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quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

‘Mitzvá Legal’ - A Apropriação de Bem Alheio

 

A Apropriação de Bem Alheio

Por Angelina Mariz de Oliveira

 

O ser humano desde o nascimento tem a compulsão de tentar possuir aquilo que deseja. Também os animais, e mesmo vegetais, têm o mesmo impulso, na competição por alimento, espaço, e vantagens reprodutivas.

Quando nasce o bebê, na sua restrita visão e experiência, ele crê que o Mundo inteiro lhe pertence. Na realidade, sabemos, o recém-nascido nada tem, e é totalmente dependente de seus pais ou cuidadores.

Durante o crescimento a criança descobre que seus poderes são limitados, se conscientiza de sua dependência e de que outras pessoas são autônomas. Faz parte do processo educativo humano aprender os limites para a realização do desejo de possuir o que não lhe pertence. É ensinado à criança que deve respeitar os bens das outras pessoas, que não deve se apropriar deles sem autorização.

Na Torá o comando inicialmente aparece de forma direta e objetiva: “Não furtará” (Shemot 19:13). O furto é a apropriação de um bem sem autorização. Inerente a este comando está o conceito de ‘propriedade’, ou seja, de que um objeto, um animal, uma área de terra etc. sejam usados com exclusividade por uma determinada pessoa ou coletividade.

Faz parte da vida social, mesmo entre animais, o respeito àquilo que pertence aos outros. Esse é um elemento essencial para a harmonia e equilíbrio nas relações e na sobrevivência.

No entanto, a oportunidade, a astúcia, e mesmo a força levam as pessoas a pegar o que não lhes pertence. Seja através de furto, roubo ou extorsões violentas, artifícios e todos os tipos de enganos e fraudes.

Esses abusos são punidos em todas as sociedades. Deus, por exemplo, determina na Torá (Shemot, 22) que o ladrão pode ser morto se for pego em flagrante durante a noite. Se for identificado após o furto, deve devolver o produto furtado e pagar uma indenização do dobro do valor. Se não for possível devolver aquilo que foi furtado, o ladrão deverá pagar quatro ou cinco vezes o valor, conforme seja um bem menos valioso, como um carneiro, ou mais valioso, como um touro. Se não tiver como pagar, ele será vendido como escravo.

No Tratado de Bava Kamma, os sábios do Talmude concluem que o pagamento de quatro ou cinco vezes não se aplica a quaisquer bens, apenas a carneiros e touros que tenham sido abatidos ou vendidos, que não possam ser restituídos a seu dono. A pena de pagamento em dobro, no entanto, é aplicada a quaisquer itens furtados.

Já o Tratado de Kedushim explica que o ladrão só poderia ser vendido para pagar o valor do bem roubado, não pelo pagamento da indenização em dobro. Rav Sheshet é mais leniente, ele afirma que se o valor do ladrão é mil, e sua dívida é quinhentos, ele não pode ser vendido para pagar a indenização.

Voltando à Torá, Moisés vai classificar o crime de sequestro como uma espécie de furto (Devarim, 24:7). Se a pessoa ‘roubada’ fosse vendida, o sequestrador deveria ser submetido à pena de morte. Por esse motivo, no Tratado de Sanhedrin os rabinos do Talmude concordam que o comando de ‘não roubar’ listado nos Dez Mandamentos inclui o sequestro de pessoas.

Interessante observar que não havia pena de prisão no projeto de sociedade dado aos hebreus por Moisés. Nas sociedades ocidentais modernas, pelo contrário, a prisão e a multa são as punições básicas (por exemplo: no Código Penal brasileiro, arts. 155 a 160). Por outro lado, as penas de morte e de venda como escravo para pagar as indenizações são proibidas pela Constituição Federal do Brasil (art. 5º, XLVII).

Outra punição encontrada na legislação brasileira para furtos de pequeno valor e de menor potencial ofensivo são as penas de detenção, de composição de danos e penas restritivas de direitos (Código Penal, art. 43 e 44). Também na Torá é prevista a atenuação da punição nos casos de furto ou roubo em que o ladrão que não foi descoberto reconheça publicamente seu erro. Nesse caso, o criminoso arrependido deveria devolver o produto do furto ou roubo, acrescido de 20%, e oferecer um carneiro em oferta de expiação (Vaikrá, 5:24-25).

A tradição judaica inclui no mandamento de não roubar outras ações, como: deixar os cantos das plantações sem colheita, para alimentar pobres viajantes e animais; não comprar produtos roubados; não participar de corrupção; não reter o pagamento dos trabalhadores. Todas são formas de se apropriar de bens de outras pessoas sem sua concordância.

