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quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

EDITORIAL: As Luzes de Chanuka



Imagens do vídeo produzido pela organização City of David - Ancient Jerusalem


O tempo, esta dimensão contínua e recorrente. Finita e Infinita! Esta dimensão que comprova a importância do ângulo do observador para qualificar e testemunhar um fato. Nestes tempos em que passamos a conviver com mentiras plantadas para criar uma sensação de verdade, sempre olhamos esta dimensão que abrange o passado e o futuro com um carinho especial.

O tempo prova e reprova! O tempo soluciona! O tempo... 

Aprender a conviver com o passado a cada momento que seguimos para o futuro é uma arte que dá uma dimensão especial à vida. É uma arte que permite estar ao mesmo tempo em dois momentos diferentes. É surreal, mas muitos gostariam de transformar esta possibilidade em algo real.

Os calendários e as datas de comemoração e lembrança são formas de aprisionar e dimensionar o tempo, enquanto a sequência direta entre o nascimento e a morte nos dá a certeza que não é assim tão fácil driblar o passar dos dias e dos anos.

No judaísmo religioso e civil há muitas datas e festividades de lembrança e celebração. Formas de contar a nossos filhos uma história tão longa, da qual somos testemunhas e atores. Difícil pensar em um povo que conta o seu passado e que ao mesmo tempo projeta este para o futuro.

Uma das festas que mais simboliza esta capacidade é a Festa das Luzes, a Festa de Chanuka (pronuncia-se "Ranucá"). A referência histórica é a vitória do Macabeus sobre os gregos, que ao conquistarem Jerusalém consagraram o Templo de Salomão para seus deuses. Esta história é contada com detalhes, mas a ênfase da festa está na consagração do Templo. Luzes acesas em candeias de óleo deveriam durar oito dias, o tempo necessário para que mais óleo fosse feito. Apesar do pouco óleo que sobrou, este durou o tempo necessário.

Acendemos os candelabros de 9 braços. Um para cada dia da festa e mais um auxiliar. Hoje os candelabros são colocados na janelas e a cada dia acendemos uma vela a mais. Jerusalém, a cidade de David, fica toda iluminada. Iluminada com candeias e velas, uma luz fraca, mas como todas as casas têm vitrinas para expor a Chanukiá, em algumas ruas escuras e estreitas a festa das LUZES traz uma boa sensação. 

Caro leitor, agora é a hora de unir o tempo recorrente, do que fazemos igual a cada ano, e o tempo eterno que permite superar a morte e fazer uma corrente muito forte que une as gerações e com isto dá suporte para que o futuro não seja pensado como algo estático e imutável. 

Este ano a organização Cidade de David, Jerusalém Antiga 

apresenta um magnífico video unindo arqueologia e a festa de Chanuká. O candelabro foi feito com candeias encontradas em escavações em Jerusalém. Cada uma é de época muito diferente. Vale assistir o curto vídeo - e ver a semelhança das candeias ao longo dos séculos.

Contando e educando seguimos em frente nesta aventura que é a Vida.

Regina P. Markus



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