Marcadores

quinta-feira, 21 de novembro de 2024

VOCÊ SABIA? - Hannah Senesh

 

Hannah Senesh z”l, a primeira mulher paraquedista judia

Por Itanira Heineberg


A reconstituição do salto de paraquedas histórico foi realizada em 2021, no aeroporto militar e civil de Cerklje, na Eslovênia, perto do local do salto original em 1944. Crédito: IDF-Israel Defense Force


Você Sabia que a poetisa e heroína da Haganá Hannah Senesh z”l, que saltou de paraquedas na Europa ocupada pelos nazistas para resgatar judeus, foi executada em 7 de novembro de 1944 por um pelotão de fuzilamento alemão no pátio de uma prisão em Budapeste?


Colagem com fotos da heroína do arquivo do Yad Vashem.



Nascida na Hungria em 1921 em uma família assimilada, Hannah sofria com o crescente clima de antissemitismo em Budapeste no início dos anos 1930 e encantou-se com o sionismo. Em 1939, ao completar 18 anos, fez aliá, imigrando para o Mandato Britânico da Palestina, onde após estudar Agricultura por dois anos passou a residir no Kibutz Sdot Yam.


Hannah Szenes na Escola Agrícola WIZO Nahalal, 1941


Em sua nova moradia, Hannah escreveu muitos poemas que passaram a ser musicados e gravados por cantores da época, ainda hoje sendo apresentados por corais nos mais diversos locais do planeta.

Durante a Segunda Guerra, entre 1939 e 1945, Hannah alistou-se no exército inglês, onde foi treinada como paraquedista com mais 36 jovens preocupados com o destino e sofrimentos dos judeus da Diáspora - preocupação esta crescente a cada nova e desesperadora notícia. Pensando em sua mãe ainda em Budapeste, Hannah uniu-se ao grupo e partiu para resgatar prisioneiros de guerra e organizar a resistência judaica.

Em março de 1944 saltou de paraquedas na Iugoslávia e em 7 de junho foi presa pela polícia húngara ao tentar entrar na Hungria. Com tristeza, descobriu que a Alemanha já havia invadido o país.

Sofreu interrogações e torturas por vários meses, sempre recusando-se a fornecer informações às autoridades.

Apesar de ter sido cruelmente supliciada, Hannah nada revelou aos seus inimigos e foi condenada à morte.

Em 7 de novembro de 1944, aos 23 anos, foi executada por um pelotão de fuzilamento.

Já em 1950, seus restos mortais foram levados para Israel e enterrados no Monte Herzl, em Jerusalém, junto aos dos heróis paraquedistas.

Após sua execução, estas palavras foram encontradas nas paredes de sua cela:

 

Um – dois – três… dois metros e meio de comprimento

Duas passadas, o resto está escuro…

A vida é um ponto de interrogação fugaz

Um – dois – três … talvez outra semana.

Ou o próximo mês ainda pode me encontrar aqui,

Mas sinto que a morte está muito próxima.

Eu poderia ter feito 23 no próximo mês de julho

Apostei no que era mais importante, os dados foram lançados. Eu perdi.

 

Em julho de 2021, em comemoração ao 100º aniversário do nascimento de Hannah Szenes z ”l, um salto de paraquedas internacional conjunto e uma expedição comemorativa ocorreram na Eslovênia, na Croácia e na Hungria para homenagear os paraquedistas judeus da Terra de Israel durante a Segunda Guerra Mundial.

Hannah foi homenageada por sua valentia, amor por seu povo, desprendimento e altruísmo. A História reconheceu seu valor e seu nome foi várias vezes escolhido para denominar grupos de jovens bandeirantes pelo mundo.

A CIP de São Paulo criou um grupo com seu nome, como inspiração e modelo de vida para as jovens participantes.

Seu nome também surge como um símbolo do heroísmo judaico, designando escolas, praças, bibliotecas.

Apresentaremos agora um pequeno vídeo mostrando que a história de Hannah, a moça corajosa que agiu decididamente apesar de conhecer os riscos que a aguardavam, continua viva.

Veremos sua mãe Kató, que sobreviveu o Holocausto e a visitou na prisão. Ao receber o diário e poemas de sua filha descobertos no kibutz, Kató tornou-se guardiã da memória de Hannah e de seu legado.

E através de declarações de seus colegas, amigos e moradores de seu kibutz, conheceremos um pouco mais desta jovem cheia de convicção, amor, poesia e sonhos, e ouviremos seus lindos poemas entoados nas mais diversas salas de espetáculos do mundo.



FONTES:

https://menorah.com.br/uma-heroina-que-nao-deve-ser-esquecida/

https://encyclopedia.ushmm.org/content/pt-br/article/jewish-partisans

https://www.amazon.com.br/Di%C3%A1rios-Poesias-Cartas-Hannah-Senesh/dp/8564406306





‘Mitzvá Legal’ - Não matarás?

 

NÃO MATARÁS?

