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quinta-feira, 12 de junho de 2025

ACONTECE: Frio tic-tac do relógio

Por Juliana Rehfeld

Parece que não é só o clima que está congelando para nós, mas congelam também os acontecimentos. E de novo, ou melhor, ainda, a sensação de que o tempo pára… acontecem alguns fatos, alguns posicionamentos aqui e lá contra o monobloco da opinião formada, e formada em cima dos mesmos dados alegados, e frequentemente já até desmentidos… mas sabemos que a defesa em geral não tem a força de rebater a acusação …

Houve acontecimentos até cômicos, primitivos como um barco levando um grupo de 12 autodenominados ativistas em missão de ajuda a Gaza, com o nome de “flotilha pela liberdade”, interceptado por Israel. Entre eles a famosa sueca Greta Thunberg, que discute igualmente opressão de palestinos além de riscos ao meio ambiente, e um brasileiro Thiago Ávila, que conseguem emitir falas como “estamos sequestrados” numa situação de risível invasão a uma zona de guerra… como disse Henrique Cymerman, o que pensariam os reféns ainda vivos em Gaza, após quase dois anos, se ouvissem esse “disparate”. Escrevi entre aspas pois a palavra é minha, não do jornalista…quem quereria sequestrá-los? Quem quereria se responsabilizar pela segurança de um grupo inócuo, trazendo uma quantidade ínfima de alimentos que, mesmo assim Israel prometeu encaminhar ao local adequado. Extraditá-los rapidamente era o melhor para o país… e Egito passou a vigiar a entrada do que poderão ser novas aventureiras e bombásticas flotilhas…

Havia, mais esta vez, uma expectativa de novos fatos sobretudo em relação a uma mudança na coalizão que sustenta o atual governo de Netaniahu, devido principalmente às sonoras ameaças que têm vindo há pelo menos duas semanas dos partidos ultra-ortodoxos. O que poderia ser preocupante numa situação de guerra que persiste há 618 dias, poderia também resolver muitos dos problemas que aí estão. Sem entrar no mérito partidário em si, pois não cabe na nossa linha editorial, é possível dizer que poucos radicais têm desequilibrado a comunicação do país com a sociedade: poucas mas estridentes declarações sobre anexação, re-ocupação, expulsão, e por aí vai, claramente não representantes da maioria da população nas ruas, têm impedido avanços de negociações e prejudicado muito, se é que isso ainda era possível, a opinião pública mundial em relação ao país. Mas parece que a decisão de sair da coalizão ainda não é firme o suficiente, apesar do crescente incômodo dos ultra ortodoxos com a pressão para alistarem seus membros para cobrir cada vez maiores “gaps”, sobretudo na infantaria.

O tic-tac do relógio - expressão que denuncia idade, já que poucos relógios ainda ticam - segue incólume. E fatal para alguns reféns, e também, para alguns palestinos abrigados próximos a bases do moribundo mas não morto Hamas. Começa a crescer um consenso entre os países árabes, e alguns europeus, de que qualquer solução de curto ou médio prazo para a região, não inclui esta organização terrorista, mas ir além dos meros discursos para uma ação efetiva, ainda não está no radar…

Haja esperança e coração!
Shabat Shalom

terça-feira, 10 de junho de 2025

VOCÊ SABIA? - Sinagogas Instagramáveis

 

Por Itanira Heineberg


Sinagoga da Estrada dos Príncipes em Liverpool, Inglaterra



Você Sabia que não há duas sinagogas iguais?

Na realidade, cada templo tem sua própria história e peculiaridades únicas, e como consequência, estes detalhes diferenciais aparecem no projeto de criação da própria sinagoga.

As mais antigas retratam as características arquitetônicas da época de suas construções: arcos românicos, intrincadas esculturas mouriscas ou vitrais góticos.

 

“As sinagogas históricas costumam oferecer passeios para os aficionados por história judaica e amantes da arquitetura. Graças à maravilha das mídias sociais, você não precisa reservar um voo para ver algumas das sinagogas mais impressionantes do mundo. Uma simples rolagem pelo Instagram pode servir como uma visita virtual a sinagogas”.

 

Aqui estão algumas das sinagogas que visitamos e gostaríamos de  compartilhar com nossos leitores, desde Mumbai à Cidade de Buenos Aires, na Argentina.

 

·        Sinagoga Jubileu de Jerusalém   -   Praga   -   construída em 1906 na rua Jerusalém



A sinagoga Jubileu de Jerusalém é a única sinagoga de Praga ainda em atividade fora da área do antigo gueto judeu, na Cidade Nova, próxima à estação central. Em relação às outras sinagogas da cidade, destaca-se devido ao seu tamanho e fachada colorida, que visivelmente lembram os monumentos muçulmanos da Espanha.



Foi projetada em estilo mourisco e art nouveau por Wilhelm Stiassny, famoso arquiteto de monumentos judaicos e cofundador do Museu Judaico de Viena.