O furto também pode ser de bens imateriais, como ideias, projetos, experiências coletivas. O uso deturpado da expressão ‘genocídio’ contra Israel é um exemplo de furto nesse sentido mais amplo.

Vivemos tempos em que muitas vezes o furto ‘esperto’, sem violência, disfarçado é aceito e até exaltado. Não é incomum ouvirmos críticas à vítima, por não ter agido com mais cautela e cuidado.

Apesar disso, não diminui a certeza da vítima de que foi injustiçada, de que a sociedade não a ampara, nem é equilibrada. Esse é um caminho para as reações pessoais, para a busca da Justiça pelas próprias forças. E quando isso acontece, quando a sociedade falha em corrigir os crimes, desponta o ciclo de violência.

Nosso desafio é lidar com a tendência atávica de pegar tudo que desejamos, sem restrição. Ser conscientes das várias formas de furto, de roubo, e evitar conscientemente esses atos, ter controle sobre nossos desejos. Ter a coragem de não nos deixar envolver pelos descaminhos aceitos culturalmente em nossa geração.


ACONTECE: O que há em um nome?

 



Esta semana é diferente porque um acordo entre Israel e Hamas está mais próximo! Ainda sendo ratificado na Knesset, alguns pontos sendo negados pelo Hamas, mas o acordo está saindo. Sim, mas o processo será dolorido e alongado, diversas fases e “muita água vai passar sob esta ponte”, tudo pode acontecer… Não entro em detalhes pois sobre isso todos vamos continuar lendo e ouvindo na grande, média ou “má” mídia…

Aliás, quem é a boa e quem é a mal-intencionada mídia? O que é verdadeiro é o que é fake, hoje? Já não tínhamos muita confiança antes mas, após a declaração de Mark Zuckerberg, ficaremos no escuro e ninguém se responsabilizará por isso… as condições para análise de questões complexas ficam cada vez mais limitadas, quem vai conseguir discutir seriamente qualquer coisa? Começar do começo para resgatar as raízes dos processos, retomar e trazer o clima e as circunstâncias daqueles momentos na história, fica cada vez mais difícil, custoso e longo… que preguiça! 

Em todo o caso no primeiro momento devem ser passados pelo Hamas os nomes dos reféns a serem libertados por fase e isto já é um mistério há tempos, não se sabe quem permanece vivo e em que condições e desconfia-se que o próprio Hamas não tenha todas as informações. Os nomes são o que aguardamos agora. Aguardamos nomes, em hebraico, aguardamos “shemot”. Ah, as “coincidências” da vida cotidiana e as parashiot - porções semanais da Torá. Shemot é o nome da parashá que lemos esta semana e assim se chama porque começa citando os nomes dos descendentes de Jacó que vieram ao Egito e eram setenta. Passaram-se gerações, e no Egito do momento do relato de Shemot cerca de 2 milhões de hebreus viviam nas boas condições herdadas dos anos em que José, filho de Jacó, foi líder junto ao faraó. Um novo faraó ascende ao poder e, incomodado com esta grande população de não egípcios, resolve oprimi-los para limitar seu crescimento. A resiliência dos hebreus, no entanto, aumenta o desconforto do faraó que passa então a outro nível de medidas. A parashá traz mais dois nomes - Shifrá e Puá - de parteiras a quem ele ordena que matem os meninos recém nascidos. Elas não o fazem e por fim ele resolve fazer todas as parteiras sob pena de punição jogarem os meninos no rio Nilo. E, sabemos, para salvar seu filho uma mulher “da casa de Levi” o coloca numa cesta que será encontrada pela filha do faraó. Esta, penalizada pela criança hebréia, ela sabia, decide criá-la como filho. E então nos é dado mais um nome, Moisés. E ele se tornará aquele líder que receberá de Deus a tarefa e o poder de levar os hebreus a fugirem desta opressão para a terra prometida. 

São incontáveis as análises da importância de um nome, do nome recebido, do nome herdado, do nome construído ao longo da vida, do nome atribuído pela comunidade, pela sociedade maior… 

O peso, a esperança e o amor num nome, a preocupação com os nomes, o pavor com os nomes identificados aos poucos a partir de 7 de outubro de 2023, os nomes que não mais puderam ser chamados em casa, os nomes estampados em cartazes espalhados pelo mundo e chamados diariamente por quase 470 dias, os nomes gritados nas persistentes passeatas, os nomes chorados a cada notícia fatal, os nomes desesperadamente agora aguardados. 

