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segunda-feira, 27 de maio de 2019

VOCÊ SABIA? - Os Bensaúde dos Açores ou…. os Açores dos Bensaúde?






Você sabia que uma família de judeus sefarditas, expulsa primeiro da Península Ibérica e depois de Marrocos, se estabeleceu nos Açores no início do século XIX dando origem a um império que perdura até hoje?



Arquipélago Açores composto de nove ilhas e alguns ilhéus vulcânicos


Abraão Hassiboni chegou acompanhado da família aos Açores, em 1820, procurando aqui a segurança que lhe faltava. Fugindo da perseguição da Inquisição na Península Ibérica e mais tarde do ódio das populações do Norte de África, adoptou à chegada o sobrenome Bensaúde por ter uma sonoridade mais portuguesa.



Abraão Hassiboni - Abraão Bensaúde

Abraão Hassiboni - Abraão Bensaúde


Trabalhadores incansáveis, os recém-chegados dedicaram-se à venda de tecidos de alta qualidade importados do Reino Unido.



Alfredo Bensaúde e família


Estes artigos de luxo suscitaram inicialmente a desconfiança dos comerciantes locais, logo contornada pelo esforço que fizeram em aprender português e integrar-se de forma harmoniosa na comunidade, estabelecendo boas relações com todos. Ocupavam-se em simultâneo do cultivo de cereais e laranjas que eram levados pelos navios que traziam os tecidos.





Mais tarde, introduziram o cultivo do tabaco nas ilhas fundando a Fábrica de Tabaco Micaelense que ainda existe, e a cultura de ananases, diversificando os negócios quando a “economia da laranja” decaiu.

A esta fábrica juntou-se outra de produção de álcool e outra de açúcar.
Iniciam também negócios com armazenamento e venda de carvão.

Apostaram, em seguida, na pesca do bacalhau criando uma empresa especializada que se tornou a maior de Portugal.

Os transportes marítimos entre ilhas e o continente foram o passo seguinte (Empresa Insular de Navegação). A visão de que o transporte aéreo iria ser mais relevante que o marítimo leva à criação da Sociedade Açoreana de Transportes Aéreos (1941).

Hoje, a SATA internacional voa maioritariamente para as Américas e Europa ligando os Açores e o continente português ao mundo.

Imparáveis, passam depois ao sistema monetário!

Fundam dois Bancos, tendo um deles perdurado até hoje sob outro nome: BANIF.

A inexistência de seguradoras eficientes leva-os à criação da Companhia de Seguros Açoreana, que rapidamente prosperou e é ainda hoje uma referência.

Com o declínio da importância do carvão, após a Segunda Guerra Mundial, voltaram-se ao armazenamento e comercialização de combustíveis líquidos, que representam atualmente uma parte importante das atividades do Grupo.


Armazenagem de combustível - 2009

Pioneiros, constroem nos anos 30 o primeiro campo de golfe nas ilhas onde edificam, em simultâneo, o primeiro hotel do Grupo Bensaúde.


Campo de golfe das Furnas 1937
Os negócios corriam de feição, mas a família haveria de enfrentar novos desafios com a eclosão da Revolução dos Cravos, a 25 de Abril de 1974. As turbulências revolucionárias levam à perda de grande parte do património que foi nacionalizado, passando para o Estado.

A família não desmoraliza, sai de Lisboa e volta de novo para os Açores, dando início a uma longa recuperação das perdas sofridas, alcançada com êxito décadas depois.

A história dos Açores é a história dos Bensaúde.


Banhos ferruginosos e jardim com plantas exóticas fazem parte do Hotel Terra Nostra do grupo Bensaúde na ilha de São Miguel.

Trezentos anos depois da humilde chegada de Abraão Hassiboni (Bensaúde), os seus descendentes construíram e consolidaram um império na hotelaria, transportes, combustíveis e hipermercados, mantendo o Grupo 100% familiar, dinâmico e próspero. O nome Bensaúde está intrinsecamente ligado também à cultura, à ciência, à filantropia, ao mecenato e às obras de cariz social de que beneficiam todos os trabalhadores do Grupo. Vários membros do clã Bensaúde prestigiaram diferentes ramos do saber como a Medicina, a Agronomia, Minerologia, História, Astronomia e Engenharia. Estiveram na origem da fundação do Instituto Superior Técnico (o MIT português). Na política, destacou-se o Dr. Jorge Sampaio, presidente da República Portuguesa de 1996 a 2006, também ele descendente do judeu marroquino que um dia quis ser português.

Apesar da conversão da maioria dos seus membros por casamentos e absorção pela sociedade maioritariamente católica, os Bensaúde permaneceram fortemente ligados às suas origens. 


