O calendário judaico criado e aperfeiçoado ao longo de milênios admite mais do que um começo de ano. O mais conhecido é Rosh Hashana, que fica ao redor de setembro/outubro.Um tempo de introspecção e de auto-reconhecimento. Um tempo de imersão no eu e também na comunidade. O outro ano novo é na Páscoa (Pessach, Passagem). Quando lembramos a saída do povo judeu do Egito, que caracteriza a primeira vez em que a história do coletivo e não de uma família fundadora é contada. E há ainda o Ano Novo das Árvores (dia 15 de Shvat, janeiro/fevereiro) em que celebramos o ciclo da natureza, o ciclo da vida vegetal. Como lemos em várias oportunidades, Israel é um povo entre os povos - e assim, também incluímos o ano novo civil. Nem preciso dizer que estamos vivendo o último mês de 2021!
Em que este ano foi diferente de todos os anos? Cada um olhe para as suas vidas e a de suas cidades e com certeza poderá afirmar que este foi um ano fora do comum. Estamos vivendo um período que seria uma boa ficção científica há dez anos atrás. Ou será que há cinco ou mesmo há três?
E nesta valsa em que o ritmo vem sendo alterado vamos focar em Israel e ver que a semana trouxe muitos eventos que também seriam impensáveis há alguns anos - e outros que estão no nosso radar há muito tempo e que são negados por muitos.
Neste contexto, no dia 14 de dezembro o Teheran Times publica o artigo "Just one wrong move!" ("Apenas um passo em falso!") em que mostra todos os locais que estão sob a mira de foguetes de alto alcance. Uma importante ameaça, que muda o tom e a força com que querem voltar a negociar uma nova relação internacional. O mundo do terror, agora desvendado publicamente. A repercussão na nossa imprensa foi pequena, assim como foi pequeno o interesse pelos irmãos mais velhos do SARS-COV2, que apenas afetaram alguns países e localidades. Fico impressionada porque esta notícia não foi lida em jornais ocidentais, é uma publicação do Tehran Times - publicado em inglês. A janela com que o Irã fala com o mundo!
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E o mundo se equilibra sobre muitas ações. Ao fim de 2021 podemos comemorar o aumento da colaboração internacional de cientistas que buscaram solucionar problemas universais. E também olhando o pequeno Estado de Israel encontramos avanços que justificam ser esta uma nação que singra os tempos.
Dois eventos inéditos ocorreram no mês de Dezembro.
No domingo (12/12) o Concurso de Miss Universo ocorreu na Cidade de Eilat, no Sul de Israel. A atriz indiana Harmaaz Sandhu foi eleita entre 79 outras concorrentes. O evento foi assistido por milhões de pessoas. Tempos de Covid e ameaças de palestinos não foram suficientes para interromper o evento. As candidatas viajaram por todo o país e fotografaram em Iad VaShem (Museu do Holocausto) e no Muro das Lamentações, ou Muro Oeste do Templo de Jerusalém, como é conhecido em hebraico. O que mais fiquei impressionada ao preparar este editorial foi ler sobre a vida destas mulheres, que são lindíssimas e ao mesmo tempo com atividades e educação dignas de mostrar que o empoderamento da mulher vai muito além da forma.
Seguindo a semana, aconteceu mais um evento único e que aponta para um futuro digno do verbo esperançar. O primeiro ministro de Israel Naftali Bennet visitou Abu Dabi (Emirados Árabes Unidos) e esteve com as principais autoridades do país, inclusive no palácio do Príncipe Herdeiro Mohammed bin Zayed. Esta visita histórica dá continuidade ao estreitamento de relações entre Israel e os Países Árabes, criando uma nova onda de entendimento no Oriente Médio.
E assim, entre o passado e o futuro - apreciando as janelas que se abrem e que podem servir para nos dar esperanças - escrevo o último editorial do ano de 2021 e desejo a todos que nos encontremos em breve para celebrar o ano da virada!
Regina P. Markus
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