Que nomes e com que reputação nos darão estas notícias sobre o andamento do processo acordado? Por quanto tempo continuaremos a conviver com nomes que fazem as manchetes mas que não gostamos de pronunciar? Que nomes estão em construção para serem líderes num novo desenho de mapa geopolítico no Oriente Médio? 

Reflexão para este novo Shabat: o que estamos fazendo para construir esses novos nomes? E para honrar o nosso nome? 

Shabat Shalom

Juliana Rehfeld

quarta-feira, 8 de janeiro de 2025

VOCÊ SABIA? - Hollywood

 

Santidade em Hollywood? Será? Mas ... é comum encontrarmos trechos de orações judaicas em filmes, músicas e programas de TV!

Por Itanira Heineberg




Você Sabia que de Gene Wilder a Larry David, encontramos os melhores exemplos de orações judaicas nas manifestações artísticas/culturais de Hollywood?

Apresentaremos a seguir alguns destes inesquecíveis momentos de oração da cultura pop judaica.


1 - O Garoto de Frisco

Oração: Aleinu

Esta comédia de faroeste de 1979 apresenta Gene Wilder como um rabino que garante a ajuda de um fora da lei (Harrison Ford) para ajudá-lo a chegar a São Francisco. Há muitas referências judaicas neste filme, mas no clipe abaixo Wilder, vestido com talit e tefilin e arrastando os pés como se sua vida dependesse disso, recita a oração Aleinu.



   

2 - O Cantor de Jazz

Oração: Kol Nidre

O remake de Neil Diamond de 1980 do clássico de Al Jolson de 1927 conta a história de Yussel Rabinovitch, um cantor de Nova York atraído para a Califórnia pela promessa de uma carreira musical. Depois de se separar de sua esposa e se envolver com uma mulher não judia, ele é rejeitado por seu pai. No final do filme, Yussel retorna a Nova York para cantar a oração Kol Nidre e se reconciliar com seu pai.




3 – Avinu Malkeinu

Oração: Avinu Malkeinu

Durante sua ascensão à fama na década de 1960, Barbra Streisand se recusou a sacrificar sua judiaria por mais oportunidades em Hollywood. Embora tenha lançado quatro álbuns de Natal, Babs também é conhecida por executar sua própria versão da oração do feriado Avinu Malkeinu em uma mistura de hebraico e inglês.




4 – Um Homem Sério

Oração: Serviço da Torá

Este pode ser o mais judeu de todos os filmes dos irmãos Coen. Embora o filme seja focado principalmente nas dificuldades de Larry Gopnik (Michael Stuhlbarg), um professor de física que vive no subúrbio de Minnesota, a representação mais engraçada da oração judaica é quando o filho de Larry, Danny (Aaron Wolff), fica seriamente chapado antes de seu bar mitzvah e mal consegue terminar a leitura.




 

5 - “Os Anos Incríveis”

Oração: Bênçãos da Torá

Este clássico seriado da ABC narra a infância suburbana de Kevin Arnold (Fred Savage) nos anos 1960. No episódio de 1989 "Birthday Boy", o melhor amigo de Kevin, Paul, é chamado à Torá para seu bar mitzvah, recitando as bênçãos em hebraico e cantando a primeira parte da porção da Torá que relata a violência exercida por Amalek sobre os antigos israelitas após sua partida do Egito.

 



6 - Quem pelo fogo?

Último a aparecer no atrigo, mas meu favorito?

Oração: Unetaneh Tokef

Temas judaicos permeiam a obra do poeta e compositor Leonard Cohen , mas poucos se conectam tão diretamente a uma parte específica da liturgia hebraica quanto “Who By Fire”, que se inspira fortemente na oração do High Holiday Unetaneh Tokef . A oração lista as várias maneiras pelas quais a morte é visitada sobre os impenitentes, e Cohen dá seu toque particular a ela: “E quem em seu deslize solitário, quem por barbitúrico?”




 

Quem quiser conhecer os outros melhores vídeos do gênero pode encontrá-los neste link


FONTES:

https://www.morasha.com.br/arte-e-cultura/os-judeus-que-criaram-hollywood.html

https://brasil.elpais.com/brasil/2016/04/22/cultura/1461314533_666406.html

https://veja.abril.com.br/coluna/em-cartaz/exposicao-no-museu-do-oscar-em-los-angeles-e-acusada-de-antissemitismo#google_vignette

https://africame.factsanddetails.com/article/entry-802.html

https://www.morasha.com.br/arte-e-cultura/hollywood-e-os-judeus.html




Iachad (juntos - יחד) - por André Naves: Coragem

 


Coragem

          Quais suas superstições de Ano Novo?

