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quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

EDITORIAL: NATAL em ISRAEL

NATAL – PAZ – AMOR


A Festa das Luzes - unindo cantores, músicos e religiosos no Mosteiro de São Bento, em São Paulo, nesta semana.


Nesta semana de Natal desejo um dia maravilhoso a todos os que nos acompanham ao longo do ano. Este é um dia especial para o mundo cristão, para todos os judeus que vivem neste mundo e que apreciam estar com amigos e celebrar a Paz. Sempre digo que não há nada que nos separa neste momento. Receber a Torah no Monte Sinai e saber passá-la adiante para toda a humanidade é uma missão. Saber observar e aceitar a diferença entre cada um e todos é uma maneira de seguir o judaísmo. Ser e deixar ser. Para nós brasileiros este sempre foi um dia que marca por sua diferença, e também pelo seu conteúdo religioso cristão. Mas o que acontece em Israel, onde está o berço das religiões monoteístas?

Difícil responder por todos. Para os cristãos é o Natal – variações entre as diversas formas de cristianismo, até o dia pode variar, mas o conceito e a maravilha de receber bênçãos é intensa. Por anos fui visitar parentes na época de Natal e estar em alguma Igreja de Jerusalém na Missa do Galo sempre era emocionante. 

Entre os mulçumanos, não vou comentar, porque nunca sentei com eles nesta data e nas vésperas. Mas entre os judeus algo muito interessante aconteceu a partir da década de 1990, que se não tivesse sido por um experiência pessoal, nunca poderia ter uma visão tão especial.

Para os judeus que imigraram do Brasil, o Natal sempre é uma data marcante, uma data que é um momento de amor, um momento em que os céus e a terra se encontram e se fundem. Um momento que vai além dos presentes, mas que tem símbolos lindos, como a Árvore de Natal. Para israelenses emigrados de países não cristãos, ou para aqueles cujas famílias moram em Israel há muitas gerações, o Natal é algo aprendido e não vivenciado. Eu comparo com os sentimentos dos brasileiros que nunca conheceram judeus realmente e que são expostos a um Seder de Pessach ou a um dia de Iom Kipur.

Mas algo aconteceu a partir da década de 1990, que vem mostrar a força que tem uma simbologia do bem e como esta é capaz de atravessar culturas. Nesta década chegaram os judeus da União Soviética. Judeus russos, cujas famílias moraram em solo russo por gerações e gerações, mas que tinham praticamente nada de sua origem judaica. Com estes, vieram de foram não declarada outros russos que queriam sair da União Soviética e encontraram uma foram de emigrar. A todos estes refugiados Israel acolheu da melhor maneira possível. E desta imigração disruptiva, que trazia enorme riqueza intelectual e enorme pobreza material, Israel soube extrair o máximo. Mas o começo foi difícil... e as pessoas como indivíduos mantiveram alguns dos costumes muito queridos que trouxeram da mãe Rússia.

Até aquela época, o Natal era uma entidade religiosa, mas no início do século XXI podia-se ver com frequência pequenas árvores de Natal na casa de vizinhos russos, ou ainda, algumas modestas em praças de vizinhanças onde moravam muitos russos. Eu quase não percebia, porque como estava sempre chegando do Brasil, para onde voltaria logo após a passagem do ano, era um ambiente visto em São Paulo. Mas, meus amigos e familiares israelenses sempre comentavam...
Há 4 anos encontrei o motivo e fiquei maravilhada, e quero repartir com todos a força do Natal! Fui ao apartamento de uma senhora russa judia, que emigrou para Israel na década de 1990 e que morava com sua mãe. Ela havia convidado alguns adultos para escutarem um de seus alunos tocar harpa – e achei uma oportunidade maravilhosa. Lá chegando, deparei-me com uma enorme Árvore de Natal, decorada com enfeites russos. Fiquei curiosa do porque de manter este costume – e a resposta foi reveladora. Na Rússia o Natal havia sido preservado por anos dentro de casas como um símbolo de liberdade, e a árvore enfeitada significava Paz e Amor.

Esta é a mensagem que foi passada através do silêncio e que apesar de não explicitar conceitos religiosos, transmuta no que será comum a toda a humanidade. Que cada um através de seu próprio caminho possa ser levado a expressar a boa convivência.

Feliz Natal

Regina P. Markus

segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

VOCÊ SABIA? - Orla Moacyr Scliar no Lago Guaíba






Você sabia que um dos mais recentes projetos urbanos em Porto Alegre recebeu o nome de Orla Moacyr Scliar, em homenagem ao grande médico gaúcho e escritor altamente humanista, Dr. Moacyr Scliar, falecido em 2011?
A nova área de lazer da cidade, com 1,3 km de extensão, situada entre a Usina do Gasômetro e a Rótula das Cuias foi projetada por Jaime Lerner, arquiteto conhecido internacionalmente por suas incontáveis obras, um dos cinco urbanistas mais famosos do último século.






