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quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

EDITORIAL: Uma Nova Era? - Israel e os Estados Árabes



Quando começa ADAR, chega a alegria.


Ao imaginar um projeto, dependendo do tipo de atividade que exercemos, temos expectativas diferentes do final. Ser mãe - o grande projeto da vida de muitas de nós - tem começo, mas nunca sabemos o que realmente serão nossos filhos e filhas. Já ao apresentar um projeto científico, são levantadas hipóteses que podem ser ou não rejeitadas, e é o resultado que aponta as direções futuras da investigação. Enfim, estas são atividades onde o caminho, o processo, é mais importante que o resultado final. O que vale a pena é realizar!

Há outras atividades em que os projetos devem ser executados de forma a atingir o resultado proposto inicialmente. Arquitetos, engenheiros, cozinheiros e todos os que lidam com moda. Imaginam algo e há muitos que conseguem, como magos, executar o que propuseram. E hoje, para felicidade de muitas de nós, esta frase deve ser lida com total independência de gênero, e outros tipos de classificadores.

Hoje escrevo em uma semana em que constatamos que um desejo, um projeto, uma esperança parece ter tomado um novo rumo. Há anos a relação entre o Estado de Israel e os Países Árabes, um grande número de países que vão do Oceano Atlântico (África Ocidental) até a Ásia não muda de tom. Sai ano, entra ano, há algumas propostas que mais parecem piadas dos dirigentes do momento. Sai ano, entra ano, encontramos o velho antissemitismo clamar pela morte do Estado Judeu, assim como continua clamando pela morte do Povo Judeu. Mas, sai ano, entra ano a caminhada continua e muitos procuram criar formas de permitir o encontro de pessoas do povo para criar vínculos e, mais ainda, criar condições de promover o encontro entre dirigentes e representantes que possam abrir novos caminhos para o entendimento.

Esta semana o noticiário internacional trouxe dois fatos que não podem passar despercebidos neste ano de 2020, e há um terceiro processo que merece nossa atenção. Todos eles envolvem o Estado de Israel e Países Árabes.

























1 - Arábia Saudita - O Rei Salman recebeu no mês de fevereiro de 2020, em Riad, uma delegação que visa a convivência inter-religiosa. Entre os participantes estava o Rabino David Rosen, nascido na Inglaterra e há anos residente em Israel. Vale ressaltar que está em processo a concessão de vistos para israelenses e para sauditas poderem viajar diretamente entre os dois países.



2 - Emirados Árabes Unidos - Está sendo realizado um tradicional Circuito Ciclista - percorrer 148 km por sete Emirados Árabes. Pela primeira vez, um time israelense - todos com passaportes israelenses - chamado "THE STARTUP NATION" participa deste circuito. Não há restrição ou censura. 













O ciclista israelense Omer Goldstein resume o espírito do momento: "é um sonho que se torna realidade". Ao entrar no site, o time israelense é um entre os 20 times que participam da prova. Muitas etapas, muitos países e os amantes do ciclismo estão curtindo muito esta novidade. Neste caso, competir é um vitória.


3 - Em processo - "Start Up Nation", antes de ser o nome de uma equipe de ciclismo, é o espírito de uma nação. E no início de 2020, exatamente no dia primeiro de janeiro, a Cia. de Eletricidade da Jordânia recebeu o primeiro suprimento de gás natural de Israel. Esta já é uma realidade no Egito. Ainda estamos no processo, que começou há 10 anos. Há na Jordânia alguns parlamentares, como Yahya Saud, que são contra a normalização das relações com Israel. Mas a busca de energia e de água potável tem sido uma excelente fonte de boas relações.



Mas, Israel, fornecendo gás? De onde? Há dez anos foi descoberta uma enorme jazida de gás natural no Mar Mediterrâneo em frente à Costa de Haifa. Israel criou tecnologia para alcançar estas fontes e retirá-las do mar de forma segura. Atualmente já foram estabelecidas quatro plataformas: Leviatan, Tamar, Tanin e Dalit. Só a plataforma de Leviatan, nome que lembra a baleia que engoliu Jonas, tem a previsão de fornecer 60 bilhões de metros cúbicos de gás em 15 anos. Esta descoberta e a capacidade tecnológica coloca Israel entre os importantes fornecedores de energia do Oriente Médio. 
Dos campos da religião, esporte, tecnologia e economia, esta foi uma semana de muito bons momentos.
Estamos entrando em ADAR o mês judaico da alegria! O mês de superação.