          Todo mundo tem... desde as mais corriqueiras, como se vestir de branco, amarelo ou outras cores, comer romãs, tâmaras e lentilhas, até algumas mais sofisticadas e charmosas...

          Esses dias, num desses programas da tarde, eu tava me divertindo com um sensitivo que dava todas as orientações para o ano que vem nascendo. Era tanta coisa que a gente precisa comer, e colocar as sementes na carteira, que a gente vai precisar usar uma pochete! E as cores, então? E vocês sabiam que dá pra “pular ondas” no chuveiro ou na bacia?

          Quem não tem praia tem bacia!

          Pelo sim, pelo não, minha casa está toda decorada com flores amarelas, e comi uvas, tâmaras, damascos e lentilhas!

          Mas eu tenho uma superstição super séria. Essa eu cumpro à risca! Todo fim de ano, entre o final de dezembro até o começo de janeiro, eu adoro tomar chuva. Não vale qualquer garoinha... Tem de ser daquelas que o céu preteja, como dizem lá em Jacareí!

          Meu pai, de memória extremamente abençoada, que me ensinou. Tenho a desconfiança de que era um jeito das crianças aprenderem brincando a ter coragem...

          O céu ia ganhando aqueles tons de chumbo e a roncar alto, e a gente, eu e meus irmãos, já se ouriçava. Minha mãe se preocupava, como sempre, mas sabia que não tinha muito jeito. No fim, ela entrava na dança.

          E a chuva caia, então! Era água, vento, refresco, bagunça! A chuva, depois ele explicava, tirava nossas impurezas, tudinho de que a gente não precisa, limpa o corpo e a alma! Quando o Altíssimo mandou Abraão ir, ele foi! Era exatamente isso...

          Buscar o melhor de si mesmo! Atravessar seus próprios desertos! Remar até a terceira margem do rio “eu”, já escrevia o Guimarães Rosa!

          Coragem para ir, para fazer, para buscar! Limpos, purificados, despidos das ruindades do ano que vai terminando...

          E Abraão ganhou Isaque, aquele riso da realização... Essa brincadeira da chuva sempre terminava em riso!

          Da Coragem nasce o Sorriso!

          Esses dias eu fui almoçar na minha sogra. Na volta, vínhamos minha esposa e eu pela rua quando desabou o mundo! Dentro do guarda-chuva molhava quase tanto quanto fora. Foi quando ouvi a voz...

          Vai, acho que o ouvi desde aquela eternidade oriental. E eu fui... Saí do abrigo e fui caminhando por aquele dilúvio. Quando cheguei no meu prédio, eu tava igual um pinto molhado, diriam. Olhei pro pessoal e falei: “É... Terra da garoa, né?”. Risada geral...

          Coragem e Riso!

          O ano tá brotando! Que nesses tempos a gente tenha coragem para fazer, para construir, para trabalhar, para desenvolver e multiplicar nossos melhores talentos!

          Acima de tudo, entretanto, vamos ter a Coragem de Sorrir!

André Naves

Defensor Público e Escritor.

www.andrenaves.com 

Instagram: @andrenaves.def


ACONTECE: ISRAEL 2025 - A AVENTURA DA VIDA


O Estado de Israel, ao longo dos anos, esteve presente para auxiliar em momentos de tragédia como no rompimento da barragem em Brumadinho (Brasil, Fev 2019) e Terremoto (Turquia e Síria, Fev 2023 e Marrocos, Set 2023). Israel mantém unidades civis e militares treinadas para tragédias eventuais que dispõem de equipamentos de localização, corpo médico e uma logística de transporte. Há ações que visam o BEM ESTAR de populações. Nesta semana o Jerusalem Post noticiou a volta de uma delegação israelense humanitária, chefiada pelo Prof. Moris E. Hartstein, cuja missão foi tratar de problemas de visão em diferentes comunidades etíopes. Trataram cerca de 1000 pacientes e recuperaram a visão de centenas.