A nova orla conta “com ciclovia e passeio público, mirantes, quadras esportivas, ancoradouro para barcos de passeios turísticos, bares e um restaurante panorâmico, um posto permanente da Guarda Municipal e cobertura de 39 câmeras de videomonitoramento. Uma das atrações é a iluminação especial, que proporcionará a visitação noturna. Para isso, foram instalados 47 postes inclinados e um piso iluminado por pontos de luz.”
Estimulando a gastronomia do estado, haverá 4 bares e um restaurante panorâmico que servirão de acolhida aos visitantes.








Moacyr Scliar, o homenageado neste projeto urbanístico-cultural da cidade, sétimo Imortal a ocupar a Cadeira #31 da Academia Brasileira de Letras, nasceu em Porto Alegre em 23 de março de 1937.
Seus pais, José e Sara Scliar, vieram da Bessarábia em 1904.
Moacyr, o filho mais velho, desde os primeiros anos mostrou gosto pelos livros, sendo alfabetizado em casa por sua mãe.
Estudou no Colégio Iídiche, ou Escola de Educação e Cultura, onde sua mãe era professora, e em 1948 foi para o ginásio Rosário, uma escola católica.
Em 1962 formou-se médico pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, especializou-se em Saúde Pública e, Doutor em Ciências pela Escola Nacional de Saúde Pública, exerceu a profissão junto ao SAMDU, Serviço de Assistência Médica Hospitalar e de Urgência.

Em 1965 casou-se com Judith Vivien Olivien, com quem teve um filho, Roberto.






Suas obras literárias o levaram aos Estados Unidos, onde atuou como professor visitante na Universidade do Texas e na Brown University.
Sempre participou de conferências e encontros literários dentro e fora do país. Era convidado para palestras onde se mostrava um excelente contador de histórias. Nunca esqueço o caso por ele relatado de um imigrante recém-chegado ao Brasil, que ao ser-lhe oferecida uma banana, devorou-a com casca e tudo.

“Seu primeiro livro, publicado em 1962, foi Histórias de Médico em Formação, contos baseados em sua experiência como estudante. Em 1968 publica O Carnaval dos Animais, contos, que Scliar considera de fato sua primeira obra.
Autor de 74 livros em vários gêneros: romance, conto, ensaio, crônica, ficção infanto-juvenil, escreveu, também, para a imprensa. Obras suas foram publicadas em muitos países: Estados Unidos, França, Alemanha, Espanha, Portugal, Inglaterra, Itália, Rússia, Tchecoslováquia, Suécia, Noruega, Polônia, Bulgária, Japão, Argentina, Colômbia, Venezuela, Uruguai, Canadá e outros países, com grande repercussão crítica.






Teve textos adaptados para o cinema, teatro, tevê e rádio, inclusive no exterior.
Foi, durante 15 anos, colunista do jornal Zero Hora, onde discorria sobre medicina, literatura e fatos do cotidiano. Foi colaborador da Folha de S. Paulo desde a década de 70 e assinou uma coluna no caderno Cotidiano.
Duas influências são importantes na obra de Scliar.
Uma é a sua condição de filho de imigrantes, que aparece em obras como A Guerra no Bom Fim, O Exército de um Homem Só, O Centauro no Jardim, A Estranha Nação de Rafael Mendes, A Majestade do Xingu.
A outra influência é a sua formação de médico de saúde pública, que lhe oportunizou uma vivência com a doença, o sofrimento e a morte, bem como um conhecimento da realidade brasileira. O que é perceptível em obras ficcionais, como A Majestade do Xingu e não-ficcionais, como A Paixão Transformada: História da Medicina na Literatura.”

Conforme o escritor gaúcho Luiz Antônio Assis Brasil:
“Cada leitor da obra do Scliar tem seu gênero preferido. Mas todos reconhecem nele, acima de tudo, seja na ficção, no ensaio ou na crônica, um estilo altamente humanista, que o torna dono de valores universais e a ABL, ao aceitá-lo como imortal, fez justiça não só ao Rio Grande do Sul, mas também ao grande escritor que ele foi, capaz de introduzir na literatura brasileira a contribuição que outros escritores de origem judaica deram à literatura mundial. Sua ficção insere a temática do imigrante judeu e urbano no imaginário da literatura sul-rio-grandense.”

Sua obra conquistou três Prêmios Jabuti, nos anos 1988, 1993 e 2009.
Sobre o romance premiado Um Sonho no Caroço do Abacate - um livro infanto-juvenil que se transformou num filme com o nome de Caminho dos Sonhos - Fernanda dos Santos Silveira Moreira analisa alguns dos aspectos problematizados na obra, “considerando a importância do estudo do Holocausto pelos jovens a partir de Scliar.”