Por Angelina Mariz de Oliveira

 

O Judaísmo, como religião e como cultura, se orgulha de ter como valor maior a vida. A Torá contém expressamente as ordens de ‘não matar’ (Êxodo, 20:13 e Deuteronômio, 5:17) e de ‘escolher a vida’ (Deuteronômio, 30:19). Lembrando que a proibição ao assassinato é um mandamento universal, para toda a humanidade, como lemos nas reprimendas de Deus quando Caim matou seu irmão Abel (Gênesis, 4:10-12), e nas leis dadas a Noé após o dilúvio (Gênesis, 9:6).

A proibição ao assassinato, porém, é dirigida para as pessoas. É uma proibição de uso da força para resolver com as próprias mãos alguma disputa ou diferença com outra pessoa. Os juízes que julgavam o povo hebreu, no entanto, tinham autorização, e até o dever, de condenar à morte pessoas que tivessem praticado ações consideradas abomináveis como, entre outras, homicídio, adultério ou trabalhar no Shabat.

No decorrer da história Judaica, foram criadas regras que procuravam evitar a pena de morte. Como, por exemplo, a exigência de que duas testemunhas atestem a prática do crime (Talmud, Sanhedrin 37b). Além disso, essas duas testemunhas também devem ter advertido a pessoa para não cometer o erro; e a pessoa deve ter declarado que ouviu os avisos, mas mesmo assim praticaria o delito. Também existe a proibição de condenação à morte se todos os juízes unanimemente decidirem pela aplicação dessa pena. E mais ainda, um tribunal que condenasse alguém à morte no período de setenta anos, deveria ser considerado uma ‘corte assassina’ (Talmud, Makkot 7a).

Na moderna legislação brasileira não encontramos o comando direto e objetivo de ‘não matar’, mas o valor de defesa da vida, e de punição do assassinato faz parte de várias normas. Por exemplo:

 

“Não haverá penas de morte (...)” (Constituição Federal, art. 5º, XLVII);

“Matar alguém: Pena – reclusão, de seis a vinte anos” (Código Penal, art. 121);

“Matar mulher por razões da condição do sexo feminino: Pena – reclusão de vinte a quarenta anos” (Código Penal, art. 121-A).

 

Mas esse comando também não é absoluto, pois existe a previsão de pena de morte em casos de guerra (Constituição Federal, art. 5º, XLVII). Também é prevista a possibilidade da inexistência de crime nos casos de legítima defesa, quando alguém ao se defender mata seu agressor, ou agressor de outra pessoa (Código Penal, arts. 23, II e 25).

Em Israel a pena de morte é prevista para casos de nazistas genocidas e de traição em tempos de guerra. Foi aplicada no conhecido julgamento de Adolf Eichmann. Existe um projeto de lei estendendo a aplicação da pena de morte para terroristas que tenham assassinado israelenses. É uma norma polêmica que está em discussão desde 2018.

Como se vê, nesses três sistemas normativos (a Torá, e as modernas legislações brasileira e israelense) prevalece o comando de ‘não matar’. Essa regra geral é essencial para garantir a estabilidade e a pacificação social, para impedir os abusos da vingança, e a desproporcionalidade das reações punitivas aos erros e crimes.

Ao analisar as regras, a questão parece clara e solucionada. No entanto, a realidade traz situações trágicas e desafiadoras. Um dos aspectos que dificulta a criação de uma sociedade sem homicídios é uma parcela significativa dessa sociedade aceitar a morte como uma forma de solução de conflitos.

No Brasil, a execução de negros é cotidiana, seja pelas forças públicas de defesa, seja por grupos criminosos. O feminicídio é modo descontrolado de lidar com conflitos familiares. O assassinato de pessoas com opções sexuais não tradicionais é dos mais altos índices mundiais. São milhares de homicídios ao ano que desprezam a proibição expressa de assassinato.

Em Israel há a estratégia de guerra de executar líderes terroristas fora dos campos de batalha, muitas vezes junto com membros não combatentes de suas famílias, como crianças e esposas. Sem analisar o valor e a necessidade dessa tática de combate, ela tem o efeito de não cumprir o comando de não matar, ou de matar apenas após um julgamento por uma corte imparcial.

A questão de ‘não matar’ se torna mais complexa se adotamos as tradições judaicas que ampliam esse comando para as mortes sociais, provocadas pelas difamações, fofocas, calúnias. No atual contexto de nossas sociedades encantadas por fake news, dos cancelamentos nas redes sociais, do uso abusivo do poder da comunicação, a morte social não poucas vezes tem levado à morte física, através de suicídios ou ataques em escolas; cujos índices têm crescido, especialmente entre adolescentes.

No Talmud, e em nossas sociedades, se discute se a ausência de penas de morte não estimula os assassinatos, já que potenciais homicidas saberão de antemão que não sofrerão a pena capital. A solução adotada pela tradição Judaica é prevenir o crime, prevenir através do estudo e da educação, de crianças e adultos. O fortalecimento das relações sociais e das redes de amparo, a valorização da dignidade humana, são elementos eficazes contra a violência em geral, e mesmo contra a violência extrema dos homicídios.