Boa Semana!
Regina P. Markus

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

Editorial - DIVERSIDADE: a base da LONGEVIDADE?




Nesta última década, o mundo vem acompanhando uma preocupação crescente das populações com a biodiversidade como uma forma de aumentar a sobrevivência dos seres humanos neste nosso planeta azul e ao mesmo tempo, um recrudescimento pela igualdade entre os homens.


Em muitos discursos políticos ou de religiosos encontramos frases que definem a igualdade dos diferentes. No caso de cor de pele ou raça, há pressões para definir igualdades daquilo que nossos olhos veem que é diferente. No caso de pessoas que se distinguem da normalidade, encontramos um discurso que enaltece que todos devem ser considerados iguais - que se não forem, devem receber alguma compensação para serem incluídos no grupo maior, e se forem muito acima da média, devem contribuir de alguma forma, reduzindo sua diferença e favorecendo os demais. Em resumo, a biodiversidade é desejada quando se trata de plantas e animais, mas a humanodiversidade nunca é premiada.


Não encontramos preocupação em querer manter as diferenças, o diferente é "estranho", "estrangeiro", "imperfeito", "incapaz"..... Manter as diferenças seria injusto! Mas, muitas vezes, a existência das diferenças é muito importante, porque as grandes tarefas só podem ser feitas se cada parte for realizada por especialistas competentes.


O mesmo deveria ser verdade para um Povo - e quanto mais diverso for este povo, maiores serão as chances de que tenha alta resiliência, alta capacidade de adaptação e, principalmente, alta capacidade de busca de novas soluções e de criação de fatos que permitam a sobrevivência.


Nós, brasileiros, somos um Povo muito jovem; mas temos esta capacidade de sempre saber criar novas oportunidades e de reinventar a cada geração, ou mesmo década, atividades econômicas que já permitiram vencer situações inacreditáveis e então chegar neste final da segunda década do século XXI com jovens que são campeões em Olimpíadas Internacionais e outros que emprestam seus nomes para asteróides, tal é o desempenho que tiveram em feiras internacionais de Ciências e Engenharia.


Nós, judeus, somos um Povo milenar. Vivemos espalhados pelos 5 continentes e adquirimos hábitos e costumes ao longo desta caminhada. Adquirimos também formas físicas muito diferentes. Ao longo da história da Europa, o judeus já foi definido como aquele sujeito narigudo, barrigudo e que tinha uma pele muito branca. Esta forma de identificação fica completamente perdida quando olhamos para os judeus africanos e os judeus asiáticos. Também é difícil comparar os filhos dos judeus romanos, que se orgulham de serem descendentes dos que foram expulsos de Jerusalém e muitos dos poloneses, que têm cabelos vermelhos e olhos claros.


Será a diversidade a base da longevidade? Hoje vou extrapolar! Sou cientista e a Teoria da Evolução é uma das mais contestadas e por isso mais testadas no mundo científico. Hipóteses de contestação atrás de hipóteses de contestação vão sendo rejeitadas, e a teoria da evolução segue seu rumo escorada na seleção natural. Há processos que exercem o mesmo papel dos seres mais simples aos mais complexos, tanto no reino animal quanto no reino vegetal, e há processos que alteram seua função ou mesmo são desativados - ou se transformam em base para doenças de alta relevância.


Será que conseguimos aqui também criar um paralelo entre a biodiversidade e a humanodiversidade? Uma linha mestra que, apesar de muitas diferenças superficiais, guarda alguns conceitos básicos que quando transmitidos de geração em geração, garantem a sobrevivência de um povo - isto é, um grupo de pessoas que apesar da distância geográfica e étnica, carregam semelhanças capazes de serem identificadas.