Cadeira usada na circuncisão dos meninos.  Museu Sinagoga Sahar Hassamain – ilha São Miguel. Detalhe: gavetinha para o pai, ao sentar na cadeira alta, repousar o corpo do bebê durante a cerimônia.

Contribuíram incansável e generosamente para a restauração das Sinagogas de Lisboa e Ponta Delgada (Açores) e tomaram a seu cargo a conservação dos cemitérios judaicos das ilhas. 


Único cemitério judaico em Ponta Delgada, capital da ilha de São Miguel






Sinagoga Sahar Hassamain - Força dos Céus - em Ponta Delgada – ilha de São Miguel

Esta sinagoga foi fundada em 1836, sendo a mais antiga de Portugal após 1946, ano em que D. Manoel I expulsou todos os judeus do país.

Atualmente a sinagoga virou museu após ser recuperada pela família Bensaúde.




Esta devoção sentimental para com a religião e cultura dos seus antepassados coexiste em harmonia com a identidade portuguesa que também detêm.

Este texto escrito por Leonor Sarmento, nossa correspondente em Portugal, e imagens de Itanira Heineberg.


FONTES:

Maria de Fátima S. de Sequeira - "A casa Bensaúde e os Açores, Biografia Bensaúde
Família Bensaúde, Wikipedia
Revista Sábado, 20/06/2015 - Artigo sobre o Império Bensaúde         



quinta-feira, 23 de maio de 2019

Editorial: Antissemitismo em uma nova roupagem




Será que chegou o momento de aumentar o grau de alerta?

As pessoas nascidas ao redor de 1950, em uma época em que o mundo era
reconstruído com a esperança de um futuro que pudesse referenciar o que havia acontecido na década anterior, viram o mundo partir da guerra fria; a guerra entre duas potências, uma guerra econômica e do petróleo, até chegar aos dias de hoje, em que as lutas são por falácias e recheadas de falsas notícias. 
As mesmas pessoas também foram testemunhas de avanços incríveis no campo científico. O desenvolvimento na área das comunicações é espantoso – os que nasceram junto com a televisão comercial sempre se admiram com a “era internética", com a transformação de ficção científica em vida real. 
Mas vemos claramente a espiral da história voltar novamente o seu olhar para o lado escuro da vida.

O fantasma do antissemitismo vem se tornando cada vez mais real e, como diziam há décadas, “ontem levaram os judeus, e eu não me incomodei – hoje levaram aos meus, e não havia mais com quem compartilhar”.

Os judeus e suas ações, os judeus e seus costumes, os judeus e sua vida familiar – OS JUDEUS – alvo de discriminação, “bullying” e perseguições ao longo de séculos, ao longo de milênios, estão novamente no centro da ribalta do pior circo do mundo. O que falseia a verdade para despertar um inconsciente coletivo que justifique a transformação de todo um povo e de pessoas inocentes, criativas e trabalhadoras em alvo de escárnio e desprezo.

Na semana passada vimos o grande espetáculo do Eurovision ser invadido por uma manifestação contra o Estado de Israel – e vimos Madonna aproveitar a ocasião para propagar a premissa da possibilidade de integração entre o Estado de Israel e um suposto estado palestino. Digo suposto porque não há substrato histórico que possa definir este estado, e o espaço que foi várias vezes aberto desde 1948 para que isto pudesse surgir foi negado e ocupado por grupos terroristas que apenas têm o ódio contra Israel como seu ponto de foco. Ontem mesmo foguetes voltaram a ser disparados contra Israel, um país que mesmo tendo um exército sabidamente capaz de destruir estes terroristas, mantém-se fiel às tradições de buscar a paz – SHALOM a qualquer custo. Em maio de 2019 o parlamento alemão (Bundstag) publicou uma resolução declarando que o movimento BDS, que prega o boicote a produtos israelenses, é um movimento antissemita. Esta declaração não tem força de lei, mas é suficiente para impedir que o governo alemão continue aplicando grandes somas de recursos em movimentos terroristas, e também continue admitindo a discriminação do Estado de Israel.

Ao ler a notícia, e em vista de toda a problemática gerada pelos milhares ou milhões de refugiados muçulmanos que transformam a face das cidades europeias incluindo as cidades alemãs, perguntei “por que agora”? Qual a pressão que a Alemanha sofre para levar este tema ao parlamento, e gerar uma resolução deste porte? Certamente o passado assombra a muitos alemães – as atrocidades de guerra e a morte de seis milhões de judeus será sempre um fato a ser colocado na balança.

