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terça-feira, 15 de outubro de 2024

VOCÊ SABIA? - Azerbaijão, onde a COEXISTÊNCIA é possível

 

Por Itanira Heineberg



Você sabia que a Coexistência é possível no Azerbaijão, um país cercado por países em conflito tais como Irã, Rússia, Turquia, Iraque?

Nesta república presidencialista há um Ministério para Tolerância Religiosa assegurando a ordem no estado laico segundo o artigo 7 da Constituição, onde a liberdade religiosa é garantida pelo artigo 48.

A antiga nação situada no Cáucaso, país de contrastes e riqueza cultural, conta uma história que remonta a milhares de anos, cujo território já foi palco de inúmeras civilizações, invasões, impérios e caminho da Rota da Seda, a maior rede comercial do mundo antigo, interligando a Ásia (Xian, na China) com o Oriente e a Europa.

 

“Durante séculos, o território do Azerbaijão foi disputado por persas, romanos, árabes e mongóis, cada um deixando sua marca cultural e religiosa.

No século VII, a conquista árabe introduziu o Islã, que gradualmente se tornou a religião predominante. A partir do século XI, diversas dinastias turcomanas dominaram a região, até a ascensão do Império Sá ávida no século XVI, que consolidou a influência persa e o islamismo xiita. Este período foi crucial para a formação da identidade cultural do Azerbaijão.”

“Em termos de sociedade, o Azerbaijão é um país majoritariamente muçulmano, mas com uma abordagem relativamente secular e uma coexistência harmoniosa de várias religiões e etnias. A língua oficial é o azerbaijano, que pertence ao ramo turcomano das línguas altaicas, mas o russo também é amplamente falado, refletindo o legado soviético.”

 

Com a religião no Azerbaijão separada do estado, todas as religiões são iguais perante a lei. A maioria da população é Muçulmana. Atualmente, existem mais de 380 comunidades religiosas registradas no Azerbaijão.

O país tem mais de 10 milhões de habitantes, 95% da população é muçulmana, sendo 85% xiita e 10% sunita.

Há 150.000 cristãos e 30.000 judeus mas o Azerbaijão, ou também a República do Azerbaijão, tem outras crenças, como bahá'ís e hare krishna. Como não há uma religião oficialmente decretada, os costumes e tradições variam significativamente de pessoa para pessoa, de grupo social para grupo social.

Assim lá encontramos sinagogas junto a igrejas, mesquitas e outros templos onde as diferentes culturas celebram seus feriados em conjunto.

Escolas judaicas por todo o país, casamentos mistos entre os grupos e tolerância religiosa total fazem do Azerbaijão um território onde acontece a tão almejada coexistência.

Mostraremos a seguir um vídeo gravado in loco, mostrando a vivência pacífica que reina no país:




FONTES:

https://brasilescola.uol.com.br/geografia/azerbaijao.htm

https://pt.globalvoices.org/2023/11/28/historias-de-coexistencia-em-tempos-de-guerra/

https://pt.globalvoices.org/2023/11/28/historias-de-coexistencia-em-tempos-de-guerra/

https://mapamundi.org.br/2024/azerbaijao-historia-e-status-atual-de-uma-nacao-enigmatica/

https://www.felipeopequenoviajante.com/2019/03/rota-da-seda.html


quinta-feira, 10 de outubro de 2024

#BringThemHomeNow - PUC RJ

 


Iachad (juntos - יחד) - por André Naves: Va Pensiero

 



         Dia 6 de outubro de 2024. Agora são, aproximadamente, 08:30. Já votei... Meus grandes amores: Ana Rosa, Democracia e Ópera. Só vou mandar esse texto para averiguação e publicação após o fechamento das urnas, lá pelas 17:00. Detestaria influenciar a manifestação de vontade apaixonada, mas vestida de razão, de ninguém. É que algumas coisas fora do comum têm acontecido aqui em São Paulo...

         Tenho valores extremamente sólidos. Quem me conhece, sabe bem que eu acredito nos valores da família, do trabalho, da disciplina, mas, acima de tudo, na Alteridade e na Esperança. Para mim a Utopia é a Luz no horizonte que, ainda que nunca chegue totalmente, inspira nossos passos. Nós, indivíduos, devemos ter o direito de sonhar, de acreditar no amanhã, de nos tornarmos o melhor de nós mesmos.

         Mentira, malandragem, marginalidade e maledicência... Essas barbaridades não são, nem nunca poderão ser, admitidas. No dia em que isso acontecer, os princípios que fundam o templo de nossa civilização serão conspurcados e reduzidos a pó! Nosso pensamento, que voa com suas asas douradas, ficará aprisionado nas masmorras da indignidade e do medo.

         Ou seja, o preconceito, dejeto marginal, impede o florescimento social!

         Ontem, dia 05 de outubro, a Ana Rosa e eu estivemos no Theatro Municipal de São Paulo. Fui assistir à ópera Nabucco, de Giuseppe Verdi. É minha ópera favorita, e por um motivo extremamente interessante e ímpar: nela o coro, a voz do Povo, é a “personagem” mais importante.

A história narrada é conhecida: o rei assírio Nabucodonosor que invade Jerusalém, profana o Templo, leva os hebreus para o cativeiro babilônico, mas termina por se ajoelhar ante o Altar do Altíssimo e libertar os judeus para a reconstrução de sua própria Utopia Divina.

Assim como em todos os clássicos, não há spoiler aqui... A Beleza se sustenta em como aquela obra é contada, cantada e recontada. Todo mundo sabe, ou pode saber, do Romeu e Julieta, do Dom Casmurro ou do O Guarani, por exemplo... Eles jamais perderão a graça...

Na verdade, sempre tenho medo que a mediocridade vença e nosso pensamento seja reduzido aos fragmentos cortados das redes sociais. Se isso acontecer, estaremos perdidos e os pilares que sustentam nossa cultura serão destroçados... Perderão a graça! Mas isso é outra história...

Voltando... O Povo tem posição central. A voz popular parece até guiar os passos das personagens. Aliás, toda a vez que ouço o coro popular, já liberto, cantando Va pensiero sull´ali dorate..., que coisa arrepiante... É a Utopia, sob forma de Jerusalém e Sião, de um novo mundo com que se sonha, e que será construído... Pedra a pedra, palavra a palavra, som a som.

PESSOA A PESSOA!

Fica a pergunta, será que não conhecemos D´us pelo cântico popular? Pela Poesia do Povo? Pensamentos que são música e mostram os caminhos da Liberdade, da Inclusão e da Justiça...

Todos... Juntos...

André Naves

Defensor Público Federal. Especialista em Direitos Humanos, Inclusão Social e Economia Política. Escritor. Estrategista. Comendador Cultural.

www.andrenaves.com

Instagram: @andrenaves.def

quarta-feira, 9 de outubro de 2024

ACONTECE: Os primeiros10 DIAS de 5785 - תשחה -

 ANCORANDO O FUTURO


Jogar âncoras para chegar ao futuro desejado requer analisar o "presente recente".




O dia 7 de outubro foi programado de forma meticulosa para atingir o Estado de Israel de forma brutal. Matar, estuprar, torturar, aterrorizar. Filmar todas as ações e comemorar com as pessoas que ficaram em Gaza. Escutar mães parabenizando filhos por terem matado e torturado pessoas foram cenas chocantes reveladas ao longo deste ano. Era o dia de Simchat Tora - logo após SUCOT e um Sábado. Israel estaria em festa! Tinha acordado antes das 6 horas da manhã e descido para ler um pouco. Meu neto passa chamando com um toque de urgência - "Vovi" desça para o Machssan - vou atrás de meu pai. Em poucos segundos estávamos todos no quarto blindado. As notícias iniciaram e todos já escutamos e, atualmente vimos, o que aconteceu. As primeiras imagens chegavam pela TV e pelos celulares. Eram amigos que moravam na região e contavam o que era quase impossível de compreender. Hoje vemos nos muitos documentários. Alguns feitos com filmagens que ocorreram na hora, pelos fotógrafos que o Hamas levou para registrar o ataque de 7 de outubro. 


Vamos saltar de 2023 para 2024!