Vale muito a pena visitar seu interior.


·         Grande Sinagoga de Roma inaugurada em 1904



O Templo Maggiore, a principal sinagoga de Roma,  é uma das mais grandiosas da Europa. Também conhecida como a Grande Sinagoga de Roma, o monumental edifício localiza-se na área do antigo gueto. Exibindo uma cúpula quadrada, a única com esse formato na cidade, que cobre toda a construção e o edifício, é uma das muitas sinagogas majestosas erguidas pelos judeus na Europa pós-emancipação, testemunhando seus esforços para serem aceitos como cidadãos iguais pela sociedade maior, nos inúmeros países onde viviam.


Por sua imponência, mesmo numa cidade como Roma, famosa por seus esplendidos edifícios, o Templo Maggiore se sobressai por seu eclético estilo arquitetônico, com elementos ao gosto assírio-babilônico, egípcio e greco-romano.

 

A pedra fundamental da sinagoga foi colocada em 1901, três décadas  após a conquista da cidade pelo exército italiano. Em 1870 o Papa perde o controle político e militar dos Estados Pontifícios, Roma é incorporada ao Reino da Itália, tornando-se sua capital.


O Reino havia sido estabelecido em 1861, com a unificação da península italiana, realizada pela Casa de Savóia. Consequentemente, o rei Vítor Emanuel da Sardenha é proclamado rei da nova nação. Na Itália unificada os judeus gozam de plenos direitos civis, em igualdade de situação com os demais habitantes. Assim sendo, tão logo Roma passa a fazer parte do Reino os judeus da cidade são finalmente libertados. Eram os últimos da Europa a serem emancipados, sendo que em 1870 ainda viviam reclusos no gueto, um dos maiores símbolos da opressão cristã, e sujeitos a leis muito severas.




Em 1893, Abraham Berliner, teólogo e historiador judeu alemão, mostra-se muito esperançoso acerca do futuro dos judeus de Roma, que, a partir de então, faziam parte de “uma Itália unida e liberta, onde todos os cidadãos têm direitos iguais, sem distinção de fé religiosa, e onde os muros do gueto de Roma desmoronaram ao som das trombetas da liberdade”.

 

·        Grande Sinagoga de Edirne, Turquia ou Sinagoga de Adrianópolis, inaugurada em 1909



Concluída no estilo neomourisco, a sinagoga foi restaurada após a Segunda Guerra Mundial , abandonada na década de 1980 e restaurada como uma sinagoga ativa em 2015.




Em 1983, a sinagoga foi abandonada depois que a maior parte da comunidade judaica deixou a cidade, emigrando para Israel, Europa ou América do Norte. Em 1995, o templo, por lei, ficou sob o controle da Instituição de Fundações Turcas do governo .

 

·         Sinagoga Knesset Eliyahoo  Mumbai, Índia, pintada na cor turquesa



A Sinagoga Knesset Eliyahoo, também  Sinagoga Azul, é uma congregação e sinagoga judaica ortodoxa, localizada em 55, Dr. Gandhi Marg, no bairro de Kala Ghoda, Fort, no centro de Mumbai, no estado de Maharashtra, na Índia. Concluída em 1884, é a segunda sinagoga sefardita mais antiga de Mumbai.




Esta  sinagoga foi fundada por Jacob Elias Sassoon  e o edifício é mantido pelo Jacob Sassoon Trust.

A importância do edifício é atribuída às suas tradições judaicas, bem como às influências coloniais indianas e inglesas. Foi projetado pelo escritório de arquitetura britânico Gostling & Morris de Bombaim.

E agora estamos chegando ao fim de nossa viagem. Uma professora colega minha de trabalho costumava dizer que ler era uma gostosa atividade, algo como um  “armchair travel”.




Desejo ao leitor uma excelente continuidade de nossa viagem até agora. 

Assim, acomode-se em sua poltrona favorita e embarque nesta aventura deliciosa de visitar novos lugares no conforto de sua casa, sem os percalços de aeroportos, malas perdidas, voos atrasados ou simplesmente cancelados.

Embarque neste arm chair travel, degustando seu café preferido ou seu drink de cada dia.

Evite fumar, especialmente os cigarros eletrônicos.

God Speed!!!



quinta-feira, 5 de junho de 2025

ACONTECE: Resgatando e Esperando - O doloroso processo da espera

 

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Ofer Kalderon, um dos primeiro reféns liberados abraçando a família


Esperar tem algo a ver com esperança, ou esperar é um tempo em que o emaranhado de informações e ações nos fazem aguardar por algum sinal que permita indicar o melhor caminho.

Esta semana tenho a certeza de que muitos de nós ficamos chocados com o que aconteceu no dia a dia. Os jornais de grande circulação em São Paulo publicaram artigos e opiniões com forte teor antissemita e de desconfiança e repúdio ao Estado de Israel. Muitas das publicações eram baseadas em fakenews e algumas até traziam imagens de 2023 confundindo o que aconteceu no festival NOVA. Ao redor do mundo, na França, Canadá, Austrália, ocorreram casos de terrorismo com graves consequências.

