Por Itanira Heineberg
VOCÊ SABIA que
enquanto a Galeria dos Antigos Mestres da Pintura, em Dresden, na Alemanha,
reabriu pedindo aos visitantes o máximo cuidado em relação ao distanciamento
pessoal de 2 metros, o Museu Anne Frank em Amsterdã, na Holanda, solicita
assistência pública após o surto do novo coronavírus?
Museu Casa de
Anne Frank
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A Primeira
Ministra da Alemanha, Sra. Angela Merkel, afirmou: “Atingimos o objetivo de
retardar a propagação do vírus”.
Acrescentou
que os números de infecção por coronavírus no país, além de estarem estáveis,
também se apresentam inferiores aos reportados duas semanas atrás. E assim
concluiu em uma coletiva à imprensa: “Podemos ter um pouco de audácia! Mas
teremos que lidar com o vírus por muito tempo ainda”.
Sim, estas
são boas notícias para a Alemanha!
Mas o Museu
Anne Frank pede assistência pública após o surto do coronavírus.
Interior do
escritório com acesso ao anexo onde a família se refugiou durante a Segunda Guerra Mundial.
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“Anne
Frank (1929-1945) foi uma jovem judia vítima do nazismo. Morreu no campo de
concentração de Bergen-Belsen, na Alemanha, deixando escrito um diário que foi
publicado por seu pai, sobrevivente do campo de concentração de Auschwitz (Polônia),
intitulado "O Diário de Anne Frank".
Sim, o Museu
Anne Frank, construído em torno do anexo secreto onde a jovem judia, sua
família e alguns amigos se esconderam dos nazistas, está fechado desde o início
do surto do vírus letal.
Sessenta anos
após sua inauguração em 3 de maio de 1960, esta casa pede ajuda ao público para
se manter durante a pandemia que afeta a todos no mundo.
Em épocas
mais saudáveis, o museu atraía 1,3 milhão de visitantes por ano.
Ronald
Leopold, o diretor executivo do museu, disse ao “Dutch News”:
“O mundo
está passando por uma crise sem precedentes, com um enorme impacto nas pessoas
em todos os lugares e na Casa Anne Frank também... Somos um museu independente
que não é subsidiado pelo Estado ou pela cidade. Se quisermos continuar a
espalhar a memória de Anne Frank
e da missão de seu pai, precisamos desesperadamente de apoio financeiro".
O museu com o
pequeno apartamento onde Anne escreveu seu diário, o mais lido documento fruto
do Holocausto, recebe sempre muitas visitas e mesmo em 2018 quando foi renovado
arrecadou 11.2 milhões de Euros em entradas, obtendo um lucro de 174,000 Euros
no ano.
Galerias,
museus e atrações públicas como a Casa de Anne Frank devem permanecer fechados
até o primeiro de junho, em princípio. Como 90% dos visitantes vêm de fora e o
turismo internacional está sendo enormemente atingido, fica difícil para o
museu se recuperar do rombo financeiro causado pelo coronavírus.
Annemarie
Bekker, porta-voz da Casa Anne Frank, assim expressou sua dúvida sobre o tempo
pós pandemia:
“Quando
pudermos reabrir, não sabemos a quantidade de visitantes que poderemos ter, mas
prevemos que será 20% da quantidade normal. Noventa por cento dos nossos
visitantes também vêm do exterior. Nunca levantamos ativamente fundos antes,
mas somos um museu independente, e temos que carregar nosso próprio peso: é por
isso que estamos lançando mão desta solicitação."
Vivendo este
momento de quarentena e afastamento social, temos tido tempo adicional para
pensar e repensar nossas vidas. Com certeza temos feitos boas descobertas e
tentado mudanças para atitudes que não nos representam.
Anne também,
na ingenuidade de seus poucos anos, deslindou segredos humanos.
Margot Frank,
irmã mais velha de Anne, tal como a caçula escreveu um diário que infelizmente
se perdeu no tumulto do campo de concentração onde pereceram.
Anne e Margot
(à direita)
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Infelizmente
nunca teremos a chance de conhecer suas experiências durante o confinamento no
anexo.
Porém fotos e
lembranças de quem a conheceu estão agora presentes no acervo do Museu Anne
Frank.
Opiniões de
professores e treinadores associadas às muitas cartas que as irmãs trocaram
naqueles dois trazem ao nosso conhecimento a história de uma menina boa aluna,
que além de apreciar os livros e os esportes, era feliz entre suas amigas e
companheiras de desportos, amava a família e guardava grandes esperanças para o
futuro.
Margot Frank
no barco da frente, blusa preta, de frente para a remadora de branco, no rio
Amstel.
A foto foi
tomada por Roos van Gelder, coach de ginástica e remo de Margot. O time incluía
meninas judias e não judias e quando os judeus foram banidos dos esportes
aquáticos, van Gelder teve de parar seu trabalho por ser judia e a parte da
equipe não judia desistiu do esporte em solidariedade à sua treinadora.
FONTES:
The New York Times nytdirect@nytimes.com
adorei que belo recorte da história de Anne FranK
ResponderExcluirMaravilha Ita Artigo lançado no momento apropriado
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