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domingo, 14 de abril de 2019

VOCÊ SABIA? - Gefilte Fish





Você sabia que o gefilte fish, jóia da culinária judaica e um dos pratos preferidos nos feriados de Pessach, a Páscoa Judaica, e Rosh Hashaná, o Ano Novo Judaico, é um bolinho de carne de carpa moída com tempero, cozido no caldo do peixe?

Em geral é servido frio, na geleia do peixe, decorado com rodelas de cenoura cozida e temperinhos verdes.





O peixe carpa, é considerado um dos reis da água-doce devido à sua longevidade (até 60 anos) e ao fato de não haver duas carpas iguais. É um animal de águas frias e pouco profundas e limpas, porém, sendo onívoro, alimenta-se de tudo: pequenos vermes, animais, plantas e matéria orgânica das areias ou lama do fundo dos lagos e rios, sobrevivendo em lugares pouco limpos e águas impuras também.

Existem dois tipos de carpas: comuns e coloridas. A carpa comum, Cyprinus carpio, é usada na alimentação. Ela apresenta um torso curvo coberto por escamas pequenas e sua cor varia do amarelo ao bege dourado.


Já as carpas ornamentais, de cores fortes, também conhecidas como estampadas, foram criadas por mutação genética espontânea das carpas comuns no Japão, na região de Niigata, e possuem as cores vermelha, azul e vermelha e branca e preta. Elas decoram ambientes públicos e privados em todo o mundo pois suas cores embelezam as águas em que são apresentadas.






Hoje vou contar uma história linda de Pessach, uma história que sempre contei aos meus filhos quando pequenos e que até hoje me entristece e emociona.
“Era uma vez, em um pequeno povoado europeu, uma família judia que apesar de poucas posses sempre se preparava com cuidado para a comemoração de Pessach com uma bem planejada e apetitosa mesa para o primeiro jantar ou Seder.

A mãe, carinhosa como as dedicadas mamães do mundo, cozinhava com esmero, transformando ingredientes simples e econômicos em pratos saborosos, temperando-os com amor e às vezes lágrimas também.
Uma semana antes dos festejos esta extremosa mamãe percorria os mercados em busca do melhor peixe da freguesia para os tradicionais bolinhos, os gefilte fish. Trazia então para a casa a mais saudável carpa e a colocava na banheira da casa onde a mesma viveria em paz até o dia de se tornar a maior atração da mesa de jantar.

Para as crianças da família aquilo significava dupla alegria: uma semana sem tomar banho e um animalzinho de estimação para alimentarem e se divertirem.
A carpa, muito boazinha, não fugia das pequenas mãos que a alimentavam nem dos carinhos que recebia. Quando os pequenos entravam no banheiro na volta da escola, a carpa aproximava-se da beirada da banheira e esperava os bocados que lhe eram oferecidos entre gritos de alegria e satisfação. Sendo um animal onívoro, tudo engolia com o maior prazer. Qualquer petisco saído de um papel de bala ou restinho oriundo de um bolso engordurado era devorado com sofreguidão.




Mas os dias passavam com rapidez e uma bela tarde, ao chegarem em casa, as crianças, ao correrem ao banheiro para cumprimentar sua amiguinha, já paravam nos degraus da escada ... os aromas vindos da cozinha já os informavam que aquela noite a banheira estaria livre. E eles, limpos e asseados como toda a casa naquele feriado.


É chegada a noite do Seder, toda a família reúne-se ao redor da mesa para contar a história do povo judeu em sua fuga para a liberdade, todos felizes por comemorar esta grande conquista bíblica, e a promessa de preservar a liberdade para todos neste mundo.

Todos felizes?

Os rostinhos infantis demonstram uma grande tristeza, seus olhos recusam-se a contemplar os lindos bolinhos na elegante travessa da mamãe, travessa esta, reservada aos grandes momentos da família.”





Espero que tenham gostado desta história singela e que a compartilhem com seus filhos e amigos durante os feriados que se aproximam.



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