Algumas ações individuais também são importantes na prevenção dos assassinatos, e tornar eficaz o comando de ‘não matar’:

- Avaliar as palavras que serão pronunciadas e escritas, para que não prejudiquem, humilhem, nem destruam, mesmo que sejam palavras verdadeiras;

- Participar de grupos de estudo e patrocinar a educação das crianças;

- Verificar que as empresas, entidades e instituições nas quais você trabalha, frequenta, negocia, apoia, e para as quais contribua estejam dedicadas à prática da justiça social, que é uma poderosa forma de evitar a violência;

- Escolher como líderes, legisladores e administradores públicos pessoas comprometidas com a defesa da vida.

 

Apesar de cada pessoa ser apenas uma em sete bilhões de humanos, cada vida que ela puder ajudar a salvar com suas atitudes será um universo preservado. Será um exemplo para os demais, uma fonte de inspiração, e mais uma contribuição para a era messiânica.


terça-feira, 19 de novembro de 2024

Acontece: O lado humano de um conflito que ultrapassa 450 dias

Por Regina P Markus


Quando um conflito regional se estende por tanto tempo, passa a ser esquecido pela maioria das pessoas. No caso do que acontece hoje em Israel, o mundo criou uma leitura alternativa e misturou os milênios de antissemitismo com a manipulação de grupos agressivos que querem eliminar o Estado de Israel. Escrever sobre fatos e o dia a dia se torna cada vez mais difícil porque o contexto histórico e a própria sequência dos fatos é apagada sistematicamente. São construídas falsas verdades e estas são repetidas com tanta insistência que passam a ser aceitas como fatos corriqueiros. É impressionante como a colaboração de Israel para o desenvolvimento científico e tecnológico do mundo tem sido apagado. Consegue-se ouvir falar sobre desenvolvimento em tecnologia da informação e mobilidade sem a menção de Israel. Mesmo as pessoas envolvidas no desenvolvimento de algoritmos não têm claro como alguns deles começaram. A palavra Israel, que há dez anos era sinônimo de desenvolvimento, hoje está fortemente ligada a uma guerra que faz com que todos em Israel tenham que se esconder em bunkers diariamente. Em algumas localidades, várias vezes por dia. Por outro lado, ao chegar ao final deste ACONTECE vamos olhar no espelho e enxergar o fato com outros olhos... Sigam-me.


Yussef Haddad - jornalista árabe-israelense

E hoje o Jerusalem Post publica a notícia de um foguete do Hezbollah dirigido para a cidade de Shfaram, uma cidade de 43.000 habitantes no norte de Israel. A maioria da população é sunita-mulçumana. Foram feridas 56 pessoas, incluindo 18 crianças e adolescentes. Uma mulher grávida veio a falecer. Cidades israelenses de maioria cristã-árabe e drusa também vêm sendo bombardeadas e, como noticiado há algumas semanas em Majdal Shams o foco foi um campo de futebol e 12 crianças foram mortas.

Podemos entrar em discussões semânticas sobre como verbalizar a subtração da vida, mas isso leva a um vazio, a um beco sem saída. Este é o beco, ou a fossa em que os debates ideologizados imperam. Debates que nunca olham o outro, mas apenas o próprio umbigo. Nesta hora lembro de uma professora primária que dizia ser muito importante cada um saber olhar para si. Mas tínhamos que aprender a forma certa. Olhar com a razão ou o coração eram formas de conexão importante que permitiriam que nos comunicássemos com o próximo na forma mais adequada para cada momento. Olhar para o umbigo era perigoso. Porque esta marca que todos temos significa o corte entre o feto e a mãe, o rompimento entre o passado e o presente. Este sinal não teria uma função no futuro. Portanto, aí estaríamos nos isolando de forma muito perigosa.

Assim, para terminar este Acontece, gostaria de deixar um resumo da fala do influenciador árabe-israelense Yusef Haddad que pela primeira vez conta sobre a história de sua família. Habitantes da Palestina Britânica, como foram meus tios. Lembro que todos tinham passaporte palestino, árabes e judeus.

Assim começa Yussef Haddad:

"Em 1947, meu avô recebeu uma ordem para evacuar, não pelos judeus, mas pelos líderes árabes da Síria e do Líbano. Ele se recusou a ir embora! E foi assim que me tornei árabe-israelense. E sabe de uma coisa? 

Assistam ao vídeo emocionante com legenda em português que conta esta história clicando aqui.

Paro por aqui, para que reflitamos o que teria acontecido se os “líderes mulçumanos” da época tivessem deixado a população árabe que habitava Israel ficarem onde estavam. Se tivessem aceitado o convite de Bem Gurion, de juntos construírem uma nação de respeito.

Vamos junto com todos os de boa vontade fazer com que nosso mundo possa ser algo diferente. Vamos olhando para as maravilhas deste nosso Brasil e a grande capacidade de Israel SER e ESTAR no tempo e no espaço.


Regina P Markus

Iachad (juntos - יחד) - por André Naves: Criação

 



Criação

Do Criador! Rei Milagroso, Famoso e Solar! Labor! Silêncio!

