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segunda-feira, 11 de novembro de 2024

VOCÊ SABIA? - Leão de Judá

 

Como o majestoso Leão de Judá há muito presente em menorás, lápides, convites e ketubás (Certidão de Casamento) se tornou um ícone do Povo Judeu.

Por Itanira Heineberg


Você sabia que o leão de Judá, um símbolo judaico desde os tempos antigos e originalmente associado especificamente à tribo de Judá, se tornou um emblema judaico representando todo o povo?

Vejamos a História:

Na leitura ao final do Livro de Gênesis nos deparamos com o patriarca moribundo Jacó, cercado de seus filhos - os primogênitos herdeiros das doze tribos de Israel - abençoando a cada um deles.

Ao chegar ao quarto filho, na bênção para Judá, ele repetidamente o compara ao rei dos animais:

“Judá é como um leão jovem.

Da presa, meu filho, você se levantou.

Ele se agacha, fica baixo como um leão,

E como um leão, quem pode despertá-lo?” Gênesis 49:9



Na sequência do versículo seguinte, Jacó realça que “o cetro não se afastará de Judá”, anunciando a dinastia permanente do Rei David —"que teria o coração de um leão”  — que surgirá desta tribo, culminando um dia no Messias.

O rei Salomão, filho do rei David (reinado de 1010 AEC a 1003 AEC), ao ser coroado não tinha mais do que 18 anos e reinou em Israel por 40 anos, aproximadamente de 971 a 931 AEC.



Templo de Salomão (reconstituição de acordo com a Bíblia)

Com sua morte por causas naturais, o filho Roboão assumiu o trono e o país se fragmentou em dois: o Reino de Israel (que abrangia as cidades de Siquém e Samaria, no norte, e o Reino de Judá (em cujo território estava Jerusalém), ao sul.

Salomão foi o último a governar Israel como um reino unido, regendo as 12 tribos que logo abaixo serão enumeradas.

Em 721 AEC, com Israel já fragmentado em norte e sul,  o exército assírio capturou a capital do norte, Samaria, e levou os cidadãos do país ao cativeiro.

Cerca de 27 mil hebreus foram deportados.

As Doze tribos de Israel eram Ruben, Simão, Judá, Zebulão, Isacar, Asher, Naftali, Efraim, Manassés, Gad, Benjamin e Dan. Os filhos de José (Iossef) receberam terras separadas e os Levitas (Levi), por serem os guardiões do Templo, receberam o Monte do Templo e não receberam terras.



Com as tribos do reino do norte conquistadas e deportadas para a Assíria, Judá passou a ser a tribo reinante de Israel, e um símbolo para todo o povo judeu.

Como podemos facilmente constatar, a palavra judaísmo deriva da tribo de Judá. E o símbolo de Judá, portanto, tornou-se um símbolo judaico.

Se pesquisarmos nas fontes judaicas antigas, leremos que o leão é uma imagem de força feroz e nobreza.

É verdade  que hoje este animal não é mais encontrado naquelas paragens, mas eles povoaram o antigo Israel e representaram uma ameaça mortal para seus habitantes.

Famosos heróis bíblicos, como David e Sansão, demonstraram seu poder matando-os sozinhos.



Sansão lutando contra o leão.

“No Talmude, o leão é chamado de “rei dos animais” (Chagigah 13b) e os rabinos referem-se aos seus colegas mais estimados como leões (Gittin 83a, Shabat 111a). O código de leis medievais mais significativo, o Shulchan Aruch, abre com a seguinte linha: “Deve-se fortalecer como um leão para se levantar de manhã e servir ao seu Criador.” (Orach Chayim, 1:1)

Desde o início, os  leões têm feito parte do imaginário israelita e depois judaico: eles enfeitavam  o Templo em Jerusalém (1 Reis 7:29) e “visões proféticas da carruagem divina descreviam os leões como parte do trono de Deus (por exemplo Ezequiel 1:10).“

O leão começou a aparecer em algumas das primeiras moedas judaicas, como, no início da década de 1980, no meio shekel do moderno Estado de Israel.




