia Laub para o EshTá na Mídia.
Leia mais sobre a história de Erns Leitz em outro "Você Sabia?" que fizemos sobre o assunto clicando aqui




FONTES:


quinta-feira, 25 de julho de 2019

EDITORIAL: No Limiar de um NOVO TEMPO?

Relação entre o Estado de Israel e os Países Árabes

Nossa jornada na Esh Tá na Mídia foi iniciada há mais de 3 anos. Nossa chavurá, Esh Tamid debatendo sobre o momento, considerou a possibilidade de criar um canal de comunicação com um público maior com o objetivo de divulgar o Estado de Israel e o Judaísmo. Na época, como agora, há grupos organizados com importantes narrativas antissemitas e principalmente contra o Estado de Israel. Há muitos anos estes grupos buscam demonizar a palavra SIONISMO - que na realidade significa "olhar para Tzion". A base de toda a fé judaica! Por dois mil anos de exílio, os judeus mantiveram um sonho - o sonho sionista - o sonho de voltar para a terra de seus antepassados.

No nosso primeiro editorial focamos na palavra NARRATIVA, como uma forma de construir histórias novas e, colocamos que o Esh Tá na Mídia tem por objetivo disseminar FATOS.

"Hoje encontramos o grande levante contra Israel. E novamente estamos baseados em narrativas: histórias construídas sem base ou fazendo uso de momentos pontuais que não refletem a realidade. Vamos mudar o foco! Vamos buscar fatos (20 fev 2017). "


Após estes anos notamos um FATO NOVO: a aproximação entre Israel e os Países árabes. Temos publicado de forma sistemática vídeos e textos encontrados em jornais e nas mídias sociais que atestam esta aproximação. Os fatos têm-se tornado tão frequentes que, além de divulgá-los, vale à pena sistematizá-los e analisar o momento.



Ontem divulgamos que uma delegação de jornalistas e profissinais de mídia de países árabes, como Arábia Saudita, Iraque e Jordania, visitaram Israel e o Parlamento (Knesset). Em 19 de junho, foi postado o relato de uma estudante de jornalismo brasileira (Nina Avigayil Lobato) que comenta ter sido a presença árabe no Parlamento de Israel um ponto marcante de sua viagem. Os 120 parlamentares incluem judeus seculares, conservadores, ortodoxos, social-democratas e árabes de várias denominações. A jornalista chama atenção de um número relevante de mulheres, mas deixamos passar este ponto visto que em Israel, desde antes de sua fundação homens e mulheres têm circulado pelas diferentes funções e cargos. Na escala máxima política, empresarial e científica são encontradas mulheres.
Mas hoje não é o dia de focar nos árabes israelenses, mas sim, na relação entre os Países Árabes e o Estado de Israel. No dia 4 de junho foi postada uma notícia em que o Ministro das Relações Exteriores do Bahrain fala ao Times of Israel: "Israel chegou para ficar e nós queremos a paz." Na mesma semana publicamos o informe que um diplomata saudita dá uma entrevista a um jornal israelense e constata: "a era de guerra com Israel acabou".
A imprensa árabe também se tornou mais vigilante e vem combatendo narrativas que fomentam e propagam o antissemitismo. Em 20 de maio de 2019 publicamos uma notícia da BBC informando que a Al Jazeera, uma rede de comunicação do Quatar, suspendeu dois jornalista que negaram a ocorrência do Holocausto. E para encurtar, judeus que moram em Hebron foram recebidos pelo Sheik palestino Ashraf Jabari para um jantar de quebra do Ramadan preparado segundo a regras alimentares judaicas, a kashrut (confira na publicação de 15 de maio de 2019).

Esta lista pode seguir - mas já dá consistência para falarmos em:

NOVA NARRATIVA - tanto no que tange às relações entre países quanto entre pessoas há um novo tempo aparecendo, e indicando que uma convivência produtiva é sempre possível.

O Estado de Israel encontra eco em alguns de seus vizinhos e em muitos cidadãos árabes ao redor do mundo, e, sem descuidar de sua segurança e sua sobrevivência, reconhece que há algo novo surgindo. Os judeus do mundo, apesar de estarem sob muita pressão antissemita, como vimos denunciando nos últimos tempos, olham com interesse os novos fatos.