Principais Prêmios:
Prêmio da Academia Mineira de Letras (1968);
Prêmio Joaquim Manuel de Macedo (Governo do Estado do Rio, 1974);
Prêmio Cidade de Porto Alegre (1976);
Prêmio Érico Veríssimo de romance (1976);
Prêmio Brasília (1977);
Prêmio Guimarães Rosa (Governo do Estado de Minas Gerais, 1977);
Prêmio Associação Paulista de Críticos de Arte (1980);
Prêmio Jabuti (1988, 1993, 2000 e 2009);
Prêmio Casa de Las Américas (Cuba, 1989) pelo livro A Orelha de Van Gogh;
Prêmio PEN Clube do Brasil (1990),
 Prêmio Açorianos (Prefeitura de Porto Alegre, 1997 e 2002).
Seu romance A Majestade do Xingu, que narra a história de Noel Nuttles, também judeu e médico sanitarista, além de renomado indigenista, recebeu o Prêmio José Lins do Rego, da Academia Brasileira de Letras (1998);
Prêmio Mário Quintana (1999);
Prêmio Jabuti (2009) por "Manual da paixão Solitária".


Este texto é uma colaboração de Itanira Heineberg para os canais do EshTá na Mídia.



FONTES:

quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

EDITORIAL: 10 Tevet - História do Povo Judeu

Um Pouco da História do Povo Judeu – DATAS PARA LEMBRAR  




O calendário anual é a forma com que nós, humanos, marcamos a passagem das estações do ano e organizamos o passar do tempo através da volta das estações. Esta também era a forma mais adequada para organizar o plantio e as demais atividades ligadas aos dias quentes do verão e os dias frios do inverno. Assim, sabemos que todos os anos as estações se repetem de forma mais ou menos igual. Este marcar a recorrência de fatos ao longo dos anos é uma característica judaica. Marca-se a semana com o sábado e o ano com a festa de Rosh Hashaná, cuja tradução é cabeça do ano. Mas além de marcar as datas recorrentes, o calendário também serve para manter a memória viva de fatos ocorridos. Neste contexto, o povo judeu tem sido mestre em incluir nas suas lembranças o passado.

O dia 18 de dezembro deste ano coincide com o dia 10 de Tevet. No judaísmo, este é um dia de jejum e de recordações. Um dia de jejum menor - isto é, não se come desde antes de clarear o dia até o cair da noite, quando recordamos o início do cerco da cidade de Jerusalém pelo exército da Babilônia comandado pelo Rei Nabucodonosor em 588 AEC (antes da era comum). Este cerco durou 18 meses, até o dia 9 de Av de 586 AEC, quando o Templo de Jerusalém foi destruído e o povo levado para o exílio babilônico, isto é, para a cidade localizada entre o Rio Tigre e o Eufrates, onde atualmente está localizado o Iraque. 

Mais de 2500 anos, e a cada ano os judeus ortodoxos jejuam para lembrar o início do cerco de Jerusalém...

Mas, tem mais – neste dia também é lembrado quando a Torah – o Pentateuco, livro que conta a história e que faz a história do povo judeu - foi traduzida para um outro idioma e assim, tornou-se acessível para outros.

No dia 8 de Tevet o governante grego da Judéia ocupada, Ptolomeu, o Rei do Egito, ordenou que fosse feita a tradução da Torah para o grego. Isto aconteceu no terceiro século antes da era comum. Uns 2300 anos atrás! Ele ordenou que 72 sábios fossem mantidos em solitárias até que acabassem com a tarefa. Nenhuma comunicação entre eles seria possível. E assim foi feito. O objetivo era ter várias interpretações do mesmo texto – Ptolomeu saberia o que era real e o que era passível de variações. “Olá leitor... isto até parece trabalhar com big data!” Mas... todos traduziram exatamente da mesma forma – sem tirar nem por mesmo uma vírgula ou um sinônimo! E esta obra é conhecida como a Septuaginta. A partir da Septuaginta foram feitas traduções para o latim e depois para outros idiomas. 

Apesar da perfeita concordância entre os 72 sábios, a tradução torna o texto diferente – visto que a Torah é escrita com letras pretas e letras brancas. As pretas são as passíveis de serem traduzidas, as brancas são os intervalos e a composição que levam a grandes debates entre os estudiosos.

E neste ano – 2018 – os babilônicos são conhecidos através da história, os gregos vivem a sua história e os judeus, espalhados por todos os continentes, estão reconstruindo um lar nacional. O Estado de Israel, uma realidade há 70 anos, é governado a partir de Jerusalém. Nesta cidade está localizado o parlamento (Knesset), a Corte de Justiça  Superior e os gabinetes do poder executivo. A história revivida a cada ano - lembrando episódios alegres e tristes, mas sempre sabendo que o futuro reserva muito mais.

Boa Semana

Regina

sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

VOCÊ SABIA? - Omã, antiga colônia portuguesa, estreita laços com Israel



Primeiro Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu (à esquerda) e Qaboos bin Said, Sultão de Omã, em Muscat, capital do país árabe, em novembro de 2018.


