Marcadores

segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

VOCÊ SABIA? - B-3087: Campo de Birkenau, prisioneiro número 3087




Você sabia que um garoto judeu sobreviveu ao Holocausto passando por 10 campos de concentração e conseguiu contar sua história mostrando ao mundo os horrores do nazismo?





Desta feita a pergunta da semana chegou aos meus ouvidos pelas palavras de minha neta de 11 anos.

Toda semana Rebecca passa uma tarde em nossa casa, após as aulas, e conversamos sobre os assuntos que lhe aprazem e livros que está lendo ou já leu. E assim, entre uma xícara de café e um copo de leite com Toddy, ela me disse: “Você sabia que um garoto judeu, polonês, trabalhou em dez campos de concentração durante a segunda guerra e saiu com vida quando os americanos entraram em Dachau?”

Não, eu não sabia! Até agora, após a leitura de sua história, me parece difícil acreditar que um jovem tão jovem, desamparado, sem amigos, tenha tido forças e determinação para sobreviver!

Yanek Gruener, ou Jack Grener, o menino que ao final da guerra completava 16 anos, tem uma história inacreditável de sofrimento, trabalhos pesados além de suas forças, fome, desesperança e sublimação para nos inspirar frente à vida.
Em 1939, quando tinha apenas doze anos, os alemães invadem a Polônia e o menino vê seu bairro na Cracóvia ser transformado em gueto. Aos poucos, as casas foram recebendo mais e mais famílias judias e as dificuldades na vida de todos só aumentaram com a construção do muro que a todos cerceava.

Alan Grantz é um reconhecido autor americano que tem escrito com muito sucesso para jovens e adultos. Rebecca tem apreciado seus livros e muito aprendido com ele sobre a história de seu povo.


Alan Grantz



A pedido de Jack Gruener e sua esposa Ruth, Alan registrou a vivência do jovem que tudo perdeu com a guerra, foi feito prisioneiro, teve seu braço tatuado com o número B-3087 e trabalhou em campos e mais campos, perdendo a esperança muitas vezes. Desejou que as bombas caíssem sobre os vagões de gado onde era transportado quase sem poder respirar, perdeu com tristeza o único amigo que encontrou em Auschwitz e horrorizou-se ao descobrir o coro feminino que cantava quando as mulheres e crianças eram levadas às câmaras de gás.

Ele vislumbra o mal que nunca poderia imaginar, e às vezes se surpreende com raios de esperança em meio ao horror. Em uma caminhada da morte, ao sentir-se sem forças para dar mais um passo se não enganasse seu estômago atormentado, pede ao terrível Kapo um pedaço de pão e é recebido com uma faca contra seu pescoço. O sangue goteja, ele suplica dizendo que foi sempre um bom trabalhador mas precisa comer para produzir, e perante os olhos atônitos de todos seus companheiros de caminhada, o Kapo introduz a faca no filão que comia e corta um pedaço de pão para Jack.

“10 campos de concentração diferentes. 10 encontros diferentes com a morte.”

Plaszóv – Campo de concentração - 1942 – 1943

Trzebinia – Campo de concentração – 1944

Birkenau – Campo de concentração – 1944 – 1945

Wieliczka – Campo de concentração - 1945

Auschwitz – Campo de concentração – 1945

Sachsenhausen – Campo de concentração – 1945

Bergen-Belsen – Campo de concentração – 1945

Buchenwald – Campo de concentração – 1945

Gross-Rosen – Campo de concentração – 1945

Dachau – Campo de concentração - 1945

Este é um dos sobreviventes que consegue se recuperar após os pesadelos da guerra.

Consegue recuperar sua identidade, seu nome, deixa de ser um número tatuado à força, com muita dor, para voltar ao mundo digno dos vivos.

De Dachau foi levado para Munich onde encontrou parentes, vizinhos, recuperou sua vida e emigrou para os Estados Unidos, lá criando uma nova vida e um futuro que permitiram que transmitisse para as próximas gerações os horrores da guerra.




Em vista de tantas tentativas de apagar da face da história o triste e sangrento Holocausto, devemos sempre lembrar dos acontecimentos e relatar a todos o que realmente se passou. Este horrível episódio não pode ser esquecido e isto Jack e sua esposa Ruth, também uma sobrevivente, fizeram o possível para registrar e contar aos jovens.


O casal sempre se apresentou em escolas e programas educativos contando suas tragédias e exortando a todos para que isto nunca mais se repita!
Jack faleceu recentemente, mas sua história ficou para inspirar a todos e para dizer Nunca Mais ao racismo, ao totalitarismo e às guerras!




Este texto é uma colaboração especial de Itanira Heineberg para os canais do EshTá na Mídia.



FONTES:




Nenhum comentário:

Postar um comentário