Aqui no Brasil, lembramos que no século passado líderes das comunidades judaicas e árabes juntavam as mãos para atuarem no comércio, indústria e em obras sociais.  O trabalho conjunto destas comunidades foi de grande importância para criar marcos de excelência na saúde e na educação, visto que colaboraram tanto nos setores públicos quanto privados. Vimos com pesar manifestações antissemitas mais recentes, e agora, devemos mostrar novos caminhos que se bem não sejam os únicos, são muito diferentes de todos os que encontramos até o momento.


Vamos ajudar a construir as novas NARRATIVAS, as narrativas que, embasadas em fatos reais, permitirão pavimentar o futuro com esperança.


Boa semana!
Regina P. Markus

segunda-feira, 22 de julho de 2019

VOCÊ SABIA? - Harry Houdini, um mito: o mágico mais icônico da História






Você sabia que o mais famoso mágico do mundo, Harry Houdini, cujo nome verdadeiro era Erich Weisz, era filho de um Rabino?



Harry Houdini - Boston 1908  -  Ele sabia criar suspense entre seus espectadores.

Em 1919, Harry Houdini era o mágico mais famoso do mundo.

Astro de cinema com muitos admiradores, hábil e desenvolto em seus movimentos, sabia captar o interesse e a imaginação de seus fãs - que aos milhares se apresentavam para ver de perto suas incríveis façanhas.
Seu verdadeiro nome era Erich Weisz, mas ao entrar no mundo da mágica virou Harry. Houdini veio de um famoso mágico francês, Eugène Robert-Houdin, por ele muito valorizado.

Erich nasceu na Hungria em 1874 e aos 4 anos imigrou para América com a família. Seu pai procurava uma vida melhor para todos e assim trabalhou os primeiros anos em Wisconsin para uma Congregação Judaica Reformista e depois mudou-se para Nova York.

Aos 17 anos, evitando o trabalho pesado e exaustivo em fábricas onde os colegas de seu nível social acabavam tirando o sustento, nosso jovem foi contratado para realizar truques de magia em Coney Island adotando o nome por ele escolhido para os palcos: Harry Houdini.
Conheceu Whilhelmina Beatrice “Bess” Rahner, uma cantora e dançarina de shows em Coney Island, e aos poucos ela passou a fazer parte de seus atos no palco e depois de sua vida.  




Foi ele o primeiro da família a casar fora do judaísmo, algo inusitado para a época, e apesar de sua família aceitá-la com reservas, o desentendimento criado nunca se dissipou.


Iniciou sua carreira como mágico e encantava a plateia com truques de cartas, porém considerava-se mais um mestre do escapismo devido à sua força física e à facilidade de abrir cadeados e trancas. Saía-se bem de situações de perigo que assustavam e assombravam seus fãs.




“Em 1912, realizou sua performance mais ousada: Chinese Water Torture Cell.
 Houdini era suspenso por seus pés e trancado dentro de um gabinete de vidro cheio de água, onde ficava sem respirar por três minutos até escapar.”

Vejamos agora este curto vídeo que mostra a habilidade de Houdini em se livrar das cordas e trancas, façanha esta tentada por muitos outros mas nunca alcançada.





“Houdini foi um dos mais famosos ilusionistas da história e era particularmente conhecido pela sua habilidade em abrir rapidamente cadeados e outros tipos de trancas, escapando de caixas e tanques fechados tanto dentro quanto fora da água. Além disso, ele também conseguia ficar vários minutos dentro da água sem respirar. Sua morte, contudo, aconteceu justamente em função de suas virtudes, após apresentar um número de sua "incrível resistência torácica", para estudantes em Montreal, no Canadá. Ele foi golpeado por um dos jovens, um boxeador amador, quando ainda não estava com os seus músculos preparados. Os golpes romperam o apêndice de Houdini que, uma semana depois, não resistiu à lesão provocada. Foi encaminhado ao hospital, onde morreu no dia 31 de outubro de 1926 por conta de uma ruptura no apêndice, aos 52 anos.”




Este texto é uma colaboração especial de Itanira Heineberg para os nossos canais. 



FONTES:

https://br.historyplay.tv/hoje-na-historia/mestre-ilusionista-harry-houdini-faz-sua-ultima-apresentacao

quinta-feira, 18 de julho de 2019

EDITORIAL: Antissemitismo - chegando devagar e mostrando muitas facetas



Quando temos dificuldade de acreditar no presente. 

