Marcadores

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025

Noticia: Frentes Parlamentares Pró-Israel - Congresso Nacional e Assembléia Legislativa de São Paulo

 Noticia: Frentes Parlamentares Pró-Israel - Congresso Nacional e Assembléia Legislativa de São Paulo

SP - 23 de fevereiro de 2025




Assim foram iniciados os trabalhos.


Muitas são as fontes oficiais que não informam sobre o ocorrido em 7 de outubro de 2023 nas cidades, kibutizim e moshavim localizados no limite da Faixa de Gaza e Israel. A barbárie também atingiu o Festival de Música NOVA, tradicional no mundo inteiro. Sim, este festival dispensa explicações para os milhões de fãs da música, mas a relevância tem que ser reforçada para os demais. 

Aqui no Brasil a posição oficial e a mídia passam ao largo do que acontece em Israel. 

Na segunda feira dia 24 de fevereiro ocorrei o lançamento da Frente Parlamentar em defesa da união entre Brasil e Israel coordenada pelo deputado Danilo Campetti (Republicanos), a frente é apoiada por 23 parlamentares. A cerimonia na íntegra pode ser acompanhada no YOU TUBE (https://www.youtube.com/watch?v=FJIPQPFLkWk). O mestre de cerimônia foi o Deputado Beto Saad. Também falaram na sessão os Deputados Oseias de Madureira, Lucas Bove, Tomé Abduch. Escutar as palavras dos líderes da comunidade judaica, pastores e lideres da comunidade evangélica abriam novas perspectivas para que se torne mais abertas as excelentes relações entre as diferentes comunidades. O projeto de Lei 787 propõe que o dia 7 de outubro seja um dia de memória. Lembrar é a base para construir um futuro melhor!

Líderes da comunidade judaica destacaram o momento e os acontecimentos em Israel. A Presidente da CIP, Laura Feldman, o presidente da FISESP, Daniel Knobel, CONIB Claudio Lotemberg e Stand with Us, André Lajst tiveram a palavra. O Cônsul Geral de Israel em São Paulo, Rafael Erdreich, destacou a amizade entre o Estado de São Paulo e Israel.

Também tivemos a oportunidade de escutar a um sobrevivente de 7 de outubro, Rafael Zimerman, contou sua experiência, ao estar no Festival Nova. Sim, este foi um dia a ser memorizado. E na minha mente junto com o 7 de setembro que além da independência do Brasil, reascende os atletas israelenses mortos nas Olimpíadas de Munique em 1972.

Que tal olharem, mesmo saltando a cerimônia no link que coloquei acima?


Uma visão do plenário - Os Sobreviventes do Holocausto presentes


E agora, a Regina, circulando entre os presentes e entrando no salão plenário em cima da hora. Encontro com a jornalista Tania Tarandash e reservo o lugar ao lado. Qual não é minha surpresa quando volto para sentar, seria vizinha de nosso querido Raul Meyer. Em segundos chega André Naves Jr. que acompanha nossos serviços toda sexta-feira e escreve a coluna Yachad nesta News Letter. Raul cede o lugar! 

 Vejo que sentou ao lado do Pastor Emérito Thomas L. Gilmer (83 anos). Fundador e Titular do Templo Batista de Indianópolis, SP. Imaginei que se conheciam e fiquei encantada de ver Raul conversando de forma animada.  Quando Marcela sugeriu que escrevesse sobre o evento, pedi que Raul encaminhasse sua impressão, e qual não foi a minha surpresa ao saber que tinham se conhecido ali. Mais um evento feliz, porque Os Batistas tem uma forte relação com Israel e respeitam muito o conceito do Sionismo. Eles sempre unem o Har Sion (Monte Sion) conquistado pelo Rei David à cidade de Jerusalém e com isso reforçam a identidade de Jerusalém como a Capital dos Reinos de Israel. Capital esta destruída e rebatizada pelos romanos no século I. O nome Jerusalem foi substituído por Aedes Palestinae, mas as Pedras dos Arcos do Triunfo em Roma deixam claro que esta foi uma decisão dos conquistadores que queriam eliminar a descendência judaica, como foi feito com tantos povos da antiquidade.

