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quinta-feira, 14 de novembro de 2024

ACONTECE: Mudanças Climáticas - e as políticas e sociais

 


Esta semana, e na próxima, acontece a COP 29, Conferência entre as Partes, sobre o que está sendo feito pelos 198 países em relação às Mudanças Climáticas. Uma vez que se confirmar oficialmente, mais uma vez, que muito pouco se progrediu, será discutido o que deverá ser feito - de qualquer maneira e mais rápido ainda - para evitar o catastrófico prognóstico exposto pelos 195 cientistas top e a rede de milhares de cientistas colaboradores do IPCC - Painel Intergovernamental para as Mudanças Climáticas. Os governos farão “mea culpa” em público e se comprometerão com novas e mais ambiciosas metas a serem monitoradas ao fim de 2025. Parece mais um jogo, uma encenação à qual é até divertido de assistir, sempre em um belo cenário, este ano em Baku, no Azerbaijão. Exótico e divertido, só que não… o assunto e o atraso são por demais sérios e importantes para que se perca mais esta oportunidade de encontros, esta oportunidade de finalmente fazer diferença no próximo ano, para que consigamos melhorar ou mesmo manter o nosso planeta habitável para nós, humanos.

“Press release” de abertura da COP: O ano de 2024 está a caminho de se tornar o ano mais quente desde o começo do registro, depois de uma longa sequência de altas temperaturas médias globais, segundo a WMO, Organização Meteorológica Mundial.

E, apesar das médias de longo prazo ficarem ainda abaixo do limite que nos impusemos de 1.5o C, a mensagem-chave continua sendo o lembrete de que o clima e os eventos extremos levam a grandes perdas econômicas e humanas.

“Os níveis recordes de chuvas, enchentes, ciclones tropicais de rápida intensificação, o calor mortal, a seca implacável e os devoradores fogos selvagens que temos visto em diferentes partes do mundo este ano são, infelizmente, nossa nova realidade e um gostinho do nosso futuro”, diz Celeste Saulo, secretaria geral da WMO, que adverte para a premência de promovermos a adaptação às mudanças climáticas através de serviços de informação e alertas precoces a todos.

Israel participa ativamente da COP, seja em palestras ou pavilhão próprio como apresentando a plataforma de colaboração dentro do MENA e entre MENA e Europa. MENA são os países do Middle East (Oriente Médio) e de North Africa (Africa setentrional). É uma seção da ONU para cooperação tecnológica e para operações em campo composta por 19 países: Argélia, Bahrain, Egito, Irã, Iraque, Israel, Jordânia, Kuwait, Líbano, Líbia, Marrocos, Omã, “Território palestino Ocupado”, Qatar, Arábia Saudita, Síria, Tunisia, Emirados Árabes Unidos e Iêmen.

Sim, as aspas, o sublinhado e o itálico são meus, porque esta é a referência oficial da ONU para o que deveria ser conhecido como ‘territórios em disputa na Palestina’. Não deveríamos aceitar que se mantenha a referência daquele jeito… e há mapas da MENA que não escrevem Israel…

Mas o fato é que existe esta instância de cooperação e na prática, em algumas áreas, ela funciona. Em 2023 foi lançado o projeto “Inovação Climática como catalisador para a Cooperação Regional”, parceria entre o Instituto da Democracia de Israel, a Central da Nação Startup e o Eco peace do Oriente Médio, cujas atividades, resultados e propostas estão sendo apresentados hoje em Baku no pavilhão de Israel.

Haverá apresentações diárias de ações israelenses para mitigação de riscos climáticos e sobretudo de projetos na linha da adaptação às - inevitáveis- mudanças. Particularmente inovadores e importantes passos para cuidar da segurança alimentar - que a região fora de Israel, embora rica de petrodólares, precisará adotar para suas respectivas populações. Abaixo um vídeo sobre este tópico, que também pode ser assistido com tradução automática no YouTube.




E, há algo de novo no  front? Não muito! 

No momento Israel e o Hezbollah estão em negociações com suporte dos EUA e da Rússia, decidindo para onde os terroristas devem recuar além do rio Litani e quem vai cuidar da faixa de fronteira com o Líbano. Não mais será a UNIFIL, Força Interina da ONU para o Líbano, porque se mostrou totalmente não confiável, permitindo a construção, ao longo de décadas, de uma enorme infraestrutura de guerra que, por sinal, continua a lançar diariamente mísseis com poder destruidor. E nem tudo é interceptado e cai em lugares como escolas - o que aconteceu ontem…não matou, mas quase. 

Com a vitória de Trump - com apenas 28% do voto judaico americano - volta um discurso assertivo pró qualquer coisa que Netanyahu faça,  e ao contrário do que era ao tímido apoio de Biden/Harris, preocupa bastante a fala de algumas lideranças israelenses mencionando futuro de Gaza e anexação da Cisjordânia… ligo esses fatos porque vejo que o primeiro inspira a audácia “militar” dos segundos e eu, particularmente, temo este caminho, considero-o prejudicial ao futuro do sonho que tem sido Israel… quão preparado está esse país, hoje com tantas perdas e lutos, para as mudanças econômicas, as políticas, as mudanças sociais de que necessita? As mudanças climáticas estão brilhantemente sendo tratadas, em cooperação com muitos na região, mas as outras mudanças, necessárias, ou preocupantemente impostas, como serão tratadas? Qual será mais este custo para a sociedade israelense? 

Aqui de fora posso apenas debater e torcer…

Shabat Shalom

Juliana Rehfeld

2 comentários:

  1. Há algo muito novo, que vem do Brasil. Mais especificamente da USP. Este ano ainda começam a rodar os ônibus movidos a energia verde. Energia produzida dentro da própria USP a partir de reciclagem orgânica. A tecnologia de armazenar esta energia em "enormes pilhas" que são encaixadas nos ônibus garantem uma utilização com eficiência. Muito bom ter levantado o tópico Ju.

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  2. Otimo tema e texto detalhado. Kil Hakavot

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