Você sabia que Omã, que apesar de afastado de Israel desde 1996, recentemente acolheu um encontro secreto entre Netanyahu,  premier de Israel e o seu sultão Qaboos – e foi também colônia de Portugal por mais de 100 anos?

Omã, sem subterfúgios, tem tentado aproximar-se de seu vizinho Israel.
Seu sultão, perspicaz líder do universo árabe, apesar de manter boas relações com Teerã, também deseja possuir boas relações com Israel.
E Israel, por sua vez, esforça-se cada vez mais para melhorar suas relações com alguns países árabes.

Enquanto Netanyahu visitava Omã, num primeiro momento de forma secreta e depois publicada na mídia, a Ministra de Cultura e Esportes de Israel, Miri Regev, também visitava outra nação árabe: emocionava-se cantando o Hino Nacional – a Hatikva - em Abu Dhabi, comemorando a medalha de ouro conquistada por uma judoca israelense.

O Ministro de Comunicações de Israel também participou recentemente de uma Conferência de Segurança nos Emirados Árabes Unidos. E uma semana após a visita de Netanyahu à Omã, o Ministro de Transportes Yisrael Katz dirigiu-se ao país para uma conferência onde apresentou seu plano para uma ligação ferroviária entre países árabes do Golfo e Israel.



Em 1996, o primeiro ministro israelense Shimon Peres presenteia o sultão de Omã, Qaboos bin Said, com uma escultura da pomba da paz, no palácio em Salala.



O sultão Qaboos bin Said é solteiro e não possui harém. Também escolheu não casar e não ter mulheres. E até o momento, sem herdeiros.
Sua sexualidade é amplamente discutida no mundo árabe, porém em Omã o assunto é censurado.
Desde 1970 no poder, o sultão tem se aproximado da democracia: nas eleições parlamentares, as mulheres têm votado e também podem ser candidatas. 
A maioria das decisões nacionais são tomadas de acordo com os representantes locais e tribais.
O general Tommy Frank, em seu livro “Soldado Americano”, cita o sultão Qaboos como “um verdadeiro amigo dos Estados Unidos na guerra antiterrorista, com nenhuma maldade e nenhuma agenda secreta.”

Quantas voltas dá o mundo!

E pensar que após um jugo doloroso e sangrento, Omã também se libertou de Portugal?

“Omã ficou independente de Portugal, como o Brasil. Mas o fim do domínio português sobre os omanis ocorreu bem antes, em 1650. Apesar de passados mais de três séculos, as marcas e o trauma da presença portuguesa ainda estão presentes na população do sultanato.
A primeira tentativa para conquistar Ormuz, o estreito por onde passa uma parte considerável do petróleo mundial, foi feita em 1507 por Afonso de Albuquerque. Sobre a importância estratégica da cidade disse ele: “Se o mundo fosse um anel Ormuz seria a sua pedra preciosa.” 

Em 1504, o navegador português expôs a D.Manuel I seu plano para  um império forte no Oriente, para tanto, conquistando posições estratégicas no oceano Índico. Com a aquiescência do rei, Alfonso de Albuquerque dirigiu-se à Índia em 1506 e em 1507 conquistou Omã.

Em um dos poucos livros sobre a história do país, Dawn Over Oman (“Aurora Sobre Omã”), a historiadora Pauline Searle afirma que, segundo relatos difundidos de geração em geração, “em determinado estágio da dominação portuguesa, nenhum homem morreu de morte natural no país”. Todos teriam sido assassinados por portugueses.
Pode ser exagero, conforme escreve a autora, mas retrata a imagem deixada como herança pelos europeus. Os omanis descrevem o domínio português como uma das colonizações mais “sangrentas da história”.



Portugueses em Omã, 1507

“Os portugueses desembarcaram em Muscat poucos anos depois de Pedro Álvares Cabral avistar o Brasil. Omã localiza-se estrategicamente na rota entre o Cabo da Boa Esperança e as Índias. Por mais de cem anos, os portugueses controlaram as águas da região. No século seguinte, contudo, Portugal foi expulso de Omã. As fortalezas portuguesas, porém, ainda marcam a paisagem no centro de Muscat. Ao longo da costa, é comum se deparar com fortes da era de domínio lusitano.”



Os fortes portugueses de Mascate – São João e Almirante – chamam-se agora Jalali e Mirani. Servem de bases militares ao sultão Qaboos bin al Said.

Este texto é uma colaboração de Itanira Heineberg para os canais do EshTá na Mídia.


FONTES:

                                                                                                                  


quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

EDITORIAL: Brasil-Israel - INOVAÇÃO


EDITORIAL: Brasil-Israel - INOVAÇÃO



Esta semana (3 a 7 de dezembro), publicamos na sessão "Você Sabia?" uma série de inovações que são oriundas das Universidades e Institutos de Pesquisas Israelenses. Dia a dia, já é impossível sobreviver sem estes novos produtos. E quando apreciamos o que está acontecendo hoje nas bases, fica claro que o futuro terá a marca das atividades israelenses em todos os campos, da inteligência artificial aos avanços na geração de alimentos e de medicamentos.

