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segunda-feira, 26 de novembro de 2018

VOCÊ SABIA? - YíDDISH, uma língua em extinção?






MAMELOSHEN  - NOME CARINHOSO  PARA O YÌDDISH - “LÍNGUA MATERNA”.





Você sabia que 110 anos após o primeiro Simpósio de Yíddish (a língua supostamente exterminada por Hitler durante o Holocausto) na Ucrânia, um significativo grupo de estudiosos, entusiastas e defensores da comunidade judaica de 12 países do mundo reuniu-se novamente em Chernivtsi (Chernovitz, Ucrânia oriental) para a Conferência Internacional Comemorativa da Cultura e Língua Yíddish?


The International Commemorative Conference of Yiddish Culture and Language at the University of Chernivtsi, Ukraine, August 9, 2018. (Courtesy World Jewish Congress)


De 5 a 12 de agosto de 2018 aconteceu a conferência em homenagem ao simpósio de 1908, representando na época o movimento de vibrante otimismo face à sublimação do Yíddish, que ascendia de um dialeto provincial de 1000 anos de vida para uma moderna língua literária judaica.
Em 1908 ninguém poderia imaginar que em poucas décadas, metade dos nativos da língua Yíddish seria exterminada nos campos nazistas.
Com o novo Estado de Israel em 1948 e o consequente enaltecimento do hebraico como a língua universal dos judeus, mais uma vez o Yíddish deparou-se com obstáculos impedindo sua anterior ascensão.

“Hoje o Yíddish é por muitos considerado uma língua em vias de extinção.
É quase exclusivamente falado por um pequeno e enclausurado grupo de ultra Ortodoxos, na maioria judeus Hassídicos.
A conferência deste ano procura acolher e alimentar uma pequena semente de renascimento Yíddish”.
Há, no momento, um interesse crescente pela língua, tanto por judeus procurando uma conexão com o seu passado, como por não-judeus, fascinados pela riqueza da herança cultural da língua!”



Courtesy Glitzenstein - A partir da esquerda, Robert Singer, CEO do WJC, Josef Zissels e Rabino Menachen Mendel Glitzenstein


“Após viver a primeira parte de sua vida em Kiev, Josef Zissels, na foto ao centro, fundador da Associação Vaad das Organizações Judaicas e das Comunidades da Ucrânia, reside em Chernivtsi nestes últimos 40 anos.”

 “De acordo com Dr. Wolf Moskovich, professor catedrático já aposentado pela Universidade Hebraica de Jerusalém, a conferência de 2018 representa uma bela oportunidade para realçar a cultura da harmonia que prevalecia em Chernivtsi antes da Segunda Grande Guerra.”

“Antes do Holocausto e da morte de dois terços da população de Chernivtsi, os judeus viviam bem na cidade.

Chernivtsi, capital da Bucóvina, possuía na época 86 sinagogas, muitas lojas de proprietários judeus num total de  90% do varejo da cidade, sendo um terço da população de ascendência judaica.

Frente à quantidade de acadêmicos, políticos e escritores, a cidade viu brilhar o Hassidismo e levou-a a tornar-se o centro do movimento Hassídico assim como do iluminismo Judaico secular, atraindo tanto os falantes de Yíddish como os sionistas que professavam o hebraico.

Hoje, apesar da população judaica de Chemivtsi ser uma pequena fração do que foi no passado, ela ostenta um saudável microcosmo de vida judaica.”



UNIVERSIDADE DE CHERNIVTSI - UCRÂNIA


Cabe ao futuro apontar a direção destinada ao idioma Yíddish em sua trajetória pelo mundo.

Segundo David Harrison (When Languages Die: the Extinction of the World’s Languages and the Erosion of Human Knowledge) há em nosso planeta uma centena de línguas gigantes, faladas por 2.5 bilhões de pessoas.

Desta centena, estas são as mais faladas:

1º. Chinês
2º. Espanhol
3º. Inglês
4º. Hindu
5º. Árabe
6º. Português

Conforme Harrison, as demais línguas são consideradas idiomas nanicos e estão sujeitas a serem facilmente dominadas pelas línguas gigantes. Seus estudos apontam que 140 línguas deixaram de existir nas últimas 4 décadas, em processos conhecidos como extinções linguísticas.



Não temos aqui a pretensão de estudar em detalhes o Yíddish, esta língua tão expressiva e cheia de significados e história.
Apresentaremos a seguir, alguns fatos interessantes sobre este nobre e cativante assunto:


O iídiche ou yídiche é uma língua da família indo-européia, pertencente ao subgrupo germânico, tendo sido adotada por judeus, particularmente na Europa Central e na Europa Oriental, no segundo milênio, que a escrevem utilizando os caracteres hebraicos. (Wikipédia)
Sistemas de escrita: alfabeto hebraico – ortografia Yíddish
Etnia: Ashkenazi
Regiões: Europa, Israel, América do Norte, e outras regiões com população judaica
Família da língua: Indo-Européia > Germânica > Germânica Ocidental> Elba Germânica > Alto Alemão > Yíddish
Falantes nativos: (aproximadamente 1.5 milhão em 1986–1991)
Mapa: dialetos Yíddish entre séculos XV e XIX:
- em cor laranja – dialetos do ocidente

- em cor verde – dialetos do oriente



Juntamente com o hebraico e o aramaico, o Yíddish é uma das três principais línguas literárias da história judaica.
“Embora houvesse mais de 12 milhões de falantes de Yídiche antes da Segunda Guerra Mundial, aproximadamente metade deles foram mortos no Holocausto nazista. Existem alguns milhões de falantes de Yídiche hoje, incluindo falantes nativos e aqueles que o usam como segunda língua.”
Pequena História
Os documentos mais antigos datam do século XII dC, mas os estudiosos dataram a origem da língua no século IX, quando os asquenazes emergiram como uma entidade cultural única na Europa central. O iídiche surgiu pela primeira vez através de uma intrincada fusão de dois estoques lingüísticos: um componente semítico (contendo hebraico e aramaico pós-clássico que os primeiros colonizadores trouxeram do Oriente Médio para a Europa) e um componente germânico gramaticalmente e lexicamente mais potente (colhido de vários Alto alemão e médio alemão dialetos). Além disso, uma pitada de palavras das línguas românicas também parece ter aparecido em iídiche desde o início. De seu local de nascimento em solo de língua alemã, o iídiche se espalhou para quase toda a Europa Oriental, onde a língua adquiriu um componente eslavo.”
Concluindo, mas não exaurindo o tema, cabe lembrar que o Yíddish tem passado por altos e baixos em sua história pelo mundo, ora atuando como língua opressora sobre as crianças de língua ladina recém chegadas ao novo Estado de Israel após 1948, ora sendo exaltada por Golda Meyer que vaticinou “Quem não fala Yíddish não é judeu!”, ora sendo proibida em Israel durante a estabilização do Hebraico como língua nacional do novo país.
Que tal agora introduzir o Yíddish aos pequeninos, na esperança de plantar uma sementinha em nossos judeus do século XXI?

Este texto é uma colaboração especial de Itanira Heineberg para o EshTá na Mídia.
FONTES:

110 years after the first Yiddishist symposium, academics reconvene in Ukraine to preserve a language that saw half its native speakers die in the Holocaust

YAAKOV SCHWARTZ3 ( convidado para o Congresso Mundial Judaico






SEFARDITAS EM ISRAEL-O sionismo do ponto de vista das vítimas judaicas1-Ella Shohat

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