Marcadores

sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

VOCÊ SABIA? - Omã, antiga colônia portuguesa, estreita laços com Israel



Primeiro Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu (à esquerda) e Qaboos bin Said, Sultão de Omã, em Muscat, capital do país árabe, em novembro de 2018.


Você sabia que Omã, que apesar de afastado de Israel desde 1996, recentemente acolheu um encontro secreto entre Netanyahu,  premier de Israel e o seu sultão Qaboos – e foi também colônia de Portugal por mais de 100 anos?

Omã, sem subterfúgios, tem tentado aproximar-se de seu vizinho Israel.
Seu sultão, perspicaz líder do universo árabe, apesar de manter boas relações com Teerã, também deseja possuir boas relações com Israel.
E Israel, por sua vez, esforça-se cada vez mais para melhorar suas relações com alguns países árabes.

Enquanto Netanyahu visitava Omã, num primeiro momento de forma secreta e depois publicada na mídia, a Ministra de Cultura e Esportes de Israel, Miri Regev, também visitava outra nação árabe: emocionava-se cantando o Hino Nacional – a Hatikva - em Abu Dhabi, comemorando a medalha de ouro conquistada por uma judoca israelense.

O Ministro de Comunicações de Israel também participou recentemente de uma Conferência de Segurança nos Emirados Árabes Unidos. E uma semana após a visita de Netanyahu à Omã, o Ministro de Transportes Yisrael Katz dirigiu-se ao país para uma conferência onde apresentou seu plano para uma ligação ferroviária entre países árabes do Golfo e Israel.



Em 1996, o primeiro ministro israelense Shimon Peres presenteia o sultão de Omã, Qaboos bin Said, com uma escultura da pomba da paz, no palácio em Salala.



O sultão Qaboos bin Said é solteiro e não possui harém. Também escolheu não casar e não ter mulheres. E até o momento, sem herdeiros.
Sua sexualidade é amplamente discutida no mundo árabe, porém em Omã o assunto é censurado.
Desde 1970 no poder, o sultão tem se aproximado da democracia: nas eleições parlamentares, as mulheres têm votado e também podem ser candidatas. 
A maioria das decisões nacionais são tomadas de acordo com os representantes locais e tribais.
O general Tommy Frank, em seu livro “Soldado Americano”, cita o sultão Qaboos como “um verdadeiro amigo dos Estados Unidos na guerra antiterrorista, com nenhuma maldade e nenhuma agenda secreta.”

Quantas voltas dá o mundo!

E pensar que após um jugo doloroso e sangrento, Omã também se libertou de Portugal?

“Omã ficou independente de Portugal, como o Brasil. Mas o fim do domínio português sobre os omanis ocorreu bem antes, em 1650. Apesar de passados mais de três séculos, as marcas e o trauma da presença portuguesa ainda estão presentes na população do sultanato.
A primeira tentativa para conquistar Ormuz, o estreito por onde passa uma parte considerável do petróleo mundial, foi feita em 1507 por Afonso de Albuquerque. Sobre a importância estratégica da cidade disse ele: “Se o mundo fosse um anel Ormuz seria a sua pedra preciosa.” 

Em 1504, o navegador português expôs a D.Manuel I seu plano para  um império forte no Oriente, para tanto, conquistando posições estratégicas no oceano Índico. Com a aquiescência do rei, Alfonso de Albuquerque dirigiu-se à Índia em 1506 e em 1507 conquistou Omã.

Em um dos poucos livros sobre a história do país, Dawn Over Oman (“Aurora Sobre Omã”), a historiadora Pauline Searle afirma que, segundo relatos difundidos de geração em geração, “em determinado estágio da dominação portuguesa, nenhum homem morreu de morte natural no país”. Todos teriam sido assassinados por portugueses.
Pode ser exagero, conforme escreve a autora, mas retrata a imagem deixada como herança pelos europeus. Os omanis descrevem o domínio português como uma das colonizações mais “sangrentas da história”.



Portugueses em Omã, 1507

“Os portugueses desembarcaram em Muscat poucos anos depois de Pedro Álvares Cabral avistar o Brasil. Omã localiza-se estrategicamente na rota entre o Cabo da Boa Esperança e as Índias. Por mais de cem anos, os portugueses controlaram as águas da região. No século seguinte, contudo, Portugal foi expulso de Omã. As fortalezas portuguesas, porém, ainda marcam a paisagem no centro de Muscat. Ao longo da costa, é comum se deparar com fortes da era de domínio lusitano.”



Os fortes portugueses de Mascate – São João e Almirante – chamam-se agora Jalali e Mirani. Servem de bases militares ao sultão Qaboos bin al Said.

Este texto é uma colaboração de Itanira Heineberg para os canais do EshTá na Mídia.


FONTES:

                                                                                                                  


Nenhum comentário:

Postar um comentário