Hoje vou repetir uma história porque estou chocada! Justiça é o tema do momento em todo o mundo. Culpa ou inocência é um construto político e não mais um construto ético. Vemos um grande número de pessoas cordatas e inteligentes apoiando corrupção e outros tantos negando o direito apenas baseado em crenças políticas.

Impunidade é a garantia de uma sociedade sem futuro - ou com um futuro que imaginamos já ter ficado no passado!


Sarah Halimi - médica

Passeando pelo Facebook, no meio de tantos problemas nacionais, encontro um texto do jornalista Mendy Tal. Fiquei tão impressionada que resolvi compartilhar na forma de Editorial com todos os nossos leitores.

Nas palavras de Mendy: "Uma mulher judia, uma médica, surpreendida durante o sono, é torturada por mais de uma hora. Ela tem 65 anos e mora em um prédio modesto do 11o distrito de Paris. O assassino, que entrou pela varanda, é extremamente violento, causa 20 fraturas no corpo e rosto, antes de violentar a mulher e jogá-la pela janela. A polícia, prontamente identificada fica no lobby sem intervir. Os gritos são ouvidos, a vizinhança não acode e a mídia silencia - o nome da vítima é Sarah Halimi."

Sim, é a Europa e é Paris, mas não é a ocupação nazista. Corre o ano de 2018!
Só a leitura desta descrição já seria revoltante, mas..  CONTINUA...

O assassino é preso e foi julgado na semana passada - Kada Taoré é seu nome - e ele, apesar do flagrante, foi considerado inimputável. COMO? POR QUÊ? - difícil de imaginar - ele tinha fumado maconha - um sujeito normal que decidiu fumar maconha! Sim, há uma importante discussão acadêmica sobre a possibilidade de maconha levar a psicoses associada a comportamento violento, mas os estudos não são conclusivos e é muito difícil aos pesquisadores que trabalham com humanos se manterem isentos. Por outro lado, os modelos animais são inconclusivos.

Mas a dura realidade é que consumir maconha é uma decisão de cada um.

Por que ninguém reagiu ao escutar os gritos?
Por que a mídia se calou?
Como devemos lidar com a responsabilidade sobre a vida?
Cada um dos leitores deve ter sua resposta.

Será que ajuda olhar o passado?

Há algumas semanas foi comentado em um editorial sobre o filme "A Cidade Sem Judeus", feito em 1926 na Áustria antes de toda a barbárie nazista e descoberto recentemente em Paris.

Este filme - reconstituído - estará passando em São Paulo na Primeira Semana de Agosto no Festival de Cinema Judaico. Vamos conferir.

Sobre a mesma temática, está passando no Museu de Imagem e do Som de São Paulo o filme "SHOÁ" do cineasta francês Claude Lanzman e que foi editado por Ziva Postec. O filme tem nove horas e meia de duração e é feito de depoimentos de sobreviventes de Campos de Concentração nazista. Depoimentos editados que mostram por que temos que impedir que a história se repita e que a indiferença por seres humanos não seja contextualizada politicamente.

O primeiro filme era um alerta ao que poderia acontecer com os judeus - serem espulsos da cidade chamada UTOPIA - mas o final do filme não foi capaz de prever o que realmente aconteceria. Não há como mensurar a grande diferença entre o destino final dos judeus de UTOPIA e a realidade da SHOÁ - do Holocausto.

Será que conseguiremos entender que é preciso reagir antes?

















À VIDA - Le CHAIM - este é o brinde mais magnífico para os judeus - hoje e em todos os tempos.


Regina P. Markus


segunda-feira, 15 de julho de 2019

VOCÊ SABIA? - Sam Shulman




Sam Shulman: Tripulante voluntário do “Exodus 1947”, navio histórico que tentou furar o bloqueio naval na Palestina levando sobreviventes do Holocausto à terra prometida.  




Você sabia que Sam Shulman, o último tripulante sobrevivente do famoso e lendário navio “Exodus 1947”, morreu recentemente, em julho de 2019, aos 91 anos de idade?






Após sobreviver ao Holocausto, depois de encerrada a Segunda Guerra, Shulman dedicou-se à voluntária tarefa de resgatar milhares de judeus da Europa tentando levá-los para a Palestina, ainda antes da criação do Estado de Israel.