E Raul nos brindou com mais uma informação. Um cartão entregue durante a conversa que continha os seguintes versos:

·         Orar pela paz de Jerusalém ( Sião) 

·         Defender o direito a Israel à sua capital eterna, Jerusalém, unificada e indivisível. “ Por amor a Sião não me calarei...até que saia a sua justiça...Isaias 62:1

·         Compartilhar que o Rei Eterno reinará em Jerusalém ( Sião) sobre todo o mundo. ”Chamarão a Jerusalém o trono do Senhor, e todas as nações se ajuntarão à ela...Jeremias 3:17

Evangelizar é a missão do Pastor. Entendo por mostrar um caminho para todos. Jeremias mostrou que o caminho judaico que une um Monte (Tzion) a uma cidade (Jerusalém) onde foram construídos os Templos, está aberto para no futuro abrigar a todos os diferentes que acreditem na convivência pacífica. Este é o sonho judaico de como o mundo deve ser construído.

E o Recado foi dado pelos muitos que estiveram na Assembléia Legislativa de São Paulo.

AO FINAL - encontro com Ric Schenkman Presidente da Confederação Nacional das Câmaras Nacional de Comércio Brasil-Israel. Trazia o livro publicado para comemorar os 76o aniversário do Estado de Israel, idealizado e coordenado pelo Senador Carlos Viana (Presidente do Senado Federal 2023-2024) fundador do Grupo Parlamentar Brasil-Israel no Congresso Nacional. O discurso proferido em 13 de maio de 2024 na Embaixada de Israel aflora as importantes colaborações entre os dois países nos campos da agronomia, inteligência, energia, etc. E... PASMEM... o Projeto de Resolução do Senado (num. 44) que institui o serviço de cooperação parlamentar denominado "Grupo Brasil-Israel" é de 2019. Há muito a relatar sobre ações conjuntas, viagens, exposições. Tudo acontecendo em nosso Brasil. Guardando o respeito que merecem as identidades religiosas, e os interesses de cada país. Até agora são pouco relatadas na imprensa. Aí que ganha importância os nossos leitores que pode ajudar a divulgar e ... Estas iniciativas todas se somam em um conceito:

TIKUN OLAM ------- CONSTRUIR O MUNDO!

Este é um dos pilares do judaísmo! Um pilar que muitas vezes é olhado como ajuda, um olhar do que tem mais para o que tem menos. Outras vezes ganha o conceito de bondade e paz.

NESTA SEMANA e COM TODAS ESTAS ATIVIDADES - melhor entendo o conceito que aprendi em casa. Construir o mundo é abrir espaço para todos! É fazer o que você sabe e somar com o que o outro sabe. TODOS OS SABERES E TODAS AS HABILIDADES são relevantes. Assim, dar e receber tem a mesma importância. Cuidar e ser cuidado. 

NADA É POR ACASO!!!

E é neste espírito que comecei a semana que teve muito mais!!!!!! Vejam as imagens no ACONTECE da SEMANA e opinem.

AM ISRAEL CHAI - SHABAT SHALOM

Regina P Markus



 



terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

VOCÊ SABIA? - O pai do hebraico moderno

 


Por Itanira Heineberg


Você Sabia que Eliezer Ben Yehuda (17/01/1858 – 16/12/1922) foi o responsável pelo renascimento da língua hebraica na Terra de Israel entre o final do século XIX e início do século XX?

Com certeza ele é a celebridade de maior relevo neste assunto, destacando-se como fundador do Comitê de Língua Hebraica, fundador e editor do jornal ‘Hatzvi’ e do jornal ‘Hashkafa’,  além de escrever o Dicionário Ben Yehuda.

O visionário nascido na Lituânia transformou ou reconstruiu uma língua antiga em uma língua falada.



Ele nasceu em Vilna, e aos cinco anos de idade perdeu seu pai. Sua mãe o enviou para a yeshiva - escola, ‘Heder’. Após seu Bar Mitzvah em 1871, foi enviado à casa de seu tio na cidade Polotsk.