         Do albor do Universo, do Big-Bang, ecoa o primordial som. Aquela frequência primitiva que ainda pulsa no ritmo de nossa circulação. O Titã do Universo foi emulado pelos Titãs nacionais: o pulso ainda pulsa! O coração é o todo em nós! É a Luz que foi separada das trevas...

         Remotos tempos em que os Céus foram criados. Época em que as superiores águas ganharam independência... Águas que lavam, que saciam, que com a Luz trazem a vida orgânica. Águas que vibram a música... Vida que vibra com a música!

VIDA QUE É MÚSICA!

Milênios que são dias quando o tempo carece de medida. Luz, Água e Terra: Vida. Flores, que não são de plástico, germinam. É a Beleza que se avizinha. É verdade que desde o pulso primordial ela já existia, mas só agora ganhou corpo e percepção. Um quadro de Dalí em que a cada olhada se descobre algo novo. Tudo já estava lá, todos viam e não enxergavam...

Fatos que começam sua jornada assim que a justa medida determina o Tempo. Luz que governa o dia e trevas que incendeiam a noite. Interessante que sem pontos iluminados não se conhece a escuridão: é só no contraste que se enxerga o poder resplandecente da iluminação.

Sol que se curva ante o verdadeiro Rei: o Criador Magnânimo! A vida evolui em novidades... Seres que nadam, que rastejam, que dominam os mares e se aventuram na terra. Seu caminhar, lento a princípio, mas rápido quando seguro, é a prova de que a Criação sempre avança progressiva e solidamente. Não se constrói em solo movediço...

Lágrimas que correm, salgadas como as águas primeiras, ao ritmo do pulsar sanguíneo. O Universo somos nós! E na essência humana mais recôndita, quase que como um mistério que anseia pela descoberta, a assinatura do Altíssimo.

Por fim, o silêncio do descanso foi feito. Aquele tão necessário às conexões entre nossos pensamentos, à nossa criatividade: se quisermos criar à semelhança de D´us, devemos seguir seus exemplos e após o trabalho, descansar... Não um simulacro de descanso, recheado de palavras vazias, luzes estimulantes e sons estridentes. Um descanso de paz e meditação, em que as reflexões mastigam todos os impulsos aprendidos e dão vazão à criação...

Homem que descansa e silencia! Homem que cria!

À imagem e semelhança de D´us.

DÓ, RÉ, MI, FÁ, SOL, LÁ, SI.

O pulso criativo não deve romper com o passado. Pelo contrário, ele deve preservar o melhor para, com solidez segura, ir aprimorando o vetusto. Só se cria de maneira eficiente na tradição que, como Mahler dizia: “Não é o culto das cinzas, mas a preservação do fogo”.

Em 1797 Joseph Haydn bebeu da harmonia musical de toda essa epopeia da vida. Na sua primeira apresentação para a corte austríaca, logo nas primeiras notas e acordes, uma duquesa de fama controvertida se retirou da sala aos gritos: para ouvidos acomodados com o barroco, o classicismo parecia transgressor, quase sensual...

Juro que já escutei diversas vezes a obra. Nunca percebi nada que lembrasse, nem de longe, qualquer tipo de erotismo... Quem sabe seja como diria Caetano... “Narciso acha feio o que não é espelho...”.

Eu nem preciso falar quem preservara o fogo da Criação, né?

ANDRÉ NAVES

Defensor Público Federal formado em Direito pela USP. Especialista em Direitos Humanos e Sociais, Inclusão Social e Mestre em Economia Política pela PUC/SP. Cientista Político pela Hillsdale College. Doutor em Economia pela Princeton University. Comendador Cultural. Escritor e Professor.

www.andrenaves.com 

Instagram: @andrenaves.def

quinta-feira, 14 de novembro de 2024

ACONTECE: Mudanças Climáticas - e as políticas e sociais

 


Esta semana, e na próxima, acontece a COP 29, Conferência entre as Partes, sobre o que está sendo feito pelos 198 países em relação às Mudanças Climáticas. Uma vez que se confirmar oficialmente, mais uma vez, que muito pouco se progrediu, será discutido o que deverá ser feito - de qualquer maneira e mais rápido ainda - para evitar o catastrófico prognóstico exposto pelos 195 cientistas top e a rede de milhares de cientistas colaboradores do IPCC - Painel Intergovernamental para as Mudanças Climáticas. Os governos farão “mea culpa” em público e se comprometerão com novas e mais ambiciosas metas a serem monitoradas ao fim de 2025. Parece mais um jogo, uma encenação à qual é até divertido de assistir, sempre em um belo cenário, este ano em Baku, no Azerbaijão. Exótico e divertido, só que não… o assunto e o atraso são por demais sérios e importantes para que se perca mais esta oportunidade de encontros, esta oportunidade de finalmente fazer diferença no próximo ano, para que consigamos melhorar ou mesmo manter o nosso planeta habitável para nós, humanos.