HOJE TEMOS CONSCIÊNCIA DA DIMENSÃO DO ATAQUE 

Em rosa - Faixa de Gaza

Em azul - As regiões ocupadas pelo Hamas no dia 7 de outubro de 2023





Andrés Oppenheimer enfatiza que atualmente os reféns foram esquecidos pela grande imprensa. Comenta que Itzik Horn, israelense nascido na Argentina e pai de dois reféns, não sabe se os filhos estão vivos ou mortos. A maioria dos sequestrados é de civis e de várias nacionalidades. A entrevista enfatiza o desprezo do mundo a estas pessoas que foram arrancadas de suas camas no Kibutz Nir Or. O mesmo aconteceu nos inúmeros locais atacados no dia 7 de outubro de 2023. O mapa destaca a dimensão do ataque.



Por que o mundo, incluindo o Brasil, nunca apoiou Israel e o Povo Judeu? Desde o começo, a sensação que temos é que as ruas se encheram de pessoas que entoavam a frase “Do Rio ao Mar”. Traduzindo, varrer o povo judeu das terras que vão do Rio Jordão ao Mediterrâneo, ou seja, eliminar o povo judeu. Estes usam como argumento, HOJE, a entrada do Exército de Defesa de Israel (IDF) em Gaza, e a destruição dos túneis e armamentos que se revelaram o destino de toda a ajuda humanitária. Neste contexto é que chamo atenção para o texto de Coutinho - “20 dias”.



O exército de defesa de Israel entrou em Gaza apenas no dia 27 de outubro! Durante todos estes dias mísseis foram disparados contra Israel no norte e no sul! O Hezbolah imediatamente se juntou ao Hamas para atacar Israel. Coutinho clama para que prestemos atenção no período entre o dia 7 e dia 27 de outubro. O que se tinha eram 1200 pessoas mortas: homens, mulheres, bebês, crianças, jovens e idosos. Muitos em suas casas, porque invadiram de forma impiedosa vilas agrícolas (kibutzim) e pequenas cidades. Muitos estavam em um super festival musical no deserto. Cantar, dançar e celebrar a vida era o objetivo dos que vieram de muitas partes do mundo. Um ação muito bem programada que deixou um número incrível de mortos e feridos, que promoveu torturas e estupros e que sequestrou pessoas de todas as idades e de diversas origens, israelenses e turistas! E o mundo se calou!

Coutinho lembra que nestes 20 dias houve festejos por todos os países ocidentais. As universidades mostravam seu júbilo e apoiavam a ousadia e precisão do Hamas. Lembra um pouco o que aconteceu após o 11 de setembro, quando caíram as Torres Gêmeas em Nova Iorque. O apoio a Bin Laden nas ruas da América e da Europa era menores, não se escutava slogans sugerindo varrer a América do mapa. O antissemitismo aflorou com muita força e os ataques a civis nas ruas, em ônibus e em todo lugar nem foram considerados. Quantos jornais deram manchetes ao número de foguetes disparados e ao número de ataques nas ruas entre 7 e 20 de outubro. Certamente precisamos resgatar este período. Certamente precisamos mostrar que o braço da ONU que trata dos “refugiados palestinos” participou dos ataques a Israel e que suas escolas ensino em textos que embutem no subconsciente de crianças o antissemitismo e o desejo de acabar com o Estado de Israel. 



Tudo isso, raramente mencionado pela grande imprensa - e hoje sabemos que esta mesma organização está sendo apresentada como candidata ao Prêmio Nobel da Paz, que é avaliado na Noruega, por um sistema diferente dos Prêmios Nobel avaliados pela Royal ׳Swedish Academy of Science (Física, Química e Economia) e pela Royal ׳Swedish Academy of Medicine (Fisiologia e Medicina). No caso do Prêmio Nobel da Paz, que será anunciado na próxima sexta-feira, é formado um comitê de cinco noruegueses. Este ano inclui o Ministro da Educação Kristin Clement. Entre os indicados encontramos várias organizações palestinas, inclusive o BDS, cujo nome é: Boicote, Desivestimentos e Sanções contra Israel. Esta organização que tem representação ao redor do globo terrestre foi fundada em 2005. 



PRÊMIO NOBEL DE FISIOLOGIA OU MEDICINA 


Este foi um prêmio instituído pelo próprio Alfred Nobel em 1895 porque desde o século XIX, ele considerava que o avanço da Medicina só poderia ser feito a partir de descobertas disruptivas no campo experimental e…  estudando A VIDA - o saudável. Atualmente estamos voltando para este conceito original. Nesta semana foi anunciada a premiação de dois cientistas americanos, Victor Ambros e Gary Ruvkun, pela descoberta e estudos da função dos microRNAs. Abrindo a caixa preta - é todo um sistema de moléculas capazes de regular, modular e orientar funções de alta complexidade como endócrinas, reprodutivas e de defesa dos organismos e tecidos. Uma aventura que liga o início da vida aos dias de hoje. No meio de toda a rejeição a Israel e todo o antissemitismo vale lembrar que Gary Ruvkun é um judeu californiano (1952) que gira o mundo e recebeu inúmeros prêmios. Começou a vida olhando a natureza - e chegando em Harvard viu uma  revolução científica acontecendo. E é nesta hora, no meio de Iamim Noraim, logo após 7 de outubro, com um mundo antissemita a ponto de rejeitar inovações israelenses, ou estas terem que ser veiculadas com outra nacionalidade, que entendemos onde o POVO JUDEU ANCORA O FUTURO - Nosso futuro é ancorado NA VIDA, nosso futuro é ancorado NO SABER, nosso futuro é ancorado na RESPONSABILIDADE SOCIAL. 


NOSSO FUTURO é ANCORADO na CERTEZA do Le DOR va DOR - de geração em geração.


GMAR HATIMÁ TOVA


Regina





quarta-feira, 2 de outubro de 2024

‘Mitzvá Legal’ - A função da Humanidade


A Função da Humanidade
Por Angelina Mariz de Oliveira

 

O ser humano foi criado para cultivar e guardar o jardim plantado por Deus com árvores frutíferas. Um local irrigado com uma nascente fértil, e habitado por animais terrestres e aves.

A tarefa parece simples: trabalhar e cuidar de um lindo sítio. O motivo de nossa existência aparentemente não é complexo, nem desafiador. A realização, porém, desde o início se mostrou complexa demais para o espírito humano, curioso, questionador, independente. Ao que parece, ao exercer o livre arbítrio a humanidade sempre está mais voltada para si mesma, para a busca de satisfazer seus desejos, sem limites.

Desde a Torá o ser humano tem conhecimento - documentado por escrito - de normas sobre como exercer adequadamente sua função junto às demais criações de Deus. São cerca de 3.500 anos de estudos, lições, discussões, interpretações, inspirações em mandamentos que regulam o respeito ao solo, à vegetação, aos animais, aos demais seres humanos.

São alguns exemplos desses comandos bíblicos:

Cuidado com a proteção ao solo: “Seis anos semeará seu campo e seis anos podarás tua vinha, e recolherás o seu produto. E no sétimo ano, sábado de descanso será para a terra (...)” (Vaikrá-Levítico 25:3-4).

Cuidado com a preservação da vegetação: “Quando sitiares uma cidade por muitos dias, batalhando contra ela para a tomar, não destruirás o seu arvoredo, metendo nele o machado (...)” (Devarim-Deuteronômio, 20:19).

Cuidado com a preservação das espécies animais: “Quando encontrar algum ninho de pássaros diante de ti, pelo caminho, numa árvore ou no chão, com passarinhos ou ovos, e a mãe posta sobre os passarinhos ou sobre os ovos, não tomarás a mãe estando com os filhos, mas deixarás ir livremente a mãe (...)” (Devarim-Deuteronômio 22:6-7).

Respeito à dignidade de todos os seres humanos: “E o estrangeiro não fraudará e não oprimirá, porque estrangeiro vocês foram na terra do Egito” (Shemot-Êxodo, 22:20).

E um dos comandos dos Dez Mandamentos, que concede o direito de descanso igualmente para todos:

“Seis dias trabalharás e farás toda tua obra, e o sétimo dia é o sábado do Eterno, teu Deus, não fará obra nenhuma – tu, teu filho, tua filha, teu servo, tua serva, teu animal e teu estrangeiro que estiver em tuas cidades” (Shemot-Êxodo, 20:9-10).

 

Essas são algumas das mitzvot que ensinam a humanidade a realizar sua natureza essencial, como cuidar das criações Divinas. Elas são acompanhadas por dezenas de mandamentos que nos impelem a controlar nossos desejos. Nos inspiram para que sigamos Deus, que se contraiu, se restringiu, para dar espaço à criação do Universo. Também devemos evitar usar toda nossa potencialidade e capacidade apenas para obter aquilo que desejamos, nos afastando do objetivo básico de cultivar e cuidar, de criar e guardar.

Esses valores são compreendidos pela humanidade, e são tão significativos que ainda são válidos, a ponto de atualmente serem encontrados nas legislações. A proibição ao assassinato, por exemplo, é encontrada em todas as culturas e códigos penais. É uma norma que cuida da vida, que restringe o uso descontrolado da força e da violência.

A Constituição Federal do Brasil de 1988 contém como elementos essenciais da nossa sociedade esses valores. São algumas das regras fundamentais:

“(...) conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição” (Art. 24, VI).

“(...) proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade” (Art. 225, §1º, VII).

“Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes” (Art. 5º).

“A República Federativa do Brasil (...) tem como fundamentos: (...) III – a dignidade da pessoa humana” (Art. 1º).

É farta a legislação que regula esses princípios e valores constitucionais, com inúmeras normas e penalidades. Podemos citar as seguintes normas do sistema legislativo brasileiro:

“Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa” (Art. 54, Lei nº 9.605/1998).

“É proibido o uso de fogo na vegetação (...)” (Art. 38, Lei nº 12.651/2012).

“Os animais de quaisquer espécies, em qualquer fase do seu desenvolvimento e que vivem naturalmente fora do cativeiro, constituindo a fauna silvestre, bem como seus ninhos, abrigos e criadouros naturais são propriedades do Estado, sendo proibida a sua utilização, perseguição, destruição, caça ou apanha” (Art. 1º, Lei nº 5.197/1967).

“Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida: Pena - detenção de seis meses a um ano, e multa” (Art. 29, Lei nº 9.605/1998).

“Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa” (Art. 32, Lei nº 9.605/1998).

“Induzir ou atrair alguém à prostituição ou outra forma de exploração sexual, facilitá-la, impedir ou dificultar que alguém a abandone: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa” (Art. 228, Decreto-Lei nº 2.848/1940).

“Expor a perigo a integridade e a saúde, física ou psíquica, da pessoa idosa, submetendo-a a condições desumanas ou degradantes ou privando-a de alimentos e cuidados indispensáveis, quando obrigado a fazê-lo, ou sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado: Pena – detenção de 2 (dois) meses a 1 (um) ano e multa” (Art. 99, Lei nº 10.741/2003).

Apesar das leis, apesar de há no mínimo 3.500 anos sabermos da necessidade de controlarmos nossa ambição, da necessidade de lembrar da razão de nossa existência, não existe texto legal, nem poder estatal, ou social, ou sequer religioso, que na prática consiga impedir a humanidade de explorar o planeta até a exaustão, extinguindo espécies vegetais, animais e recursos naturais; extinguindo povos originários e culturas.

Pode ser que não pratiquemos diretamente essas transgressões, mas nos tornamos responsáveis quando consumimos e usufruímos produtos e serviços que têm origens em atos ilícitos que atentam contra o ecossistema e os seres vivos. Ou quando nos omitimos e nos calamos.

Começamos agora um novo ciclo temporal em nossa história. O ciclo da terra, do Universo. Em Rosh HaShaná, no dia 1º do mês de Tishrei, celebramos o Dia de Gestação do Universo – “Ha Iom Harat Olam”. Não é o dia de criação da humanidade, que aconteceu apenas no sexto dia desse mês.

Para esses dias de reflexão, nesse ano, será que conseguimos nos conscientizar de quais de nossos atos individuais estão voltados para a idolatria ao consumo exacerbado, para a idolatria à contribuição para a exploração abusiva de seres humanos e dos recursos naturais?

Será que teremos capacidade de retornar à essência de nossa criação? Podemos conseguir nos transformar em melhores cuidadores e cultivadores? Em ‘jardineiros’ das bênçãos que recebemos quando nascemos?

Temos os valores, temos as leis, temos o estudo, a consciência, até sofremos com as consequências do descuido com o planeta e com os outros seres humanos. O que nos falta para controlarmos nosso poder quase ilimitado?

