Você sabia que no dia 14 de outubro, uma simpática
e risonha bisavó de 93 anos foi coroada “Miss Sobrevivente do Holocausto” num
concurso anual de beleza criado em Israel com o objetivo de animar (ou
compensar, o que vocês acham?) e alegrar as mulheres que padeceram as
atrocidades do genocídio nazista?
Tova Ringer, a escolhida entre 12 participantes e
vencedora da sexta edição do concurso de beleza, nasceu na Polônia e agora vive
em Haifa.
Esta competição é organizada por Yad Ezer L’Haver,
ou “Helping Hand” (Mão que Ajuda), uma instituição dedicada a assistir e
amparar os sobreviventes carentes do Holocausto.
Antes das vencedoras serem anunciadas, houve shows
dos veteranos artistas israelenses Hana Laszlo e Sassi Keshet e uma performance
pelo coro dos sobreviventes do Holocausto cuja idade média é de 90 anos e cuja
temática das canções fala sobre a sobrevivência dos guetos na Europa durante o
Holocausto.
O genocídio de 6 milhões de judeus durante a
Segunda Guerra Mundial desempenha um papel singular na sociedade israelense.
Em 1948, no despertar do Holocausto, foi criado o
Estado de Israel, tornando o país um refúgio para centenas de milhares de judeus
sobreviventes dos campos de extermínio nazistas.
Hoje vivem em Israel menos que 200 mil idosos
sobreviventes.
“Uma
dúzia de concorrentes percorreu a passarela com cautela - às vezes assistida -
na cidade de Haifa, com cabelos penteados, maquiagem e faixas adornando seus
vestidos.
Várias
gerações de parentes, junto com simpatizantes, aplaudiram e tiraram fotos,
ressaltando a mensagem dos organizadores de que o concurso concede glamour e
honra ao número cada vez menor daqueles cuja juventude foi roubada na Europa
durante a guerra, mas que construíram novas vidas em Israel.
"Estou
muito feliz. É algo especial", disse a nova Miss Sobrevivente do
Holocausto, Tova Ringer, nascida na Polônia, que perdeu seus pais, quatro irmãs
e uma avó no campo de extermínio de Auschwitz.
"Eu
não tenho palavras para as pessoas que trabalham aqui. Eles deram tanto ...
coração para nós", disse ela à Reuters.
"Eu
não acreditaria que na minha idade eu seria uma beleza", brincou a
ex-joalheira, com uma tiara sobre o cabelo branco.
Outras
concorrentes incluíam uma ginecologista aposentada e técnica de gás, ambas com
81 anos de idade, e duas autoras de memórias do Holocausto. A mais jovem, 74
anos, ainda trabalha como professora apesar das complicações da pneumonia que
sofreu quando criança na Romênia.”
Alguns comentaristas e sobreviventes temem que o
evento ofusque a memória dos 6 milhões de judeus mortos pelos nazistas. Há quem
considere este concurso de beleza muito controvertido.
Mas um alemão presente considerou “uma celebração
maravilhosa”.
"É muito importante para minha geração
conhecer a história do Holocausto, da Shoah, e é importante para mim apoiar
essas pessoas", disse Jan Fischer, gerente de cartão de crédito, de 52
anos de idade de Munique.
"Eu desejo que isso (o genocídio) não aconteça
novamente - nunca".
Este texto é uma colaboração de Itanira Heineberg para o EshTá na Mídia.
FONTES:
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