Nesta semana, o EshTá na Mídia publicou três posts (clique em cada um para ler) que ressaltam estes atributos. Os judeus da Etiópia começaram a chegar ao Estado de Israel no início dos anos 1970 e as autorizações de imigração continuam até hoje. Os imigrantes que vieram diretamente de aldeias do interior da Etiópia tinham pouco ou nenhum conhecimento da cultura ocidental. Choque de milênios! Mas eram judeus, sabiam ler e escrever e estudavam... estudavam os textos sagrados antigos. Estes textos incluíam a Tora, Profetas e Escritos - o que se convenciona no mundo cristão a chamar de Velho Testamento. O Talmud não faz parte destes estudos. Mas, como estudar era uma prática incorporada por milênios, a imigração repentina para o então século XX foi difícil mas não impossível. Hoje, vários filhos de imigrantes são cidadãos israelenses de destaque no campo da cultura, ciência, empreendedorismo, e nos comandos militares. O comando do Sul de Israel hoje é de um descendente etíope, assim como a representante israelense no Eurovision de 2020.


E o que falar do mundo asiático? Nesta semana também publicamos um artigo que mostra a celebração do Bat Mitzvah da neta do Rei Monivong, que reinou no Camboja até sua morte em 1941. A educação das mulheres é uma característica muitas vezes esquecida; mas ainda na Ásia temos um caso muito especial que já comentamos de forma rápida. A Coréia do Sul, país que tem o maior índice de inovação e de desenvolvimento científico no mundo, há anos adotou o sistema Talmúdico para o ensino.


No que este tipo de ensino se diferencia dos demais? Se quiserem, podemos nos aprofundar no tema - mas rapidamente, os temas são tão complexos e tão atuais que nunca devem ser estudados por uma única pessoa. Não há o que decorar, ou aprender! Os alunos são organizados em duplas, e devem revisar e debater a opinião dos vários rabinos sobre tópicos específicos. Depois, as classes são unidas e as discussões e diversidade de opiniões aumentam. O importante não é a opinião do Professor, ou de algum ser superior! O importante é os caminhos dos debates.


Imagina estudar ciências destas forma? E matemática?


Bem, por hoje ficamos com a HUMANODIVERSIDADE.


Boa semana!


Regina P. Markus

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

VOCÊ SABIA? - Gino Bartali


“ESTAS COISAS SE FAZEM, MAS NÃO SE CONTAM”

Por Itanira Heineber para o EshTá na Mídia




Gino Bartali (1914-2000), ciclista italiano vencedor do Giro d’Italia, Grã-Oficial da Ordem do Mérito da República Italiana, Cavaleiro Grã-Cruz da Ordem do Mérito da República Italiana, Um Justo entre as Nações!



Gino Bartali (1914-2000), ciclista italiano vencedor do Giro d’Italia, Grã-Oficial da Ordem do Mérito da República Italiana, Cavaleiro Grã-Cruz da Ordem do Mérito da República Italiana, Um Justo entre as Nações!



VOCÊ SABIA que o grande Bartali, três vezes vencedor do Giro d'Italia e duas do Tour de France, tem entre suas conquistas a proeza humanitária de salvar 800 judeus na iminência de serem deportados para as câmaras de gás dos nazistas?

Este herói da Resistência salvou centenas de judeus dos campos de Auschwitz através de uma rede secreta comandada pelo Cardeal Elia Della Costa, confessor e guia espiritual do destemido ciclista que desafiou os nazistas com sua bicicleta recheada de documentos falsos e dinheiro.

Segundo Bartali sua ação foi simplesmente uma questão de Humanidade, obedecendo um valioso ensinamento bíblico: ”Não serás omisso”.

Assistamos agora a um breve vídeo com a história deste feito magnífico, um exemplo de valores para inspirar a raça humana:







“Entre o outono de 1943 e a primavera de 1944, Bartali ajudou a evitar que centenas de judeus italianos fossem deportados e enviados para os campos de extermínio alemães.

A vitória no Tour de 1938 foi usada por Mussolini como forma de fazer propaganda ao regime. O ciclista tinha caído nas boas graças do líder italiano, e Elia Dalla Costa, um cardeal amigo da família de Bartali pensou que este prestígio poderia ser vantajoso para a missão em que tinha pensado.”



“O cardeal tinha criado uma rede clandestina formada por freiras, frades franciscanos e monges, com o objetivo de impedir que judeus fossem deportados pelas forças alemãs que se encontravam em território italiano. Faltava apenas alguém que servisse de correio e levasse os documentos falsos que permitissem aos judeus sair de Itália.”