Que possamos refletir sobre essas questões, e escolher com maturidade nos encontrar com nossas qualidades originárias, retornar para o que realmente nos torna completos, íntegros. Espero que tenhamos coragem para tornar concretas e eficazes nossa legislação protetiva do ‘jardim’ no qual vivemos. Também precisamos de força para participar não apenas do ‘Tikum Olam’, mas também da reconstrução de nosso Mundo Fraturado, como nos alerta o Rabino Jonathan Sacks. 

terça-feira, 1 de outubro de 2024

VOCÊ SABIA? - Escolas no período pré-Israel

 

Fotos encantadoras da escola no período pré-estado de Israel

Por Itanira Heineberg



Você sabia que os elementos fundamentais do sistema educacional de Israel já existiam e vigoravam durante o período anterior ao Estado de Israel, no Mandato Britânico, e se perpetuaram e progrediram após 1948 com a criação do novo país?

Afinal, o conhecido Povo do Livro valorizou o estudo desde sempre e as imagens contidas neste texto oferecem  insights valiosos sobre os elementos fundamentais do sistema educacional de Israel.

 

Estas fotos aqui presentes dão uma visão clara de como os valores escolares e educacionais ajudaram a moldar o estado judeu em seus anos de formação e o papel que estes valores desempenharam na formação da identidade e do tecido social do incipiente estado judeu.”




“Nenhuma civilização antiga”, escreveu  o Rabino Mordecai Kaplan (1881-1983), líder religioso, teólogo, escritor e filósofo, “pode oferecer um paralelo comparável em intensidade com a insistência do judaísmo em ensinar os jovens e inculcar neles as tradições e costumes de seu povo”.

 

Não apenas os ricos, mas todos os jovens eram colocados em contato com a palavra escrita, ainda numa idade bastante tenra. E mais: eles aprendiam desde cedo a perguntar, questionar. No Talmude, uma opinião inteligente de um jovem às vezes prevalecia sobre a de seu mestre. Um bom aluno deve ser livre para criticar seu mestre. No judaísmo, os alunos eram encorajados a se opor ao professor, discordar do mestre, tentar provar que ele podia estava errado.





Em seu livro “Os Judeus e as Palavras” (2012), o escritor israelense Amós Oz e sua filha, a historiadora Fania Oz-Salzberger, afirmam  “As palavras compõem o elo entre Abraão e os judeus de todas as gerações subsequentes.”

Os autores discorrem entre narrativa e erudição, conversa, questionamentos e argumento, adentrando no grande legado do judaísmo, não apenas ou em especial religioso, mas sim cultural.

“As palavras eram suas catedrais”, dizem de forma poética pai e filha no livro.

Eles insinuam que a ancianidade da cultura judaica, assim como a característica do povo judeu, dependem não apenas das terras, monumentos e personalidades heroicas ou rituais, mas da palavra escrita, do livro e do contínuo debate igualitário entre gerações.

“Uma descendência informada é a chave para a sobrevivência coletiva”, lembram os autores, “os judeus valorizam erudição”.

Na condição de povo exilado, os judeus compreenderam cedo que precisavam transmitir a sua história através de textos, o que os levou a esse foco na educação.

Era preciso “passar a tocha” intelectual para a próxima geração, para que a mensagem pudesse sobreviver, assim como os valores e costumes. Essa educação baseada em perguntas era espirituosa, tratava de ideias, encorajava a curiosidade e exigia leitura além de incluir um crédito enorme às mulheres. Sabemos que as civilizações antigas eram machistas e patriarcais mas poucas abriram tanto espaço para a educação feminina como o judaísmo.




Após mais de 7 décadas:

“O Ministério da Educação, Cultura e Esporte, em cooperação com as escolas de educação das universidades do país, está constantemente alinhando os padrões educacionais às mais modernas práticas pedagógicas, como a igualdade obrigatória entre os sexos, melhoria das condições dos professores, ampliação dos currículos humanistas e promoção de estudos científicos e tecnológicos. Um aspecto fundamental dessa política é a promoção de oportunidades educacionais iguais a todas as crianças e o aumento do número de alunos aprovados nos exames finais de conclusão de 2° grau.