Equipe Humanitária Israelense - Jan 2025 -
Missão Saúde Ocular na Etiópia: - fonte Jerusalem Post



Hoje, fica o registro que esta missão humanitária acontece ao mesmo tempo que o país está mobilizado para se defender em 7 frentes de batalha e a população tem que se proteger diariamente de ataques vindos de diferentes frentes.
É importante deixar registrado que as missões de paz na Etiópia e em outros países da África acontecem há muitas décadas. É emocionante lembrar do relato de jovens que tiveram suas vidas salvas por estes programas de ajuda internacional. Em 27 de novembro de 2019, Abigail Klein Leichman publicou um texto sobre os 25 anos do Centro para Crianças Cardíacas em Adis Abeba. Este centro é um dos muitos filiados ao SACH (Save a Child’s Heart), localizado no Centro Médico Wolfson em Holon, Israel. Naqueles primeiros 25 anos atendeu cerca de 5.000 crianças de 61 países, sendo 700 etíopes. 

CUIDAR e TRATAR é uma forma de atender a muitos que precisam no AQUI e AGORA.

O FUTURO necessita de criatividade e inovação.

Todos sabemos que água é o que distingue a Terra dos demais corpos celestes. Água é uma fonte de vida e de diversidade. E o que fazer quando a água falta? Emigrar? Transportar; melhorar.

O vídeo abaixo é uma viagem maravilhosa contando como Israel é não só capaz de melhorar a água, mas também transportar a água por todo país. 

                                      ÁGUA

Clique na palavra água e surpreenda-se


O reconhecimento do que Israel faz com água em seu território e nos territórios vizinhos é universal. Dessalinizar a água do mar, aumentar a captação e a distribuição são os pontos top.

A população em Israel ultrapassou 10 milhões de habitantes em 2024, sendo 7,7 milhões de judeus, 2,1 milhões de árabes israelenses e 216.000 residentes estrangeiros. No ano de 2023 foi registrada uma saída de 23.800 israelenses, enquanto 32.800 voltaram do exterior, aumentando o esforço de combater o mote "Do Rio ao Mar". 

Entramos em 2025 com uma estrutura pronta para continuar existindo....

Mas, não podemos esquecer que Israel está lutando uma guerra com 7 frentes. Uma guerra sem fronteiras, porque os israelenses e judeus também são atacados em todo o mundo.
Neste início de 2025 vimos um israelense que estava em 7 de outubro de 2023 no Festival Nova e que foi vítima do massacre infame, que tinha por objetivo torturar e matar, ter sua liberdade ameaçada no Brasil. Yuval Vagdani serviu ao Exército de Defesa de Israel na Faixa de Gaza e estava passando férias no Brasil. Muitos israelenses vêm ao Brasil passar férias idenpendente de terem familiares. As belezas brasileiras, música e esporte são muito apreciadas. No momento Yuval está em Israel, após ter saído do Brasil para a Argentina. 

A queixa-crime foi apresentada ao judiciário brasileiro por uma organização belga - Fundação Hind Rajab, presidida por membros ativos do Hezbolah e Hamas, baseada em postagens pessoais do soldado. Em suma, uma fundação não governamental baseada em país dito "neutro" vasculha material publicado por indivíduos para incriminar Israel. Indivíduo que não é capaz de medir o valor de palavras e imagens e nem leva em consideração a exposição feita em cada post coloca-se numa zona vulnerável. A publicização através de ações judiciais feitas em locais que têm interesse em difamar Israel aceitam as ações. No momento podemos verificar que o país de acolhimento está também sendo representado por uma ação de indíviduo ou grupo que tem atuado fortemente contra Israel, mas o país em si não está envolvido. Ao desvendar a rede, aprendemos um pouco mais como lidar com o mundo do complexo. O mundo em que uma ação não gera apenas uma reação! 

O que fazer? Há uma corrente que gostaria de ver um aumento da divulgação pró-Israel, de forma a inverter esta enorme onde negativa. Será isto possível? Será que os judeus da diáspora e Israel são incapazes de criar um clima positivo? Será que o conciente coletivo antissemita que vem sendo criado há milênios sempre levará vantagem?

Todas as perguntas desaguam em um rio que vai ganhando volume - as mídias sociais digitais. E no último ano vemos um volume muito grande de grupos que querem dirigir estas mídias de forma a evitar que sejam transmitidas informações consideradas indesejadas. Nesta ânsia de controlar, vimos as mídias sociais tipo Facebook e Instagram serem legalmente vigiadas. Outro dia, ao acordar e seguir o serviço de Shacharit com um grupo do Nordeste, fui avisada várias vezes para não postar Boker Tov, porque algumas pessoas tinham seus Instagrans retirados do ar. 