Seu tio, o líder da yeshiva rabino Yossi Bloikr, defendia o enriquecimento humano pela educação, e Eliezer logo se identificou com ele. Em um estudo conjunto, Eliezer descobriu a gramática do hebraico e apaixonou-se pela aprendizagem da língua. Ele interessou-se pela ideia do renascimento da língua hebraica como uma nova literatura.

Admiremos aqui a capacidade e dedicação de uma só pessoa de pensar grande e optar pelo hebraico, uma língua não mais usada para comunicação desde os tempos bíblicos, destituída de palavras e conceitos atuais, no intuito de trazê-la de volta à circulação.

Em Polotsk, conheceu pessoas estudiosas como Shlomo Naftali Jonas, passando a mergulhar na cultura geral e educação, dedicando-se ao estudo do russo, o que o levou a deixar o Beit Midrash e aceitar o secularismo. Tornou-se amigo e companheiro de estudos de Dvorah, filha de Jonas, que mais tarde viria a ser sua esposa.

 

“Em 1873 ele voltou ao lar materno e iniciou seus estudos no Gymnasium em Dienburg. Por um ano estudou com a ajuda de um dos alunos do Gymnasium o material das três primeiras séries da Escola Reali e em 1874 começou a estudar em sua quarta série. Ele estudou lá por três anos, e em 1877 se formou na escola com um diploma do ensino médio. No entanto, na Rússia, ele não teve permissão para estudar na universidade e, em 1878, estudou medicina em Paris. Emitiu um passaporte para o propósito da viagem, no qual ele foi registrado como “Elianov” ao invés de “Perlman”. Por um ano ele estudou francês e em 1879 foi aceito como estudante de medicina, residindo naquele país por quatro anos.”

 

Em Paris trabalhava para se sustentar, traduzindo do francês para o russo. Foi então que contraiu tuberculose e teve de parar seus estudos.

“Em fevereiro 1880 começou a estudar francês e geografia, a doença se agravou e ele foi hospitalizado no “Rothschild” em Paris entre 19 fevereiro e 18 março de 1880. Resolveu fazer um tratamento na Argélia, lugar conhecido por sua cura em pacientes com tuberculose, onde passou o inverno de 1880-1881. Entre março e maio de 1881, retornou a Paris. Escreveu a Jonas e sua filha Dvorah e informou-os de seu desejo de se estabelecer em Israel, e pediu  Dvorah em casamento. No verão de 1881 chegou a Viena, onde se encontrou com ela viajaram para Romênia e Istambul até o Cairo, onde se casaram. Em outubro de 1881, eles desceram nas margens de Jaffa.”

 

Na Palestina então governada pelo Império Otomano, escolheu  estabelecer-se em Jerusalém. Encontrou um emprego como professor na escola Alliance Israelite Universelle.

 

“Motivado pelos ideais circundantes de renovação e rejeição do estilo de vida da Diáspora, Ben-Yehuda começou a desenvolver uma nova linguagem que poderia substituir o iídiche e outros dialetos regionais como um meio de comunicação cotidiana entre os judeus que fizeram aliah de várias regiões do mundo. Ben-Yehuda considerava o hebraico e o sionismo como simbióticos: “A língua hebraica só pode viver se nós reavivarmos a nação e a devolvermos à pátria”, escreveu ele.”

 

Fiel ao seu propósito, Ben-Yehuda batalhou junto ao Comitê do Idioma Hebraico para que, ao citar os registros do Comitê, “para  suplementar as deficiências do idioma hebraico, o Comitê enumerasse as palavras de acordo com as regras da gramática e da analogia linguística de raízes semíticas: aramaico e especialmente de raízes arábicas.”

 

“Em 1881, ao chegar à Palestina, o hebraico não era a língua falada pelo povo judeu desde a época da Bíblia. No entanto, graças a Ben-Yehuda, em 1922, pioneiros judeus falavam hebraico suficiente para que as autoridades do Mandato Britânico o reconhecessem como a língua oficial dos judeus na Palestina.”

 

Uma curiosidade interessante, Ben-Yehuda criou seu filho, Ben Tzion (“Filho de Sião”), falando apenas em hebraico. Ele não permitia que seu filho escutasse outras línguas durante a infância. Certa vez ele até repreendeu sua esposa por cantar uma canção de ninar russa. Assim sendo, seguindo as exigências de seu pai, Ben Tzion tornou-se o primeiro falante nativo do hebraico moderno como língua materna.

Ben Yehuda foi casado duas vezes. Dvorah morreu em 1891 de tuberculose, deixando-o com cinco filhos pequenos. Seu último desejo era que Eliezer se casasse com sua irmã mais nova, Paula Beila.

Logo após a morte de Dvorah, três de seus filhos morreram de difteria dentro de um período de 10 dias. Seis meses depois, ele se casou com Paula, que levou o nome hebraico “Hemda”. Hemda Ben-Yehuda tornou-se uma jornalista e autora talentosa, garantindo a conclusão do dicionário hebraico nas décadas após a morte de Eliezer, além de mobilizar a captação de recursos e coordenar comitês de acadêmicos na Palestina e no exterior.



Ben Yehuda Street em Jerusalém, a primeira rua para pedestres no país, começou como um oásis de modernidade e ocidentalidade, mas logo os judeus ortodoxos começaram a visitá-la, atraindo sua comunidade que passou a frequentar esta via, e hoje em dia a mistura de culturas é total.

 

Esta rua acima, bem como as demais em Tel Aviv e outras localidades, é uma homenagem a este grande homem, lutador perseverante por aquela ideia que seria a melhor para representar seu povo e sua terra.

Ele encontrou mais inspiração em movimentos nacionalistas europeus ao constatar que países antigos como Itália e Grécia tornaram-se independentes e em 1877, ao terminar o ensino médio, acompanhou a guerra russo-turca com destaque ao movimento nacional búlgaro que buscava a independência dos otomanos. Imaginando os judeus como uma nação semelhante aos búlgaros, gregos e italianos, Ben-Yehuda decidiu ajudar a criar uma nação onde os judeus pudessem adotar o hebraico como sua língua nacional.

 

“Logo depois, Ben-Yehuda descobriu que as comunidades judaicas usavam o hebraico para se comunicar quando outras línguas não eram suficientes. (Os historiadores agora sabem que esse fenômeno existia desde a Idade Média na Europa e no Oriente Próximo.) Em Jerusalém, por exemplo, os judeus falavam iídiche, francês ou árabe coloquialmente.

No entanto, nas raras ocorrências em que assuntos intercomunitários exigiam comunicação verbal, uma forma modificada do hebraico medieval era a língua comum. O hebraico falado nesses contextos estava longe do que seria necessário para uma língua nacional moderna, mas as notícias, no entanto, inspiraram Ben-Yehuda a se mudar para a Palestina.

O secular Ben-Yehuda, a exemplo do que acontece com as ideias inovadoras, encontrou resistência em alguns grupos. Mas não se deixou abater, manteve-se firme em seu projeto, continuou a falar hebraico, convencendo outras famílias da crescente comunidade de nacionalistas judeus seculares na Palestina a fazerem o mesmo.”

 

Grande exemplo de idealismo, trabalho e devoção. Missão quase impossível!

Apresentaremos agora um curto vídeo sobre este idealista que recuperou um tesouro da história de seu povo em benefício do mesmo.

 



 

FONTES:

https://www.moreshetisrael.com/eliezer-ben-yehuda/

https://www.tudosobrejerusalem.com/rua-ben-yehuda

https://www.myjewishlearning.com/article/eliezer-ben-yehuda/

 


quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

Há esperança

 

Esta semana aconteceram, em Israel, as provas de Bagrut (algo como provas finais do colegial) para os cursos de Artes e Dança. 

Tem tido uma apresentação mais linda que a outra. 

O senhor de preto que aparece no vídeo participando dessa apresentação emocionante é argentino e recentemente voltou do cativeiro em Gaza. Muita saúde e vida longa! 

Vídeo encaminhado por Levana, amiga do nosso comitê EshTá na Midia.




MiRYAM – a Profetiza – e as bases do Povo de Israel

 

Por Miriam Markus

 



 

Miriam K Markus – Morá Miriam

 

Há duas semanas ouvimos que, na Parasha Beshalach está a poesia Shirat ha Yam, a Canção do Mar, cantada por Miryam e demais mulheres,  chegarem sãs e salvas do outro lado do Mar Vermelho.

 

Este foi o momento da sensação de liberdade da escravidão egípcia.

 

Quem foi *Miryam*, mencionada neste trecho da Torá?

Irmã de Aron (Arão) e Moshe (Moises), conhecida como *Miriyam* a educadora durante a travessia pelo deserto, a caminho da Terra Prometida.

 

Enquanto Moises ensinava aos homens, ela ensinava às mulheres. Desde pequena, *Miriyam* percebia e carregava a missão em seu nome. *Miriyam* pode ser considerado um nome composto,  Em seu nome há "mara",  amarga, amargura e YAM, o Mar que um dia se abriria para salvar os que foram escravos e suas famílias.

 

Quando o Faraó quis se ver livre dos meninos israelitas recém nascidos, chamou as parteiras Shifra e Pua, ordenando que ao irem para Goshen fazer os partos das mulheres israelitas, deveriam sufocar os meninos recém nascidos.

 

Quem deles sobrevivesse deveria ser jogado no Rio Nilo e afogado.

 

Só meninas, futuras esposas dos egípcios deveriam sobreviver.

 

No entanto Shifra e Pua desobedeceram a ordem do Faraó.

Deixaram viver todo e toda recém-nascidos, justificando isso ao responderem ao Faraó da seguinte maneira: "as mulheres israelitas só nos chamam quando a criança já nasceu, com ajuda das amigas".

 

O que faz Miryam ao ver seu pai, Amram, quando este vem de visita, mas distancia-se da esposa Yochevet, com receio que ela engravidasse e tivesse eventualmente um bebê masculino? Este poderia ser afogado no Rio Nilo, causando uma tristeza imensa.

 

Miryam foi ao encontro do pai, mostrando ao mesmo “que desta maneira estaria matando duas vezes: menino E MENINA, chance que afinal poderia ocorrer".

 

Amran reflete e entende sua filha. Volta para perto de Yochevet, se junta a ela, e assim nasce Moises!

 

Miryam sugere a todos os homens que tenham filhos e filhas, sempre crendo que D´s protegeria o povo israelita.

 

E cumpriria o dito “AM ISRAEL CHAI VEKAIAM”- O Povo de Israel viverá para sempre.


Iachad (juntos - יחד) - por André Naves: Bibas

 


Bibas

         Perdoem-me...

Hoje não escreverei algo doce como de costume...

As minhas crônicas são recheadas de saudades, valores e Esperança. Cada um de vocês, das mais diferentes maneiras e ainda que não o saibam, acabam sendo co-autores das historietas: é que conforme a leitura avança e a imaginação toma conta, as suas saudades se misturam às minhas!

É aí que os sorrisos de cada um sempre brotam.

JUNTOS!

Mas hoje não! É impossível sorrir com tamanha crueldade. Eu, vocês me conhecem, sempre fui um ativista pelos Direitos Humanos, um militante pela Inclusão Social... E era repetido diariamente por mim que o respeito aos direitos humanos é fundamental, já que eles tratam de tudo quanto essencial dos seres humanos. Eles são a própria essência da pessoa!

Mas que Humanidade é essa? Que xou da xuxa é esse????

Pura monstruosidade!

O espelho não mente!

A vida sempre foi pródiga em injustiças e indecências. Como dizem, ela é “um fiofó de vaca”! Mas hoje em dia...

Assaltos, criminalidade, assassinatos... Insegurança pública! Vidas que valem menos que um celular! Senhoras brutalmente espancadas por uma aliança que, depois de mais de 40 anos, não sai mais dos dedos...

E a emergência climática, então? Ondas de calor, tempestades que aniquilam tudo por onde passam... Imagens conhecidas, dramas repetidos, autoridades inertes! Semana que vem tem mais!