Ao ouvir falar do navio que partiria de Baltimore para levar os judeus sobreviventes à Palestina, Shulman se apresentou no porto e começou seu trabalho já ajudando nos consertos da velha embarcação. Outro detalhe significante foi a construção de mais de 4.500 beliches para passageiros poderem dormir com conforto durante a viagem. Finalmente o barco estava pronto para sua missão.


Sam Shulman em 1947



Ao acabar a Guerra em 1945, a imigração ilegal foi a maneira de burlar a severa política do Reino Unido que permitia a entrada de apenas algumas centenas de refugiados judeus por mês na Palestina, controlada por eles, britânicos.

Assim, entre 1946 e 1948, aconteceram mais de 60 Aliya Bet - assim foi chamada a operação de trazer imigrantes ilegais para Israel apesar de poucos refugiados conseguirem chegar à terra. Os passageiros eram apreendidos antes de descer dos barcos e enviados para campos de detenção no Chipre.

Os refugiados do Exodus, mais de 4500 sobreviventes do Holocausto, viveram perigosas peripécias marítimas e ataques dos britânicos e ao chegarem ao seu esperado destino, foram colocados em 3 navios de prisioneiros em Haifa e enviados de volta à Europa. Na França, em Séte, lugar onde haviam embarcado, todos se recusaram a desembarcar. Após um mês, foram enviados para Alemanha, onde desembarcaram e foram colocados em campos de detenção. Porém, com a declaração do Estado de Israel, muitos passageiros do Exodus conseguiram voltar a Israel como imigrantes legais e entrar no país.

Ruth Gruber, jornalista americana, autora de “Exodus 1947: O Navio que Lançou Uma Nação”, revelou ao mundo o drama triste dos imigrantes e mostrou as dificuldades dos tripulantes do Exodus para furar o bloqueio naval e as atrocidades cometidas contra os indefesos passageiros, influenciando os acontecimentos que levariam à criação do Estado de Israel em 1948.

Como todo sobrevivente do Holocausto, Shulman tinha uma história grandiosa para contar.


Filho de pais judeus poloneses, nasceu em 1928 em Indiana e ao morrer seu pai, seguiu para Varsóvia com a mãe Sarah que desejava ficar perto de sua família. Com o novo casamento da mãe foram os três para Paris, na França. Em 1939, quando a guerra estourou e os alemães invadiram a Polônia, Sam tinha 11 anos e frequentava a escola francesa. Em 1940 os alemães invadiram a França, apoderando-se de Paris. O padastro de Sam estava em viagem de negócios e não pôde voltar para a Europa. Devido às dificuldades e humilhações impostas aos judeus pelos nazistas, Shulman e Sarah, com a ajuda de uma agência judaica, esconderam-se em uma cidadezinha rural chamada Pionnat onde residiram por 3 anos, encobertos pelo pároco e habitantes locais até o fim da guerra.

De volta aos Estados Unidos, agora em Nova York, mãe e filho recomeçaram a vida. Sam alistou-se ao grupo de voluntários que tentava levar os refugiados europeus para Israel.

Quando sua mãe soube de seu intento tentou demovê-lo: “Por que vais te voluntariar, sabes que podes não voltar, és meu único filho!”

Mas Sam sabia o que queria. Ele sabia que desejava ajudar seu povo, sentia que devia ir.

Assim ele partiu, e além do Exodus 1947, Sam participou de tentativas similares nos barcos Pan Crescent e Pan York.

Após um ano em Israel onde lutou junto aos seus irmãos na Guerra da Independência, ele retornou ao seu país de nascimento onde continuou a ser o generoso homem que sempre foi.

Uma vez referindo-se à sua função de ajudar os imigrantes judeus a entrarem em Israel, ele falou:

 “Tenho orgulho do papel que eu desempenhei. Aqueles foram dias importantes de minha vida.”


Sam Shulman é o da esquerda

Assistamos agora a este pequeno vídeo de 4 minutos onde com muita clareza e determinação Shulman narra os acontecimentos que vivenciou em sua missão junto aos sobreviventes do Holocausto.




Este texto é uma colaboração especial de Itanira Heineberg para os nossos canais.



FONTES:




quarta-feira, 10 de julho de 2019

EDITORIAL: HASBARÁ - DIVULGAÇÃO

HASBARÁ - Divulgar - Explicar 

Nas últimas semanas vários textos publicados na imprensa judaica falam a respeito de Hasbará - uma palavra muito nova no Hebraico que nem está presente no famoso dicionário de Eliezer Ben Yehuda, a quem devemos a criação de milhares de palavras que permitiram transformar um idioma sagrado em  idioma laico; o idioma em que foi escrita a Torah, e depois era usado para textos religiosos, em um idioma do dia-a-dia. Uma das bases para a criação do moderno Estado de Israel e que era língua franca para todos os judeus que, um dia, haviam utilizado um livro de reza.