E hoje, dia 8 de janeiro, foi repatriado o corpo de Yussef al-Ziyadne, israelense beduíno feito refém no dia 7 de outubro de 2023. As Forças de Defesa de Israel informaram que o corpo foi localizado em um túnel em Rafah (Gaza). Yussef foi sequestrado junto com três filhos no Kibutz Holit no Neguev. Segundo post da Revista Bras.il, baseada em publicação do The Jerusalem Post, este nome pertencia à lista dos reféns a serem libertados. Ainda aguardamos análise que possa determinar tempo provável em que Yussef al Ziayadne foi morto.



Yussef al Ziadna 



FATO NOVO -  o ano de 2025 traz alguma esperança. Os jornais do mundo todos apresentaram a notícia que este procedimento de censura não deverá mais estar presente no Facebook e Instagram. Devemos poder considerar regras de conduta, mas impedir que um país e um povo se manifestem é a base para que haja a busca da extinção.

✋✋✋✌✌👂👂👍👍👄👄💙💚💛💜💓💔😺😩😳😧😦

Finalizando, com simbolos que todos conhecemos, mas que juntos mostram uma diversidade difícil de interpretar me vem em mente a Parasha da Semana - A última parasha do livro de Bereishit: Vaierri - E Viveu (Gênesis 47:28 - 48:9) 

וַיְחִ֤י יַֽעֲקֹב֙ בְּאֶ֣רֶץ מִצְרַ֔יִם שְׁבַ֥ע עֶשְׂרֵ֖ה שָׁנָ֑ה וַיְהִ֤י יְמֵי־יַֽעֲקֹב֙ שְׁנֵ֣י חַיָּ֔יו שֶׁ֣בַע שָׁנִ֔ים וְאַרְבָּעִ֥ים וּמְאַ֖ת שָׁנָֽה:
E viveu Yakov na terra do Egito 17 anos, e seus anos de vida 147. 

E esta parasha encerra o relato da família de Israel para no livro de Êxodos iniciar o relato da formação do Povo Judeu - Povo de Israel.
Se em muitos pontos dos livros que embasam a fé judaica a diversidade é premiada, é neste capítulo que fica evidente que para formar um povo com perspectivas de longo prazo, devem ser encontrados os elementos mais diversos. Jacob (Israel), em seu leito de morte, abençoa os filhos. Abençoa um a um com dizeres especiais, ressaltando defeitos e qualidades. 
Um momento... ao olhar com cuidado o texto, os primeiros a serem abençoados são os filhos de José, os netos de Yakov: de geração em geração. Depois se dirige a cada um dos filhos, colocando suas qualidades e defeitos de forma explícita. Chamando atenção para os que tiveram más condutas e mau julgamento, para os que lideravam os que seguiam. O Leão e o Carneiro. Um texto a ser lido com cuidado para poder encontrar todas as personalidades e formas de atuar ali descritas. Os sábios comentam que este é um trecho em que fica evidente que um povo é composto de todos os tipos de pessoas e que dos relacionamentos complexos e das rivalidades e ajustes é que é possível seguir como um organismo. No final da leitura é relatada a morte de José e fica uma porta aberta para que este possa ser levado muitos anos depois de sua morte para descansar em Shechen (Sherren).

Lendo este trecho da Torá, e vivendo a cada momento este início de 2025, fico com a esperança que sejamos tão diversos e tão razoáveis a ponto de encontrar a medida certa que permita seguir com olhar positivo. 


  
Regina P. Markus


quinta-feira, 19 de dezembro de 2024

ACONTECE: Há que se preparar um futuro melhor…





Por Juliana Rehfeld

Esta tem sido uma semana bastante militar mas também permeada de possibilidades de acordos que eventualmente podem levar ao recebimento de reféns de Gaza. Não é mera coincidência que os ataques “preventivos” de Israel ao Irã, ao Líbano, à Síria e agora ao Iêmen tenham trazido, por parte do Hamas, uma postura mais propensa a dialogar sobre cessar fogo, reconstrução e trocas…

O reconhecimento internacional do sucesso destas ações militares é enorme, e de novo digo, o país surpreendeu porque todos sabem o preço que vêm pagando neste ano pós 7 de outubro, em termos de recursos humanos, sem contar o sentimento de derrota devido a toda a situação dos reféns. O país está abatido psicologicamente, e não é para menos…