Meio shekel israelense

O leão é um motivo encontrado em objetos rituais judaicos, incluindo menorás, ketubás e decorações de sinagogas. Também é encontrado no selo municipal contemporâneo de Jerusalém.


Emblema de Jerusalém



Este encantamento pelo leão de Judá levou-me a aprender um pouco mais sobre a história do Povo Judeu.

No hebraico encontramos várias palavras que significam leão:

aryeh (mais comum),

lavi ou leviah (frequentemente, mas não exclusivamente, usado para leoas),

kefir (leão macho jovem),

gur (filhote de leão),

layish e shachal (ambas mais poéticas).

Muitas famílias escolhem este nome para seus filhos, o mais frequente Aryeh, Ariel (leão de Deus) ou Ari (diminutivo).



 

Por simbolizar Judá, o leão é frequentemente combinado com esse nome, tornando Judah Aryeh uma escolha popular.

Aryeh e Judá também são frequentemente vistos em combinação com a palavra iídiche para leão, produzindo Aryeh Leib ou Judah Leib.

E no Brasil tenho encontrado várias vezes a palavra leão unida a um nome masculino, como Roberto Leão, ou Pedro Leão.

 

O leão de Judá é uma imagem popular que ultrapassa a comunidade judaica.

Por ser associado ao Messias, o leão foi adotado como um símbolo de Jesus entre os cristãos.

E este belo símbolo e conceito, o leão de Judá, serviu mais uma vez como inspiração, representando a dinastia salomônica da Etiópia, uma linhagem de quase nove séculos de imperadores que alegaram descendência do rei israelita Salomão e da rainha de Sabá.

Embora a linhagem tenha terminado com a morte de Haile Selassie em 1974, o leão ainda é um símbolo importante para o movimento rastafári.




FONTES:

https://www.myjewishlearning.com/article/how-the-lion-of-judah-became-a-jewish-symbol/?utm_source=MJL_Iterable&utm_campaign=MJL&utm_medium=email

https://www.ebiografia.com/salomao/

https://www.textoaureo.com.br/2021/3-trimestre-2021/li%C3%A7%C3%A3o-2-o-reino-dividido-jerobo%C3%A3o-e-robo%C3%A3o


quinta-feira, 7 de novembro de 2024

ACONTECE: Construindo o Amanhã


Construir o AMANHÃ é o sonho do HOJE.
Construir o AMANHÃ é o desafio que requer:
    Segurança, Recursos, Resiliência e um ELO forte entre as gerações.
Construir o AMANHÃ é possível juntando dois motes:
    TIKUN OLAM e Le Dor va Dor!

De onde virão os recursos?
    O que precisamos conhecer para não repetir erros do passado?
        Mergulhando na Aventura de Vida - uma grande surpresa!

A primeira semana de 5875 será lembrada pelos historiadores por ter registrado a vitória do Partido Republicano nos Estados Unidos. A eleição de Donald Trump para Presidente, a maioria do Senado Federal. O tempo talvez apague a demissão do Ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant e sua substituição pelo até então Ministro das Relações Exteriores, Israel Katz. Troca feita no dia em que os Estados Unidos iam às urnas e os israelenses às ruas em meio a uma guerra, a bombardeios diários. Horas e horas tendo que ficar nos Mamads (refúgios anti-aéreos) que são encontrados em residências, locais de trabalho, ao longo de rodovias e mesmo em florestas usadas para excursões de jovens e crianças. 

A guerra em Israel continua uma rotina. Hoje faz um ano e um mês que Israel foi atacado pelo Hamas a partir da Faixa de Gaza e pelo Hezbolah a partir do Líbano. Há um ano os ataques a partir do Líbano foram se intensificando e fizeram com que a população do norte de Israel abandonasse seus lares, negócios, plantações e fossem para o sul. Os israelenses acolheram seus conterrâneos. Famílias, amigos, desconhecidos e hotéis abriram as portas. Uma importante onda de acolhimento começou a se formar e continua a atuar de forma sui generis, mantendo a tradição de acolhimento tão bem conhecida entre as várias comunidades da Galut. Outro dia, escutando uma entrevista de Miriam K. Markus, lembrei de algo que era tão comum em décadas passadas: um jovem chegar a uma cidade estranha, abrir a lista telefônica e procurar por nomes judaicos. Ligar, se identificar e pedir um acolhimento breve. Escutávamos estas histórias de muitos amigos e quantos de nós não tivemos os jovens em nossas casas?

Talvez seja esta atitude a base da notícia que saiu dia 5 de novembro de 2024, e que deixou os que leram impactados. Repito aqui:





Os cinco países mais felizes do mundo, de acordo com o Relatório Mundial da Felicidade de 2024, são: Finlândia, Dinamarca, Islândia, Suécia e Israel. Os dados foram obtidos antes do ataque de 2023, mas certamente a resiliência israelense vem deste conforto em viver bem. Em estar feliz com o "mundinho" à sua volta, com o dia a dia.

Será que esta é uma fórmula para o amanhã?


Segurança


7 de outubro de 2023 alertou a todos que nossas atitudes têm consequências. O líder da invasão que atacou o Festival Internacional de Música - NOVA - no deserto, que tinha frequentadores dos mais diferentes países, cidades, moshavim e kibutzim de fronteira, estes habitados por pessoas que conviviam diariamente com árabes que habitam Gaza, foi Yahya Al-Sinwar. Yahya Al-Sinwar nasceu em 1962 na cidade de Khan Yunes, Egito. Sim, em 1962 esta cidade pertencia ao Egito, e não havia nenhuma discussão sobre o tema. Haverá outras oportunidades para discorrer sobre a geopolítica da região, no momento é importante salientar que após atentados e atentados foi preso e condenado. Da prisão em Israel frequentou a faculdade tendo obtido grau universitário e foi curado de forma impressionante de um câncer. Foram 23 anos de comando de dentro do presídio. Em 2011, houve um acordo para a libertação de um soldado israelense, Gilad Shalit, que ficou preso cinco anos em Gaza. Um soldado israelense foi trocado por 1026 condenados que executaram atos terroristas dentro de Israel. Um destes era o cabeça do grupo Hamas. Leia abaixo para entender o que Israel faz hoje pelas pessoas que estão em GAZA. E por muitos anos as ajudas entravam em um vácuo.

REPETINDO o que lemos e escutamos pode apenas criar MEMÓRIA, mas vamos avaliar o que falam especialistas sobre pistas para o AMANHÃ.

O Instituto Gatestonecentro de estudos e conselho de política internacional, apresentou esta semana uma lista interessante de ações referentes ao Hezbollah. No artigo publicado por Bassam Tawill em 5 de novembro de 2024, reproduzido ao final do texto, é feita uma análise sobre os túneis que unem o sul do Líbano a Israel. É sempre importante lembrar que esta área, abaixo do Rio Litani, deveria ser ocupada apenas pelas "forças de paz" da ONU.

Nesta área foram construídos túneis que chegam a cidades e regiões habitadas do Norte de Israel, as regiões atacadas a partir de 8 de outubro de 2023. Os túneis permitem a passagem de equipamento pesado, batalhões de invasores e até o lançamento de foguetes. Há também túneis ligando a fronteira sírio-libanesa para que haja a entrada ilegal de armamentos e suprimentos no Líbano. A localização no Líbano sempre privilegia área habitadas, escolas e hospitais. As forças de defesa de Israel destruiram túneis que estavam localizados em estruturas da UNWRA! "Forças de Paz". 

A revelação para o grande público destas estruturas é acompanhada da missão de que estes sejam destruídos. Vizinhos têm que entrar uns nas casas dos outros pelas portas e não pelo subsolo.

Segurança deve ser restabelecida.

De onde virão os recursos?

Israel, um país em guerra. Homens e mulheres dos 18 aos 55 mobilizados há mais de ano. Israel vem sofrendo há anos um boicote comercial e um boicote intelectual por muitas nações do mundo. Muitos dos produtos e inovações israelenses perderam a identidade. A lista inclui vários componentes de informática, uma enorme gama de inovações para a agricultura e muitos unicórnios. Neste ponto é impossível de esquecer o Waze e o Moovit. 

Mas, tudo isso é orgulho que não enche os cofres do amanhã. Nesta terça-feira, dia 5 de novembro, o jornalista Henrique Cymmerman, nascido em Portugal e residente há anos em Israel, revelou ao final de sua entrevista regular para Leila Steremberg no Brasil-IL sobre os campos de Gás Natural em Israel e sobre a importância que terão para a redução do impacto do uso de energia nas emissões de carbono. Apesar de uma redução dos avanços pela guerra em curso, Israel continua fornecendo energia para Egito, Chipre e Grécia. Além disso, os preços da energia não acompanharam os observados na Europa. Foi mencionado que Israel faz economia na faixa de bilhão de Shekels por dispor desta nova fonte.

A entrevista é finalizada em um tom positivo permitindo vislumbrar luzes de esperança buscando um Amanhã de interação e oportunidades.


A casa de Avraham, iniciada com a Parashá Lech Lechá que será lida em todas as sinagogas esta semana, é um momento em que a busca do novo inclui um olhar para o interior.

E assim seguimos conectando o individual com o coletivo.


Regina P. Markus

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Lebanon: Massive 'Underground Combat Sites'

by Bassam Tawil  •  November 5, 2024 at 5:00 am

  • "Hezbollah's model is the same as the North Korean model: tunnels in which hundreds of combatants, fully equipped, can pass stealthily and rapidly underground. In our opinion, Hezbollah's 'Land of the Tunnels' project is much larger than the Hamas 'metro' project in the Gaza Strip." — Alma Research and Education Center, July 2021.

  • These tunnels facilitate the movement of heavy equipment, missiles and fighters, and even allow missiles to be launched from within.

  • Built beneath the border between Lebanon and Syria, these tunnels allow Hezbollah's smuggling unit and the Iran's Islamic Revolutionary Guard's Quds Force to transport ammunition, supplies and fighters under the border.

  • Many of these tunnels are located beneath civilian infrastructure and populated areas, using civilians as human shields for their activities.

  • Some of the houses in Lebanon were destroyed by Hezbollah's own rockets and explosives after they were targeted by the IDF. "The explosions are caused by Hezbollah's own weapons. In other words, Hezbollah's tunnels are being used to blow up Lebanon. Hezbollah is displacing, starving and robbing the Lebanese." — Mohammed Al-Obaid, Arab social media user, X, October 31, 2024.

  • Hezbollah and Hamas bear full responsibility for the death of thousands of Lebanese, Palestinians and Israelis since the October 7, 2023 massacres in which Hamas murdered 1,200 Israelis. The two terrorist groups started the war, at the behest of their patrons in Iran, with the intention of killing a large number of Israelis and eliminating Israel. The vast network of tunnels they built in Lebanon and the Gaza Strip are an indication of the terrorist groups' determination to pursue their Jihad (holy war) against Israel, notwithstanding the risks to the Lebanese and Palestinian people living under their rule.

  • Even if Hezbollah says they will withdraw to north of the Litani River, its tunnels enable it easily to violate that pledge, with no one above ground the wiser. Hezbollah, moreover, never abided by UNSC Resolution 1701 to stop building tunnels and stockpiling weapons in south Lebanon.

  • The current war in Lebanon and the Gaza Strip must not end without the destruction of all the tunnels and the total defeat of Hezbollah and Hamas. Those who are pushing for an immediate ceasefire are only empowering Iran and its terror proxies, paving the way for another October 7-style massacre. The defeat of Hezbollah and Hamas will benefit not only the Israelis, but the Lebanese and Palestinians, as well.