“Uma voz fala pelos 6 milhões de judeus mortos; a voz não
é de um sábio, nem de um poeta, mas de uma jovem como tantas e tantas
outras".
Ilya Ehrenburg, escritor soviético
Você sabia que Anne Frank foi uma entre as mais de um
milhão de crianças assassinadas durante o Holocausto?
Anne Frank, a menina enclausurada durante mais de dois
anos pelo “crime” de ser judia, refugiava-se na palavra escrita com esperança
de ser uma escritora ao final da guerra. Infelizmente, não conseguiu escapar do
terror nazista.
Sua voz jovem e cheia de entusiasmo foi ouvida através de
seu diário trazendo grande entendimento ao público sobre a guerra, o sofrimento
e a maldade humana.
Miep Gies, funcionária da empresa de Otto Frank, grande
amiga e protetora dos abrigados no Anexo, encontrou o diário após a retirada
dos habitantes secretos pela polícia nazista, e guardou-o em segredo à espera
de sua dona.
Já o diário de Margot, irmã mais velha de Anne, nunca foi
encontrado.
Durante a Segunda Guerra Mundial, 25 mil judeus se
esconderam em abrigos secretos.
Ao inverso de suas expectativas ... 8 mil foram
descobertos e exterminados.
“Durante
o tempo em que ficou escondida dos nazistas, Anne manteve um diário no qual
escrevia sobre seus medos, suas vivências e suas esperanças”.
"A
minha descontraída alegria, e os despreocupados dias de escola foram-se para
sempre."
“Encontrado
em um aposento secreto após a família ter sido presa, o diário foi mantido por
Miep Gies, uma das pessoas que ajudou a esconder a família Frank. Depois da
Guerra, ele foi publicado em diversos idiomas, sendo até hoje utilizado nos
currículos de milhares de escolas de ensino fundamental e médio por todo o
mundo”.
"Não
poder sair me deixa mais chateada do que posso dizer, e me sinto aterrorizada
com a possibilidade de nosso esconderijo ser descoberto e sermos mortos a
tiros".
“Anne
Frank tornou-se símbolo de esperança perdida pelo que aquelas crianças que
foram mortas durante o Holocausto poderiam ter sido caso houvessem sobrevivido.”
“A
melhor parte é poder escrever todos os meus pensamentos e sentimentos, caso
contrário estaria totalmente sufocada.”
“Ela nasceu em 12
de junho de 1929 em Frankfurt, na Alemanha, filha de Otto e Edith Frank. Nos
primeiros cinco anos de vida, Anne morava com seus pais e sua irmã mais velha,
Margot, em um apartamento localizado nos arredores de Frankfurt.
Após
a tomada do poder pelos nazistas, em 1933, a família Frank fugiu para Amsterdã,
na Holanda. Os alemães ocuparam Amsterdã em maio de 1940, e a partir de julho
de 1942, as autoridades nazistas e seus colaboradores holandeses iniciaram a
deportação dos judeus da Holanda para campos de extermínio na Polônia, já então
ocupada pela Alemanha.
Na
primeira metade de julho de 1942, Anne e sua família foram para um esconderijo
com outras famílias judias. Por dois anos, viveram no sótão de um prédio que
ficava atrás do escritório da empresa da família, na Rua Prinsengracht, 263, ao
qual Anne se referia em seu diário como o "Anexo Secreto".
Amigos
e colegas do escritório levavam roupas e alimentos clandestinamente aos Frank,
colocando suas próprias vidas em grande perigo. Em 4 de agosto de 1944, após
uma denúncia anônima feita por um holandês, a Gestapo (Polícia Secreta do
Estado Alemão), descobriu o esconderijo e prendeu seus moradores.
Em
setembro de 1944, as autoridades colocaram os Frank e as outras quatro pessoas
com quem eles se escondiam em um trem rumo a Auschwitz. No final de outubro de
1944, devido à sua juventude e capacidade de trabalho, Anne e sua irmã foram
transferidas para o campo de concentração Bergen-Belsen, no norte da Alemanha.
Devido
às péssimas condições de higiene e alimentares as duas faleceram de tifo em
março de 1945, apenas algumas semanas antes das tropas britânicas liberarem
aquele campo. A mãe de Anne já havia morrido em Auschwitz no início de janeiro
de 1945. Seu pai, Otto, foi o único da família a sobreviver à Guerra.”
Assim como Anne, muitas outras crianças sofreram a perda
da infância, os malefícios da guerra, a privação de alimentos, de educação, de
seus próprios familiares.
E uma vez de volta aos tempos de paz, sabe-se muito bem
que apesar de toda a resiliência infantil, a volta ao equilíbrio emocional e
físico é uma tarefa difícil de ser atingida.
Assista aqui a um breve vídeo, de apenas 4 minutos, sobre a
curta vida desta menina alegre e feliz, que adorava os livros, os animais, os
amigos, a família, e valorizava o espetáculo de um cantinho do céu através de
uma velha e suja cortina protetora, e especialmente a visão dos galhos de uma
árvore vizinha.
Ninguém no Anexo onde se escondiam Anne e mais 7 pessoas
pensou que a guerra duraria tanto e que ficariam isolados do mundo por tão
longo tempo.
Muitos já não alimentavam esperança de viver; porém Anne,
até serem descobertos e enviados aos campos, acreditava num mundo melhor onde
ela seria feliz e livre novamente.
Este texto é uma colaboração especial de Itanira Heineberg para os canais do EshTá na Mídia.
FONTES:
Livro – Anne Frank
Remembered – autoras Miep Gies e Allison Leslie Gold (The Story of the Woman
who Helped Hide the Frank Family – Pocket Books Autobiography)
Nenhum comentário:
Postar um comentário