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segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

VOCÊ SABIA? - Alheira de Mirandela






Alheira de Mirandela


Você sabia que a alheira de Mirandela, prato típico português, que inclui-se entre as 7 Maravilhas da Gastronomia de Portugal, foi criada por cristãos novos que professavam o judaísmo secretamente no intuito de ludibriar a feroz inquisição na Península Ibérica?






A alheira dava a impressão de ser feita de porco, mas na realidade era de galinha - e este era o objetivo de sua criação, iludir os inquisidores.

Atualmente, a alheira de Mirandela é feita com alho, frango e porco.





“Não há nada mais português que os enchidos. Desde o chouriço à morcela, passando pela farinheira, ninguém recusa uma boa salsicha cheia de carne ou daquilo que, na verdade, calhar. 

Alheiras essas, há muitas: mas nenhuma tão famosa como a de Mirandela. 
A jornalista Theodora Sutcliffe, da BBC, esteve em Portugal e ficou rendida àquela que chama “a salsicha portuguesa que salvou judeus”.
A jornalista diz que “cada prato conta um milhão de histórias” e aqui, a história começa em 1492, quando Fernando de Aragão e a mulher, a rainha Isabel de Castela, conquistam o último bastião mouro da Península Ibérica – Granada – e invadiram o Palácio da Alhambra. Profundos católicos, os reis acreditavam que os judeus praticantes podiam incentivar aqueles que se converteram ao cristianismo a regressar à sua religião original. Contrataram interrogadores para perseguir judeus no seu reino: sim, estamos a falar da Inquisição espanhola.
Milhares de judeus fugiram de Espanha para Portugal, principalmente para Lisboa. Mas a partir de 1496, os judeus portugueses também foram forçados a converter-se ou, em alternativa, sair do país.
 Em 1536a Inquisição chegou formalmente a Portugal e tanto judeus como judeus convertidos eram capturados e queimados vivos na pira, diante de um mar de gente, no Rossio.
Os judeus começaram a esconder-se e a formar comunidades em que se faziam passar por cristãos.
Mas em Trás-os-Montes, o disfarce foi mais original. Uma das principais maneiras que os membros da Inquisição tinham para descobrir os fugitivos era perceber se estes comiam carne de porco ou não – porque a religião judaica proíbe o seu consumo. Para enganar os investigadores, os habitantes de Mirandela criaram uma salsicha feita com pão e frango, que se assemelhava aos tradicionais chouriços e farinheiras com carne suína: a alheira.
Theodora Sutcliffe, jornalista da BBC, passou pela Manteigaria Silva enquanto esteve em Lisboa e ficou surpreendida com a história da alheira de Mirandela. Falou com Paolo Scheffer, um especialista na herança judaica de Lisboa, e foi aprender como se come alheira no restaurante Zé dos Cornos, na costa do Castelo: com um ovo estrelado, batatas fritas e arroz branco.”
Definições do Google:
Alheira – espécie de chouriço de origem transmontana, com pão e carnes de galinha, peru, vitela e coelho e bem temperado com alho.
Alheira – embutido em tripa de boi esfregada com suco de laranja, preparado com carne de galinha, carne de boi, carne de porco, desfiados e misturados com pão, caldo, alho, colorau, noz-moscada e pimenta do reino.
Graças ao seu aspecto convidativo e ao seu sabor inigualável, hoje em dia a alheira conquistou o título de prato típico português. E seguindo os passos da história e das preferências alimentares, é confeccionada nas mais diversas maneiras, utilizando diversas carnes, resgatando a proibida carne de porco ou simplesmente vegetariana.
Esta receita inteligente e salvadora de vidas durante as perseguições religiosas já não mais se esconde em Trás-os-Montes, passou a ser festejada em todos os rincões de Portugal.





Este texto é uma colaboração de Itanira Heineberg para os canais do EshTá na Mídia.