Evidentemente Israel passou a ouvir mais críticas e mais sonoras acusações de infringir leis internacionais após a breve trégua no período em que Ucrânia, Rússia e OTAN ocuparam as manchetes. A crítica mais severa, da qual o governo de Netanyahu não conseguirá se esquivar, é uma questão interna; o anúncio da crescente ocupação da Cisjordânia e sua anexação. A ocupação do Hermon agora ordenada diretamente pelo primeiro-ministro ao exército é considerada de preparação para defesa e está prevista para um ano… mas quanto tempo de fato levará? A história não tem bons exemplos…

A imprensa também se ocupou com os números trágicos de Gaza e isso manteve a animosidade em relação a Israel num patamar péssimo. Nesta segunda o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, divulgou o número terrível de 45.000 palestinos mortos e este número rodou o mundo. Este foi o “fato” divulgado globalmente… ”que horror esta guerra”, diz o leitor distraído …. “Que injusta esta guerra”, diz a leitora que empatiza com os mais oprimidos... “mais de 70% dos mortos em Gaza são mulheres e crianças”, ressalta o veículo escavando nos dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para refugiados- ACNUR.

Mas novamente cabe perguntar com que fontes e fatos esta imprensa trabalha? Foi divulgado um estudo do “think tank” Henry Jackson Society que analisou, entre fevereiro e maio de 2024, quase 1400 artigos publicados em grandes veículos europeus e americanos - e concluiu que pouco se cuidou para obter dados isentos; eles discutiram a credibilidade de Israel como fonte, mas praticamente aceitaram todos os números do Ministério de Saúde de Gaza - que pertence ao Hamas - e que 98% das pessoas se informam pelo ministério.O estudo afirma que os números foram inflados, há evidências de duplicação ou até triplicação devido ao fato de que o Hamas se esconde atrás de edificações de uso público como hospitais e escolas, a tendência é aumentar as mortes civis mesmo anunciando previamente ataques como faz, surpreendentemente, o exército israelense… e ainda, em caso de descoberta de acusação incorreta, como por exemplo a do Hospital que foi atingido pela Jihad e não por Israel, não se corrigem números… não se faz distinção entre terroristas, membros do Hamas, e civis, incluem-se mortos em hospitais que já estavam internados e faleceram pós atendimento…. e por aí vai. 

A ACNUR também usou estes dados, sem discriminação, e o peso da ONU é ainda maior no que tange a credibilidade… será que está certo isso?

Mesmo com todos esses erros, houve, e está havendo, mortes demais… e pouco importa que muitos, talvez a maioria tenha direta ou indiretamente, atacado Israel e israelenses, muitos tenham trabalhado em Israel e depois o atacaram, tenham sido presos e soltos, tenham sido tratados em hospital israelense mas mesmo assim tenham jurado matar todos os judeus, tenham educado seus filhos e netos a odiar um inimigo que na verdade foi herdado sem nem ter sido conhecido… houve mortes demasiadas e desnecessárias, houve um aprofundamento da separação entre duas sociedades que, antes de 7 de outubro, estavam em várias ações se aproximando, tentando conviver em paz, e muito pelas mãos e corações e mentes dos habitantes ativistas do Sul de Israel, muitos dos quais foram brutalmente assassinados … 

A realidade que gostaríamos de esquecer invade a memória que precisamos manter… precisamos manter para não deixar repetir-se. Que encruzilhada… os reféns, vivos ou mortos, estarão voltando em breve, ao que as atuais negociações indicam, mas para suas famílias o tempo parou de passar normalmente. Para a sociedade, para os vizinhos, como e por onde começar a reconstruir? 

O governo ainda está destruindo em volta antes de deixar pensar-se na reconstrução…

Só podemos acompanhar o que acontece pelas fontes de informação - mas busquem, criticamente, as fontes mais isentas e as indiquem para seus seguidores!

Shabat Shalom! 

Até 09 de janeiro de 2025!

terça-feira, 17 de dezembro de 2024

VOCÊ SABIA? - Hannuká

 

Velas, jogos, diversões, músicas, comidas deliciosas

Por Itanira Heineberg




Você Sabia que há muitas diferentes, interessantes, e divertidas maneiras de celebrar o milagre de Hanukkah, uma festa judaica conhecida também como Festival das Luzes?

Há famílias judias espalhadas pelo mundo inteiro e por isso nos deparamos com uma grande variedade de costumes, atividades e jogos praticados nos dias de Hanukkah, as tradições universais do festival.



Tanto no hemisfério norte como no sul, os judeus celebrarão o festival de 8 dias acendendo uma hanukkiá, candelabro com 9 braços, degustando alimentos fritos e recontando a história vitoriosa do pequeno exército judeu dos Macabeus e a restauração do Templo em Jerusalém. Após a reconquista e purificação do Templo, devia-se acender a luz eterna mas não foi encontrado suficiente óleo. Havia apenas um jarrinho de azeite puro no santuário com o selo intacto do Cohen Gadol (Sumo Sacerdote) para que as luzes do candelabro fossem acesas, e isso duraria apenas um dia, mas milagrosamente durou oito dias, tempo suficiente para que um novo azeite puro fosse produzido e levado ao templo para o seu devido fim conforme manda a Torá (Ex 27:20-21).

Estava aí o milagre de Hanukkah, comemorado pelos judeus em todos os cantos do mundo onde estiveram e onde ainda estão. E aqui seguem algumas variações de como festejar o milagre!


“No México, as famílias costumam quebrar uma piñata em formato de sevivon (piorra abaixo) para pegar as moedas de chocolate e outros brindes.




Em Israel, algumas famílias têm caixas de vidro especiais para a hanukkiá, candelabro para 9 velas, que se parecem um pouco com aquários e as colocam do lado de fora de casa, para que todos possam apreciar as velas acesas enquanto passeiam pela cidade.




A maioria dos judeus asquenazes coloca uma hanukkiá na janela para divulgar o milagre de Hanukkah.





No Marrocos, Argélia e outras comunidades do norte da África, é costume pendurar a hanukkiá em um gancho na porta, ao lado da mezuzá, símbolo religioso judaico, um lembrete diário da fé e identidade judaica. Colocar o candelabro perto da mezuzá foi pensado para aumentar a proteção já oferecida pela mezuzá. Se você olhar para as hanukkiás feitas no norte da África, notará que muitas têm um anel no topo, bem como um suporte de metal plano, para que a mesma possa ser pendurada com segurança.




Judeus na Romênia, assim como na Áustria e outras comunidades da Europa Central, raspavam batatas, enchendo cada espaço com óleo e um pavio para servir como candeeiro. Em vez de colocar todas de uma vez, a cada dia eles adicionavam outra batata.

 

Antes da imigração em massa e do estabelecimento do Estado de Israel no século XX, os judeus viveram em Jerusalém por séculos e seguiram a regra de que as luzes da hanukkiá precisavam ser colocadas do lado de fora da casa para que todos pudessem ver. Este decreto tem origem no Talmud (Shabat 21b):



Não há Melachot no período de Hanukkiá - É uma prática de longa data entre as comunidades judaicas do Norte da África e do Oriente Médio, bem como entre os judeus Haredi Ashkenazi, que, enquanto a menorá estiver acesa, as mulheres se abstêm de fazer melachot, os tipos de trabalho que são proibidos no Shabat e feriados. Embora Hanukkah não seja um feriado que exija que os judeus se abstenham de trabalhar, esse costume pode ser rastreado até as leis codificadas pelos líderes Ashkenazi e Sefardita que governaram, antes da eletricidade, que a luz da hanukkiá não deveria ser usada para nada além de aproveitar o feriado.




No último dia de Hanukkah, os judeus marroquinos juntam todos os pavios usados em suas hanukkiás a óleo e fazem uma grande fogueira para celebrar o final da festa.

E em todo lugar os judeus comem alimentos fritos em óleo, lembrando o milagre do óleo santo, embora não necessariamente os mesmos: os judeus indianos comem bolinhos de leite fritos mergulhados em calda de caramelo, enquanto os judeus cubanos fritam bananas-da-terra.”

 

O Povo Judeu, o Povo do Livro, é também o povo que valoriza sua história, suas vitórias e comemora a Vida. Com um passado dolorido de perseguições, perdas, sofrimentos e muitas decepções, o judeu reconhece a vida como talvez o maior valor humano. Muitas vezes derrotado, séculos e séculos de martírios e tormentos, obedece a Torah e seus mandamentos e levanta-se sempre após cada derrocada.

E como não poderia ser diferente, independente do lugar onde estivesse, celebrou, incessantemente, com alegria, criatividade e muito carinho a festa do milagre de Hanukkah, conforme o texto acima.




FONTES:

https://www.myjewishlearning.com/article/8-hanukkah-traditions-from-around-the-world/?utm_source=MJL_Iterable&utm_campaign=MJL&utm_medium=email

https://www.myjewishlearning.com/category/study/jewish-history/jews-around-the-globe/