A silenciosa missão consistia em pedalar até Assis onde um socialista devoto imprimia os documentos em uma máquina antiga e barulhenta. Durante o trabalho ruidoso da prensa as freiras Clarissas do Convento de San Quirico que mantinham em segredo dezenas de judeus em seus porões, escancaravam as janelas e em coro entoavam santas melodias para abafar o som de trovão da velha e ultrapassada impressora.



“Bartali foi o escolhido. Fez pelo menos 45 vezes os quase 200 quilómetros que separam Florença (onde vivia) de Assis. Levava os documentos e dinheiro escondidos na bicicleta pelas estradas secundárias e caminhos de ciprestes da região da Toscânia. A viagem de ida e volta era feita toda no mesmo dia e nem a própria família sabia aquilo que ele fazia. Bartali era católico mas não foi isso que o moveu, diz o filho, citado pelo El País:

Ele considerava que essas coisas se fazem mas não se contam. Vinha de uma família muito humilde. Estavam habituados a ajudar-se para seguir em frente e ele aprendeu a ser uma pessoa generosa. O que o moveu não foi a fé católica. Foi a humanidade”




Só dez anos após a morte do ciclista esta história veio à tona, graças aos esforços que dois jornalistas italianos empreenderam para que Bartali viesse a ser reconhecido como “Justo entre as Nações”, título conferido a todos que ajudaram judeus durante o Holocausto. Tiveram acesso a Giorgio Goldenberg, um judeu que permaneceu escondido durante dez meses, com os pais e com o avô, numa casa da propriedade de Gino Bartali.

Este passo foi decisivo para que o Estado de Israel reconhecesse as ações abnegadas do ciclista.


“Agora, no dia em que começa a 101.ª edição do Giro, Bartali volta a ser recordado.

As três primeiras etapas vão ser corridas em solo israelita e a primeira, um contra-relógio de 9,7 quilómetros em Jerusalém, vai ser dedicada ao italiano.

Na quarta-feira, aliás, foi-lhe atribuído o título de Cidadão Honorário de Israel. A neta Gioia recebeu o certificado durante a cerimónia realizada no Jardim dos Justos entre as Nações.”






FONTES:

https://observador.pt/2018/05/04/gino-bartali-o-ciclista-que-ajudou-a-salvar-judeus-durante-o-holocausto/

https://www.biografiasyvidas.com/biografia/b/bartali.htm

https://zahar.com.br/livro/o-leao-da-toscana

https://elpais.com/elpais/2018/04/06/eps/1523011819_924490.html

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

EDITORIAL: Ciência & Educação


BOLSAS para o “WEIZMANN INSTITUTE of SCIENCE”
Por Regina P. Markus
Comitê EshTá na Mídia




Ciência e educação são dois temas fascinantes que movem o mundo em todas as direções. Duas atividades que permitem ir além de projetos e previsões porque geram a oportunidade de criar um futuro ainda não imaginado no presente. Mesmo as mais arrojadas previsões de um futuro utópico estavam longe de imaginar todas as facilidades que teríamos à mão. Nossa capacidade de comunicar, entender a vida, produzir alimentos e energia estavam além da ficção científica do início do século XX. Os conhecimentos que embasam todas as ações positivas podem ser usados para o bem e para o mal; assim sendo, o conhecimento é neutro. 

Como chegar ao conhecimento e como ser possível utilizá-lo depende de um fator básico: a educação. Ela é necessária tanto para criar quanto para usufruir de novos conhecimentos. Todos os povos e civilizações têm formas de educar e transmitir conhecimentos e também formas que permitem que alguns possam estar além destas fronteiras. Cada uma destas formas particulares têm pontos positivos e negativos. Alguns grupos julgam-se donos da verdade, e crêem que todos os demais apenas teriam vantagens em seguir seus métodos. O objetivo destes é igualar a todos segundo seus princípios e conceitos. Outros têm consciência de que possuem muitos conhecimentos importantes, e que muito mais está a ser descoberto. Apesar de sua excelência, têm plena consciência que a colaboração entre os diversos é a melhor forma de acelerar a busca do desconhecido. Neste caso, o encontro de seres humanos em ambientes que estimulam o estudo, a convivência e a identificação das semelhanças e diferenças é a melhor forma de imaginar um futuro utópico.