Mas hoje queremos aproveitar a oportunidade do lançamento do Programa de Cooperação entre a Autoridade de Inovação de Israel e a EMBRAPII (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial) e colocar nossos leitores a par dos desenvolvimentos feitos no Brasil, de colaborações que premiam trocas vantajosas para ambas as partes. O Brasil há 50 anos desenvolve um forte programa de pós-graduação e formação de cientistas baseado em um processo de avaliação que tem sido aprimorado ao longo dos anos. A ciência brasileira tem expoentes importantes e uma massa produtiva criativa e desperta interesse de muitas partes do mundo.

A partir da geração de conhecimento, este deve entrar em fase de inovação e depois de geração de produtos que possam ser apropriados pela cadeia produtiva. Em Israel, toda esta linha é chamada de Ecossistema de Inovação e tem uma característica muito importante: cada agente atua em seu segmento e existem segmentos de contato que impedem que conhecimentos básicos e inovações muito iniciais caiam em buracos negros.

Neste ponto lembro de um episódio importante na história da humanidade. O físico Michael Faraday (1791-1867), um dos cientistas mais influentes de todos os tempos, lançou as bases dos fenômenos da eletricidade, eletroquímica e magnetismo. Quando apresentou à Rainha Vitória um aparelhinho que gerava um raio - comprovando o eletromagnetismo, esta perguntou: "Para que serve?" - e Faraday respondeu: "Para que serve um bebê?". Hoje todos sabemos o que é a eletricidade. Imagina nossas vidas sem o "bebê" de Faraday?

A EMBRAPII (fundada em dezembro de 2013 - www.embrapii.org.br) é uma Organização Social que tem por missão contribuir para o desenvolvimento da indústria brasileira unindo as pontas das Instituições de Ensino e Pesquisa que desenvolvem o saber e as Indústrias que buscam processos inovativos. Esta é uma forma pró-ativa de saltarmos o buraco negro que existe entre as diferentes fases do processo inovativo. No 3o São Paulo Innovation - SPIN Summit Brazil, em novembro de 2018, foi anunciada esta nova parceria que conta com verbas públicas e privadas.

Ciência e Conhecimento - linguagens que ultrapassam fronteiras e que quando feitas em colaboração, aumentam a probabilidade de reverterem em bens comuns para muitos.

Boa semana!

Regina P. Markus

terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Você Sabia? - Fatos rápidos e interessantes



VOCÊ SABIA...

Que o Dr. Avi Pearl, do Center Volcani, em Israel, foi quem conseguiu desenvolver as variedades de uvas sem sementes que hoje conhecemos?


Dr. Avi Pearl
Agricultural Research Organization – Volcani Center
The researcher heads a project that develops vines yielding improved seedless grape varieties, both for export consumption and for the local market. The project aims for large, very firm grapes that have an excellent taste and long shelf life. Already the project has yielded choice varieties that now grow on a large scale in vineyards inside and outside Israel, including the “Prime” variety – a tasty green variety that ripens early and is exported by the millions of boxes per season. 


Que no mesmo Instituto, Dr. Eran Ravel adaptou cultivos cítricos a condições desérticas?



Dr. Eran Raveh
Gilat Research Center, Agricultural Research Organization – Volcani Center
In commercial citrus orchards, trees are grafted together, joining two varieties. The lower part of the tree, the rootstock, provides the system of roots, while the upper part, the scion, produces the fruit. When agriculture moved into the desert, new rootstocks had to be found for such an area.


Ou que o Prof. Dmadar Cohen, da Universidade Ben Gurion, conseguiu restaurar tecido cardíaco utilizando algas?


Prof. Smadar Cohen
Ben-Gurion University of the Negev
Breakthrough research developing polysaccharide from algae (alginate) and then its design as a material encouraging regeneration and repair of injured organs and tissues.
Material design was inspired by biological principles such as self-assembly and affinity. The research led to novel products for treating heart attacks and repair of both cartilage and bone.


Que o Professor Eli Sprecher, a Dra. Janna Nousbeck e o Dr. Ofer Sarig, do Tev Aviv Medical Center, descobriram o gene responsável pela formação das nossas impressões digitais?


Prof. Eli Sprecher, Dr. Janna Nousbeck, Dr. Ofer Sarig
The Tel Aviv Sourasky Medical Center (Ichilov)
While investigating a rare disease that causes people to be born without fingerprints and with poor sensation at their fingertips, the researchers found the gene responsible for the formation of fingerprints in humans. In addition to helping patients, this discovery has shed new light on other aspects of skin biology, since the newly found gene seems to regulate the development of numerous elements of the skin tissue.


