Você sabia que o gefilte fish, jóia da culinária judaica
e um dos pratos preferidos nos feriados de Pessach, a Páscoa Judaica, e Rosh
Hashaná, o Ano Novo Judaico, é um bolinho de carne de carpa moída com tempero,
cozido no caldo do peixe?
Em geral é servido frio, na geleia do peixe, decorado com
rodelas de cenoura cozida e temperinhos verdes.
O peixe carpa, é considerado um dos reis da água-doce
devido à sua longevidade (até 60 anos) e ao fato de não haver duas carpas
iguais. É um animal de águas frias e pouco profundas e limpas, porém, sendo
onívoro, alimenta-se de tudo: pequenos vermes, animais, plantas e matéria
orgânica das areias ou lama do fundo dos lagos e rios, sobrevivendo em lugares
pouco limpos e águas impuras também.
Existem dois tipos de carpas: comuns e coloridas. A carpa comum, Cyprinus carpio, é usada na alimentação. Ela apresenta um torso curvo coberto por escamas pequenas
e sua cor varia do amarelo ao bege dourado.
Já as carpas ornamentais, de cores fortes, também conhecidas
como estampadas, foram criadas por mutação genética espontânea das carpas
comuns no Japão, na região de Niigata, e possuem as cores vermelha, azul e
vermelha e branca e preta. Elas decoram ambientes públicos e privados em todo o
mundo pois suas cores embelezam as águas em que são apresentadas.
Hoje
vou contar uma história linda de Pessach, uma história que sempre contei aos
meus filhos quando pequenos e que até hoje me entristece e emociona.
“Era
uma vez, em um pequeno povoado europeu, uma família judia que apesar de poucas
posses sempre se preparava com cuidado para a comemoração de Pessach com uma
bem planejada e apetitosa mesa para o primeiro jantar ou Seder.
A
mãe, carinhosa como as dedicadas mamães do mundo, cozinhava com esmero,
transformando ingredientes simples e econômicos em pratos saborosos,
temperando-os com amor e às vezes lágrimas também.
Uma
semana antes dos festejos esta extremosa mamãe percorria os mercados em busca
do melhor peixe da freguesia para os tradicionais bolinhos, os gefilte fish.
Trazia então para a casa a mais saudável carpa e a colocava na banheira da casa
onde a mesma viveria em paz até o dia de se tornar a maior atração da mesa de
jantar.
Para
as crianças da família aquilo significava dupla alegria: uma semana sem tomar
banho e um animalzinho de estimação para alimentarem e se divertirem.
A
carpa, muito boazinha, não fugia das pequenas mãos que a alimentavam nem dos
carinhos que recebia. Quando os pequenos entravam no banheiro na volta da
escola, a carpa aproximava-se da beirada da banheira e esperava os bocados que
lhe eram oferecidos entre gritos de alegria e satisfação. Sendo um animal
onívoro, tudo engolia com o maior prazer. Qualquer petisco saído de um papel de
bala ou restinho oriundo de um bolso engordurado era devorado com sofreguidão.
Mas
os dias passavam com rapidez e uma bela tarde, ao chegarem em casa, as crianças,
ao correrem ao banheiro para cumprimentar sua amiguinha, já paravam nos degraus
da escada ... os aromas vindos da cozinha já os informavam que aquela noite a
banheira estaria livre. E eles, limpos e asseados como toda a casa naquele
feriado.
É
chegada a noite do Seder, toda a família reúne-se ao redor da mesa para contar
a história do povo judeu em sua fuga para a liberdade, todos felizes por
comemorar esta grande conquista bíblica, e a promessa de preservar a liberdade
para todos neste mundo.
Todos
felizes?
Os rostinhos infantis demonstram uma grande
tristeza, seus olhos recusam-se a contemplar os lindos bolinhos na elegante
travessa da mamãe, travessa esta, reservada aos grandes momentos da família.”
Espero
que tenham gostado desta história singela e que a compartilhem com seus filhos
e amigos durante os feriados que se aproximam.
FONTES:
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