Aqui em São Paulo paredes são pichadas, pessoas são abordadas de forma indecorosa e agressiva, instituições e ações são difamadas. Todas estas ações implicam em terem pessoas que fomentam, através de processos organizados e aquelas que acompanham por acreditar que estão plantando um futuro mais adequado. Aqui abro um parênteses e penso nos processos de manter o nosso planeta. Quanto ouvimos falar de reflorestamento e de manutenção de uma fauna adequada. A época em que o reflorestamento era feito com apenas uma espécie de árvore passou, hoje é conhecida a importância da biodiversidade vegetal. Podemos condenar o passado, ou criar sistemas que permitam educar para o futuro.

Nas questões de antissemitismo e de ódio ao Estado de Israel o mesmo acontece. Há informações falsas disseminadas há milênios, com vários tipos de linguagens. Estas linguagens foram e são adequadas às pessoas alvo e também ao tempo histórico. Como reação há muitos grupos e pessoas que trabalham para que possa haver difusão de fatos através do sistema educacional.


21/05/2025 - Câmara Municipal de São Paulo aprova
Projeto de Lei da Vereadora Cristina Monteiro
que proíbe a Negação do Holocausto nas Escolas 


No contexto estadual, a LEI N° 17.817, DE 27 DE OUTUBRO DE 2023 instituiu a proibição do ensino ou abordagem disciplinar do Holocausto sob os prismas do negacionismo ou revisionismo histórico, no âmbito do Sistema Estadual de Educação Básica do Estado de São Paulo. O projeto de lei era de 2021 de autoria dos Deputados Henzi Ozi Cukier e Gilmaci Santos. 

O que entendemos deste esforço é manter a história mundial e a história judaica baseada nos relatos dos que viveram e na documentação disponível. 

Hoje está na pauta a discussão sobre o Estado de Israel. Passeando pelas ruas das cidades de Israel encontramos pessoas de todas as etnias e de diferentes indumentárias, mostrando a diversidade populacional de Israel. Segmentações e mesmo conflitos não impediram que houvesse educação e representatividade para todos os segmentos. Muito já falamos a respeito da educação tendenciosa feita em muitos países árabes. Hoje sabemos que este padrão de educação está ligado aos grupos Jihadistas, ao Hamas e Heszbolah. A penetração que têm na sociedade civil em geral varia de país para país e também da vontade e possibilidade de combaterem os que defendem a frase "do Rio ao Mar"!

Esta semana foram feitas ações para impedir a reconstrução de novos sistemas de ataque, que permitiriam voltar a surpreender Israel. A ajuda humanitária continua a fluir e as notícias mostram que chega à população. No entanto, ainda não conseguimos saber se há possibilidade ainda de ser usada como carta de negociação para refazer o contingente humano do Hamas. 

Entre tantas informações cruzadas resta olhar para trás para ver se conseguimos entender o processo. Comecei com o holocausto - algo perpetrado na Alemanha nas décadas de 30 e 40 do século passado. Hoje, chegam as histórias dos que apesar de estarem sob o regime nazista procuraram e muitas vezes conseguiram proteger os perseguidos.

Olhando o que acontece nas relações Alemanha - Israel hoje vemos que há um entendimento que vai além da reparação. Há interações positivas no campo da diplomacia, educação, desenvolvimento e inovação. Israel investe em ciência básica e disruptiva na busca de novos sistemas de proteção anti-aérea. Segundo a CNN Brasil, a Alemanha assinou um acordo com Israel para adquirir o sistema de defesa antimísseis Arrow3. Na qualidade de Vice-Presidente dos Amigos do Instituto Weizmann no Brasil, tenho testemunhado uma franca e profícua colaboração científica entre os dois países. Não ampliarei os fatos, quero apenas reforçar a ideia que ao longo da história há grandes possibilidades de idas e vindas.

Assim, não ficaria surpreendida se, mantendo a resiliência do momento e reduzindo o valor dado aos que seguem com a ladainha antissemita não poderemos num futuro ver o mundo árabe ateu, cristão e mulçumano interagir de forma positiva com o Estado de Israel, o único estado judeu no mundo e os judeus do mundo inteiro.


Am Israel Chai

Regina P. Markus





quarta-feira, 4 de junho de 2025

Iachad (juntos - יחד) - por André Naves: A hora da verdade

 

A Hora da Verdade




No silêncio acolhedor de uma manhã que misturava o antigo e o novo, José se via diante de uma tela que mais parecia uma janela para o seu passado. Recém-promovido CEO da maior corporação brasileira de agronegócio, ele não conseguia escapar do perfume envolvente de café e bolo de fubá – uma experiência sensorial que, assim como a madeleine de Marcel Proust, o fazia viajar de volta às lembranças da infância, àquelas tardes morenas onde dona Tereza, a copeira, preparava com tanto carinho os aromas que agora se tornavam tão inevitavelmente humanos.

