Você sabia que um garoto judeu sobreviveu ao Holocausto
passando por 10 campos de concentração e conseguiu contar sua história
mostrando ao mundo os horrores do nazismo?
Desta feita a pergunta da semana chegou aos meus ouvidos
pelas palavras de minha neta de 11 anos.
Toda semana Rebecca passa uma tarde em nossa casa, após
as aulas, e conversamos sobre os assuntos que lhe aprazem e livros que está
lendo ou já leu. E assim, entre uma xícara de café e um copo de leite com
Toddy, ela me disse: “Você sabia que um garoto judeu, polonês, trabalhou em dez
campos de concentração durante a segunda guerra e saiu com vida quando os
americanos entraram em Dachau?”
Não, eu não sabia! Até agora, após a leitura de sua
história, me parece difícil acreditar que um jovem tão jovem, desamparado, sem
amigos, tenha tido forças e determinação para sobreviver!
Yanek Gruener, ou Jack Grener, o menino que ao final da
guerra completava 16 anos, tem uma história inacreditável de sofrimento,
trabalhos pesados além de suas forças, fome, desesperança e sublimação para nos
inspirar frente à vida.
Em 1939, quando tinha apenas doze anos, os alemães invadem
a Polônia e o menino vê seu bairro na Cracóvia ser transformado em gueto. Aos
poucos, as casas foram recebendo mais e mais famílias judias e as dificuldades
na vida de todos só aumentaram com a construção do muro que a todos cerceava.
Alan Grantz
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A pedido de Jack Gruener e sua esposa Ruth, Alan
registrou a vivência do jovem que tudo perdeu com a guerra, foi feito
prisioneiro, teve seu braço tatuado com o número B-3087 e trabalhou em campos e
mais campos, perdendo a esperança muitas vezes. Desejou que as bombas caíssem
sobre os vagões de gado onde era transportado quase sem poder respirar, perdeu
com tristeza o único amigo que encontrou em Auschwitz e horrorizou-se ao
descobrir o coro feminino que cantava quando as mulheres e crianças eram
levadas às câmaras de gás.
Ele vislumbra o mal que nunca poderia imaginar, e às
vezes se surpreende com raios de esperança em meio ao horror. Em uma caminhada
da morte, ao sentir-se sem forças para dar mais um passo se não enganasse seu
estômago atormentado, pede ao terrível Kapo um pedaço de pão e é recebido com
uma faca contra seu pescoço. O sangue goteja, ele suplica dizendo que foi
sempre um bom trabalhador mas precisa comer para produzir, e perante os olhos atônitos
de todos seus companheiros de caminhada, o Kapo introduz a faca no filão que
comia e corta um pedaço de pão para Jack.
“10 campos de concentração
diferentes. 10 encontros diferentes com a morte.”
Plaszóv – Campo de concentração - 1942 – 1943
Trzebinia – Campo de concentração – 1944
Birkenau – Campo de concentração – 1944 – 1945
Wieliczka – Campo de concentração - 1945
Auschwitz – Campo de concentração – 1945
Sachsenhausen – Campo de concentração – 1945
Bergen-Belsen – Campo de concentração – 1945
Buchenwald – Campo de concentração – 1945
Gross-Rosen – Campo de concentração – 1945
Dachau – Campo de concentração - 1945
Este é um dos sobreviventes que consegue se recuperar após
os pesadelos da guerra.
Consegue recuperar sua identidade, seu nome, deixa de ser
um número tatuado à força, com muita dor, para voltar ao mundo digno dos vivos.
De Dachau foi levado para Munich onde encontrou parentes,
vizinhos, recuperou sua vida e emigrou para os Estados Unidos, lá criando uma
nova vida e um futuro que permitiram que transmitisse para as próximas gerações
os horrores da guerra.
Em vista de tantas tentativas de apagar da face da
história o triste e sangrento Holocausto, devemos sempre lembrar dos
acontecimentos e relatar a todos o que realmente se passou. Este horrível
episódio não pode ser esquecido e isto Jack e sua esposa Ruth, também uma
sobrevivente, fizeram o possível para registrar e contar aos jovens.
O casal sempre se apresentou em escolas e programas
educativos contando suas tragédias e exortando a todos para que isto nunca mais
se repita!
Jack faleceu recentemente, mas sua história ficou para
inspirar a todos e para dizer Nunca Mais ao racismo, ao totalitarismo e às
guerras!
Este texto é uma colaboração especial de Itanira Heineberg para os canais do EshTá na Mídia.
FONTES:
eu li o livro e realmente a história é trágica, Jack sobreviveu por um milagre, é impressionante a sua vontade de viver em meio ao horror, é perturbador tudo o que acontece
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