E, aos poucos, vamos construindo mais muros... Nos escondemos. Blindamos nosso carro. Aceitamos o inaceitável. E, ao invés de juntos, passamos a sozinhos.

SOLITÁRIOS!

Cada um com seu idioma diferente, sem compreender o outro... Sem ENXERGAR! A vida nos impõe a cegueira de se ver mas nunca enxergar...  

Hoje não são sorrisos. Hoje são lágrimas...

Perdoem-me, mas a minha esperança foi assassinada! Desculpem-me, mas não consigo sorrir nem cantar. Uma profunda depressão parece ter tomado conta de mim. Minha fé na humanidade foi massacrada junto com aqueles ruivinhos que simbolizavam a construção de um novo mundo...

Um reino de PAZ!

André Naves
Defensor Público Federal. Especialista em Direitos Humanos e Sociais, Inclusão Social – FDUSP. Mestre em Economia Política - PUC/SP. Cientista Político - Hillsdale College. Doutor em Economia - Princeton University.  Comendador Cultural. Escritor e Professor.

www.andrenaves.com 

Instagram: @andrenaves.def


ACONTECE: O Presente Alerta

O Presente Alerta - Mishpatim




Hoje é dia 20 de fevereiro de 2025. Lemos esta semana a Parashat Mishpatim. Regras de conduta e de punição para o dia-a-dia do sujeito comum. Este seria o tema do Acontece desta semana. Vamos comentar também, mas hoje não posso deixar de registrar e comentar sobre a entrega de quatro corpos de reféns do dia 7 de outubro de 2023. Observando as imagens dos homens do Hamas, ladeados por homens da Cruz Vermelha e cercado por pessoas que tentam parecer civis, incluindo crianças, fico completamente sem ação. Os dedos digitam de forma quase automática e a mente voa para mil rincões buscando entender como não encontro eco desta atividade ao longo do mundo. É nestas horas que entendemos a importância de cada um de nós, simples comuns. E é nestas horas que percebemos que Le Chaim (Para a Vida) é um brinde, uma saudação muito forte, porque assegura que brindemos um bem maior e que este bem deve ultrapassar a Vida de cada um. Viver milênios e Mirar o Futuro requer força em momentos como os de hoje. Leis e regras de conduta permitem a vida em uma sociedade que prospera, desejar o fim de outros e atuar de forma sistemática para que isso aconteça leva à autodestruição. Como disse o refém Ohad Ben Ami, libertado do cativeiro do Hamas no dia 15 de fevereiro - "O que mantém acima do solo é quando de repente você vê que as pessoas - seu povo - estão lutando por você. 


O processo da entrega de quatro corpos de reféns sequestrados no dia 7 de outubro está em andamento. Já estão sendo exibidos os quatro caixões. A CNN acaba de anunciar publicando um palco onde são exibidos os caixões. Encenando uma pantomina que procura escrever a história atrás do palco há enormes paineis culpando uma autoridade israelense pela morte dos quatro reféns. Criar notícias falsas tem sido a primazia dos grupos que apoiam a criação de mais um estado árabe no Oriente Médio. É interessante ver as imagens dos que acompanharam a cerimônia de exposição dos caixões.


20/02/25 - Exposição dos caixões de 4 Reféns israelenses


Sim, a imagem mostra mulheres e crianças participando. Do rio ao mar - a eliminação do Estado de Israel - e pelos movimentos que vêm acontecendo ao redor do globo, seria também a eliminação do povo judeu. Há um video real circulando mostrando o momento em que os caixões estão expostos neste palco em Gaza e uma voz em árabe descreve a cena. As famílias e muitos grupos que estão trabalhando ativamente pela liberação de todos os reféns solicitou por vários canais que estas imagens não fossem exibidas.

