Por Regina P Markus
Quando um conflito regional se estende por tanto tempo, passa a ser esquecido pela maioria das pessoas. No caso do que acontece hoje em Israel, o mundo criou uma leitura alternativa e misturou os milênios de antissemitismo com a manipulação de grupos agressivos que querem eliminar o Estado de Israel. Escrever sobre fatos e o dia a dia se torna cada vez mais difícil porque o contexto histórico e a própria sequência dos fatos é apagada sistematicamente. São construídas falsas verdades e estas são repetidas com tanta insistência que passam a ser aceitas como fatos corriqueiros. É impressionante como a colaboração de Israel para o desenvolvimento científico e tecnológico do mundo tem sido apagado. Consegue-se ouvir falar sobre desenvolvimento em tecnologia da informação e mobilidade sem a menção de Israel. Mesmo as pessoas envolvidas no desenvolvimento de algoritmos não têm claro como alguns deles começaram. A palavra Israel, que há dez anos era sinônimo de desenvolvimento, hoje está fortemente ligada a uma guerra que faz com que todos em Israel tenham que se esconder em bunkers diariamente. Em algumas localidades, várias vezes por dia. Por outro lado, ao chegar ao final deste ACONTECE vamos olhar no espelho e enxergar o fato com outros olhos... Sigam-me.
Yussef Haddad - jornalista árabe-israelense |
E hoje o Jerusalem Post publica a notícia de um foguete do Hezbollah dirigido para a cidade de Shfaram, uma cidade de 43.000 habitantes no norte de Israel. A maioria da população é sunita-mulçumana. Foram feridas 56 pessoas, incluindo 18 crianças e adolescentes. Uma mulher grávida veio a falecer. Cidades israelenses de maioria cristã-árabe e drusa também vêm sendo bombardeadas e, como noticiado há algumas semanas em Majdal Shams o foco foi um campo de futebol e 12 crianças foram mortas.
Podemos entrar em discussões semânticas sobre como verbalizar a subtração da vida, mas isso leva a um vazio, a um beco sem saída. Este é o beco, ou a fossa em que os debates ideologizados imperam. Debates que nunca olham o outro, mas apenas o próprio umbigo. Nesta hora lembro de uma professora primária que dizia ser muito importante cada um saber olhar para si. Mas tínhamos que aprender a forma certa. Olhar com a razão ou o coração eram formas de conexão importante que permitiriam que nos comunicássemos com o próximo na forma mais adequada para cada momento. Olhar para o umbigo era perigoso. Porque esta marca que todos temos significa o corte entre o feto e a mãe, o rompimento entre o passado e o presente. Este sinal não teria uma função no futuro. Portanto, aí estaríamos nos isolando de forma muito perigosa.
Assim, para terminar este Acontece, gostaria de deixar um resumo da fala do influenciador árabe-israelense Yusef Haddad que pela primeira vez conta sobre a história de sua família. Habitantes da Palestina Britânica, como foram meus tios. Lembro que todos tinham passaporte palestino, árabes e judeus.
Assim começa Yussef Haddad:
"Em 1947, meu avô recebeu uma ordem para evacuar, não pelos judeus, mas pelos líderes árabes da Síria e do Líbano. Ele se recusou a ir embora! E foi assim que me tornei árabe-israelense. E sabe de uma coisa?
Assistam ao vídeo emocionante com legenda em português que conta esta história clicando aqui.
Paro por aqui, para que reflitamos o que teria acontecido se os “líderes mulçumanos” da época tivessem deixado a população árabe que habitava Israel ficarem onde estavam. Se tivessem aceitado o convite de Bem Gurion, de juntos construírem uma nação de respeito.
Vamos junto com todos os de boa vontade fazer com que nosso mundo possa ser algo diferente. Vamos olhando para as maravilhas deste nosso Brasil e a grande capacidade de Israel SER e ESTAR no tempo e no espaço.
Regina P Markus