Nesta semana, a Newsletter destaca a visita que uma de nossas Editoras, Marcela Fejes, fez ao canal I24, que transmite noticias internacionais e sobre Israel 24h por dia em inglês, francês e árabe. A Revista da Hebraica de São Paulo traz um artigo sobre o tema, e este também se multiplica nas diferentes mídias sociais.

Hasbará foi criada a partir do verbo Le-Hazbir - explicar. Explicar o quê? 

O termo foi criado como uma resposta à propaganda anti-Israel, anti-sionista, que atualmente culmina em uma propaganda e em ações anti-semitas. E evoluiu para uma forma de divulgar Israel para o mundo.

Entre nós, fica sempre a pergunta: o mundo não teria condições de ver Israel sem um grande grupo de organizações profissionais e voluntárias, pessoas que atuam ligados à estas instituições, ou de forma isolada, opinando ou reverberando fatos sobre o Estado de Israel?

Esta pergunta é muito difícil de responder. Israel é um estado que sobreviveu milênios - é o mesmo Estado de Israel, com a mesma Capital, com o mesmo idioma, com vários lugares sendo escavados e conhecidos. Mas é um Israel diferente, o atual está vivo e, como tudo o que é vivo, em constante mutação. O Israel antigo habita o imaginário das pessoas, e cria um cenário pessoal em que deve ser colocado o Israel moderno.

Aplicando este conceito à minha pessoa, Regina, cientista, brasileira, judia, avó de dois israelenses, o Israel que vejo passou por vários estágios. Nos últimos 25 anos tenho ido a Israel anualmente e, apesar de minha atividade profissional, nos 10 ou 15 dias de estadia focava na vida familiar, e Israel, a nação Start Up, era algo aprendido em livros. Mas em fevereiro de 2018 tive a oportunidade de levar uma missão de cientistas brasileiros para Israel - e em uma semana conheci um Israel diferente. Conheci o tempero da nação Start Up que envolve um enorme respeito pelo individual e um respeito maior ainda pelo mestre. Sobre estes dois pilares e uma dose judaica de arrogância. Na realidade, não é diferente da atuação dos judeus europeus e americanos no mundo científico.

Como uma estória pode ser emendada em outra, as visitas feitas a entidades que se ocupam de pessoas especiais, ou a start-ups voltadas para esta população, encontramos lugares preocupados em ter atividade noturna e um hotel para os filhos, de forma a permitir aos pais que tenham algumas noites por mês para o seu próprio lazer. Encontramos pessoas com diferentes tipos de necessidades servindo o Exército de Defesa de Israel. É o único país do mundo que tem espaço para autistas, jovens com Síndrome de Down e pessoas cegas. E isto não é tratado apenas como um processo de inclusão, estes jovens tem características especiais que os tornam capazes de exercer tarefas que outros não são.

Sim, estes diferentes países que habitam um mesmo Israel, são pouco conhecidos. Muitas vezes o foco fica apenas para Israel bíblico, para o Estado de Israel conquistado pelos romanos no ano 70. E é desta época que vem a utilização do nome Palestina: muitos séculos antes de Maomé, e da criação do islamismo e num território não habitado por árabes. O mesmo nome passa a ser usado novamente no século XX, quando os britânicos conquistam a região e encerra-se o Império Otomano. Palestina incluía Síria, Jordânia e parte do Iraque.

Unido ao desconhecimento dos fatos, encontramos um enorme esforço de deslegitimar o Estado de Israel - e, mais recentemente, esta deslegitimização vem alcançando os próprios judeus. O antissemitismo deixou de ser algo subterrâneo, em que apenas um judeu sentia e experimentava situações bizarras. Hoje os ataques a sinagogas nos Estados Unidos e na Europa, bem como a morte de judeus, pelo único motivo de serem judeus, é notícia nos jornais do mundo inteiro.

HASBARÁ - divulgar, explicar - transformar lendas em fatos e dimensionar para dentro da realidade de hoje fatos que aconteceram há milênios.