Que Albert Einstein, o pai da Teoria da Relatividade, foi um dos fundadores da Universidade Hebraica de Jerusalém?


Prof. Albert Einstein (1879–1955)
One of the founders of the Hebrew University of Jerusalem
Prof. Albert Einstein was the greatest scientist of the 20th century and probably of all times. His contributions to science became the foundations of modern physics, and their technological implications are apparent in all aspects of our daily life. He is known as the founding father of the theory of relativity, which revolutionized the concepts of time, space and gravity and is our basis for understanding the structure and evolution of the universe. Prof. Einstein won the Nobel Prize for his contribution to theoretical physics and especially for his discovery of the law of the photoelectric effect.
Scientific advice: Prof. Hanoch Gutfreund, The Hebrew University of Jerusalem


Que o Waze, aplicativo sem o qual não conseguimos mais viver, foi criado por israelenses?


Ehud Shabtai, Uri Levin, Amir Shinar
Waze
One of the world’s most widespread applications for navigation and traffic reports, which is based on community participation. The application shares real-time traffic updates and road conditions, reported from drivers in the area and help everyone save time and gas money on their daily commute. The development was initially started as a map-sharing project in 2006, and it flourished among drivers in Israel. In 2013, the company was purchased by Google.


Que um sistema inovador que previne acidentes e já está mudando a forma como dirigimos, o Mobileye, foi desenvolvido pelo Professor Amnon Shashua e seu colega Ziv Aviram na Universidade Hebraica de Jerusalem?


Prof. Amnon Shashua and his partner Ziv Aviram
The Hebrew University of Jerusalem, Mobileye
The researcher invented a system designed to prevent accidents by warning the driver in real time about dangerous situations and driving conditions. The system is original equipment in cars built by major automotive manufacturers worldwide and is manufactured in Israel. In 2017, the company was bought by Intel for $15 billion – the largest sum ever paid for the purchase of an Israeli company.


Que a ElectroInk, a primeira tinta eletrônica para impressão em escala comercial, foi desenvolvida por Benny Landa em Israel?


Benny Landa
Indigo, HP
Patented, electrically charged liquid ink for high-quality commercial digital printing was first invented and developed in Israel. This technology bestowed the advantages of digital technology on the printing industry, which had been entirely analog before. Digital printing presses became possible, printing directly from the computer and revolutionizing printing methods. More than 6,000 printing presses based on this technology, all made in Israel, are currently operating in 120 countries throughout the world.


Que o pendrive é uma invenção israelense?


Dov Moran (For the patent, Amir Ban and Oron Ogdan are registered together with him as authors)
M-Systems (was sold to SanDisk)
This tiny mobile device, based on fl­ash memory and a USB interface for transferring data from or to the computer, was invented and developed in Israel. It enables people to keep data in their “watch pocket”, easily back data up and transfer data directly between two people or two computers. The invention is considered one of the 100 top gadgets of all time. Billions of units have been produced to date, and the product is used by most of the world’s population.


E o tomate-cereja que tanto apreciamos também?


Prof. Nahum Kedar (1920-2015), Prof. Haim Rabinowitch, Prof. Yosef Mizrahi, Dr. Ehud Kopeliovitch
The Hebrew University of Jerusalem, Ben-Gurion University of the Negev
Skillfully using classical methods, the scientists were the world’s first team to breed tomato varieties with fruit that is both long-keeping and rich in lycopene and in vitamins A and C. The tomatoes remain firm for weeks rather than days, thus significantly reducing heavy losses from rapid fruit softening. Later, the scientists reproduced their success by introducing another ripening-inhibitor gene into cherry tomatoes, which were at that time a marginal crop. They developed prolific new cherry tomato varieties that are economically viable as an agricultural product, with a long shelf life and an exceptional taste that appeals to people all over the world.

Nestes mais de 2000 anos de Israel aconteceram coisas que nos iluminaram extraordinariamente e agora temos estas que citamos e muitas mais. As luzes estiveram sempre acesas, e as lembramos agora em Chanuká - mas as mantivemos e manteremos durante todos os dias e por milênios.

Chag Chanuka Sameach!




Informações e imagens: Israel Ministry of Science & Technology


sexta-feira, 30 de novembro de 2018

EDITORIAL: CHANUKA, a Festa das Luzes




Neste domingo, dia 2 de dezembro, terá início a Festa de Chanuka. Uma festa que dura 8 dias e em cada dia, é acesa uma vela do castiçal conhecido como Chanukiá. A Chanukiá tem lugar para 9 velas, uma para cada dia e uma vela auxiliar que serve para acender as demais. Esta é uma festa que recorda de forma explícita o Templo de Jerusalém. Quando os gregos conquistaram Israel, eles transformaram o Templo de Jerusalém em um templo grego, e conta a História que os judeus reconquistararm o Templo e que este tinha luzes sempre acesas. Mas... e sempre tem um mas... havia óleo para manter as velas acesas por poucos dias e preparar mais óleo demoraria 8 dias. O milagre de Chanuká é que o óleo durou por 8 dias. 

Hoje dizemos que o real milagre é que a mesma luz ficou acesa por mais de 2000 anos - e com todas as águas que passaram sob esta ponte dos tempos a luz continua acesa. No domingo, em cada casa, acenderemos a primeira vela de Chanuka.

No judaísmo diz-se que o homem é um parceiro da criação e que ele também é responsável por ela. Ser parceiro não é ser guardião, não é manter as coisas como elas são, mas é adapatar e prever, criar e avaliar. Ser parceiro é saber que o mundo é eterno a partir do momento que pudermos contar o tempo, marcar a passagem do tempo. Para marcar a passagem do tempo não podemos apenas observar de forma passiva e querer que tudo fique igual porque "o bom era antes". Devemos poder avançar e avaliar, e para isso temos as datas recorrentes.

Chanuka é a data que mostra que não é possível ceder tudo, que é preciso ter trabalho, e é preciso realizar o que podemos num determinado momento, sem as famosas previsões negativas que nos imobilizam. Os Macabeus simbolizam o sonho sionista - o sonho de iluminar a terra de Israel.

Mas, para tudo na vida precisamos de sorte - MAZAL - precisamos estar no lugar certo, na hora certa e com os conhecimentos corretos. Em Chanuka a brincadeira é jogar o sevivon, o pião. Em cada face tem um letra: NUN (ness- milagre), GUIMEL (Gadol - grande), HEI (haiá, acontenceu), SHIN (sham, lá). Quem joga o sevivon em Israel tem uma pequena diferença, ao invés da letra SHIN, colocam a letra PEI (pó - aqui), para lembrar aonde o grande milagre aconteceu. O grande milagre, assim, depende da ação do homem e da sorte! 

Em Chanuka a principal comida são sonhos maravilhosos, recheados com doces deliciosos e enfeitados de forma artesanal!!! 

Comer um sonho, jogar a sorte,  e acender um castiçal de velas, uma a uma, de forma que possamos separar a luz da escuridão, mas nunca iluminar tanto que a luz ofusque!!! 

Chag Chanuka Sameach - Uma Festa de Chanuka FELIZ



segunda-feira, 26 de novembro de 2018

VOCÊ SABIA? - YíDDISH, uma língua em extinção?






MAMELOSHEN  - NOME CARINHOSO  PARA O YÌDDISH - “LÍNGUA MATERNA”.





Você sabia que 110 anos após o primeiro Simpósio de Yíddish (a língua supostamente exterminada por Hitler durante o Holocausto) na Ucrânia, um significativo grupo de estudiosos, entusiastas e defensores da comunidade judaica de 12 países do mundo reuniu-se novamente em Chernivtsi (Chernovitz, Ucrânia oriental) para a Conferência Internacional Comemorativa da Cultura e Língua Yíddish?


The International Commemorative Conference of Yiddish Culture and Language at the University of Chernivtsi, Ukraine, August 9, 2018. (Courtesy World Jewish Congress)


De 5 a 12 de agosto de 2018 aconteceu a conferência em homenagem ao simpósio de 1908, representando na época o movimento de vibrante otimismo face à sublimação do Yíddish, que ascendia de um dialeto provincial de 1000 anos de vida para uma moderna língua literária judaica.
Em 1908 ninguém poderia imaginar que em poucas décadas, metade dos nativos da língua Yíddish seria exterminada nos campos nazistas.
Com o novo Estado de Israel em 1948 e o consequente enaltecimento do hebraico como a língua universal dos judeus, mais uma vez o Yíddish deparou-se com obstáculos impedindo sua anterior ascensão.

“Hoje o Yíddish é por muitos considerado uma língua em vias de extinção.
É quase exclusivamente falado por um pequeno e enclausurado grupo de ultra Ortodoxos, na maioria judeus Hassídicos.
A conferência deste ano procura acolher e alimentar uma pequena semente de renascimento Yíddish”.
Há, no momento, um interesse crescente pela língua, tanto por judeus procurando uma conexão com o seu passado, como por não-judeus, fascinados pela riqueza da herança cultural da língua!”



Courtesy Glitzenstein - A partir da esquerda, Robert Singer, CEO do WJC, Josef Zissels e Rabino Menachen Mendel Glitzenstein


“Após viver a primeira parte de sua vida em Kiev, Josef Zissels, na foto ao centro, fundador da Associação Vaad das Organizações Judaicas e das Comunidades da Ucrânia, reside em Chernivtsi nestes últimos 40 anos.”

 “De acordo com Dr. Wolf Moskovich, professor catedrático já aposentado pela Universidade Hebraica de Jerusalém, a conferência de 2018 representa uma bela oportunidade para realçar a cultura da harmonia que prevalecia em Chernivtsi antes da Segunda Grande Guerra.”