Mas em poucos dias a própria imprensa brasileira trouxe a explicação. Em 22 de maio de 2019 o Estado de São Paulo publica artigo intitulado “ANTISSEMITISMO CRESCE NA ALEMANHA E ASSOMBRA JUDEUS” onde relata de forma textual o que vem ocorrendo com o filho de Wenzel Michalski, um cidadão alemão que no século passado ouvia de seu pai o conselho de nunca dizer que era judeu. Um menino de 14 anos que estuda em uma escola pública em Berlim que se orgulha da diversidade de seus alunos (cristãos e mulçumanos), responde a uma simples questão – “onde vocês rezam”, mas ao responder que era em uma sinagoga, a professora perguntou “por que?”. A resposta foi óbvia – “porque sou judeu”. E o artigo de Wenzel Michalski passa a relatar todas as ameaças e maus tratos que seu filho passou a sofrer. ESTE ARTIGO NÃO FOI PUBLICADO EM 1939 – mas sim em 2019!

Um alerta a todos que imaginam que atacar o estado de Israel é apenas uma questão de política atual – é na realidade uma questão atávica de buscar bodes expiatórios – e esta questão milenar é chamada de ANTISSEMITISMO!

Sigamos alertas, em busca do respeito à diversidade, mas sem deixar que este impeça que vejamos o perigo.

Boa semana,

Regina P. Markus

sexta-feira, 17 de maio de 2019

EUROVISION: Um Festival de Música Europeu





Começou em 1956 o "Festival Eurovisão da Canção", como é conhecido em Portugal. Participam diversos países cuja televisão nacional é membro da European Broadcasting Union. Segundo a Wikipédia portuguesa, a audiência é enorme, e já chegou a atingir 1/6 da população mundial. No início eram apenas sete países, e este ano estão participando 41 países. Como todos os festivais competitivos há várias regras e costumes, e entre estes o país que sedia a Eurovision é o que ganhou no ano anterior.

Este ano, nesta semana, o Eurovision está acontecendo em Israel - na cidade de Tel Aviv, seguindo a tradição que o país sede é o que ganhou o festival no ano anterior. De PORTUGAL a ISRAEL.

A primeira semi-final aconteceu no dia 14 de maio, quando se apresentaram 17 países, e a segunda semi-final foi no dia 16 de maio com a participação de 18 países. A final será no dia 18 de maio, este sábado, com a participação de 26 países. O júri nas semi-finais é composto por todos os países que competem naquele dia mais dois ou três países, já nas finais todos os países votam. Há também um sistema especial para que o público vote.

Entre os países não europeus estão: Austrália, Armênia, Arzebaijão e Israel.

EUROVISION – tem ainda muito mais: Madonna fará o encerramento, e nesta quinta, entre os que se apresentaram sem competir, estava a BANDA DE SHALVA, formada por jovens com limitações físicas e que através da música chegaram ao coração de todo um continente.

EUROVISION – tem ainda muito mais: foi um momento importante de resistência aos que queriam, com a força de argumentos falsos e de ameaças, impedir que Israel sediasse um evento desta magnitude! Um auditório de 7.000 pessoas e uma audiência internacional focada na música e na alegria. Tel Aviv foi esta semana o palco do que é possível conseguir quando muitos não querem ceder e com isto ganhamos todos. O Editorial de hoje é para comemorar a capacidade de nosso mundo agir de forma a impedir que o século XXI veja o ódio superar a vontade de celebrar a VIDA. Celebrar que alguns poucos, que ganharam as páginas de alguns noticiários, não impediram nem o Arzebaijão de comparecer ao Festival Eurovision em Tel Aviv. Esta semana temos muito a celebrar!

Le CHAIM e vamos checar quem ganha o Eurovision neste sábado.

Regina P. Markus


sexta-feira, 10 de maio de 2019

Editorial: 71 em 3000! Um País - Um Povo!

O FUTURO - TEMPOS MELHORES?

Estamos encerrando a semana de comemoração da Independência do Estado de Israel. Mantendo a linha do tempo, começamos em Pessach, quando é lembrado o início do Povo Judeu: o início de uma caminhada no Deserto; o início da contagem do ômer; 49 dias (7 semanas) que separam a saída do Egito do recebimento das Tábuas da Lei no Monte Sinai. Todos estes episódios relatados por 3000 anos, anualmente. 



Este contar da História é básico para a sobrevivência do Povo Judeu, que como repetimos várias vezes, é composto por indivíduos provenientes de muitos rincões da Terra, de cores diferentes e hábitos bastante distintos. O País - ISRAEL - deixa de existir na época do Romanos, logo no século I. Por 2000 anos, o Povo Judeu vive entre as nações.