Abrir os portões das Universidades e Institutos de Pesquisa para os alunos não regulares é uma prática muito importante para transmitir conhecimento e aumentar a convivência.
Neste sentido o Instituto Weizmann de Pesquisa de Israel, que está entre os dez Institutos de pesquisa mais produtivos do mundo, abre anualmente suas portas para jovens de 18 a 20 anos que almejam seguir a carreira científica. Há 52 edições os Amigos do Weizmann do Brasil enviam estudantes brasileiros para o Curso de Verão que acontece no mês de julho. Três semanas em laboratórios desenvolvendo projetos de pesquisa e uma semana vivendo no deserto do Neguev, dormindo à luz das estrelas.

  
Turma 2017 – o mundo se encontra para festejar, aprender e criar – Jardins do Instituto Weizmann de Ciências, Rehovot, Israel


Esta semana aproveitamos este espaço para divulgar que estão abertas as inscrições para que estudantes brasileiros entre 18 e 20 anos, que queiram ser cientistas com inserção internacional, apresentem suas candidaturas. O processo requer apenas um texto em inglês contando um pouco das aventuras científicas passadas e dos sonhos futuros. Todas as informações podem ser encontradas clicando aqui

Uma boa semana!

Regina Pekelmann Markus
Editora EshTá na Mídia
Vice-Presidente Amigos do Weizmann Brasil
Coordenadora do Processo Seletivo – Escola Verão - Weizmann

terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

VOCÊ SABIA? - Kirk Douglas




Kirk Douglas, 103 anos de existência
Por Itanira Heineberg para o EshTá na Mídia



“Uma grande salva de palmas para ele: não pelo fato biológico de chegar a um século de vida, mas pela dignidade, a bravura e a honestidade com as quais viveu cada um desses dias.” - Juan Sanguino






Você sabia que o famoso ator “casanova” de Hollywood, Kirk Douglas, um menino paupérrimo, filho de judeus oriundos da Bielorrússia, que muito lutou e trabalhou para conquistar sucesso e dignidade em sua vida, afirma que a carência e dificuldades pelas quais passou representaram uma vantagem que o ajudou a alcançar a vitória?

Confirmemos suas palavras neste curto vídeo onde é entrevistado por Terenci em 2016.





O ator americano Kirk Douglas, nascido Issur Danielovitch Demsky em 1916, Amsterdam, estado de Nova York, foi uma lenda da era de ouro de Hollywood. Também produtor, diretor, escritor, filantropo e escritor, nos premiou com muitos livros e mais de 60 anos de cinema.
O menino que falava iídiche junto à família cresceu conhecido como “Izzy Demsky” mas trocou legalmente seu nome para Kirk Douglas ainda antes de integrar a Marinha durante a Segunda Grande Guerra.
Desde cedo trabalhou fazendo biscates, conforme ele mesmo revelou, afirmando que durante sua vida teve mais de 40 empregos.

“Ao ingressar na St. Lawrance University, Douglas participou da liga de boxe. Para tentar conseguir uma bolsa de estudos, entrou para um grupo de atuação. Cedo, os seus talentos não se tornaram despercebidos - recebeu a bolsa juntamente com uma atriz que viria a ser conhecida por Lauren Bacall. Serviu na Marinha dos Estados Unidos no início da Segunda Guerra Mundial, em 1941, até o seu fim, em 1945. Depois da guerra, voltou para Nova Iorque e começou a atuar na rádio e em comerciais de televisão enquanto tentava entrar para a Broadway.

Douglas recebeu a ajuda da atriz Lauren Bacall ao obter seu primeiro papel no filme The Strange Love of Martha Ivers (1946), estrelado por Barbara Stanwyck.”

Daí para frente participou de muitas películas e atingiu sucesso total, encantando a todos com seus gestos másculos e sua irresistível covinha no queixo.





O ator recebeu 3 indicações para o Oscar, mas nunca foi escolhido.
Finalmente em 1966 recebeu um Oscar Honorário em homenagem à sua carreira.