Qual a lógica desta solicitação? Por que não mostrar? Por que usar apenas as palavras para descrever? A força da repetição para que determinadas informações possam ser transformadas em fatos é bastante conhecida. Assim, quanto mais imagens forem transmitidas, teremos um importante reforço de falsas ideias. Ao ler as notícias que a imprensa brasileira está veiculando, entendi que esta orientação é a correta. O que aconteceu em 7 de outubro é algo mencionado "de leve". Quem são as pessoas assassinadas é menos importante ainda. Uma mãe com dois filhos é transformada em mãe do bebê. O foco dos artigos é sobre o governo de Israel e sua "responsabilidade"!! Oi vei! (aquela expressão em íidish usada para momentos de ... Oi? 

Assim, disponibilizo algo que está sendo pouco veiculado, mas tem uma importância fundamental. As posições de ODED LIFSCHITZ"L.




A Folha de SP cita que Oded era jornalista de esquerda, tinha 83 anos e como os demais foi sequestrado no Kibutz Nir Oz. No post acima é informado que pertencia à organização "Road to Recovery" que providenciava o transporte de crianças de GAZA para 36 hospitais israelenses. Oded fazia este transporte como voluntário. Entrava em Gaza, e trazia para Israel a criança e a(o) responsável para fazer tratamentos curtos ou longos. 

E nesta hora, quando lemos de novo a Parashá Mishpatim, que tem muitas passagens que precisam ser interpretadas à luz dos tempos, entendemos que um inimigo muitas vezes tem que ser identificado e denunciado. Conviver pacificamente com um inimigo mortal, neste caso foi abrir as portas para um grande desastre.

Vamos encerrar a semana de uma forma diferente, com o coração pesado, mas com a mente fervilhando por que sabemos que o futuro é de VIDA! 

Am Israel Chai! 


Regina P. Markus



quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

ACONTECE: Guerra entre robôs


Por Juliana Rehfeld




Enquanto torcemos para que este tênue acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas e Hezbollah continue para que todos os reféns sejam devolvidos, e torcemos para que muitos estejam vivos…. enquanto vemos imagens atuais que lembram demais a libertação dos campos de concentração... enquanto ouvimos propostas esdrúxulas, talvez inexequíveis para Gaza, mas que chacoalham paradigmas que se repetidos como há décadas não vão resolver a questão nem para israelenses nem para palestinos…. Enquanto tudo isso aconteceu esses dias, me ocorreu outra guerra, entre robôs, entre realidade e artificialidade, entre verdade e mentira, que nos leva a guardar aquilo que, afinal, acreditamos.

Quando pensamos em robôs, nós de certa idade, pensamos em máquinas que andam, giram e às vezes falam. Nossa imagem desses seres foi formada em seriados como Perdidos no Espaço de 1968 (o robô B9, ator fantasiado e dublado  com voz metálica) ou o desenho animado Os Jetsons de 1962 (a temperamental robô fêmea, Rose, empregada doméstica). Esses dois são icônicos, mas houve muitos outros ao longo das décadas, todos com estruturas cada vez mais parecidas conosco, os humanos, embora com os movimentos mais lentos e com pequenos pulos e giros, enfim, movimentos e presença artificiais. Mais de 200 anos se passaram entre a invenção do primeiro autômato em 1738 (Google me informou) e o B9 e a Rosie… Mas, de lá para cá, os avanços nestes “objetos automáticos“ têm sido impressionante e seu nome mudou para humanóides. Um dos mais modernos, lançado em 2023, a Meca, apresenta movimentos sutis, mudanças de expressão facial, e às vezes assusta de tão parecida conosco. E, é claro, a fala enlatada de B9 e Rosie foi substituída por uma voz cada vez mais suave e clara, com dicção melhor que a de muitos humanos, capaz de dar entrevistas impecáveis. O que era obviamente artificial é hoje assustadoramente real. Às vezes não assustadores mas apaixonantes, já há termos criados para quem é atraído por robôs, portanto não devem ser poucos, como “digisexualidade” - leia mais aqui