Sim, esta é a nossa missão - e continuaremos com a certeza de contar com a colaboração de nossos leitores, que muito têm contribuindo com novos fatos e com questões que gostariam de ver abordadas.

Boa Semana!

Regina

segunda-feira, 8 de julho de 2019

VOCÊ SABIA? - Gal Gadot, a mulher-maravilha israelense





Você sabia que a atriz israelense Gal Gadot, que encantou o mundo com sua beleza, preparo físico e atuação magistral no filme “Mulher-Maravilha” foi classificada na 5ª posição da revista Shalom Life como uma das mulheres judias mais talentosas, inteligentes, engraçadas e lindas do mundo?
Esta moça bonita foi Miss Israel em 2004 aos 19 anos. Entrou no concurso apenas como mais uma experiência de vida e, ao ser escolhida, comportou-se como uma candidata rebelde ao concorrer a Miss Universo no Equador. Este não era o seu desejo.
Aos 19 anos também entrou para o exército obrigatório em seu país, onde serviu por dois anos nas Forças de Defesa de Israel como treinadora de combate ensinando ginástica e calistenia, isto é, exercícios que utilizam apenas o peso corporal.





Gal Gadot, גל גדות em hebraico, nasceu em Petah Tikva em abril de 1985 e cresceu em Rosh HaAyin, cidade vizinha.
Seu primeiro nome em hebraico quer dizer onda e o segundo significa praia ou margem de rio – e seus fãs concordam ao afirmar que ela realmente é um oceano de beleza.

Filha de um engenheiro e uma professora ambos nascidos em Israel, os avós de Gal, oriundos da Europa, eram sobreviventes do Holocausto. Assim, além da nacionalidade israelense, ela e sua irmã mais jovem, Dana, possuem as nacionalidades tcheca, polonesa, austríaca e alemã.
Gal sempre foi uma criança atlética, amante de esportes, e devido à sua altura saiu-se sempre muito bem nos jogos de basquete. Por mais de 10 anos dedicou-se também a aulas de dança.

A mulher maravilha teve a infância normal de uma família judaica; ainda jovem começou a cuidar de crianças como baby-sitter e como muitos jovens israelenses também trabalhou na rede de fast food Burger King.
Mais tarde, sua incursão no mundo da moda foi bastante enriquecedora: foi modelo para marcas famosas como La Perla, Castro, Jaguar, Gucci, Miss Sixty e outras.

Após concluir o serviço no exército, Gal inscreveu-se na Faculdade de Direito onde cursou apenas o primeiro ano. Ao ser chamada para testes de cinema e televisão, percebeu que não teria tempo para ambas as atividades e decidiu dedicar-se com afinco ao estrelato. Prefere não usar dublês em cenas arrojadas, fazendo todo o tipo de aulas para aprender os movimentos necessários à sua atuação. Adora esportes, especialmente aqueles que se apresentam como um desafio, e entre seus hobbies favoritos está uma moto Ducati Monster- S2R preta guardada com carinho em sua garagem.






Nas gravações de Mulher-Maravilha Gal já estava grávida de 5 meses de sua segunda filha. Foi quando aconteceu algo inusitado: em vez de colocar barriga para sugerir gravidez da personagem, os diretores tiveram de tirar sua barriga através de truques e tecnologia. Seu uniforme foi cortado e adaptado com um tecido verde que disfarçou seu corpo de gestante.

"Em entrevista à "Entertainment Weekly", a atriz brincou: "Em um close eu parecia muito com a Mulher-Maravilha, mas nas cenas mais abertas eu estava muito engraçada, como se a Mulher-Maravilha estivesse grávida de Kermit, o sapo.”

Gal é casada desde 2008 com Jaron Varsano, um empresário israelense, pai de suas filhas Alma e Maya.






Em entrevista ao Inquisitor Gal declarou-se satisfeita com sua carreira por conseguir estar perto e acompanhar a rotina das filhas. As profissões tradicionais, segundo ela, levam as pessoas para longe de seus lares. Ela valoriza seu relacionamento e proximidade com Alma e Maya e antes de aceitar qualquer papel ou projeto, e sempre leva em conta o tempo que poderá dispor para as meninas.

Quase finalizando e certamente não cobrindo a vasta lista de feitos e filmes desta jovem mulher, vale lembrar que Gal Gadot foi a primeira Mulher-Maravilha não americana no mundo do cinema. 



