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terça-feira, 3 de maio de 2022

Yom Haatzmaut - Yom Hazikaron - Ser Livre é Ter Memória


74 ANOS - ISRAEL é UMA REALIDADE! 

                                              EU LEMBRO - EU SEI - EU TENHO!




                    "Israel é um povo milenar" 

Poucos são os que duvidam desta afirmação, mas muitas são as formas de identificar o povo de Israel! 

FILHOS DE ISRAEL - POVO DE ISRAEL - e quem é Israel? O segundo nome de Jacob - o nome que lembra a luta com o anjo e a busca da identidade! No Egito - quando é formado o Povo de Israel, depois conhecido como Povo Judeu, ao lado do leito de morte de Jacob/Israel - seus filhos dizem "Ouve Israel, o Senhor é nosso D'us, o Senhor é UM! Shema Israel, Adonai Eloheinu, Adonai Echad. Estes versos estão na Torá e foram recitados ao longo de milênios como forma de identificação e como a reza noturna, quando alma e corpo descansam. Religiosos, místicos e ateus têm diferentes interpretações para esta frase, mas todos a conhecem.

ISRAEL - o povo - os filhos de Jacob! Dispersos nos quatro cantos do mundo, sempre tiveram um sonho: o sonho de retornar à Terra de Israel, à Terra ancestral, a Terra localizada na encruzilhada entre oriente e ocidente. 

No final do século XIX, na Europa Oriental, começa o movimento sionista moderno que visa o estabelecimento de um Lar Nacional Judaico nas terras que abrigaram os reinos  bíblicos. Nesta época, as terras de Israel faziam parte do Império Otomano. Rabinos de linhas ortodoxas como Yehuda Alkalai (Sérvia, 1878-1978), Naftali Zvi Yehuda Berlin - Netziv (Bielorrúsia, 1816 - 1893), Tzvi Hirsch Kalischer (Prússia, 1795-1874) e vários outros. Rabi  Kalischer publicou em 1862 o livro Drishat Tzion (Caminho de Sion) que preconizava a compra e o cultivo de terras em Israel, a fundação de escolas de agricultura em Israel e em outros países e a formação de um sistema de defesa para as novas colônias. O olhar para Sion incluía Jerusalém, a cidade aonde devem ser levadas as oferendas. (Aqui abro um parênteses para lembrar que Corbán, como está na Torá, significa OFERENDA e não sacrifício como foi traduzido do grego). E, ao final do livro convida os leitores a tomarem parte ativa nas sociedades sionistas que se formavam na época.

É no século XIX que encontramos as histórias de Moïse Crémieux, Moses Montefiore, Edmond James de Rothschild e Albert Cohn. Envolvimento de muitos e um entendimento que este seria um ponto de inflexão no futuro fez com que a  "Alliance Israelite Universalle" criasse a Escola de Agricultura Mikve Israel nas terras do Império Otomano em 1870. Há ainda muitos pontos a serem explorados destas épocas em que o antissemitismo ganhava força.

Fora do contexto judaico, ou melhor, do antissemitismo dirigido a populações judaicas não assimiladas ao mundo ocidental, acontece o Caso Dreyfus. Um oficial do exército francês é acusado e condenado injustamente. Theodor Herzl (1860-1904), um jornalista austríaco, um judeu não praticante, integrado à sociedade civil da época, fica impactado com as muitas injustiças praticadas e lança seu livro "O Estado Judeu - Uma Solução Moderna para o Problema Judaico" (1895) e propõe a criação de um Congresso Sionista Mundial visando o estabelecimento de um Lar Nacional Judaico. EshTáNaMída apresentou o tema. O primeiro Congresso Sionista (Basiléia, 1897), presidido por Theodor Herzl lança as bases do movimento sionista moderno, introduz o hino dos Hovevei Tzion (Amantes de Tzion) que mais tarde recebe o nome de Hatikva (Esperança) e hoje é o hino do Estado de Israel. 

Contar a história do sionismo desde 1897 até 1948, ano da Declaração da Independência de Israel, é uma tarefa a ser feita com detalhes. Por isso convidamos o leitor a dar um salto de 51 anos (1948-1987), e em seguida de 74 anos (2022-1948)! Sim! fechem os olhos e imaginem - 121 anos! E neste intervalo está a primeira guerra mundial, quando se encerra o Império Otomano e se inicia o Mandato Britânico da Palestina. A seguir vem a segunda guerra mundial e a Shoá - quando 6 milhões de judeus são mortos; a luta pela terra e a Declaração de Independência de Israel (1948). E durante 74 anos o Estado de Israel tem várias conquistas militares, que garantem sua existência, mas as conquistas mais impressionantes estão no campo social e no campo do saber.

Israel é hoje um estado democrático que tem um parlamento composto de representantes árabes, judeus, cristão, drusos. Representantes de várias matizes políticas. A instabilidade resultante das formas diferentes de pensar, muitas vezes de formas mutuamente exclusivas é compensada pela importância que é dada à diversidade humana. Assim como o povo judeu é formado de pessoas de todas as cores e abriga pensadores das mais diferentes correntes, o mundo político israelense, tem que conviver com o contraditório. Nem sempre fácil, mas segue e segue e segue... 

Israel é hoje um estado que possui importantes universidades e institutos de pesquisa que são capazes de explorar as fronteiras do saber. O que mais impressiona é a forma que encontrou para romper com o tão falado "vale da morte", onde muitos dos conhecimentos não conseguem ser transformados em serviços ou produtos. 

E agora, em tempos recentes está sendo incrementada uma colaboração baseada em relações humanas e interesse comum com vários países árabes. 

Chegamos então ao momento de falar de Iom Ha-Atzmaut (dia de independência - 5 de Iar, noite de 4 de maio até o anoitecer de 5 de maio de 2022). EU LEMBRO - EU SEI - EU TENHO.

Uma semana antes de Iom Ha-Atzmaut tem o dia de Iom Ha-Shoá ve Guevurá (Dia do Holocausto e do Heroísmo), um dia antes é Iom Ha-Zikaron (Dia da Lembrança). 

Manter viva a imagem do Holocausto, da Shoá, é uma forma de dizer nunca mais! Juntar a este dia a lembrança dos heróis nominados e anônimos, judeus e não judeus, que salvaram vidas e amenizaram sofrimento no meio de um dos períodos mais terríveis da humanidade é uma forma de lembrar que sempre há o bem e o bom em tudo o que acontece. A constatação destes fatos empodera as futuras gerações, dando a certeza que nós, seres humanos TEMOS a possibilidade de escolha. 

Manter viva a memória dos combatentes que lutaram e lutam para que Israel continue existindo como o Lar Nacional Judaico é uma forma de honrar a todos que dão suas vidas e que vivem o dia a dia de uma nação vibrante.

E terminar, com alegria, comemorando o dia da Independência é a maneira judaica de mostrar que sempre há esperança. E este é o nome do Hino Nacional do Estado de Israel, Hatikva - Esperança.

O sonho sionista do século XIX tornou-se realidade.

Comemoremos a VIDA e não percamos a ESPERANÇA,


Regina P. Markus

2 comentários:

  1. Que pesquisa histórica maravilhosa que você escreve Regina!!!Kol HACAVOD!!! lindo!!! E viva nossa terra Israel que foi conquistada com muitos sacrifícios inclusive com muitas perda humanas a quem sempre iremos lembrar!!!
    Adorei o que você escreveu !!! TODA!!!

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  2. Leitura sensacional!!! Parabéns, Regina!!!

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