Dando um salto para os séculos XIX, XX e XXI, chegamos a um momento da História em que se forma uma identidade como nação a partir de um desejo de alguns no ano de 1948, mais precisamente no dia 5 de maio, do Estado de Israel no mesmo pedaço de terra em que habitaram os antigos.

Onde são reconhecidos marcos da história antiga e onde é criada uma história moderna. 

Mas hoje quero andar com os pés no chão e ver o que aconteceu nestas últimas semanas.

O Estado de Israel comemora anualmente o dia em que David Ben Gurion declarou a Indepedência. Leia o texto sobre a Declaração da Independência em português

Hoje, ao comemorar 71 anos, Israel é um país com uma população ao redor de 9 milhões de habitantes - sendo entre 6 e 7 milhões judeus, mais de 2 milhões de árabes e também cristãos, beduínos, curdos, africanos. Representa a forte democracia do Oriente Médio, cujo Parlamento é formado por representantes de sua complexa população.


Todos sabem que Israel enfrenta sérios problemas com entidades terroristas que ocupam e são reconduzidas ao poder por populações quase indefesas na Faixa de Gaza, mas poucos sabem que os árabes que moran em Israel fazem parte integral do país, inclusive do Exército de Defesa. Um dia antes do Dia da Independência, faz parte do calendário israelense o dia da Memória do Soldado Israelense e de todos que morreram em defesa do Estado de Israel (Dia da Memória, Iom haZikaron). Este ano quero contar sobre um artigo publicado no site Ynet.com por Yoseph Haddad,  árabe israelense e CEO da ONG "Juntos - um responsável pelo outro". Haddad, um reservista do Exército de Defesa de Israel, conta porque os árabes israelenses estão juntos com todos os outros israelenses no Dia da Lembrança.


E os tempos continuam e o mundo continua mudando. 71 anos! Nesta semana quero chamar a atenção sobre a enorme mudança que está sendo vista na relação entre Israel e os Países Árabes. A grande mídia segue com a toada das escaramuças armadas - dizem que isto vende!


Mas há algo mais, como relata hoje o site do jornal THE ALGEMEINER:


"Cerca de 72.109 cidadãos da Arábia Saudita, Kuwait, Qatar, Marrocos, Malasia, Algéria, Indonésia, Oman, Tunísia e Emirados Árabes Unidos visitaram o Estado de Israel no último ano! 15% a mais do que em 2017".


Mas, não para aí.... "4.947 egípcios e 12.363 jordanianos!"


Sabemos que nada melhor que o contato entre pessoas para formar opiniões fortes e superar propagandas enganosas.


VER QUE O PRESENTE mostra sinais de entendimento entre pessoas é a base para acreditar que o FUTURO trará o entendimento entre as nações e os governos.


CHAG SAMEACH


Regina P. Markus












segunda-feira, 6 de maio de 2019

VOCÊ SABIA? - Jerusalem of Gold


Cidade Velha de Jerusalém



Você sabia que um famoso e erudito escritor do século XI, Shmuel Hanagid, afirmou que “o poeta que escrever 5 mil poemas mas nenhum sobre Jerusalém não é poeta”? E em seguida completou: “mas quem escrever um único poema em sua vida sobre Jerusalém será um poeta!”

“Jerusalém de ouro, e de bronze, e de luz
Entre tudo isso sou um violino para todas as suas canções.”




Em 1967, a compositora Naomi Shemer e outros quatro profissionais foram convidados por Teddy Kollek, prefeito da cidade, a escrever uma canção sobre Jerusalém para ser apresentada no concurso anual “The Voice of Israel” no Dia da Independência.


Naomi obedeceu e compôs a belíssima canção “Jerusalém de Ouro”, que teremos oportunidade de ouvir nos vídeos mais abaixo.


Naomi Shemer



Naomi confessou mais tarde que foi difícil escrever os versos até lembrar a lenda do Rabi Akiva prometendo à sua esposa Raquel um diadema de ouro especialmente desenhado para ela, representando Jerusalém.

Naomi então escolheu Shuli Natham, uma professora-soldada de 20 anos, com seu violão e uma voz de querubim, para interpretar sua criação.
No grande dia, Dia da Independência, 15 de maio de 1967, entre a última apresentação do concurso e a revelação do nome do vencedor, Shuli Natan cantou “Jerusalém de Ouro” pela primeira vez em público.

A multidão delirou!

Após a revelação do vencedor do concurso, a plateia insistiu com veemência que Shuli Natan voltasse ao palco para repetir a canção.

Apreciemos esta bela voz e versos de profundo significado. As traduções aparecerão ao final deste artigo, antes das fontes.