“Press release” de abertura da COP: O ano de 2024 está a caminho de se tornar o ano mais quente desde o começo do registro, depois de uma longa sequência de altas temperaturas médias globais, segundo a WMO, Organização Meteorológica Mundial.

E, apesar das médias de longo prazo ficarem ainda abaixo do limite que nos impusemos de 1.5o C, a mensagem-chave continua sendo o lembrete de que o clima e os eventos extremos levam a grandes perdas econômicas e humanas.

“Os níveis recordes de chuvas, enchentes, ciclones tropicais de rápida intensificação, o calor mortal, a seca implacável e os devoradores fogos selvagens que temos visto em diferentes partes do mundo este ano são, infelizmente, nossa nova realidade e um gostinho do nosso futuro”, diz Celeste Saulo, secretaria geral da WMO, que adverte para a premência de promovermos a adaptação às mudanças climáticas através de serviços de informação e alertas precoces a todos.

Israel participa ativamente da COP, seja em palestras ou pavilhão próprio como apresentando a plataforma de colaboração dentro do MENA e entre MENA e Europa. MENA são os países do Middle East (Oriente Médio) e de North Africa (Africa setentrional). É uma seção da ONU para cooperação tecnológica e para operações em campo composta por 19 países: Argélia, Bahrain, Egito, Irã, Iraque, Israel, Jordânia, Kuwait, Líbano, Líbia, Marrocos, Omã, “Território palestino Ocupado”, Qatar, Arábia Saudita, Síria, Tunisia, Emirados Árabes Unidos e Iêmen.

Sim, as aspas, o sublinhado e o itálico são meus, porque esta é a referência oficial da ONU para o que deveria ser conhecido como ‘territórios em disputa na Palestina’. Não deveríamos aceitar que se mantenha a referência daquele jeito… e há mapas da MENA que não escrevem Israel…

Mas o fato é que existe esta instância de cooperação e na prática, em algumas áreas, ela funciona. Em 2023 foi lançado o projeto “Inovação Climática como catalisador para a Cooperação Regional”, parceria entre o Instituto da Democracia de Israel, a Central da Nação Startup e o Eco peace do Oriente Médio, cujas atividades, resultados e propostas estão sendo apresentados hoje em Baku no pavilhão de Israel.

Haverá apresentações diárias de ações israelenses para mitigação de riscos climáticos e sobretudo de projetos na linha da adaptação às - inevitáveis- mudanças. Particularmente inovadores e importantes passos para cuidar da segurança alimentar - que a região fora de Israel, embora rica de petrodólares, precisará adotar para suas respectivas populações. Abaixo um vídeo sobre este tópico, que também pode ser assistido com tradução automática no YouTube.




E, há algo de novo no  front? Não muito! 

No momento Israel e o Hezbollah estão em negociações com suporte dos EUA e da Rússia, decidindo para onde os terroristas devem recuar além do rio Litani e quem vai cuidar da faixa de fronteira com o Líbano. Não mais será a UNIFIL, Força Interina da ONU para o Líbano, porque se mostrou totalmente não confiável, permitindo a construção, ao longo de décadas, de uma enorme infraestrutura de guerra que, por sinal, continua a lançar diariamente mísseis com poder destruidor. E nem tudo é interceptado e cai em lugares como escolas - o que aconteceu ontem…não matou, mas quase. 

Com a vitória de Trump - com apenas 28% do voto judaico americano - volta um discurso assertivo pró qualquer coisa que Netanyahu faça,  e ao contrário do que era ao tímido apoio de Biden/Harris, preocupa bastante a fala de algumas lideranças israelenses mencionando futuro de Gaza e anexação da Cisjordânia… ligo esses fatos porque vejo que o primeiro inspira a audácia “militar” dos segundos e eu, particularmente, temo este caminho, considero-o prejudicial ao futuro do sonho que tem sido Israel… quão preparado está esse país, hoje com tantas perdas e lutos, para as mudanças econômicas, as políticas, as mudanças sociais de que necessita? As mudanças climáticas estão brilhantemente sendo tratadas, em cooperação com muitos na região, mas as outras mudanças, necessárias, ou preocupantemente impostas, como serão tratadas? Qual será mais este custo para a sociedade israelense? 

Aqui de fora posso apenas debater e torcer…

Shabat Shalom

Juliana Rehfeld

segunda-feira, 11 de novembro de 2024

VOCÊ SABIA? - Leão de Judá

 

Como o majestoso Leão de Judá há muito presente em menorás, lápides, convites e ketubás (Certidão de Casamento) se tornou um ícone do Povo Judeu.

Por Itanira Heineberg


Você sabia que o leão de Judá, um símbolo judaico desde os tempos antigos e originalmente associado especificamente à tribo de Judá, se tornou um emblema judaico representando todo o povo?

Vejamos a História:

Na leitura ao final do Livro de Gênesis nos deparamos com o patriarca moribundo Jacó, cercado de seus filhos - os primogênitos herdeiros das doze tribos de Israel - abençoando a cada um deles.

Ao chegar ao quarto filho, na bênção para Judá, ele repetidamente o compara ao rei dos animais:

“Judá é como um leão jovem.

Da presa, meu filho, você se levantou.

Ele se agacha, fica baixo como um leão,

E como um leão, quem pode despertá-lo?” Gênesis 49:9



Na sequência do versículo seguinte, Jacó realça que “o cetro não se afastará de Judá”, anunciando a dinastia permanente do Rei David —"que teria o coração de um leão”  — que surgirá desta tribo, culminando um dia no Messias.

O rei Salomão, filho do rei David (reinado de 1010 AEC a 1003 AEC), ao ser coroado não tinha mais do que 18 anos e reinou em Israel por 40 anos, aproximadamente de 971 a 931 AEC.



Templo de Salomão (reconstituição de acordo com a Bíblia)

Com sua morte por causas naturais, o filho Roboão assumiu o trono e o país se fragmentou em dois: o Reino de Israel (que abrangia as cidades de Siquém e Samaria, no norte, e o Reino de Judá (em cujo território estava Jerusalém), ao sul.

Salomão foi o último a governar Israel como um reino unido, regendo as 12 tribos que logo abaixo serão enumeradas.

Em 721 AEC, com Israel já fragmentado em norte e sul,  o exército assírio capturou a capital do norte, Samaria, e levou os cidadãos do país ao cativeiro.

Cerca de 27 mil hebreus foram deportados.

As Doze tribos de Israel eram Ruben, Simão, Judá, Zebulão, Isacar, Asher, Naftali, Efraim, Manassés, Gad, Benjamin e Dan. Os filhos de José (Iossef) receberam terras separadas e os Levitas (Levi), por serem os guardiões do Templo, receberam o Monte do Templo e não receberam terras.



Com as tribos do reino do norte conquistadas e deportadas para a Assíria, Judá passou a ser a tribo reinante de Israel, e um símbolo para todo o povo judeu.

Como podemos facilmente constatar, a palavra judaísmo deriva da tribo de Judá. E o símbolo de Judá, portanto, tornou-se um símbolo judaico.

Se pesquisarmos nas fontes judaicas antigas, leremos que o leão é uma imagem de força feroz e nobreza.

É verdade  que hoje este animal não é mais encontrado naquelas paragens, mas eles povoaram o antigo Israel e representaram uma ameaça mortal para seus habitantes.

Famosos heróis bíblicos, como David e Sansão, demonstraram seu poder matando-os sozinhos.



Sansão lutando contra o leão.

“No Talmude, o leão é chamado de “rei dos animais” (Chagigah 13b) e os rabinos referem-se aos seus colegas mais estimados como leões (Gittin 83a, Shabat 111a). O código de leis medievais mais significativo, o Shulchan Aruch, abre com a seguinte linha: “Deve-se fortalecer como um leão para se levantar de manhã e servir ao seu Criador.” (Orach Chayim, 1:1)

Desde o início, os  leões têm feito parte do imaginário israelita e depois judaico: eles enfeitavam  o Templo em Jerusalém (1 Reis 7:29) e “visões proféticas da carruagem divina descreviam os leões como parte do trono de Deus (por exemplo Ezequiel 1:10).“

O leão começou a aparecer em algumas das primeiras moedas judaicas, como, no início da década de 1980, no meio shekel do moderno Estado de Israel.




Meio shekel israelense

O leão é um motivo encontrado em objetos rituais judaicos, incluindo menorás, ketubás e decorações de sinagogas. Também é encontrado no selo municipal contemporâneo de Jerusalém.


Emblema de Jerusalém



Este encantamento pelo leão de Judá levou-me a aprender um pouco mais sobre a história do Povo Judeu.

No hebraico encontramos várias palavras que significam leão:

aryeh (mais comum),

lavi ou leviah (frequentemente, mas não exclusivamente, usado para leoas),

kefir (leão macho jovem),

gur (filhote de leão),

layish e shachal (ambas mais poéticas).

Muitas famílias escolhem este nome para seus filhos, o mais frequente Aryeh, Ariel (leão de Deus) ou Ari (diminutivo).



 

Por simbolizar Judá, o leão é frequentemente combinado com esse nome, tornando Judah Aryeh uma escolha popular.

Aryeh e Judá também são frequentemente vistos em combinação com a palavra iídiche para leão, produzindo Aryeh Leib ou Judah Leib.

E no Brasil tenho encontrado várias vezes a palavra leão unida a um nome masculino, como Roberto Leão, ou Pedro Leão.

 

O leão de Judá é uma imagem popular que ultrapassa a comunidade judaica.

Por ser associado ao Messias, o leão foi adotado como um símbolo de Jesus entre os cristãos.

E este belo símbolo e conceito, o leão de Judá, serviu mais uma vez como inspiração, representando a dinastia salomônica da Etiópia, uma linhagem de quase nove séculos de imperadores que alegaram descendência do rei israelita Salomão e da rainha de Sabá.

Embora a linhagem tenha terminado com a morte de Haile Selassie em 1974, o leão ainda é um símbolo importante para o movimento rastafári.




FONTES:

https://www.myjewishlearning.com/article/how-the-lion-of-judah-became-a-jewish-symbol/?utm_source=MJL_Iterable&utm_campaign=MJL&utm_medium=email

https://www.ebiografia.com/salomao/

https://www.textoaureo.com.br/2021/3-trimestre-2021/li%C3%A7%C3%A3o-2-o-reino-dividido-jerobo%C3%A3o-e-robo%C3%A3o


quinta-feira, 7 de novembro de 2024

ACONTECE: Construindo o Amanhã


Construir o AMANHÃ é o sonho do HOJE.
Construir o AMANHÃ é o desafio que requer:
    Segurança, Recursos, Resiliência e um ELO forte entre as gerações.
Construir o AMANHÃ é possível juntando dois motes:
    TIKUN OLAM e Le Dor va Dor!

De onde virão os recursos?
    O que precisamos conhecer para não repetir erros do passado?
        Mergulhando na Aventura de Vida - uma grande surpresa!

A primeira semana de 5875 será lembrada pelos historiadores por ter registrado a vitória do Partido Republicano nos Estados Unidos. A eleição de Donald Trump para Presidente, a maioria do Senado Federal. O tempo talvez apague a demissão do Ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant e sua substituição pelo até então Ministro das Relações Exteriores, Israel Katz. Troca feita no dia em que os Estados Unidos iam às urnas e os israelenses às ruas em meio a uma guerra, a bombardeios diários. Horas e horas tendo que ficar nos Mamads (refúgios anti-aéreos) que são encontrados em residências, locais de trabalho, ao longo de rodovias e mesmo em florestas usadas para excursões de jovens e crianças. 

A guerra em Israel continua uma rotina. Hoje faz um ano e um mês que Israel foi atacado pelo Hamas a partir da Faixa de Gaza e pelo Hezbolah a partir do Líbano. Há um ano os ataques a partir do Líbano foram se intensificando e fizeram com que a população do norte de Israel abandonasse seus lares, negócios, plantações e fossem para o sul. Os israelenses acolheram seus conterrâneos. Famílias, amigos, desconhecidos e hotéis abriram as portas. Uma importante onda de acolhimento começou a se formar e continua a atuar de forma sui generis, mantendo a tradição de acolhimento tão bem conhecida entre as várias comunidades da Galut. Outro dia, escutando uma entrevista de Miriam K. Markus, lembrei de algo que era tão comum em décadas passadas: um jovem chegar a uma cidade estranha, abrir a lista telefônica e procurar por nomes judaicos. Ligar, se identificar e pedir um acolhimento breve. Escutávamos estas histórias de muitos amigos e quantos de nós não tivemos os jovens em nossas casas?

Talvez seja esta atitude a base da notícia que saiu dia 5 de novembro de 2024, e que deixou os que leram impactados. Repito aqui:





Os cinco países mais felizes do mundo, de acordo com o Relatório Mundial da Felicidade de 2024, são: Finlândia, Dinamarca, Islândia, Suécia e Israel. Os dados foram obtidos antes do ataque de 2023, mas certamente a resiliência israelense vem deste conforto em viver bem. Em estar feliz com o "mundinho" à sua volta, com o dia a dia.

Será que esta é uma fórmula para o amanhã?


Segurança


7 de outubro de 2023 alertou a todos que nossas atitudes têm consequências. O líder da invasão que atacou o Festival Internacional de Música - NOVA - no deserto, que tinha frequentadores dos mais diferentes países, cidades, moshavim e kibutzim de fronteira, estes habitados por pessoas que conviviam diariamente com árabes que habitam Gaza, foi Yahya Al-Sinwar. Yahya Al-Sinwar nasceu em 1962 na cidade de Khan Yunes, Egito. Sim, em 1962 esta cidade pertencia ao Egito, e não havia nenhuma discussão sobre o tema. Haverá outras oportunidades para discorrer sobre a geopolítica da região, no momento é importante salientar que após atentados e atentados foi preso e condenado. Da prisão em Israel frequentou a faculdade tendo obtido grau universitário e foi curado de forma impressionante de um câncer. Foram 23 anos de comando de dentro do presídio. Em 2011, houve um acordo para a libertação de um soldado israelense, Gilad Shalit, que ficou preso cinco anos em Gaza. Um soldado israelense foi trocado por 1026 condenados que executaram atos terroristas dentro de Israel. Um destes era o cabeça do grupo Hamas. Leia abaixo para entender o que Israel faz hoje pelas pessoas que estão em GAZA. E por muitos anos as ajudas entravam em um vácuo.

REPETINDO o que lemos e escutamos pode apenas criar MEMÓRIA, mas vamos avaliar o que falam especialistas sobre pistas para o AMANHÃ.

O Instituto Gatestonecentro de estudos e conselho de política internacional, apresentou esta semana uma lista interessante de ações referentes ao Hezbollah. No artigo publicado por Bassam Tawill em 5 de novembro de 2024, reproduzido ao final do texto, é feita uma análise sobre os túneis que unem o sul do Líbano a Israel. É sempre importante lembrar que esta área, abaixo do Rio Litani, deveria ser ocupada apenas pelas "forças de paz" da ONU.

Nesta área foram construídos túneis que chegam a cidades e regiões habitadas do Norte de Israel, as regiões atacadas a partir de 8 de outubro de 2023. Os túneis permitem a passagem de equipamento pesado, batalhões de invasores e até o lançamento de foguetes. Há também túneis ligando a fronteira sírio-libanesa para que haja a entrada ilegal de armamentos e suprimentos no Líbano. A localização no Líbano sempre privilegia área habitadas, escolas e hospitais. As forças de defesa de Israel destruiram túneis que estavam localizados em estruturas da UNWRA! "Forças de Paz". 

A revelação para o grande público destas estruturas é acompanhada da missão de que estes sejam destruídos. Vizinhos têm que entrar uns nas casas dos outros pelas portas e não pelo subsolo.

Segurança deve ser restabelecida.

De onde virão os recursos?

Israel, um país em guerra. Homens e mulheres dos 18 aos 55 mobilizados há mais de ano. Israel vem sofrendo há anos um boicote comercial e um boicote intelectual por muitas nações do mundo. Muitos dos produtos e inovações israelenses perderam a identidade. A lista inclui vários componentes de informática, uma enorme gama de inovações para a agricultura e muitos unicórnios. Neste ponto é impossível de esquecer o Waze e o Moovit. 

Mas, tudo isso é orgulho que não enche os cofres do amanhã. Nesta terça-feira, dia 5 de novembro, o jornalista Henrique Cymmerman, nascido em Portugal e residente há anos em Israel, revelou ao final de sua entrevista regular para Leila Steremberg no Brasil-IL sobre os campos de Gás Natural em Israel e sobre a importância que terão para a redução do impacto do uso de energia nas emissões de carbono. Apesar de uma redução dos avanços pela guerra em curso, Israel continua fornecendo energia para Egito, Chipre e Grécia. Além disso, os preços da energia não acompanharam os observados na Europa. Foi mencionado que Israel faz economia na faixa de bilhão de Shekels por dispor desta nova fonte.

A entrevista é finalizada em um tom positivo permitindo vislumbrar luzes de esperança buscando um Amanhã de interação e oportunidades.


A casa de Avraham, iniciada com a Parashá Lech Lechá que será lida em todas as sinagogas esta semana, é um momento em que a busca do novo inclui um olhar para o interior.

E assim seguimos conectando o individual com o coletivo.


Regina P. Markus

______________________________________________________________

Lebanon: Massive 'Underground Combat Sites'

by Bassam Tawil  •  November 5, 2024 at 5:00 am

  • "Hezbollah's model is the same as the North Korean model: tunnels in which hundreds of combatants, fully equipped, can pass stealthily and rapidly underground. In our opinion, Hezbollah's 'Land of the Tunnels' project is much larger than the Hamas 'metro' project in the Gaza Strip." — Alma Research and Education Center, July 2021.

  • These tunnels facilitate the movement of heavy equipment, missiles and fighters, and even allow missiles to be launched from within.

  • Built beneath the border between Lebanon and Syria, these tunnels allow Hezbollah's smuggling unit and the Iran's Islamic Revolutionary Guard's Quds Force to transport ammunition, supplies and fighters under the border.

  • Many of these tunnels are located beneath civilian infrastructure and populated areas, using civilians as human shields for their activities.

  • Some of the houses in Lebanon were destroyed by Hezbollah's own rockets and explosives after they were targeted by the IDF. "The explosions are caused by Hezbollah's own weapons. In other words, Hezbollah's tunnels are being used to blow up Lebanon. Hezbollah is displacing, starving and robbing the Lebanese." — Mohammed Al-Obaid, Arab social media user, X, October 31, 2024.

  • Hezbollah and Hamas bear full responsibility for the death of thousands of Lebanese, Palestinians and Israelis since the October 7, 2023 massacres in which Hamas murdered 1,200 Israelis. The two terrorist groups started the war, at the behest of their patrons in Iran, with the intention of killing a large number of Israelis and eliminating Israel. The vast network of tunnels they built in Lebanon and the Gaza Strip are an indication of the terrorist groups' determination to pursue their Jihad (holy war) against Israel, notwithstanding the risks to the Lebanese and Palestinian people living under their rule.

  • Even if Hezbollah says they will withdraw to north of the Litani River, its tunnels enable it easily to violate that pledge, with no one above ground the wiser. Hezbollah, moreover, never abided by UNSC Resolution 1701 to stop building tunnels and stockpiling weapons in south Lebanon.

  • The current war in Lebanon and the Gaza Strip must not end without the destruction of all the tunnels and the total defeat of Hezbollah and Hamas. Those who are pushing for an immediate ceasefire are only empowering Iran and its terror proxies, paving the way for another October 7-style massacre. The defeat of Hezbollah and Hamas will benefit not only the Israelis, but the Lebanese and Palestinians, as well.