 

Esta é uma bela história para ser contada e divulgada.

Tantas guerras, muitas perdas, pessoas de todos os cantos do mundo, crianças se expressando nos mais variados idiomas do planeta ... uma língua religiosa e antiga a ser ressuscitada ...


שבת קי"ט:ב -

O mundo existe unicamente graças ao sopro das crianças na escola.

(Talmude da Babilônia, Shabat, 119b)



A educação em Israel é uma herança preciosa. Seguindo as tradições do passado, a educação continua a ser um valor fundamental e é considerada a chave para o futuro. O sistema educacional prepara as crianças para se tornarem membros responsáveis de uma sociedade democrática e pluralista, em que pessoas de diferentes origens étnicas, religiosas, culturais e políticas possam coexistir. É baseada nos valores judaicos, no amor à terra, e nos princípios da liberdade e da tolerância. Ela pretende fornecer um alto nível de conhecimento, com ênfase nas habilidades científicas e tecnológicas essenciais para o desenvolvimento do país.

https://embassies.gov.il




quinta-feira, 26 de setembro de 2024

Iachad (juntos - יחד) - por André Naves: Mística

 

Mística




         Alegria pura! Meu avô, lá em Jacareí, há um bocado de tempo, adorava me contar histórias. Algumas delas fantasiosas; outras, nem tanto...

As palavras ganhavam recheio de acordo com as práticas, e ele sempre foi um dos grandes modelos que conheci. Pessoa iluminada, que, com sua luz inspiradora, ajudou-me a enxergar os melhores passos durante as trevas de meu caminho. Na verdade, e ele adorava frisar, a luz não era dele.

A Luz era Dele!

As tradições vêm dessa amizade entre as palavras e as práticas.

É assim que vão sendo passadas, transmitidas: avós, pais, filhos, netos... Elos e ondas... De geração em geração.

É uma experiência mística que nos coloca frente a frente com O que Foi, O que É e O que Será. É assim que podemos enxergar um pouco dos Céus... Experimentar a Luz!

É como se fosse aquela história que seguidamente se repetia. A cada novo ciclo, com seus novos temperos, riquezas e detalhes, meu avô voltava nela.

O povo... (Assim era contada... Somente “o povo”, nada mais!). Bem, o povo, caminhando e construindo sua Liberdade, ainda itinerante, prestes a desembarcar em seu porto seguro e livre, experimentou de um misticismo enorme.

Não sei... Sempre falam da experimentação mística como aquela inexplicável, algo espiritual, além dos entendimentos racionais. Eu concordo muito com isso, mas também vejo a mística como aquela prática que fortalece o traço de união entre todos. De repente, uma ciranda, uma roda de samba, ou um jantar compartilhado, são a verdadeira experiência mística...

Mas vamos voltar para aquele enredo tantas vezes repetido.

O povo subiu num monte. Com certeza eles se alimentaram. Comeram e beberam. Compartilharam o pão! Dançaram juntos! Mais importante, agradeceram ao Altíssimo aquela Liberdade já tão próxima que se sentia o perfume e o frescor.

Foi lá que a mística os embalou como um único povo. O símbolo da união foi materializado em pedra! Palavras e práticas! A tradição de geração em geração...

Tinha um pedacinho, lá no final da historieta, que meu avô sussurrava. A cada ano, mais baixinho. Eu nunca soube se era assim mesmo, ou se era o Parkinson que avançava.

Sons que se apagam, exemplos que são indeléveis! Nada tinha sido riscado na areia, que se apaga com o fluxo e o refluxo das marés... Eram marcas na rocha!

O povo era um!

Todos Juntos!

Mas ai daqueles que se esquecessem disso. Ai daqueles preconceituosos, sectários, excludentes. A maldição sempre acontece para aqueles ávidos pela violência e pela divisão.

O bom é que a Esperança está lá! Uma marca que sempre se enxerga! Um retorno ao alto do monte místico... À verdadeira, justa e perfeita união.

Todos novamente.

JUNTOS!

André Naves

 Defensor Público Federal. Especialista em Direitos Humanos, Inclusão Social e Economia Política. Escritor. Estrategista. Comendador Cultural.

www.andrenaves.com

Instagram: @andrenaves.def