    

A canção foi um sucesso desde a primeira apresentação e no final da festa, quando a plateia inteira, aos gritos, solicitou a presença de Shuli, todos ali reunidos uniram suas vozes e junto a ela cantaram com entusiasmo e paixão.

Este evento aconteceu em tempos de guerra - e três semanas mais tarde, quando os soldados libertaram o Muro Ocidental (Muro das Lamentações), eles já tinham um hino para comemorar a conquista. Ao entrarem na Cidade Velha o Rabino Chefe Goren tocou o shofar (instrumento religioso feito de chifre de carneiro), e os soldados em uníssono entoaram “Jerusalém de Ouro”.

Naquele dia, 6 de julho de 1967, Naomi Shemer acrescentou uma alegre e otimista estrofe aos seus versos para celebrar a vitória e a reunificação da cidade.

E pensar que esta canção, amada por tantos e entoada com amor, foi criada para preencher espaços musicais do concurso “The Voice of Israel”!


Temos agora 6 minutos desta obra de arte entremeada de famosas imagens do país:




E para finalizar, temos o vídeo em que Naomi explica sua criação e conta sobre as emoções e lágrimas que sua música causou.






Jerusalem of Gold (tradução)
Ofra Haza

Jerusalém de ouro

O ar da montanha é límpido como o vinho
E o perfume dos pinheiros é carregado na brisa do lusco-fusco
Entre os sons dos sinos.
E no contraste de árvore e pedra
Capturado nos seus sonhos
A cidade assenta-se solitária
E no seu meio está o muro.

e de bronze, e de luz
Entre tudo isso sou um violino para todas as suas canções.

Como as cisternas secaram
O mercado está vazio
E ninguém mais frequenta o Monte do Templo
Na cidade antiga.

E nas grutas na montanha
Os ventos estão contidos
E ninguém mais desce para o Mar Morto
Pelos caminhos de Jericó

Refrão: Jerusalém de ouro,
e de bronze, e de luz
Entre tudo isso eu sou um violino para todas as suas canções.

Mas assim como eu venho cantar hoje para ti,
E adornar coroas para ti (contar suas preces)
Eu sou a menor das mais jovens de suas criancinhas
(ou seja, sou o menos honrado a fazê-lo)
E o último dos poetas nascidos
Pelo seu nome cerram-se os lábios
Como o beijo de um Serafim
Se eu me esquecer de ti, Jerusalém,
O qual é todo ouro....

Refrão: Jerusalém de ouro,
e de bronze, e de luz
Entre tudo isso eu sou um violino para todas as suas canções. Nós voltamos para as cisternas
Ao mercado e ao local do mercado
Um shofar pode ser ouvido a chamar para o Monte do Templo
Na velha cidade

E nas suas grutas na montanha
Milhares de sois brilham
Nós desceremos mais uma vez ao Mar Morto
Pelo caminho de Jericó.

Refrão: Jerusalém de ouro, e de bronze, e de luz


Jerusalem Of Gold

Avir arim tzalul kayayin
vere'akh oranim
nisa beru'akh ha'arbayim
im kol pa'amonim.
Uvtardemat ilan va'even
shvuya bakhaloma
ha'ir asher badad yoshevet
uveliba khoma.

Yerushalayim shel zahav
veshel nekhoshet veshel or,
halo lekol shirayikh ani kinor.

Eykha yavshu borot hamayim
kikar hashuk reyka.
Ve'eyn poked et Har haBayit
ba'ir ha'atika.
Uvamarot asher basela
meyalelot rukhot
ve'eyn yored el Yam haMelakh
bederekh Yerikho.

Yerushalayim shel zahav
veshel nekhoshet veshel or,
halo lekol shirayikh ani kinor.

Akh bevo'i ayom lashir lakh
velakh likshor ktarim
katonti mitze'ir banayikhv ume'akhron hameshorerim.
Ki shmekh tzorev et hasfatayim
kineshikat saraf.
Im eshkakhekh Yerushalayim
asher kula zahav.

Yerushalayim shel zahav
veshel nekhoshet veshel or,
halo lekol shirayikh ani kinor.

Khazarnu el borot hamayim
lashuk velakikar.
Shofar kore beHar haBayit
ba'ir ha'atika.
Uvame'arot asher basela
alfey shmashot zorkhot
nashuv nered el Yam haMelakh
bederekh Yerikho.

Yerushalayim shel zahav
veshel nekhoshet veshel or,
halo lekol shirayikh ani kinor.

Compositora: Naomi Shemer


Este texto é uma colaboração especial de Itanira Heineberg especialmente para os canais EshTá na Mídia.


FONTES: