Da pacata OSWIECIM, Polônia, antes da Segunda Guerra, a AUSCHWITZ: como os alemães a denominaram e transformaram em uma amostra do inferno.
Por Itanira Heineberg
Você sabia
que os leitores do compêndio de ficção histórica “Perguntem a Sarah Gross”,
embevecidos com a leitura, convenceram o autor a acompanhá-los à Polônia e guiá-los
pelos caminhos do holocausto em uma viagem de 6 dias, percorrendo as ruas de “Oswiecim”
- a Auschwitz antes de virar palco da Segunda Guerra?
O livro acima,
publicado em 2015, narra a história de Sarah Gross, uma judia de origem
polonesa que sofreu as consequências abomináveis do holocausto, até o fim de
seus dias, já num mundo pós-guerra, pacificado e aparentemente civilizado.
Serve como
alerta para que nunca esqueçamos o passado doloroso de um povo injustamente
perseguido e acusado, frente ao presente matizado de preconceitos, racismo,
intolerância e demonstrações assustadoras por todos os rincões do mundo em
pleno século XXI.
O autor judeu
João Pinto Coelho, nascido em Londres, arquiteto e escritor que atualmente vive
entre Lisboa e Nova York, é um grande estudioso e observador da História do
mundo.
Especializou-se
em Auschwitz e nunca acreditou que um dia levaria um grupo de seus leitores a
percorrerem a trajetória de seu livro - judeus aprisionados nos espinhosos
caminhos do holocausto na Europa.
Deixemos o
autor, especialista em Auschwitz, falar sobre sua proposta:
“Já levei
outros grupos à Polónia, mas nunca enquanto autor, muito menos com um livro na
bagagem para me fazer de guia. Será, também, a terceira vez que regresso àquele
país, desde que publiquei Perguntem a Sarah Gross. De cada vez que o fiz,
Auschwitz não era o mesmo, pois por lá já tinham estado Sarah e Daniel, Esther
e Max, o Corvo. Não sei se os irão encontrar, mas aquilo que acontecer ao longo
desses seis dias terá de ser muito mais do que consta habitualmente nos
itinerários turísticos.”
A visita terá
o apoio do Plano Nacional de Leitura e da Leya/D.Quixote, iniciando-se em 30 de
julho de 2022, um sábado, e já está com a lotação esgotada.
Assista clicando aqui ao curto vídeo sobre o passeio.
“Nos dois
meses que antecedem a visita, faremos videoconferências para falarmos de livros
– da Sarah e de muitos outros -, de filmes, mas também da linguagem e da
estrada armadilhada que é fazer ficção em torno do Holocausto.
Já na
Polónia, ao final de cada tarde, proporemos reuniões para fazermos um balanço e
escutar as expectativas de quem as quiser partilhar.
Além dos
lugares obrigatórios que encontraremos em Cracóvia, queremos ir muito mais
longe e visitar os cenários onde viveu Sarah Gross e as restantes personagens
que povoam o romance - a cidade de Oswiecim
(Auschwitz), a Solahutte, o Collegium Novum da Universidade, etc.
No fim, o
dia passado em Auschwitz, para todos a razão de fazer esta viagem.”
O que intriga
e preocupa o autor é saber como a Shoah aconteceu, “talvez convenha lembrar
que a Shoah só foi possível pelo empenho obstinado de uma multidão de homens e
mulheres que, antes da guerra, provaram ser assustadoramente parecidos com
cada um de nós. O acaso do tempo e do sangue que nos corre nas veias
poupou-nos às circunstâncias que transformaram gente comum em monstros e
inocentes em vítimas.”
Após a
leitura desta obra que muito apreciei e recomendo, acredito que outras
excursões similares acontecerão e que João Pinto Coelho levará muitos interessados
a conhecerem a tragédia do holocausto, a descobrirem a expertise do homem em requintes
de crimes inimagináveis contra seus semelhantes, e a entenderem a necessidade
de não esquecer o passado para conquistar um futuro de paz e tolerância frente
às muitas diversidades da raça humana.
Estamos
vivendo tempos preocupantes de antissemitismo nas universidades do planeta,
injustiças na ONU, ataques a escolas e sinagogas.
Aí está a
razão para informarmos a todos, ensinar aqueles que desconhecem a história,
alertar os incautos. Governos totalitários permitem a supremacia desvantajosa e
cruel do homem sobre o homem.
Convém,
portanto, lembrar as palavras de Daniel Jonah Goldhagen:
“Pelo
menos cem mil alemães colaboraram diretamente no Holocausto e muitos outros
indiretamente; toda essa gente empregou a sua energia e as suas capacidades
para a destruição do povo judeu, convencida de que ela era necessária e justa.”
“Aqueles que esquecem o passado
estão condenados a repeti-lo.”
FONTES:
https://www.trilhosdesarahgross.com/c%C3%B3pia-termos-e-servi%C3%A7os
https://www.trilhosdesarahgross.com/c%C3%B3pia-termos-e-servi%C3%A7os
https://www.viajoteca.com/auschwitz/
https://www.facebook.com/joaopintocoelho.escritor
https://www.goodreads.com/book/show/25258867-perguntem-a-sarah-gross
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