EDITORIAL: PONTO DE INFLEXÃO - ENCONTRO DOS MUNDOS - INÍCIO DOS TEMPOS
15/06/22: Assinatura do Memorandum visando fornecimento de gás de petróleo de Israel via Egito para a União Européia. |
Vivendo um dia após o outro em épocas com tantos acontecimentos e informações exige atenção a muitos temas. Alguns são tão "fora da caixinha" que perdemos oportunidades de entender que serão pontos de inflexão: o momento em que o futuro está sendo moldado.
LIÇÕES DO PASSADO
A semana de 12 a 18 de junho foi marcante: foi uma semana em que a passagem da Torah lida em Israel e na Galut (todos os países exceto Israel) durante o Shabat foi diferente. A parashat Behaalotechá (Bamidbar 8:1-12:16) lida na Galut é a mais longa da Torah e descreve o que ocorreu quando o Tabernáculo (tenda móvel em que foram levadas as Tábuas da Lei) ficou pronto. As luzes do candelabro de 8 braços se iluminavam da lateral para o centro e a luz ascendia (subia) pelo centro. As trombetas de prata, os códigos sonoros para reunir o povo, o vestir, lavar e preparar; o trabalho dos levitas. São muitas as regras e as ordens... e o povo reclama da falta de variedade da comida! Ao serem atendidos, e chegar uma quantidade importante de codornas, alguns comem em excesso e deixam de ser compatíveis com a vida. Esta parashá é longa... com muitos trechos desafiantes, e no final traz o tema de Lashon hará (traduzindo literalmente - língua má, ou fofoca). O corpo de Miriam se torna completamente branco após debochar do fato de seu irmão, Moshé, ter casado com uma midianita, filha do líder de Midian. Esta era uma tribo negra africana. Isolamento fora do acampamento para que a lepra pudesse passar.
A parashat seguinte, Shelach (Bamidbar 13:1-15:41) conta que logo após receber a Torah no Monte Sinai, Moshé e o Povo de Israel chegam ao deserto de Parán, às portas da Terra Prometida. Moshé envia homens de cada uma das tribos para Canaã. Caleb, ao voltar, traz amostras dos frutos maravilhosos e fala sobre a Terra do Leite e Mel! Os demais focaram na força dos soldados que habitavam Canaã. Sabendo que a força de cada povo é formada não apenas pelo arsenal disponibilizado para a guerra, mas também por suas atitudes e projetos, Adonai informa que os que saíram do Egito não estão prontos para entrar. É necessário uma geração de homens e mulheres que saibam ir além do seu passado.
O FUTURO....
No dia 15 de junho, a presidente da Comissão Européia Ursula von der Leyen anunciou um memorandum de entendimento com Israel e Egito para fornecimento de gás de petróleo. Este é um momento de virada que vem sendo construído há décadas, com empenho total de governos de Israel e do Egito. A capacidade de entrega atende às demandas européias, livrando o velho continente de um fornecedor único.
Como foi possível chegar a este ponto?
Atualmente Israel opera as reservas de gás do Mediterrâneo e do Leste do Oriente Médio. Começou com TAMAR (2009), que fica a 90 km da costa de Haifa. No ano seguinte foi descoberto o campo de Leviatan em águas profundas (30 km) a oeste de Tamar, isto é, indo em direção à África e Europa. Mais recentemente foram encontrados os campos de Karish e Tanin. E há um mês, chegou nos "campos" de Karish uma plataforma flutuante da Companhia Britânica Energean que deverá explorar em grande escala!
Os dois compradores atuais de Israel são Jordânia e Egito, países que também buscam realinhamentos geopolíticos. Nesta direção, o Egito tem aumentado significativamente a importação de gás de Israel, porque tem as bases necessárias para liquefazer o gás de petróleo e facilitar o uso doméstico.
Neste acordo com a Europa há grande interesse que o processo seja iniciado por volta do fim do ano, portanto, o transporte é essencial. Como não há ainda tubulação adequada unindo Israel e Europa, o transporte do gás liquefeito a partir do Egito se torna mais rápido e econômico.
E assim seguirá a humanidade?
No meio de semanas com tatos problemas, pesares e soluções menos ruins, encontramos um fato que poderá servir de ponto de virada - ampliando os acordos entre Israel e vários dos países mulçumanos para permitir trocas comerciais relevantes para a estabilidade do planeta.
21 de junho de 2022
Regina P. Markus
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