Na simplicidade de um gesto tecnológico, o aroma digital despertava memórias que eram, ao mesmo tempo, doces e amargas. Lembrava-se dos dias de fome e medo, mas também da dor transformada em força, de um sofrimento que, mesmo duro, moldara o homem que ele se tornara. Seus irmãos, trabalhando nos vastos campos de soja e milho, eram parte inevitável dessa história: como peças de um quebra-cabeça invisível, eles traziam à tona questões profundas, como se fossem instrumentos da vontade Divina, responsáveis tanto pelo seu triunfo quanto pelas cicatrizes da alma.

Enquanto observava essas imagens em holograma, a sensação de estar entre dois mundos – o futurístico e o ancestral – tomava conta de José. Era como se, num mesmo instante, o cheiro do bolo e o calor de um abraço perdido se misturassem aos brilhos artificiais e aos comandos digitais. E nesse turbilhão de sentimentos, ele se via lutando contra seus próprios conflitos internos. Cada lembrança do pai Jacó, da mãe Raquel, e a saudade apertada das risadas simples do passado, lembrava-o de que a vida sempre foi feita de luz e sombra.

Com o coração apertado e a mente repleta de dilemas, José entendia que o sofrimento o havia levado até ali – àquele cargo que tanto prezava, mas que também vinha carregado dos ecos de um tempo em que as emoções eram mais genuínas, menos calculadas. E então, num ato de coragem e de desejo de resgatar o que parecia estar se perdendo, ele ordenou, com a voz trêmula mas decidida: “Chamar os irmãos!”

Naquele comando, mais que um simples ato empresarial, havia um pedido de reencontro com um passado que, mesmo marcado pela dor, era essencial para se reconhecer e compreender. E, entre o som das máquinas e as pulsações de um coração que insistia em lembrar, José percebeu que, apesar de toda a tecnologia e dos dias modernos, era o calor humano – o cheiro do café, o sabor do bolo, o abraço dos entes queridos – que realmente fazia a vida valer a pena.

André Naves

Defensor Público Federal. Especialista em Direitos Humanos e Sociais, Inclusão Social – FDUSP. Mestre em Economia Política - PUC/SP. Cientista Político - Hillsdale College. Doutor em Economia - Princeton University. Comendador Cultural. Escritor e Professor.

Conselheiro do Chaverim. Embaixador do Instituto FEFIG. Amigo da Turma do Jiló.

www.andrenaves.com

Instagram: @andrenaves.def


quinta-feira, 29 de maio de 2025

ACONTECE: Que a luz ilumine as mentes

 



Por Juliana Rehfeld


Mais uma semana em que esperamos por um acordo de cessar-fogo em troca de recebimento de reféns porque há muitos sinais disso. E basicamente o mundo está exausto dessa guerra, não há perspectiva nenhuma de que a situação melhore com a continuação dos bombardeios, das mortes, com as declarações estúpidas dos ministros de extrema direita israelenses, do aumento da crise humanitária… O desconforto de Netanyahu com a pressão do presidente americano, Donald Trump, está visível. O desespero do Hamas está exposto: a população em Gaza se revolta abertamente contra a organização que a ameaça e mata quando esta, a população, derruba paredes e invade armazéns cheios de ajuda humanitária represada pelo Hamas para revenda, o que de fato passou a aumentar a situação de fome na faixa. Diz o jornalista Henrique Cymerman que esta grande fonte de renda do grupo terrorista alcançou 2 bilhões de dólares! E eles utilizaram esta receita para recrutar novos membros já que de fato foram dizimados pelos ataques de Israel. 

A situação chegou a este ponto de iminente cessar até porque as reações negativas e pressões vêm de todos os lados incluindo governos que  tradicionalmente apoiam Israel como Reino Unido, França e Canadá. 

Como estas horas destes dias “finais” de conflito passam para as famílias dos reféns e para as famílias de árabes de Gaza… cada minuto na verdade é terrível. 

Mas a postura da imprensa e das redes sociais continua indefensável: conta-se das histórias apenas a metade. Quem ataca o Hamas por ter iniciado esta guerra há 600 dias? Quem acusa o Hamas pela crise humanitária em Gaza? Quantos hoje não falam abertamente sobre um “genocídio” por parte de Israel omitindo que a população de Gaza cresceu nestes 19 meses? E, pior de tudo, quantos passaram a questionar a própria existência do Estado de Israel e ameaçar, com base nesses “mitos e gritos”, a vida de judeus em qualquer parte do mundo, assim como eu ou você? 

