Por Juliana Rehfeld
Esta semana foi se tornando mais leve e emocionante com os relatos diários da soltura de reféns. Embora a maioria esteja em condições de saúde física satisfatórias, a saúde mental após o que foi vivido estará comprometida por muito tempo ou para sempre. E ainda há muitos reféns com paradeiro desconhecido e dúvidas persistem sobre sua volta ou não pra casa. O fato é que, em meio às contínuas notícias ruins sobretudo em relação à imagem de Israel na opinião pública, temos assistido a lindos e emocionados reencontros, diálogos e relatos doces de crianças contando a experiência como uma aventura, uma viagem que querem compartilhar no abraço envolvente que lhes garante que estão em casa.
Na Torá estamos com Jacó voltando para Canaã encontrar seu irmão Esaú, preparado para guerrear. No caminho a famosa luta com um anjo termina em vitória e muda o nome de Jacó para Israel. Após enviar mensagens preparando Esaú para o reencontro, chega em casa e se reconciliam, e ele se estabelece com sua grande família; será o patriarca que dá nome ao povo, do qual integralmente o povo judeu descende, ele que viveu entre desencontros e encontros, retratando o poder de Deus que o acompanhou e protegeu em todos os momentos, seja em Canaã, ou Haran ou mesmo finalmente no Egito.
Jacó era o patriarca preferido de Marcelo Cardoso, como ele contou na linda fala que fez no Neshamá sobre a Parashá VaIetzé e muitos encontros foram a marca na vida de Marcelo que nós, felizmente, presenciamos. Marcelo falou para nós no EshTamid em muitos Shabatot e escreveu para nós no EshTaNaMidia com suas firmes posições contra injustiças e persistente busca de aprender mais.
Convidei Angelina Mariz, uma sua grande amiga, e nossa, para escrever sobre Marcelo.
Segue aqui:
Nessa semana nosso Querido Marcelo Cardoso se foi.
Ele brilhou durante 53 anos.
Presenteou seu sorriso aberto a milhares de pessoas.
Seu abraço caloroso nos envolveu, sempre, com fartura.
Ele nos alimentou de sonhos, projetos e realizações.
Quantas conquistas o Marcelo ajudou a concretizar!
Incansável, estava sempre agitando as comunidades judaicas por onde passava.... e a família.... e os ambientalistas.... a todos que tiveram a sorte de o encontrar no caminho.
Marcelo era comprometido com a defesa das criaturas, fiel à nossa missão de cuidar do planeta. E a cada prédica, profunda e límpida, nos ensinava, nos lembrava e inspirava.
Agora tem uma cadeira vazia em muitos miniamim.
A ausência física é dolorosa. Especialmente porque foi uma partida inesperada, sem despedidas. Mas também é suave, como um vento fresco de Primavera que leva as folhas das árvores, que espalha as sementes para germinarem em novas paisagens.
O EshTa na mídia terá você sempre presente e tenta continuar com teus desejos de ir detrás dos Encontros!
Descansa em paz!