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quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

EDITORIAL: 10 Tevet - História do Povo Judeu

Um Pouco da História do Povo Judeu – DATAS PARA LEMBRAR  




O calendário anual é a forma com que nós, humanos, marcamos a passagem das estações do ano e organizamos o passar do tempo através da volta das estações. Esta também era a forma mais adequada para organizar o plantio e as demais atividades ligadas aos dias quentes do verão e os dias frios do inverno. Assim, sabemos que todos os anos as estações se repetem de forma mais ou menos igual. Este marcar a recorrência de fatos ao longo dos anos é uma característica judaica. Marca-se a semana com o sábado e o ano com a festa de Rosh Hashaná, cuja tradução é cabeça do ano. Mas além de marcar as datas recorrentes, o calendário também serve para manter a memória viva de fatos ocorridos. Neste contexto, o povo judeu tem sido mestre em incluir nas suas lembranças o passado.

O dia 18 de dezembro deste ano coincide com o dia 10 de Tevet. No judaísmo, este é um dia de jejum e de recordações. Um dia de jejum menor - isto é, não se come desde antes de clarear o dia até o cair da noite, quando recordamos o início do cerco da cidade de Jerusalém pelo exército da Babilônia comandado pelo Rei Nabucodonosor em 588 AEC (antes da era comum). Este cerco durou 18 meses, até o dia 9 de Av de 586 AEC, quando o Templo de Jerusalém foi destruído e o povo levado para o exílio babilônico, isto é, para a cidade localizada entre o Rio Tigre e o Eufrates, onde atualmente está localizado o Iraque. 

Mais de 2500 anos, e a cada ano os judeus ortodoxos jejuam para lembrar o início do cerco de Jerusalém...

Mas, tem mais – neste dia também é lembrado quando a Torah – o Pentateuco, livro que conta a história e que faz a história do povo judeu - foi traduzida para um outro idioma e assim, tornou-se acessível para outros.

No dia 8 de Tevet o governante grego da Judéia ocupada, Ptolomeu, o Rei do Egito, ordenou que fosse feita a tradução da Torah para o grego. Isto aconteceu no terceiro século antes da era comum. Uns 2300 anos atrás! Ele ordenou que 72 sábios fossem mantidos em solitárias até que acabassem com a tarefa. Nenhuma comunicação entre eles seria possível. E assim foi feito. O objetivo era ter várias interpretações do mesmo texto – Ptolomeu saberia o que era real e o que era passível de variações. “Olá leitor... isto até parece trabalhar com big data!” Mas... todos traduziram exatamente da mesma forma – sem tirar nem por mesmo uma vírgula ou um sinônimo! E esta obra é conhecida como a Septuaginta. A partir da Septuaginta foram feitas traduções para o latim e depois para outros idiomas. 

Apesar da perfeita concordância entre os 72 sábios, a tradução torna o texto diferente – visto que a Torah é escrita com letras pretas e letras brancas. As pretas são as passíveis de serem traduzidas, as brancas são os intervalos e a composição que levam a grandes debates entre os estudiosos.

E neste ano – 2018 – os babilônicos são conhecidos através da história, os gregos vivem a sua história e os judeus, espalhados por todos os continentes, estão reconstruindo um lar nacional. O Estado de Israel, uma realidade há 70 anos, é governado a partir de Jerusalém. Nesta cidade está localizado o parlamento (Knesset), a Corte de Justiça  Superior e os gabinetes do poder executivo. A história revivida a cada ano - lembrando episódios alegres e tristes, mas sempre sabendo que o futuro reserva muito mais.

Boa Semana

Regina

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