Com esta situação extrema surgiram movimentações no tabuleiro geopolítico que podem trazer oportunidades de acordos para uma paz na região. Há conversas inimagináveis há poucos anos entre Israel e Líbano que estão ambos satisfeitos com o amortecimento do Hezbollah, conversas entre Israel e o novo governo da Síria sobre a questão comum dos drusos e sobre redução do poder de grupos terroristas, muitas conversas entre europeus e países árabes sobre como conduzir a possível solução de dois estados…

Enquanto isso, as horas passam e nós nos perguntamos quem são e como estão os estimados vinte reféns vivos, quanto mais aguentarão? E os reféns que retornaram? Hoje pela primeira vez a soldada resgatada  Ori Megadish falou sobre suas experiências incluindo abuso sexual de um guarda do Hamas, disse que quase morreu em um bombardeio, que foi tratada em um hospital em Gaza sem anestesia… isso em 23 dias após os quais ela respondeu ao hebraico de um homem que surgiu no túnel e o seguiu até ser libertada pela primeira operação do exército… 

Sorte? Destino? 


Na Parashá desta semana, Bamidbar, “no deserto”, há mais um censo dos “visíveis” homens entre 20 e 60, uma nova contagem aliás sábado terminam os 49 dias da contagem do Omer e será Shavuot. Aqui contamos 600 dias de cativeiro para os ainda vivos reféns, 19 meses de guerra, 2 milhões de árabes ainda vivos em Gaza, 5 sanguinários líderes do Hamas e mais de 30 mil terroristas mortos, mais de 1700 soldados israelenses mortos. Muitos jovens hoje convocados não querem ser contados como ativos e preferem ser presos. Sofrerão consequências mas estão exercendo o direito de não serem contados…

Poucos líderes decidem sobre o destino dos poucos que foram sequestrados e ainda estão lá, e também pelo destino de muitos que lá ainda moram. Em Gaza e na conturbada região. 

Que sejam iluminados para decidir, mas com nosso monitoramento, mesmo que frágil e distante, para que o resultados das pressões e das conversas possibilite um futuro melhor. E que os “contadores das histórias”, os e as jornalistas e analistas sejam mais profundos na leitura do mundo complexo e que vivemos. 

Shabat Shalom.

terça-feira, 27 de maio de 2025

VOCÊ SABIA? - RENOIR

 

Como prenunciar um futuro sombrio frente a uma infância alegre e despreocupada? Como prever a História?

Por Itanira Heineberg


Les Demoiselles Cahen d'Anvers - Rose et Bleue


Você Sabia que a tela “Rosa e Azul”, de 1881, a mais emblemática das obras de Renoir com as meninas Cahen D’Anvers, inocentes em sua luxuosa residência, gozando uma infância aparentemente feliz e despreocupada, jamais alertaria o mundo para a chegada galopante das trevas e extermínio do Nazismo?

Esta obra, que foi doada ao MASP em 1952 por Assis Chateaubriand, fundador do museu, um dos mais populares ícones do acervo paulista, tornou-se um símbolo da fragilidade diante das tragédias humanas, especialmente devido ao destino fatídico de Elisabeth.

Alice, a mais jovem, em um lindo vestido com faixa de seda rosa, viveu até os 89 anos e morreu em Nice, em 1965. Elisabeth, em azul, aos 6 anos na tela, teve um fim nefasto.

 

Divorciada do primeiro marido, o diplomata e conde Jean de Forceville, casou-se com Alfred Émile Denfert Rochereau, de quem também se divorciou. Em 1987, por ocasião da exposição de obras do MASP na Fondation Pierre Gianadda, em Martigny, Suíça, o sobrinho de Elisabeth, Jean de Monbrison, escreveu ao museu relatando seu triste fim: ela se convertera ainda jovem ao catolicismo, sendo mesmo assim enviada para Auschwitz, devido à sua origem judaica, e morreu a caminho do campo de concentração, em março de 1944, aos 69 anos.”

“Elisabeth foi presa por oficiais alemães em 27 de janeiro de 1944 e levada para o campo de Drancy, onde desembarcou no dia 30. Deportada em 27 de março, morreu em 15 de abril, antes de chegar a Auschwitz.”

 

Aqui mais uma vez a crueldade da guerra, a maldade humana, a ganância pelo poder e riquezas, interrompem o caminho natural da vida.

Alice, casada com um nobre inglês, permaneceu segura em Londres.

Irene, a irmã mais velha, conseguiu um atestado de não-judia, provando que as avós eram cristãs.

Mas Elisabeth, apesar de sair a conversão, não se salvou.

Esta tela era uma de minhas favoritas, especialmente por lembrar-me de uma foto tirada por meu esposo, uma foto linda, com nossas meninas, 8 e 6 anos, em vestidos bonitos e aventais de renda, e seus cabelos soltos sobre os ombros.

Agora, ao visitar o novo MASP e descobrir a história de Elisabeth, mudei minha impressão sobre a tela. E muitas pessoas que descobriram o fim triste da menina me afirmaram terem também mudado suas impressões sobre a obra.

A Segunda Guerra trouxe ao mundo muita tristeza e dor.

O Nazismo, com sua obsessão por uma raça superior, acabou injustamente com vidas inocentes, destroçou famílias, bombardeou cidades, destruiu prédios, escolas, mansões.

O Holocausto cobriu a História de vergonha.

Ao final da guerra, ao descobrirem-se os crimes horrendos, jamais imaginados por pessoas de bem, crimes hediondos perpetrados pelos nazistas, criou-se a ONU com a finalidade de não se repetir, nunca mais, uma tragédia daquele calibre.

Sim, dizia o mundo: NUNCA MAIS.

E acreditava-se que a lição tivesse sido aprendida.

Então, como Renoir, artistas continuaram a retratar a vida que os rodeava, até acontecer o inadmissível 7 de outubro de 2023.

E, perplexos, vimos que o NUNCA MAIS se quebrara e que desta vez o mundo se dividia desproporcionalmente: os crimes hediondos agora são aceitáveis e as vítimas massacradas são transformadas de maneira injusta e inacreditável, em criminosos.

Até quando a História e suas surpresas vão nos surpreender?

Devemos acreditar num mundo melhor?

O que fazer para iluminar a humanidade? Instruir os ignorantes? Informar os mal-informados?

Devemos mais uma vez pregar a Paz? E difundir NUNCA MAIS?


Brasão de Armas da Família Cahen d’Anvers


Hoje famílias honradas ... amanhã pessoas acusadas e julgadas erroneamente ...

Apesar de sua certidão de batismo, Elisabeth não se safou do ódio nazista, assim como a maioria de sua família.

O pai das meninas, o banqueiro judeu Louis Raphael Cahen d’Anvers, casado com a italiana Louise Morpurgo, de uma rica estirpe de Trieste, era um dos mais abastados da dinastia poderosa de sua época. Ele e a esposa, encantados com o trabalho do jovem impressionista, solicitaram-lhe várias telas replicando a vida da família.

E assim, Renoir frequentou a casa do nobre banqueiro, representando seus componentes, com realismo e cores vivas. Em 1880, ele decidiu-se por óleo sobre tela para retratar a filha mais velha do casal, Irene, “Pequena Irène”.



Após a tela da menina Irene, os pais solicitaram outra, desta vez das meninas Alice de 5 anos e Elisabeth de 6. E assim as duas crianças posaram para o artista, divididas entre o tédio da inatividade e a euforia de vestirem trajes elegantes. 


“Pela obra, Louise e seu marido pagaram 1.500 francos ao artista. E cada centavo valeu a pena, já que o resultado foi uma das obras mais conhecidas e emblemáticas da história do impressionismo francês.”


Mas a História, sempre a História, nos espreita nas curvas do caminho.

Aquela menina de faixa azul e olhar compenetrado prosseguiu com sua vida, ainda jovem sofreu uma queda quase fatal cavalgando, lutou contra a morte, convalesceu e desde então pensou em se converter ao catolicismo, o que o fez aos 20 anos.

Foi enfermeira durante a Primeira Guerra 1914-1918, casou-se duas vezes, teve dois filhos e viúva, foi proprietária do Château du Plessis-Gallu de 1924 a 1938.

Com o início da Segunda Guerra foi domiciliada na rue Charles Lafitte 90 em Neuilly sur Seine, atualmente em Le Poteau, com o casal FOUCAUD, seus empregados desde 1924, o Sr. Etienne FOUCAUD, motorista, e a Sra. Marguerite FOUCAUD sua governanta.






Uma placa em sua memória foi inaugurada em 8 de maio de 2015 em Juigné-sur-Sarthe.

Seu nome aparece no Memorial dos Deportados do Sarthe, inaugurado em 28 de abril de 2019 em Le Mans (Foto: Yves MOREAU)

 

 

FONTES:

https://maguetas.com.br/rosa-e-azul/

https://aventurasnahistoria.com.br/noticias/reportagem/perseguicao-nazista-e-monotonia-quem-sao-meninas-na-tela-rosa-e-azul.phtml#google_vignette

https://masp.org.br/en/collections/works/rosa-e-azul-as-meninas-cahen-danvers

https://piaui.folha.uol.com.br/materia/duas-meninas-2/

https://lesdeportesdesarthe.wordpress.com/de-cahen-danvers-elisabeth-mme-la-comtesse/


quinta-feira, 22 de maio de 2025

ACONTECE: Viajando em Israel


Estar em Israel sempre foi uma experiência especial. Vim a Israel muitas vezes. Na primeira eu tinha 14 anos e era uma excursão nas férias de verão do Brasil. Experiência no Kibutz brasileiro Bror Chail, visitar as cidades de Tel Aviv, Jerusalém, Haifa. Estar com parentes que haviam feito Aliá e conhecer o Norte e o Sul. Hoje apenas cito este ano de 1964 para unir com o que aconteceu nesta semana em 2025. Na época, o marido de uma prima querida, que havia feito aliá alguns anos antes tinha um importante posto no Ministério do Turismo e estava no porto para me receber. Um curto encontro que durante a visita foi somado a algumas vezes que passei fim de semana com eles em Jerusalém. Zilda e Abrão levaram-me a locais especiais. Um deles era um ponto em que podíamos ver a Cidade Velha de Jerusalém (Yir ha Atiká). De um terraço olhávamos e imaginávamos o que seria o Muro Ocidental do Templo de Jerusalém e a própria esplanada do Templo.

Desta vez, com a mesma prima, que mora em Israel há 65 anos, visitei a Cidade Eterna. Uma cidade cheia de luz e flores. Um meio de transporte público muito bom. E como utilizo o transporte público em São Paulo, posso dizer que está à altura do nosso. Claro que cobrindo uma cidade muito menor. Para dar o gostinho e a sensação do pessoal, chegou um momento em que ela disse "Era daquela sacada que víamos a "Yir ha Hatiká" - a cidade velha. E estávamos cruzando uma avenida larga que nos levava direto ao muro que rodeia a cidade velha e que chega a um dos portões de acesso. Os judeus tinham total acesso à Cidade Velha até 1948. Os acordos feitos após a Guerra da Independência (1948) deram à Jordânia o domínio deste local histórico e sagrado. O Monte do Tempo, o Monte Moriá. O local onde Abrão iria oferecer seu filho Isaac e a Presença Divina impediu seu ato. Saber era o suficiente. Ser era a Eternidade. Nesta hora é estabelecido o conceito de Eternidade. A Eternidade acontece de pai para filho. No futuro, mais coisas importantes aconteceriam neste local. Foi este o espaço físico conquistado pelo Rei David, e onde seu sucessor, Rei Salomão, ergueu o Primeiro Templo, que seria destruído pelos babilônicos em -586 AEC. O Segundo Templo foi construído por Zerubavel (זרֻבָּבֶל) que significa "Nascido na Babilonia  ou literalmente semente da Babilônia.Zerubavel era descendiente do Rei David. O segundo Templo foi destruido  no ano 70 da era comum. 

A história mostra que sobre este terreno, nos séculos XVIII (18) e XIX (19) foram construídas as mesquitas que lá estão. Uma das mesquitas foi construída no local onde se acredita tenha sido o encontro de D'us com Abrão e o início de um povo que se espalhou pelo mundo e que nos 5 continentes mantêm tradições e costumes que garantem a sua continuidade.

Jerusalém moderna... Muito poderia falar! Jerusalém é uma cidade viva que se agita em um dia a dia normal, apesar da Guerra do momento. Uma Guerra em que o mundo olha de forma especial para os judeus e o Estado de Israel. Uma guerra iniciada no dia 7 de outubro de 2023 e mantida até hoje porque foram sequestradas pessoas que estavam em Israel. Estas foram levadas para a Faixa de Gaza e mantidas reféns em milhares de túneis altamente sofisticados construídos ao longo dos anos sob o olhar do mundo ocidental e sob o olhar e em muitos casos até a conivência de "humanistas". A forma de encerrar o conflito existe... devolvam os reféns e os corpos daqueles que foram mortos como reféns. Mais pra frente comento o meu primeiro dia em Israel, nesta viagem.

Voltando a Jerusalém, o foco deste ACONTECE. Lembrem que aconteceu mesmo e de forma particular. Parti também para a cidade da Zilda. Desde que chegou a Israel descobriu que o kibutz e o coletivo não eram a sua paixão. Queria viver em Jerusalém, como uma pessoa não religiosa, mostrando que Jerusalém era algo a mais. O interessante é que teve muitas atividades que permitiam o sustento, e mais à frente começou a perceber que a história era algo que deveria ser buscada para embasar o futuro. Fiquei encantada! Como duas pessoas diferentes, apesar de terem avós comuns, podem chegar à mesma conclusão. É o saber histórico, avaliado de forma isenta e pessoal que permite construir um sistema educacional que olha além do sustento presente. Um sistema educacional que transmite valores e conhecimentos de geração em geração. E foi com este mote que passa a ser voluntária no Museu de Israel (Museón Israel). 

E lá fomos nós, em três dias visitar exposições que eu ainda não conhecia. Fui ao Museón Israel, à Biblioteca Nacional e ao Museu de Herzl, no Mount Herzl, onde está o túmulos de Theodor Herzl, considerado o moderno criador do sionismo. Na realidade, o olhar para Tzion, o sionismo, é algo que se inicia na travessia do Deserto com Moshé, ganha cores importantes após o primeiro exílio babilônico e é revivido de muitas formas após o exílio romano. Lembro que o exilio babilônico levou os judeus para o Leste e o românico para o Oeste de Israel.

Olhar para Tzion é algo que sempre esteve presente no Judaísmo e Tzion é Jerusalém.

O Museu de Herzl é especial. Uma visita curta, mas montada de forma a reconstruir a história de Theodor Herzl mostrando como um advogado formado em Viena, e que sentia as dificuldades de se estabelecer, abraça o seu dom que é o jornalismo e a escrita. Durante a cobertura do caso Dreyfus em Paris é tocado de forma maior pelo antissemitismo local e pela injustiça que estavam fazendo ao Capitão Dreufuss por ser judeu. Na mesma época temos Emile Zolá escrevendo e debatendo a injustiça. Herzl, que era um judeu adaptado ao seu tempo, internaliza e externaliza o conceito de que havia necessidade de uma Terra para um Povo.

O escritório original de Herzl - As muitas funções de um espaço que segue da Austria até Jerusalem. Entrem no site abaixo para saber muito mais!!!

 
Olhem a Caixinha do Kerem Kaiemet Le Israel!!! A forma de obter Fundos para desenvolver projetos em Israel desde 1901 - naquela época Israel pertencia ao Império Otomano!

Não vou aqui relatar a história, mas convido cada um de vocês a verem e visitarem virtualmente o Museu de Herzl, criado em 2005 pela Jerusalem Foundation.  A seguir o texto traduzido para o português. "O Museu Herzl foi construído em 1960 perto da entrada do Monte Herzl, o cemitério militar nacional de Israel, onde Theodore Herzl, o pai do sionismo, está enterrado. Com o passar dos anos, as instalações e a abordagem interpretativa do museu, que se baseavam principalmente na reconstrução da sala de estar de Herzl em Viena, tornaram-se obsoletas. A Fundação Jerusalém apoiou a reconstrução, a renovação e a reabertura do museu como um museu interativo e instituto para a educação sionista em 2005. O novo museu conta a história de Theodore Herzl e apresenta o sionismo como uma ideologia indispensável para o futuro do povo judeu. A nova abordagem interpretativa, desenvolvida por Orit Shaham-Gover, é apresentada em um programa audiovisual de uma hora de duração que oferece um vislumbre da análise de Herzl sobre a condição judaica, um retrato de suas ambições, visão, decepções e conquistas, e o desafio de seu legado. O museu também oferece seminários, workshops e passeios a pé. O museu é administrado pela Organização Sionista Mundial, fundada por Herzl no primeiro Congresso Sionista em Basileia, Suíça, em 1897." 

Mantive as palavras da Wikipaedia para dar um "gosto" do que vi. Salas ativas, em que o visitante é acompanhado por uma guia que orienta como visitar a exposição. Vemos a forma como um ator é instruído a interpretar com galhardia a Theodor Herzl. Ao sentar em uma cadeira ou banco, é obrigatório dar voltas de 90 ou 180 graus para acompanhar o desenrolar da história de Herzl e de como pessoas de hoje podem olhar a história. Como frequento muito o MIS (Museu de Imagem e Som) de São Paulo, não posso dizer que fiquei surpreendida pela técnica, mas o resultado é estimulante. O melhor é que permite que cada pessoa saia com a sua opinião sobre os fatos históricos reveleados. E.... o mais importante.... pessoas que tinham posições opostas sairam conversando. Divergindo, e dialogando! Fiquei parada ouvindo e pensando que é muito provável que encontremos uma saída para esta situação de guerra.


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O 11o Presidente de Israel - Isaac Herzog, pai do atual presidente - plantou os jardins à volta do túmulo de Herzl em 8.7.2021. É indescritível a sensação de estar entre as plantas vivas e a obra de um homem que acreditou que seu sonho era mais do que uma meta!!! Oops - quando estiverem no Museu, percebam que quando resolveu transformar o sonho em meta, propondo a formação do Estado de Israel na Nigéria, como haviam sugerido os que não queriam que o Povo de Israel fosse um povo com pátria, enfrentou vários percalços e ... voltou ao seu sonho que seria realizado muitos anos após a sua morte.
Vale aqui lembrar que em seu testamento o que pedia é que seu corpo fosse transladado para a Terra Prometida e Concedida.

Vou acabando por aqui dando um gostinho de onde estou. Em uma cidade ao sul de Herzlia e norte de Tel Aviv. Em uma casa bonita e muito bem cuidada. A casa tem dois andares, mais um subsolo. Os quartos ficam no segundo andar, salas e cozinha no térreo, e o subsolo é um grande salão com brinquedos de que ninguém quer se desfazer. Agora passam a ser usados em atividades para recrear crianças em outros locais. Também tem instrumentos musicais, um computador e uma cama. Há uma porta quadriculada de madeira que leva a um pequeno tanque e olhando à esquerda deste pequeno cômodo uma porta de aço e o quarto blindado. Durmo aqui porque fica mais rápido e fácil chegar ao quarto blindado. E a sirene toca em meu celular. Depois de 6 dias já tenho habilidade de ir e vir.


Parashá Behar-Berrukotai Leviticus 25:1-27:34

Muito mais a contar, mas vamos aos poucos. Esta semana em Israel abriu várias portas em minha mente e abriu a esperança de que possamos continuar a agir e reagir para encontrar as parcerias e o diálogo. Sem esquecer que a ingenuidade e a falta de cuidado podem levar a perda total e à criação de monstros.

AM ISRAEL CHAI - Regina P Markus