Uma israelense orgulhosa de sua pátria, Gal nunca esconde sua identidade, sempre aproveitando entrevistas e oportunidades para falar publicamente de seu país demonstrando o quanto Israel é importante para ela nestes tempos de antissemitismo.



Este texto é uma colaboração especial de Itanira Heineberg para os canais do EshTá na Mídia.

FONTES:


quinta-feira, 4 de julho de 2019

EDITORIAL: As Muitas Narrativas da Relação entre os Países Árabes e Israel




O Planeta Terra está agitado. O Planeta Terra segue seu destino. Duas frases que se contrapõem, assim como as visões sobre diferentes situações. O Estado de Israel e o Povo Judeu, devido à sua longevidade, têm portado a memória de muitos séculos e ao mesmo tempo vivido o presente. Assim, ao contrário dos babilônios, romanos, gregos e egípcios, continua construindo sua história sem interrupção. A partir da criação do moderno Estado de Israel esta história passa a ter uma nova e importante característica – o povo errante passa a ser um povo com um endereço. Há um pedaço de terra onde todos os judeus do mundo, de diferentes cores e nuances religiosas, ou mesmo os sem religião, podem ter como referência ou moradia.
       
Durante os 71 anos de existência do Estado de Israel, muitos são os conflitos com as nações árabes constituídas - e mais recentemente, com o surgimento de um novo grupo de árabes que passou a se denominar “palestinos”, nome recriado pelos britânicos ao conquistarem o território do Império Otomano e usado como referência para os judeus que habitavam na região.

Ao longo dos últimos anos encontramos vários árabes, de diferentes países, que de forma pessoal apoiam o Estado de Israel. Sarah Idan – Miss Iraque 2018 – agora embaixadora para a Paz e que falou na 41ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU no dia 2 de julho de 2019 e perguntou: “Por que os países árabes continuam a apoiar terroristas?” É importante registrar que Miss Iraque foi banida de seu país por ser fotografada abraçada com Miss Israel. Conforme ela mesma declara, o governo do Iraque exigia uma declaração difamando o Estado Judeu e Sarah Idan recusou-se.

Luzes no meio das trevas vêm também de outras regiões. Árabes de diferentes países começam a declarar que chegou o momento de começar a construir a paz com Israel. Alguns abertamente declaram que terroristas não mais devem ser apoiados. Uma reunião no Qatar marcou um momento de exposição de relações conflituosas e de busca de soluções. A Arábia Saudita e outros países do Golfo propõem a doação de vultosas somas de dinheiro para os habitantes da Faixa de Gaza e das Margens Oeste do Rio Jordão para que possam reconstruir suas vidas de forma independente dos grupos terroristas que dominam a região.

Enfim, começamos a ver as peças se moverem, como em um jogo de xadrez. Aonde estes movimentos vão nos levar é difícil prever, mas o bom é ver que há muitas pessoas e governos árabes que enxergam que Israel é um país entre as nações e que tem todo o direito à existência.

Se a semana passada mostramos nuvens negras do antissemitismo encontrando terreno fértil na Europa e Estados Unidos, esta semana, ao olhar para os países árabes, encontramos vozes e ações que buscam a PAZ.

Shalom

Regina P Markus

terça-feira, 2 de julho de 2019

VOCÊ SABIA? - Arco-íris - Arco celeste - Arco do céu






Você sabia que entre as orações judaicas recitadas em horários e ocasiões específicas, tais como as bençãos ao sol nascente ou aquelas proferidas antes e depois dos alimentos, há também uma oração especial para ser repetida ao vislumbrarmos um arco-íris?





O arco-íris é um relevante símbolo do Judaismo.

Após o dilúvio, em Gênesis, D’us afirmou que o arco de luz no céu seria uma firme promessa de que o mundo nunca mais seria destruído pelas águas.
Assim sendo, os rabinos do Talmud concordaram que deveríamos dizer uma bênção ao avistarmos o arco-íris, porém após muitas conversas e discussões não chegavam a um acordo sobre qual ela seria. A solução foi combinar duas orações em uma só.

בָּרוּךְ אַתָּה יהוה אֱלהֵינוּ מֶלֶך הָעולָם זוכֵר הַבְּרִית וְנֶאֱמָן בִּבְרִיתו וְקַיָּם בְּמַאֲמָרו.

Baruch ata Adonai, Eloheinu melech ha-olam, zocher habrit v’ne’eman biv’reetoh v’kayam b’ma’amarav.


Bendito sejas Tu, Senhor, nosso D’us, Rei do Universo, que recordas a aliança, e és fiel à aliança de D’us, e manténs a promessa de D’us.





Perante os inaceitáveis pecados e iniquidades humanas, D’us falou a Noé:

“Hei de cobrir o mundo com uma terrível inundação. Tudo o que se encontrar abaixo do firmamento será destruído.”

Por que motivo D’us optou pelas águas? E não as pestes, as guerras, ou um incêndio?

No início da Criação a água dominava o mundo mas o Criador a removeu, afastando-a para os oceanos, oferecendo desta maneira um lugar seco e acolhedor à sua amada criação: as novas criaturas dotadas de inteligência, os seres humanos.

D’us então disse: “Se até a água canta Meus louvores, imagine o que farão estes homens que podem pensar e falar!”

Mas para Sua tristeza e revolta, estes seres pensantes não se comportaram bem, não Lhe obedeceram, apenas praticaram maldades e injustiças sem arrependimento.

D’us enfureceu-se com as crueldades das gerações desde o aparecimento de Adão e escolheu a água para castigar Sua criação.

D’us lembrou que a água, incapaz de louvá-Lo com palavras servia-se de suas ondas barulhentas, fortes e estrondosas rugindo sem parar: “Como D’us é poderoso!”


“E a água foi chamada novamente ao seu lugar, num cântico de adoração e fidelidade ao seu Criador.”




E assim a água desabou sobre a terra para eliminar os homens perversos.

Comentário interessante da tradição judaica sobre realidades paralelas:

“O arco celeste, obviamente, é um fenômeno natural. Raios de luz passam pelas gotas de água suspensas na atmosfera; as gotas claras e transparentes como cristal refratam a luz, liberando o espectro de cores nelas contido e exibindo-as num arco que cruza o céu nublado.

Porém antes do Dilúvio, esta ocorrência natural não acontecia. Havia alguma coisa sobre a interação entre a umidade na atmosfera terrestre e a luz emanando do sol que não produzia um arco celeste. Foi somente depois do Dilúvio que a dinâmica que cria um arco celeste foi colocada em funcionamento pelo Criador, como um sinal de seu pacto recém-formado com Sua criação.

O espiritual e o físico são duas fases da mesma realidade. Esta mudança na natureza física da interação entre água e luz reflete uma diferença espiritual entre os mundos pré e pós Dilúvio, e a diferença resultante na maneira de D’us lidar com um mundo corrompido.”


O arco-íris, imagem de beleza raríssima em um céu azul, foi sempre objeto de admiração e estudo por parte da humanidade. Inspirou os povos sugerindo lendas, mensagens, sinais do desconhecido.

 Vejamos a seguir alguns nomes como é conhecido:

Arco-íris”, vem de uma personagem da mitologia grega, Íris, que na função de mensageira percorria os céus deixando um rastro multicolorido.

Arco celeste”, ou “arco do céu”, é como Deus se referiu ao fenômeno em Gênesis, de onde também vem a designação “arco da aliança” para alguns povos.

A língua francesa pegou carona daí para seu “l’arc en ciel” (literalmente “o arco no céu”). “Arco da chuva” também é usado – como no inglês rainbow, junção das palavras rain (chuva) e bow (arco).”

Keshét Beanán





O Arco-Iris (Késhet) é o símbolo da paz entre os Céus e a Terra. Foi o que Noach (Noé) avistou quando saiu da Arca. É até hoje o símbolo dos Bnei Noach (Filhos de Noé). Nossos rabinos estabeleceram uma Brachá (Benção) que deve ser recitada quando se avista um Arco-ìris:


BARUCH ATÁ ADO*NÁI, ELO*HÊINU MÉLECH HAOLÁM,

ZOCHÊR HABRÍT VENEEMÁN BIVRITÓ VEKAIÁM BEMAAMARÓ!

Bendito é Tu, Senhor, Rei do Universo,
que Lembra do Pacto, é Fiel a Seu Pacto e Cumpre o que Diz!


O Arco-íris é um Pacto entre D-us e o Homem, de que o mundo jamais será totalmente destruído novamente. D-us está fazendo a parte Dele. E nós... estamos fazendo a nossa?




Este texto é uma colaboração de Itanira Heineberg para os canais do EshTá na Mídia.



FONTES: