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quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

Editorial - O Estado Judeu: 3000 anos e incontáveis facetas

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O "Estado de Israel" foi lar nacional judaico em diferentes períodos da história. A história da formação do povo judeu é contada nos Cinco Livros de Moisés, a Torah. Lá encontra-se não apenas a descrição de fatos como também a relação de regras e leis a serem seguidas. Há uma grande ênfase na potencialidade de cada indivíduo e na relevância da transmissão destes ensinamentos de geração em geração. Também fica evidente a existência de muitos povos com regramentos diferentes, e há importante destaque para as regras gerais que serviriam para toda a humanidade e específicas dirigidas ao Povo de Israel. Com os anos, foram sendo atribuídas características elitistas para estas colocações - no entanto, uma leitura cuidadosa do original mostra que, ao contrário de elitista, esta é a melhor forma de criar espaço para todos. Os outros são respeitados e convidados a respeitar. Desde os primórdios foi dada muita importância ao contexto de "muitas nações" e "entre as nações".

Ao longo de milênios o Povo Judeu segue sua trajetória e mantém sua história  através de uma corrente entre as gerações Nesta longa história foram muitos os que se levantaram contra este núcleo formado por pessoas de diferentes etnias que mantém um forte vínculo cultural e educacional. Judeus famosos e judeus anônimos singram os tempos, algumas vezes com facilidade e outras sendo alvo de intensa perseguição. Como diz o samba, em determinados momentos é preciso sobreviver - e a forma de ultrapassar estes momentos é fazer com que o próprio homem seja o depósito da história de seus antepassados. 

A música e os mantras são fórmulas para ultrapassar as fronteiras do tempo. "O ANO QUE VEM EM JERUSALÉM" é um verso cantado e rezado por judeus do mundo inteiro que ajudou a manter um vínculo com a Cidade de David, onde foi construído o Templo de Salomão. Segundo a Torah e também escritos mulçumanos, foi o mesmo lugar onde Abrahão levou seu filho Isaac para o sacrifício. 

No século XX,  a importante façanha de reconstruir um lar nacional judaico na Terra de Israel foi finalmente realizada. Muito antes da formação do estado político foram formadas escolas, universidades, zonas de produção e institutos de ciência e cultura. Orquestras e bibliotecas, e de forma inédita foi revivido o idioma hebraico. Homens e mulheres assinam várias destas conquistas. O Estado de Israel e a Jordânia foram criados a partir do Mandato Britânico da Palestina. 

A ONU vem adotando uma postura que demoniza o Estado de Israel, apesar de ser este o único que tem um parlamento formado por árabes e judeus, e cidadãos de todos os credos e etnias. Um parlamento que reflete a diversidade de seus cidadãos. No dia 1° de dezembro de 2021, a Assembléia Geral aprovou uma resolução que ignora a ligação do Povo Judeu com o Monte do Templo. O texto apenas se refere a este local com o nome dado pelos mulçumanos: "Al-Haram al-Sharif". 

Reescrever a história e trocar nomes de acordo com a conveniência de determinados grupos é uma prática antiga que tem por objetivo legitimizar condutas e justificar extermínios. O mais famoso episódio disso foi a alteração, por parte dos romanos, do nome da região de Judeia para Síria Palestina em 135 AC logo após da revolta de Bar Kochba. Temos visto isto acontecer ao longo da história e esta é uma forma muito especial de racismo denominada antissemitismo. 

Mas uma procura sobre o tema na imprensa judaica mostra que há luz no fim do túnel: The Times of Israel, The Jerusalem Post e i24News  apontam a omissão e os constantes desvios observados na conduta da ONU, mas notam uma importante mudança em relação a 2018, ano em que passou uma resolução semelhante.

Desta vez a resolução foi aprovada por 129 votos a favor, 11 contrários e 31 abstenções. É preciso notar que em 2018, quando a assembléia geral da ONU aprovou uma resolução que ignorava a relação do Povo Judeu como o Monte do Templo, assim denominado desde os tempos do Rei Salomão (reinado 970 a 930 a.ec.), foram 148 a 11. Neste ano o número de abstenções aumentou (14-31). O Brasil está entre os países que se abstiveram. Abaixo você pode conferir o painel de votação da Assembléia Geral da ONU.


Será que esta resolução da ONU apagará a história do Povo Judeu com Jerusalém? Certamente a resposta é não. Será esta certeza de longevidade ligada a conceitos religiosos?

Sim, não, talvez... certamente encontraremos muitas respostas, e estas refletirão em quem está a responder, portanto em todas encontraremos argumentações aceitas por determinados grupos.

O fato é que a existência do Templo de Salomão não mais pode ser negada, a relação deste com o Povo Judeu tampouco e a importância da educação, transmitida de forma linear de geração em geração, tem sido comprovada como a forma mais eficaz de sobrevivência!

A história baseada na memória coletiva e nos relatos individuais é capaz de singrar os tempos e embalar o futuro.

Har ha Bait - Monte da Casa (como é falado em hebraico) porque a CASA é o TEMPLO que carregamos pelo mundo mantendo uma identidade que é capaz de se misturar sem se dissolver!

Abraço a todos.

Regina P. Markus



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