A tecnologia possibilitou o avanço impressionante das estruturas, mas o que definitivamente vem transformando esses “entes” cada vez mais em “indivíduos” são os algoritmos inteligentes (chamávamos de software, de "programas", e hoje são conhecidos e superfalados como Inteligência Artificial) que subrepticiamente (pelo menos na minha leiga opinião) foram sendo instalados nestas figuras e que lhes permitem ser “quase nós”. Somos muito parecidos, eles e nós. Mas ainda conseguimos distintingui-las, estas figuras, de nós, nossa família, nossos amigos… eles, afinal são “fake humanos”, falsos humanos…

Já quando esses algoritmos são instalados, não em estruturas que se movem ao nosso lado, mas sim em textos que lemos e imagens que vemos na internet, que são portanto virtuais e não presenciais, quão parecidos com a realidade ficam? Como saber se são reais (originais, verdadeiros) ou fake (falsos, alterados, mentirosos)? Como podemos acreditar no que estamos lendo, vendo ou ouvindo? Agora que descobrimos que podemos ver a imagem de alguém conhecido, famoso, dizendo qualquer coisa, imagem esta montada a partir de outras exibições deste alguém, com a capacidade de mover seus lábios como se estivesse dizendo mesmo aquelas coisas, quando, de fato, ele/ela nunca gravou nada disso? 

Já é extremamente difícil, muitas vezes, acreditar no que estamos vendo e ouvindo de humanos que nos cercam, ou que discursam e apresentam propostas, sobretudo na área política. É difícil para quem conhece o assunto, estudou o assunto, acreditar ou concordar na versão que alguém de verdade apresenta. Imagine para quem não conhece e nem estudou o assunto, como questionar algo apresentado por alguém renomado e famoso, ou parecido com ele …

E pensei e busquei informações sobre isso por causa de um vídeo que recebi esta semana. Ele foi feito em protesto ao discurso neo nazista, agressivamente antissemita, que vem sendo postado por um rapper e cantor negro americano que tem cerca de 20 milhões de seguidores. Ele é real e dissemina um ódio real para essa enorme quantidade de pessoas, que não é estudiosa neste assunto, dos quais muitos talvez nem judeus conheçam. Mas sei que ele se baseia em conteúdos  fake nos quais acredita… sabemos que muitos, menos famosos e influentes, também ignorantes de história ou de judaísmo, repetem e assim propagam fatos e notícias absolutamente falsos até para “surfar” na onda que está na moda, para ficar bem com grupos que só os aceitam se pensar igual… e somados, todos esses atingem grande parte dos humanos, pelo menos os que têm acesso à internet mas não a usam para estudar…

Achei o protesto excelente porque esse rapper tinha espaço demais para instilar o ódio, e merecia uma resposta, uma crítica, qualquer manifestação contrária! O que me intrigou pouco depois de receber esse vídeo foi ler que ele foi criado por Inteligência Artificial, escolhendo alguns famosos judeus que afirmaram que não se manifestaram sobre isso, nunca gravaram isso… o vídeo, então, é fake. A guerra de informação é um campo que se abriu e que não sabemos onde vai dar…

Só para encerrar: na Parasha Itró desta semana, após criar um novo sistema jurídico para melhor conseguir lidar com as questões, Moisés encontra Deus, e apesar da própria insegurança e dúvidas, acredita nele. E em determinado momento após anunciado, é população reunida, Deus “se aproxima do monte e entre trovões e som de shofar, fala a todos quem é e o que fará.” Ninguém o vê, mas todos ouvem. Ele se revela a todos para que ninguém duvide de Moisés… e todos acreditam. Apesar de algumas intrigas e resistências que levam até a construção de um bezerro de ouro para idolatrar, a maioria acredita e sustenta esse Deus e suas leis… até hoje, este é o povo judeu… e esta revelação é usada nas religiões abraâmicas…

Hoje não poderíamos ter uma revelação, não assim. Não sabemos quem fala, quem aparece, se o que fala tem fundamento, se seria bom seguir… estamos “cegos e surdos” em meio um tiroteio. Temos a nossa educação, individual e coletiva, e aquela que estamos passando para as próximas gerações, como escudo. E temos sim, de maneira real, que contra-atacar; que denunciar as mentiras.

É um mundo complexo e nós realmente estamos nele. Façamos o melhor possível.

Shabat Shalom