A seguir, parte de sua extensa filmografia:

1946 - The Strange Love of Martha Ivers
1947 - Out of the Past
1948 - The Walls of Jericho
1949 - Champion
1950 - Young Man with a Horn
1951 - Along the Great Divide
1952 - The Big Trees
1953 - The Story of Three Loves
1954 - 20000 Leagues Under the Sea
1955 - The Indian Fighter
1956 - Van Gogh: Darkness Into Light





“Enganou a morte diversas vezes: um acidente de helicóptero em 1991, no qual ficou levemente ferido, um derrame em 1996 e um ataque cardíaco em 2001.

Com o tempo recuperou a fé e, no dia em que completou 83 anos, repetiu a cerimônia de Benei Mitzvah, como aos 13 anos de idade.”

“Kirk Douglas perpetuou sua carreira no cinema:

Dois filhos atores, incluindo Michael, nascido de um primeiro casamento e agora pelo menos tão famoso quanto seu pai, dois outros produtores, uma nora atriz, Catherine Zeta-Jones, e um neto, Cameron, também ator.”

Michael Douglas assim se referiu ao pai recentemente falecido:

“Para o mundo, ele era uma lenda, um ator da era de ouro dos filmes que viveu bem até aos seus anos dourados, um humanitário cujo compromisso com a justiça e as causas nas quais acreditava estabeleceram um padrão para todos almejarmos alcançar”.  Mas para mim e para os meus irmãos Joel e Peter ele era simplesmente o Pai, para Catherine um maravilhoso sogro, e para os seus netos e bisneto o seu avô adorável, e para sua esposa Anne, um marido maravilhoso”.





FONTES:



sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

Editorial: O Planeta Verde/ O Ano Novo das Árvores

Por EshTá na Mídia



A cada ano estamos mais conscientes da importância da cobertura verde de nosso planeta. A natureza com todas as suas nuances vai do marrom da terra ao azul do mar, mas quando falamos em natureza a cor que vem à mente é o VERDE. 
O judaísmo comemora três anos-novos ao longo das quatro estações; o mais conhecido é o ano novo dos seres humanos, Rosh Hashaná, quando é dado ao homem um espaço para reflexão sobre sua vida. O segundo é o ano novo do Povo Judeu, quando é comemorada a saída do Egito. É a festa de Pessach (Páscoa, passagem), em que se comemora a liberdade. E o terceiro, menos conhecido, mas nem por isso menos importante, é o ANO NOVO DAS ÁRVORES, quando o judaísmo renova o seu compromisso com o Planeta Terra. Este é comemorado no dia 15 de Shvat, que será no próximo dia 10 de fevereiro.





O homem, o povo, o planeta – três datas diferentes para começar um novo ciclo a cada ano. Prezar a natureza tem regras específicas na Torá (5 livros de Moisés). Como plantar, como rodiziar a terra, como descansar a terra, como preservar as árvores e muito mais pode ser encontrado nas muitas regras do Levíticos (Shemot). Apesar do povo judeu ter se espalhado ao redor do mundo, e por milênios ter sido afastado das atividades que o fixavam à terra, desde o início do movimento sionista havia uma consciência da relevância da relação HOMEM-NATUREZA. No 5º Congresso Sionista Mundial, em Berna, na Suíça, no ano de 1901 foi criado o Keren Kayemet Le Israel (KKL), um Fundo Nacional Judaico para a compra e o cultivo de terras na Galileia e na Judéia. Importante salientar que nesta época, estas terras pertenciam ao Império Otomano e ainda não havia sido estabelecido o Mandato Britânico da Palestina.


KKL foi a expressão material do sonho do retorno a Israel, e esta primeira ação foi baseada nos preceitos que regem o Tu BiShvat (15 de Shvat) – O Ano Novo das Árvores – respeito à natureza e à terra. Neste contexto foram compradas terras para o estabelecimento de um país agrícola, baseado em conhecimento e inovação. Desde a sua primeira década, o KKL investiu na formação de florestas e na criação de um sistema educacional que pudesse não apenas transformar pioneiros que na sua maioria vinham de vilas do Leste Europeu, como também gerar um sistema de investigação científica que permitisse transformar uma terra árida abandonada por milênios, ou pântanos cheios de mosquitos e malária, em regiões produtivas. Neste contexto, logo no início do século XX, é criada uma escola agrícola para formar e dar suporte aos novos agricultores na região norte de Israel, próximo à cidade de Haifa. Esta escola evoluiu ao longo dos anos e tornou-se a base para o Technion – um Instituto de Tecnologia, Centro de Desenvolvimento e Universidade localizados na Cidade de Haifa. KKL também cedeu terras para a criação da Universidade Hebraica de Jerusalém. 

KKL, um fundo de investimento no verde e na natureza, foi o responsável pelo desenvolvimento de florestas. Muito antes da criação do moderno Estado de Israel, havia muitas ações estabelecendo florestas na terra devastada. Lembrar a cada ano, de forma ritual e com uma ceia muito especial, que a natureza merece o nosso respeito, fez com que o Estado de Israel fosse a única nação do planeta que entrou no século XXI com muito mais cobertura florestal do que tinha entrado no século XX. Isto não foi um milagre e muito menos uma obra do acaso. Isto foi o resultado de planejamento e do estabelecimento de condições de financiar e gerir a compra e a transformação de terras áridas em terras produtivas e em florestas.




Para encerrar, fica a pergunta: como será o futuro? Um Fundo Financeiro que nasceu com o intuito de promover o futuro, continua fazendo o mesmo. Vale entrar no site mencionado acima e ver que a preocupação no século XXI, além de manter as florestas, gerar energia e outras ações, foi incluída entre as missões do KKL a inclusão dos seres humanos. Atividades e espaços nas florestas são destinados a permitir o rompimento de barreiras físicas e também facilitar o encontro de pessoas provenientes de diferentes culturas. Inovar no social através da natureza – esta é a nova missão do KKL – o braço executivo do Movimento Sionista Mundial.



FELIZ ANO NOVO DAS ÁRVORES.

Regina Pekelmnn Markus, Juliana Rehfeld, Marcela Fejes

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

VOCÊ SABIA? - Nova Anatevka do século XXI




VOCÊ SABIA que desde 2015 há na Ucrânia uma vila criada para receber refugiados judeus do leste do país chamada ANATEVKA?

Anatevka, um campo de refugiados a sudoeste de Kiev, foi construído da estaca zero em 2015 pelo rabino Chabad Moshe Azman, que lidera a sinagoga restaurada de Brodsky do século XIX, no centro de Kiev, capital da Ucrânia.

A população da aldeia varia entre 65 e 150 pessoas, dependendo do relatório. Seu objetivo é acolher, alimentar, educar e fornecer treinamento vocacional a refugiados judeus da guerra no leste da Ucrânia, na qual mais de 10.000 pessoas morreram e mais de um milhão de ucranianos foram deslocados. Azman, o rabino que mais se preocupa com o antissemitismo no país, espera que um dia 500 a 600 pessoas morem ali.
No início da construção a comunidade possuía uma sinagoga de madeira, um dormitório residencial com 20 unidades e uma escola de concreto com 25 salas de aula.
Até outubro de 2019, a maior parte da publicidade que Anatevka recebeu tinha a ver com a novidade de uma aldeia judaica subindo nas estepes da Ucrânia com um nome retirado do shtetl (povoado) fictício no musical da Broadway "Fiddler on the Roof".

Neste vídeo-propaganda o Rabino Azman dança e canta a conhecida canção:
 “If I Were a Rich Man”







A terra que Azman comprou para construir o complexo fica ao lado de uma vila do século XVI chamada Hnativka, que alguns estudiosos dizem ser a inspiração para a cidade de "Anatevka" que aparece na ficção do escritor ídiche Sholem Aleichem e mais tarde no musical "Fiddler". Sholem Aleichem escreveu histórias de "Tevye the Dairyman"(Tevy, o Leiteiro), em 1894, em uma cidade que ele chamava de Boyberik, mas alguns dos personagens eram da vizinha Anatevka.
No musical, Anatevka se tornou o cenário principal.”

Apesar das boas intenções do rabino Azman, uma grande reviravolta da mídia levou a verdadeira Anatevka, recém-criada, ao centro das notícias mundiais.

“Em 10 de outubro, um cidadão americano de origem bielorrussa chamado Igor Fruman e um cidadão americano de origem ucraniana, Lev Parnas, foram presos no aeroporto de Dulles, nos arredores de Washington, DC, e indiciados sob a acusação de canalizar dinheiro estrangeiro para candidatos políticos republicanos.
Os jornalistas começaram a investigar todas as empresas e instituições de caridade registradas de Fruman e Parnas, incluindo uma chamada American Friends of Anatevka, uma organização sem fins lucrativos criada em outubro de 2017 por Fruman, juntamente com o Rabino Azman. Parnas também teria sido membro do conselho.”

Após a prisão de Parnas e Fruman, a cobertura na mídia mudou, passando de lisonjeira para cética em relação ao povoado.
Os organizadores da aldeia sentiram-se traídos pelos jornalistas evitando novas visitas e entrevistas.

Mas não é nosso objetivo aqui entrar em detalhes já esclarecidos e sem sentido para nossa história.
A jornalista do The Times of Israel, Simona Weinglass, lá esteve em busca de notícias esclarecedoras sobre o assunto.
Apesar das dificuldades que passou junto com sua intérprete, Rudik, para visitar os edifícios e obter informações, ambas chegaram à conclusão de que Anatevka foi criada para receber refugiados judeus do leste da Ucrânia durante a guerra separatista também conhecida como Rebelião pró-russa na Ucrânia ou Guerra em Donbass, iniciada em 2014.
A Ucrânia, que tem um histórico de antissemitismo desde os tempos dos czares, possui hoje uma população de 70 mil judeus.
Com a luta em Donbass resultando em bombardeios destruidores e combates em zonas residenciais, o presidente Putin declarou que a crise no país tinha se convertido em uma verdadeira guerra civil. Os judeus dos dois lados do país viram o antissemitismo renascer e alguns já fugiram para Israel.







Em 5 de dezembro último, um artigo no jornal Israel Hayom cita Anatevka como um grande sucesso, com uma lista de espera de jovens famílias desejando ali se instalar, sendo que nem todas são refugiadas.
Segundo o artigo, o povoado continua a crescer e a se desenvolver com características de comunidade. De alguns meses em alguns meses, um novo prédio é ali erigido.


Anatevka encontra-se em meio a um campo em uma área onde o subúrbio cede lugar ao espaço rural.
Segue o relato da jornalista:
“Este é o famoso solo preto ucraniano que cultiva batatas; na verdade, aqui tudo cresce ”, informa Rudyk.

“Tiramos fotos de Anatevka por cima do muro ao redor. Vimos uma escola pintada em azul pastel, verde e laranja. Vimos um prédio de apartamentos onde uma mulher loira nos olhava com curiosidade. Vimos uma estufa, uma sinagoga e várias escolas que pareciam estar em sessão, com letras hebraicas estampadas perceptíveis pelas janelas.

Em todos os lugares, os trabalhadores estavam construindo. Ônibus escolares e caminhões carregados com lenha ficavam do lado de fora do portão. Um garoto de bochechas rosadas em um casaco de inverno inchado corria entre edifícios.

As ruas de Anatevka estavam quase vazias, mas um membro da comunidade judaica nos disse que alguns de seus moradores tinham empregos em outros lugares e não estavam presentes durante o dia.”




Anatevka - janeiro de 2020



Um dos filhos do rabino mostrou à repórter e sua intérprete uma escola primária Ortodoxa Moderna, onde meninos e meninas estudam juntos. Mostrou também um orfanato para os órfãos de Donbass.
Outro grande edifício ainda em construção será o maior banho ritual judaico do mundo, uma mikvah.
Dois museus estão sendo construídos; um dedicado aos Judeus da Ucrânia e outro à Cultura Hassídica.




Loja de carpintaria mantida por residentes e jovens de Anatevka -  brinquedos de madeira, matracas para Purim – estes presentes são oferecidos às crianças antes dos feriados judaicos.



Simona finaliza: “Completei a caminhada por Anatevka realmente encantada e persuadida de que mesmo que o número de pessoas atendidas e recebidas na comunidade não fosse grande como alguns repórteres acusaram, pareceu-me um lugar agradável e positivo para se viver, independente do número de famílias ali residentes.”






Este texto é uma colaboração especial de Itanira Heineberg para os nossos canais.



FONTES: