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sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

Editorial: O Planeta Verde/ O Ano Novo das Árvores

Por EshTá na Mídia



A cada ano estamos mais conscientes da importância da cobertura verde de nosso planeta. A natureza com todas as suas nuances vai do marrom da terra ao azul do mar, mas quando falamos em natureza a cor que vem à mente é o VERDE. 
O judaísmo comemora três anos-novos ao longo das quatro estações; o mais conhecido é o ano novo dos seres humanos, Rosh Hashaná, quando é dado ao homem um espaço para reflexão sobre sua vida. O segundo é o ano novo do Povo Judeu, quando é comemorada a saída do Egito. É a festa de Pessach (Páscoa, passagem), em que se comemora a liberdade. E o terceiro, menos conhecido, mas nem por isso menos importante, é o ANO NOVO DAS ÁRVORES, quando o judaísmo renova o seu compromisso com o Planeta Terra. Este é comemorado no dia 15 de Shvat, que será no próximo dia 10 de fevereiro.





O homem, o povo, o planeta – três datas diferentes para começar um novo ciclo a cada ano. Prezar a natureza tem regras específicas na Torá (5 livros de Moisés). Como plantar, como rodiziar a terra, como descansar a terra, como preservar as árvores e muito mais pode ser encontrado nas muitas regras do Levíticos (Shemot). Apesar do povo judeu ter se espalhado ao redor do mundo, e por milênios ter sido afastado das atividades que o fixavam à terra, desde o início do movimento sionista havia uma consciência da relevância da relação HOMEM-NATUREZA. No 5º Congresso Sionista Mundial, em Berna, na Suíça, no ano de 1901 foi criado o Keren Kayemet Le Israel (KKL), um Fundo Nacional Judaico para a compra e o cultivo de terras na Galileia e na Judéia. Importante salientar que nesta época, estas terras pertenciam ao Império Otomano e ainda não havia sido estabelecido o Mandato Britânico da Palestina.


KKL foi a expressão material do sonho do retorno a Israel, e esta primeira ação foi baseada nos preceitos que regem o Tu BiShvat (15 de Shvat) – O Ano Novo das Árvores – respeito à natureza e à terra. Neste contexto foram compradas terras para o estabelecimento de um país agrícola, baseado em conhecimento e inovação. Desde a sua primeira década, o KKL investiu na formação de florestas e na criação de um sistema educacional que pudesse não apenas transformar pioneiros que na sua maioria vinham de vilas do Leste Europeu, como também gerar um sistema de investigação científica que permitisse transformar uma terra árida abandonada por milênios, ou pântanos cheios de mosquitos e malária, em regiões produtivas. Neste contexto, logo no início do século XX, é criada uma escola agrícola para formar e dar suporte aos novos agricultores na região norte de Israel, próximo à cidade de Haifa. Esta escola evoluiu ao longo dos anos e tornou-se a base para o Technion – um Instituto de Tecnologia, Centro de Desenvolvimento e Universidade localizados na Cidade de Haifa. KKL também cedeu terras para a criação da Universidade Hebraica de Jerusalém. 

KKL, um fundo de investimento no verde e na natureza, foi o responsável pelo desenvolvimento de florestas. Muito antes da criação do moderno Estado de Israel, havia muitas ações estabelecendo florestas na terra devastada. Lembrar a cada ano, de forma ritual e com uma ceia muito especial, que a natureza merece o nosso respeito, fez com que o Estado de Israel fosse a única nação do planeta que entrou no século XXI com muito mais cobertura florestal do que tinha entrado no século XX. Isto não foi um milagre e muito menos uma obra do acaso. Isto foi o resultado de planejamento e do estabelecimento de condições de financiar e gerir a compra e a transformação de terras áridas em terras produtivas e em florestas.




Para encerrar, fica a pergunta: como será o futuro? Um Fundo Financeiro que nasceu com o intuito de promover o futuro, continua fazendo o mesmo. Vale entrar no site mencionado acima e ver que a preocupação no século XXI, além de manter as florestas, gerar energia e outras ações, foi incluída entre as missões do KKL a inclusão dos seres humanos. Atividades e espaços nas florestas são destinados a permitir o rompimento de barreiras físicas e também facilitar o encontro de pessoas provenientes de diferentes culturas. Inovar no social através da natureza – esta é a nova missão do KKL – o braço executivo do Movimento Sionista Mundial.



FELIZ ANO NOVO DAS ÁRVORES.

Regina Pekelmnn Markus, Juliana Rehfeld, Marcela Fejes

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