FONTES :





quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Vôos para Israel em céus árabes - pela 1a vez


A Arábia Saudita autorizou a companhia aérea Air India a cruzar seu espaço aéreo para permitir vôos diretos entre Nova Déli e Tel Aviv. É a primeira vez que vôos para Israel são permitidos através de céus sauditas. A boa notícia diplomática também significa que os vôos terão custos menores para os passageiros, já que durarão 2 horas e meia a menos.

Confira a matéria original do HonestReporting



Equipe médica israelense atuando em Zâmbia contra o cólera



Profissionais de saúde do Sheba Medical Center e Zambia trabalham juntos no tratamento de uma criança como parte dos esforços para combater o surto de cólera que atinge a África. Foto: JPost


Um time de médicos israelenses trabalha na Zâmbia atendendo a população que sofre com a cólera que ameaça a África. 

A delegação inclui dois médicos, duas enfermeiras e um técnico de laboratório que trabalham juntos no centro de tratamento montado em um estádio em Lusaka.

Confira a matéria completa do JPost sobre os esforços que vêm sendo realizados: clique aqui.

Poderia o gás natural do Mediterrâneo "detonar" a 3a guerra do Líbano?



"O Líbano não hesitará em usar seu direito inerente à auto defesa se um ataque armado ocorrer contra as suas atividades econômicas em áreas marítimas" - declaração proferida em janeiro de 2017.

O ministro da defesa de Israel afirmou que a área de pesquisa de gás natural que o Líbano licitou a conhecidas empresas internacionais pertencia a Israel. Ele considerou esta ação uma provocação por parte do Líbano, o que levou o líder do Hezbollah a fazer ameaças de possível ataque às instalações israelenses no Mediterrâneo.

Conflitos entre os dois países têm ocorrido por várias questões econômicas como gás, óleo e pesca.

A Convenção da ONU sobre a Lei dos Mares define soberania sobre área que se estende da costa a até 200 milhas náuticas e Israel iniciou perfurações há mais de 20 anos e desde 2003 explora o gás natural.

O fato novo ocorreu em dezembro de 2010, irrompendo o conflito, quando um consórcio de empresas anunciou a descoberta do campo de Leviathan. Naquele mesmo mês, Israel e Chipre assinaram um acordo delineando as fronteiras marítimas entre eles (já que a distância que os separa é inferior a 400 milhas) apesar de que o Líbano havia se apressado em registrar esta área meses antes. Em junho de 2011 o Líbano  manifestou na ONU sua oposição ao referido acordo que denunciou como "violação a direitos libaneses e possível risco à paz internacional".  Imediatamente, Israel respondeu anexando as coordenadas de sua fronteira marítima com o Líbano onde há uma disputa de 850 km2.

Israel tentou meios diplomáticos para resolver a disputa e não explorou a área em questão e para evitar a necessidade de uma eventual mediação da ONU, e decidiu-se conjuntamente por uma arbitragem americana. Em 2013, finalmente Israel aceitou uma proposta americana que lhe dava uma área menor mas evitaria conflito. No entanto, esta "zona tampão" foi sendo redesenhada sem consulta a Israel - o que mostrou que a mediação americana estava falhando - até que em 2017 Israel precisou recorrer 2 vezes à ONU para registrar intenções do Líbano de desrespeitar os acordos e agora em 9 de fevereiro último, as empresas que ganharam contratos de exploração do Líbano foram detalhadas.
 
Esta situação reflete varias questões: a primeira é a sensação de força sentida pelo Hezbollah no país após ter ajudado a manter Assad no governo sírio; a contundente reação do Líbano à decisão de Israel de construir um muro como fronteira terrestre mas a clareza por parte da segurança de Israel de que não vai tolerar ataques militares e se ocorrerem serão violenta e rapidamente rechaçados ao contrário da arrastada situação de 2006 . 

Os recentes eventos de fronteira entre Israel e Síria não estão diretamente relacionados mas complicam as discussões sobre a soberania marítima, o que prejudica economicamente ambos os países. Se o Líbano tivesse respeitado a proposta de fronteira dos americanos de 2012, estaria hoje explorando sua parte (maior que a de Israel) e sua economia teria crescido, ajudando a melhorar a situação de várias regiões vizinhas.

Este texto é uma tradução resumida do artigo original em inglês do JPost.

Clique aqui para ler.

EDITORIAL - Nosso mundo e as Organizações Internacionais




Nosso mundo e as Organizações Internacionais: quando o poder gerado pela maioria é usado para criar bodes expiatórios

Há assuntos que são recorrentes: entra ano e sai ano, entra década e sai década, e eles parecem nunca se renovar. Temas que vão evoluindo lentamente e que imaginamos nunca ter solução. Um destes temas é a situação de Israel na ONU. O Conselho de Segurança das Nações Unidas, criado para garantir permanente vigilância e manter as boas práticas de convivência permitindo o diálogo entre as nações, tem sido incapaz de realizar suas funções.

O preconceito e os blocos políticos impedem que as nações apontem de forma explícita governos que fomentam a ignorância e a violência; governos que destroem patrimônios da humanidade e mantém minorias étnicas sob constante pressão. Por outro lado, há uma pressão contínua e constante sobre o Estado de Israel. Pressão que vem sendo respondida através do desenvolvimento de mecanismos de defesa e de sobrevivência baseados em ciência e tecnologia. A sobrevivência do Estado de Israel está baseada em sua capacidade de criar mecanismos que impedem a ação de terroristas em seu território, sem tornar seus cidadãos reféns de uma situação de violência. Em Israel, é comum ver crianças a partir dos 10 anos andando sozinhas pelas ruas e encontrar cadeiras de restaurantes com bolsas marcando lugares. Para nós, brasileiros, é não só inacreditável como é impossível seguir o exemplo, pois vivemos em estado de constante vigilância.

Voltando ao Conselho de Segurança da ONU, já comentamos que a atual embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Nikki Haley, que assumiu o cargo em 27 de janeiro de 2017, tem sido uma lúcida defensora de Israel. Quando mencionamos “lúcida defensora” queremos deixar claro que sua posição não é de alinhamento, mas sim de constante vigilância. No dia 20 de fevereiro de 2018, ela denunciou mais uma vez o quanto esta organização promove sistematicamente ações contra Israel.

O Conselho de Segurança da ONU é formado por 15 nações, sendo que cinco são membros permanentes e dez têm mandato de dois anos e são eleitas por blocos regionais. Os membros permanentes são Estados Unidos, França, Reino Unido, Federação Russa e República Popular da China e as regiões que elegem os demais membros são grupo Africano (3 membros), grupo Ásia-pacífico (2 membros), grupo Europa Oriental (1 membro), grupo América Latina-Caribe (2 membros), grupo Europa Ocidental e Outros (2 membros, sendo que pelo menos 1 deve ser da Europa Oriental). Há várias regras para a eleição que podem ser encontradas na Wikipedia, mas uma delas vale destacar: “Um dos membros não-permanentes do conselho é uma nação árabe, alternadamente dos grupos Africano ou Ásia-Pacífico. Esta regra foi acrescida ao Sistema das Nações Unidas em 1967, passando a vigorar a partir de 1968”.

Mais um detalhe importante: Israel não faz parte do bloco asiático. Fica então evidente que este arranjo é o responsável pelo número de condenações desproporcionais e também por quê as ações das missões da ONU não têm caráter de neutralidade.

Vale a leitura do discurso desta semana de Nikki Haley, que além de atual Embaixadora dos Estados Unidos na ONU também é ex-governadora da Carolina do Norte. Uma mulher nascida de uma família hindu tradicional, que exerce uma liderança há muito desejada com um olhar determinado. Uma mulher daquelas que conseguem ultrapassar fronteiras e avançar gerações, falando de forma ponderada mesmo tendo que pautar a ausência das delegações que agridem Israel. Estas, por seu lado, têm como conduta sair das salas de reunião quando sabem que verdades podem ser ditas.

Entender a forma como estes organismos internacionais são constituídos permite que possamos avaliar as suas decisões, e, principalmente a sua capacidade de manter a imparcialidade necessária para o avanço de processos de convivência.



Distribuição do Conselho de Segurança da ONU






Grupo Africano
Grupo Ásia-Pacífico
Grupo Europa Oriental
Grupo América Latina e Caribe
Grupo Europa Ocidental e Outros
Estado sem grupo
Estado ou território não-membro



Fontes:



quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Discurso Nikki Haley

Nikki Haley durante discurso na última terça-feira, 20/02, nas Nações Unidas

"Uma das razões pelas quais fizemos isso (ampliar a discussão) é a de acreditarmos que as Nações Unidas gastam uma quantidade de tempo desproporcional nas questões do conflito Israel-Palestina. Não é que estas questões não sejam importantes. Elas são certamente muito importantes. O problema é que as Nações Unidas já se provaram muitas e muitas vezes ser uma organização extremamente tendenciosa quando se trata de Israel.
Assim, o foco desproporcional das Nações Unidas tornou o problema ainda mais difícil de ser resolvido, elevando as tensões e as queixas das duas partes.
Uma outra razão pela qual tentamos reorientar a discussão é que o vasto escopo de desafios que atingem a região diminui em muito o conflito Israel-Palestina.
Enquanto nos reunimos aqui hoje, o Oriente Médio é assolado por muitos problemas verdadeiramente horrendos.
No Yêmen acontece um dos piores desastres humanitários do planeta, com milhões de pessoas enfrentando a fome. Enquanto isso, milícias disparam foguetes iranianos nos países vizinhos. Na Síria, o regime de Assad usa armas químicas para atacar seu próprio povo. Esta guerra já tirou a vida de quase um milhão de cidadãos sírios.
Outros milhões foram empurrados para os vizinhos Jordânia, Turquia e Líbano como refugiados, causando enormes dificuldades nesses países.
No Líbano, os terroristas do Hezbollah exercem ainda mais controle, construindo ilegalmente um estoque de armamento ofensivo e construindo uma perigosa escalada em que pode devastar a segurança da região.
O ISIS está engajado em um nível desumano de crueldade em grande parte da região. O grupo sofreu severos reveses no Iraque e na Síria, mas ainda não está destruído e ainda oferece sérias ameaças.
O Egito sofre repetidos ataques terroristas.
E também há o regime patrocinador do terrorismo no Irã, que inicia e encoraja grande parte dos problemas que eu acabo de citar.
Esses imensos desafios humanitários e de segurança em toda a região deveriam ocupar mais da sua atenção, ao invés de ter-nos aqui sentados mês após mês e usando o país mais democrático do Oriente Médio como bode expiatório para os problemas da região."

Confira a íntegra em inglês do discurso que Nikki Haley, Embaixadora dos Estados Unidos nas Nações Unidas, fez na última terça-feira, 20/02.

terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

EDITORIAL - Israel: um ecossistema de ciência, tecnologia e inovação

Israel em oitavo lugar no ranking dos países mais influentes da lista "Best Countries 2018" da US News em parceria com a Y&R e Wharton University.


Israel é um jovem país que completa 70 anos em maio deste ano. Localizado em um território rico em História e pobre em recursos naturais, teve que se reinventar várias vezes. Quando os judeus chegaram no final do século XIX, seguindo o sonho milenar de fazer renascer o Estado de Israel que havia sido conquistado há cerca de dois milênios pelos romanos, encontraram alguns compatriotas vivendo em extrema pobreza em uma terra árida. Uma terra coberta por um deserto ao Sul e pântanos ao Norte. Secar os pântanos e iniciar um processo de produção agrícola foi um processo lento. Mas vitorioso: já na década de 1980, o principal fator de exportação eram laranjas.

Mas os imigrantes que chegavam, além de estar preocupados com o alimento para manter o corpo, iniciaram um importante processo educacional que formava as bases da educação e da ciência do Estado de Israel. Uma nação não pode viver sem uma educação básica, e também não pode prescindir de uma educação superior. Na década de 1920 foram criadas a Universidade Hebraica de Jerusalém, a Escola Técnica (Technion) de Haifa e um Instituto de Pesquisa Básica para a busca de conhecimento, o Instituto Weizmann de Rehovot. Esta nação desprovida de recursos naturais, mas que de forma sistemática e contínua manteve uma política de estado que incentiva e premia a educação e a ciência, tornou-se uma nação de destaque no campo da Inovação Científica, transformando conhecimento em riqueza e fazendo com que o cérebro humano seja a sua principal riqueza natural. Usar descobertas feitas em Ciência Básica para gerar tecnologias disruptivas e produtos de alto valor agregado é a base do desenvolvimento econômico de Israel.

Esta semana postamos sobre o Instituto Weizmann de Israel. Esta é uma instituição particular que bem exemplifica o espírito israelense. O Weizmann é uma escola de pós-graduação e um Instituto de Pesquisa que cobre as áreas de Física, Química, Matemática, Computação, Biologia e Biomedicina. Seus pesquisadores se dedicam à pesquisa básica e à busca de novos conhecimentos. Alguns já ganharam os mais importantes prêmios do mundo, como Prêmio Nobel de química (Profa. Ada Yonat, 2009), Prêmio Turing, equivalente ao Premio Nobel da Computação (Profs. Amir Pnueli e Prof. Adi Shamir). Todos eles totalidade publicam nas mais importantes revistas do mundo, e os conhecimentos gerados pela sua investigação já foram convertidos em produtos cujos royalties são revertidos integralmente para a ciência básica e para a educação científica.

Neste mês de fevereiro está sendo lançada mais uma chamada para alunos brasileiros estudarem na Escola de Verão do Instituto Weizmann de Israel. Este curso de férias ocorrerá no próximo mês de Julho e os interessados podem se inscrever respondendo o questionário disponível na página dos Amigos do Weizmann Brasilaté o dia 25 de fevereiro de 2018. Muitos estudantes brasileiros já frequentaram os laboratório do Weizmann, viveram na Cidade da Juventude e viajaram para o deserto, dormindo sob um céu de estrelas e encontrando a vida que espreita através de cada fenda.
 
 
Boa Semana!

Editoras da EshTÁ Na Mídia

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

VOCÊ SABIA? - Aristides de Sousa Mendes, o Cônsul Desobediente que virou herói






Você sabia que Portugal também teve o seu altruísta e generoso Schindler, que com bravura e determinação salvou a vida de mais de 30 mil judeus perseguidos pelo Nazismo alemão durante a Segunda Guerra, ao NÃO negar-lhes os preciosos carimbos em seus passaportes com vistos de trânsito portugueses?



Aristides de Sousa Mendes, o Cônsul Desobediente, nascido em 1885 em Cabanas de Viriato, Viseu, Portugal, filho de uma família católica, aristocrática, optou pela licenciatura em Direito pela Universidade de Coimbra.
Em 1910 ingressou na carreira diplomática atuando como Cônsul em Zanzibar, em várias capitais do Brasil, Estados Unidos, Espanha, Bélgica, e em 1938, na França, na cidade de Bordéus, ou seja, Bordeaux. 
Em 1939 temos o início da guerra.  Hitler, aos poucos, inicia suas investidas contra os países vizinhos, prendendo e perseguindo seus inimigos políticos e cidadãos por ele considerados abjetos. E neste contexto os perseguidos iniciam sua corrida para a salvação.

Com os alemães cada vez mais perto de Bordeaux, Sousa Mendes atira-se de corpo e alma na árdua tarefa de emitir o maior número de vistos, o mais rapidamente possível. A operação de socorro tomou a forma de trabalho em cadeia. O filho de Mendes, José, seu genro Jules, o rabino Kruger e outros refugiados, além de dois colegas de Jules do Ministério das Colônias belgas, Van Acht e Vingerhoedt, preparavam os vistos com estampilhas. Mendes não tinha senão que assinar. Em seu depoimento para o Yad Vashem, o rabino Kruger contou que sentados, sem perder tempo com comida ou descanso, eles carimbaram milhares de passaportes com vistos de trânsito portugueses. Em uma corrida contra o tempo, tomado pelo cansaço, Sousa Mendes decidiu abreviar sua assinatura nos vistos, passando a escrever apenas "Mendes".
Em quatro dias, estimam-se em 30 mil os vistos emitidos, a maioria para judeus. Para o historiador do Holocausto Yehuda Bauer, "a operação comandada por Sousa Mendes foi a maior realizada por um único homem para salvar os judeus durante o Shoá".
Como cônsul-geral em Bordeaux, Aristides Sousa Mendes era também responsável pelo vice-consulado de Toulouse e de Bayonne. A situação dos refugiados se repetia nas duas cidades. Quando o vice-cônsul de Portugal em Toulouse, Émile Gissot, telefonou a Sousa Mendes, perguntando-lhe como lidar com a situação, ouviu a seguinte resposta: "Emita os vistos para os refugiados".
Em Bayonne, onde o chefe da missão era Faria Machado, o número de recém-chegados era enorme. Quando Sousa Mendes ficou sabendo que Faria Machado se recusava a emitir vistos sem autorização do Ministério das Relações Exteriores, ele próprio vai até Bayonne. Era o dia 18 de junho. Ao chegar, pergunta por que o vice-cônsul não estava ajudando os refugiados. "Gostarias de estar na mesma situação, junto com tua mulher e teus filhos? Afirmas seguir as ordens de teus superiores, pois eu sou teu superior e ordenei que emitisses tantos vistos quantos necessários". E Sousa Mendes ficou três dias em Bayonne para assegurar a liberação dos vistos e ter a certeza de que as pessoas poderiam atravessar a Espanha antes da chegada dos alemães.
Mendes estava ainda em Bayonne quando Salazar decidiu tomar providências contra o diplomata.
Sousa Mendes segue então para Hendaye, onde continuou a emitir vistos.
No dia 23 de junho, Salazar tomou a primeira medida punitiva contra o diplomata, retirando sua autoridade para emitir vistos e ordenando seu retorno imediato a Portugal.”


No início de julho, Aristides e sua família retornaram a Portugal e o diplomata logo recebeu uma informação preocupante: Salazar iniciara um inquérito contra sua pessoa.
Além da desobediência ao Ministério das Relações Exteriores, permitindo a saída dos fugitivos, havia o aspecto prejudicial ao prestígio do país frente às nações em comando.
Apesar da defesa apresentada, Aristides não foi absolvido de suas ações e foi afastado do serviço por um ano recebendo apenas a metade de seu salário habitual.
Finalmente, foi forçado à aposentadoria, perdendo de vez o seu salário.
Assim precisou vender seus bens pois a única ajuda que recebeu para amparar sua família foi uma quantia mensal da comunidade judaica portuguesa.
Também a organização judaica de auxílio aos refugiados, HIAS, ajudou dois de seus filhos a se instalarem nos Estados Unidos.
Em 1954 Aristides faleceu. Apesar da miséria em que foi obrigado a viver com sua família, nunca lastimou o que fizera em prol dos desesperados.




Com o fim da ditadura militar de Salazar em 1974, aos poucos a vida voltou ao normal no país. E com a eclosão da Revolução dos Cravos que derrubou o governo totalitário, teve início o processo de reabilitação da figura pública de Aristides de Sousa Mendes.
A residência de Aristides em estado avançado de degradação esteve a ponto de ruir enquanto a casa de Salazar que tanto o prejudicou, em sua vida profissional bem como em sua vida familiar, virou museu - fato inexplicável à luz do documento universal dos Direitos Humanos.




Cordão Humano, um abraço de reconhecimento tardio à volta da casa de Aristides, o herói inesperado!





A recuperação da casa-museu aqui aparece em sua primeira tentativa de musealização.
Em 2001 a Fundação Aristides de Sousa Mendes comprou a Casa do Passal com ajuda financeira do Ministério de Negócios Estrangeiros e após 10 anos o prédio foi denominado Monumento Nacional.





O presidente de Portugal externou seu desejo de ver a casa aberta ao público até 2019   como museu dedicado à vida e obra de Aristides de Sousa Mendes.

Aristides de Sousa Mendes morreu pobre e desonrado e a sua bravura e honradez só começaram a ser restituídas em seu país em 1987, altura em que o presidente Mário Soares entregou a “Ordem da Liberdade” à filha do ex-Cônsul, em cerimônia realizada na “Embaixada de Portugal”, em Washington. A honra do Cônsul só foi restaurada completamente em 1989, quando a Parlamento português o reintegrou, por “unanimidade e aclamação”, no serviço diplomático português. Mas um ato em agradecimento ao valor da ação de Aristides Sousa Mendes já havia acontecido em Israel, no ano de 1966, quando ele foi reconhecido, em Jerusalém, como “Justo entre as Nações” pelo “Yad Vashem”, o “Museu Memorial do Holocausto”, com a sua mais elevada distinção, uma medalha com a seguinte inscrição do Talmude: “Quem salva uma vida humana é como se salvasse um mundo inteiro”.”



Este texto é uma colaboração de Itanira Heineberg para os canais do grupo Esh Tamid.

FONTES -


quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

'Best Countries 2018' - Israel em 8o lugar



Saiu o ranking 'Best Countries 2018' da US News em parceria com a Y&R e a Wharton University. 

Na categoria "Power", que elenca as nações com maior influência mundial, Israel aparece em oitavo lugar, atrás apenas de EUA, Rússia, China, Alemanha, Reino Unido, França e Japão. 

Confira o ranking completo clicando aqui. Reproduzimos, abaixo, o texto sobre Israel publicado no ranking.





Overview

Ultra-Orthodox Jewish men participate in a morning prayer, in front of the Western Wall, the holiest site where Jews can pray in Jerusalem's Old City, Monday Oct. 12, 2015. (AP Photo/Oded Balilty)
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Israel, the only Jewish nation in the world, is a small country on the eastern shore of the Mediterranean Sea. For its relatively small size, the country has played a large role in global affairs. The country has a strong economy, landmarks of significance to several religions and strained relationships with many of its Arab neighbors.
The founding of modern Israel can be traced back to World War I, when Zionists lobbied the British for recognition of a Jewish state in Palestine.  After World War II, the British withdrew from their mandate of Palestine, and the United Nations proposed dividing the area into Arab and Jewish states, an idea opposed by the Arabs. Nonetheless, Israelis declared independence in 1948 and the new country then defeated the Arabs in a series of wars.
Seven decades later, boundaries are still hotly contested. The United Nations Security Council voted in 2016 to condemn Israeli settlements in the area, prompting Israel to suspend ties with many nations that voted in favor of the resolution. U.S. President Donald Trump's recognition of Jersualem as Israel's capital at the end of 2017 stirred further unrest. 
Israel is a parliamentary democracy made up of six districts. Israel claims Jerusalem as its capital, though it hasn’t received wide international recognition. Most foreign countries keep their embassies in Tel Aviv.
Israel has a technologically advanced market economy with cut diamonds, high-technology equipment and pharmaceuticals among its major exports. The country is very highly developed in terms of life expectancy, education, per capita income and other human development index indicators. But the country also has one of the most unequal economies in the Western world, with significant gaps between the rich and poor.
While the culture of Jewish Israelis and the Arab minority have remained fairly separate, the country has been influenced by Jewish immigrants from all over the world, many of whom have gone on to make significant contributions to science, politics and the arts. The country is home to some of the world’s most holy sites, including the Western Wall, the Dome of the Rock and the Al Aqsa Mosque.
Israel is persistently plagued by terrorism threats and the country occasionally erupts into violent conflict with the Israeli occupied West Bank and Gaza Strip. Human rights groups have accused Israel of abuses in its ongoing conflict with the Palestinians. Israel is a member of numerous international organizations, including the United Nations and the Organization for Economic Cooperation and Development.

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