“Antes do Holocausto e da morte de dois terços da população de Chernivtsi, os judeus viviam bem na cidade.

Chernivtsi, capital da Bucóvina, possuía na época 86 sinagogas, muitas lojas de proprietários judeus num total de  90% do varejo da cidade, sendo um terço da população de ascendência judaica.

Frente à quantidade de acadêmicos, políticos e escritores, a cidade viu brilhar o Hassidismo e levou-a a tornar-se o centro do movimento Hassídico assim como do iluminismo Judaico secular, atraindo tanto os falantes de Yíddish como os sionistas que professavam o hebraico.

Hoje, apesar da população judaica de Chemivtsi ser uma pequena fração do que foi no passado, ela ostenta um saudável microcosmo de vida judaica.”



UNIVERSIDADE DE CHERNIVTSI - UCRÂNIA


Cabe ao futuro apontar a direção destinada ao idioma Yíddish em sua trajetória pelo mundo.

Segundo David Harrison (When Languages Die: the Extinction of the World’s Languages and the Erosion of Human Knowledge) há em nosso planeta uma centena de línguas gigantes, faladas por 2.5 bilhões de pessoas.

Desta centena, estas são as mais faladas:

1º. Chinês
2º. Espanhol
3º. Inglês
4º. Hindu
5º. Árabe
6º. Português

Conforme Harrison, as demais línguas são consideradas idiomas nanicos e estão sujeitas a serem facilmente dominadas pelas línguas gigantes. Seus estudos apontam que 140 línguas deixaram de existir nas últimas 4 décadas, em processos conhecidos como extinções linguísticas.



Não temos aqui a pretensão de estudar em detalhes o Yíddish, esta língua tão expressiva e cheia de significados e história.
Apresentaremos a seguir, alguns fatos interessantes sobre este nobre e cativante assunto:


O iídiche ou yídiche é uma língua da família indo-européia, pertencente ao subgrupo germânico, tendo sido adotada por judeus, particularmente na Europa Central e na Europa Oriental, no segundo milênio, que a escrevem utilizando os caracteres hebraicos. (Wikipédia)
Sistemas de escrita: alfabeto hebraico – ortografia Yíddish
Etnia: Ashkenazi
Regiões: Europa, Israel, América do Norte, e outras regiões com população judaica
Família da língua: Indo-Européia > Germânica > Germânica Ocidental> Elba Germânica > Alto Alemão > Yíddish
Falantes nativos: (aproximadamente 1.5 milhão em 1986–1991)
Mapa: dialetos Yíddish entre séculos XV e XIX:
- em cor laranja – dialetos do ocidente

- em cor verde – dialetos do oriente



Juntamente com o hebraico e o aramaico, o Yíddish é uma das três principais línguas literárias da história judaica.
“Embora houvesse mais de 12 milhões de falantes de Yídiche antes da Segunda Guerra Mundial, aproximadamente metade deles foram mortos no Holocausto nazista. Existem alguns milhões de falantes de Yídiche hoje, incluindo falantes nativos e aqueles que o usam como segunda língua.”
Pequena História
Os documentos mais antigos datam do século XII dC, mas os estudiosos dataram a origem da língua no século IX, quando os asquenazes emergiram como uma entidade cultural única na Europa central. O iídiche surgiu pela primeira vez através de uma intrincada fusão de dois estoques lingüísticos: um componente semítico (contendo hebraico e aramaico pós-clássico que os primeiros colonizadores trouxeram do Oriente Médio para a Europa) e um componente germânico gramaticalmente e lexicamente mais potente (colhido de vários Alto alemão e médio alemão dialetos). Além disso, uma pitada de palavras das línguas românicas também parece ter aparecido em iídiche desde o início. De seu local de nascimento em solo de língua alemã, o iídiche se espalhou para quase toda a Europa Oriental, onde a língua adquiriu um componente eslavo.”
Concluindo, mas não exaurindo o tema, cabe lembrar que o Yíddish tem passado por altos e baixos em sua história pelo mundo, ora atuando como língua opressora sobre as crianças de língua ladina recém chegadas ao novo Estado de Israel após 1948, ora sendo exaltada por Golda Meyer que vaticinou “Quem não fala Yíddish não é judeu!”, ora sendo proibida em Israel durante a estabilização do Hebraico como língua nacional do novo país.
Que tal agora introduzir o Yíddish aos pequeninos, na esperança de plantar uma sementinha em nossos judeus do século XXI?

Este texto é uma colaboração especial de Itanira Heineberg para o EshTá na Mídia.
FONTES:

110 years after the first Yiddishist symposium, academics reconvene in Ukraine to preserve a language that saw half its native speakers die in the Holocaust

YAAKOV SCHWARTZ3 ( convidado para o Congresso Mundial Judaico






SEFARDITAS EM ISRAEL-O sionismo do ponto de vista das vítimas judaicas1-Ella Shohat