PESSACH - PRIMAVERA - NASCIMENTO - PASSAGEM
Chegamos a mais uma Páscoa
Chegamos a mais um PESSACH
A PRIMAVERA entra no Hemisfério Norte,
O Outono chega ao Hemisfério SUL.
Quer lá ou cá, a vida brota
A vida em forma de uma nova planta
Planta que desafia o frio solo do inverno
A vida em forma de frutos
Frutos que aproveitaram todo o calor do Verão
E, dentro destes mais VIDA!
PESSACH - A PASSAGEM em Hebraico
PÁSCOA - PASSAGEM em Grego
Estas duas comemorações sempre acontecem próximas e este ano coincidem. A Primeira Noite de Pessach (Leil Pessach) acontece na Sexta-Feira Santa. Esta coincidência não é frequente - mas aqui repete a primeira Sexta-Feira Santa da história.
Nesta noite os judeus sentam-se à mesa de forma solene. O mais velho à cabeceira, reclinado, muito confortável. Ah... a mesa, preparar uma mesa para a Ceia de Pessach - Seder de Pessach - é algo que requer horas, bom gosto, habilidade e conhecimento!
PESSACH - a passagem - quando atravessamos fronteiras e tempos e ganhamos de forma natural a vida além da morte.
Pessach tem regras ditadas na TORAH - e que até hoje são seguidas. Há os que seguem regras extremamente rígidas e outros abrandam e adaptam. E aqueles que já estão afastados do judaísmo sentem-se confortáveis em se achegar nesta festa com tantas regras.
Lembrar a saída do Egito.
Lembrar as 10 pragas.
Lembrar a travessia do Mar.
Lembrar - Santificar - Bendizer.
Assumir a Liberdade.
Assumir a identidade como Povo.
Assumir a responsabilidade pelo futuro.
Assumir a Santificação da própria pessoa,
dos filhos e de D'us.
KIDUSH, KADISH, KASHER,
KIDUSH - Santificar o fruto da vinha - o vinho! A bebida que aquece e alegra, mas tem que ser tomada com moderação. Nesta noite, a quantidade é estabelecida - 4 copos!!! (Como era bom quando criança sentar em uma mesa com muita família e beber os quatro copos - os primos mais velhos achando graça das crianças!) Não mais que quatro. Santificar a alegria e a moderação, assim falavam naqueles dias.
KADISH - Santificar a D'us. Nossos atos assim o fazem. Esta é uma reza que não é lida na mesa de Pessach. Esta é uma reza muito conhecida, porque é a reza que lemos para os que já se foram. É uma separação. Mas é lida muitas vezes durante as orações regulares na sinagoga. O que marca? A estruturação de um serviço religioso, a passagem de um conjunto para outro. Marca a passagem!
KASHER - Kashrut - as regras que foram ditadas para santificar o dia a dia. Há os que mantém kashrut segundo regras estritas - e outros que adaptam-se aos tempos e aos lugares. MAS, ao chegar em PESSACH é muito comum ouvir o cumprimento - PESSACH KASHER VE SAMEACH. Kasher aqui significaria santificado? O que queremos dizer é que serão mantidos preceitos alimentares para Pessach. Dizem alguns, eu não "sou kasher", mas nunca como farinha em Pessach!
Não comer farinhas e fermentados - comer o Pão ÁZIMO - a Matzá!
Tem quem adore, tem quem não ache tão bom, mas todos comem! É uma forma de transformar o corpo de cada um de nós em um santuário. É uma semana mágica em que carregamos e criamos memórias.
O que é a MATZÁ - Em Devarim (Deuteronômio 16:3) está escrito: "Durante sete dias não comerás fermentados. Comerás MATZÁ (em hebraico, Lechem Oni), porque apressadamente saíste do Egito."
Há neste versículo dois conceitos. O que comer e porque comer. O pão não deve ser fermentado, e literalmente é explicado que a saída do Egito foi feita às pressas. Apesar do longo tempo que demorou para o Faraó concordar com a saída, apesar das dez pragas, quando chegou o momento ainda não estavam prontos. Podemos trazer isto para os nossos dias! Para as nossas vidas!😀
O pão feito às pressas foi chamado de Lechem Oni - Pão Pobre. Sem leite, sem queijo, sem fermento, sem ovos... um pão feito de farinha e água.
AQUI ⏳🌸🙃 quero lembrar que o Povo Judeu, o Povo do Livro, vive entre pessoas que estudam e que debatem. Há vários textos falando sobre o tema do Pão da Pobreza. Hoje vamos apreciar o que escreveu o MaHaRal de Praga (Judá Loew ben Betzalel, 1525 - 1609). MaHaRal é o acrônimo de Moreinu haRav Loew - nosso professor o rabino Loew. Filósofo, matemático e rabino, foi descrito por Rav Kook (1865-1935) como "um cabalista que escreveu em trajes filosóficos" e um de seus discípulos, David Ganz, trabalhou no observatório de Tycho Braher como astrônomo, e assim é conhecido.
O MaHaRal traduzia Lechem Oni por Pão Simples. Uma estrutura primária que poderia ser conduzida para muitas direções. Que delícia os sanduíches e os doces feitos de Matzá. Admite muitas combinações e, sobre um fogão de lenha no centro de São Paulo, adorava ver estas combinações sendo feitas! Algumas eram deliciosas, outras eram menos apreciadas.
Rav Yehuda Loew, o MaHaRal, diz que aquele era o estágio em que estava o Povo Judeu: muito simples, apenas tijolos. Um livro em branco. Um pão simples. E dali sairia para construir a sua história. Para que esta pudesse enfrentar as tempestades dos tempos e as faces escuras da vida, deveria o povo todo voltar a comer o Pão Simples. E todos os anos, desde a saída do Egito, em todos os cantões de nosso planeta, famílias se reunem para o Seder de Pessach. Para juntos bendizerem terem chegado até aquele momento festivo e poderem comer o Pão Simples. O Pão que dá forças para recomeçar e evoluir. Enfim, a possibilidade de sobreviver.
E, para terminar, quero contar uma história de meu pai - Isaac Pekelman. Hoje é dia 13 de abril, todos os anos contava que foi o dia que saiu da casa de sua mãe, em um Shtetl (vila) na Bessarabia (Moldávia) para um lugar distante onde já estava seu irmão (São Paulo, Brasil). Atravessou o Atlântico em 1922 em um navio alemão partindo de Hamburgo. Embaixo, no porão, com outros que partiam para uma nova vida, jovem com 17 anos, conversava com muitos. Lá pelas tantas um cozinheiro perguntou se ele era judeu. Tendo obtido a resposta afirmativa disse para meu pai levar matzot para ele e os demais. Havia algumas famílias judaicas na primeira classe e pediram refeições especiais para Pessach! E, contava orgulhoso que todos ficaram muito aliviados e felizes quando tiveram um Seder de Pessach Kasher ve Sameach - atravessando um oceano um pouco maior que o Mar dos Juncos!
PESSACH KASHER VE SAMEACH
Regina e toda a equipe EshTáNaMídia
Obrigada querida Regina por sempre me enriquecer com tuas ideias especiais.Nao perco um artigo teu/
ResponderExcluirOi Evinha - só agora vi este comentário! Que bom - e você muitas vezes está presente nestes textos. São muitas as dicas que recebo!
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