Não podemos
esquecer: 27 de janeiro, Dia Internacional da Lembrança do Holocausto
Por Itanira Heineberg
Realmente,
não podemos esquecer as histórias do Holocausto, histórias de dor, humilhação e
perdas... mas também histórias de ajuda ao próximo e realizações.
Você sabia
que Adolfo Kaminsky foi o mais jovem falsificador da Resistência francesa,
colaborando com vários movimentos por todo o mundo, salvando a vida de milhares
de judeus durante a Segunda Guerra através de seu trabalho como forjador de
documentos?
“Esta é a
história desconhecida do homem que garantiu salvo-conduto a milhares de judeus
na Segunda Guerra Mundial como falsificador, sacrificando a sua vida pessoal e
a sua segurança para salvar o maior número de pessoas que pode sempre recusando
quaisquer pagamentos pelos seus serviços.”
Kaminski
nasceu na Argentina em outubro de 1925, de pais judeus oriundos da
Rússia.
Em 1932 a
família mudou-se para Paris e em 1938 para Vire, onde vivia seu tio. Seu pai
era alfaiate e ao acabar seus estudos primários o jovem Kaminsky trabalhou em
uma tinturaria onde conheceu a magia das cores, apaixonando-se por química e
corantes. Em um mercado de pulgas ele adquiriu um tratado de Marcelino
Berthelot sobre o assunto e mais tarde desenvolveu em casa seu próprio
laboratório. Ao trabalhar como assistente de um químico, estudou e aprendeu os
fundamentos da ciência.
Em 1940, com
a invasão da França pelos alemães, a casa da família em Vire foi tomada.
Em 1941 sua
mãe foi morta pelos nazistas e em 1942 iniciou sua participação na Resistência.
Em 1943 sua
família foi enviada para o campo de Drancy, o primeiro passo para a deportação.
Graças aos esforços e influência do Cônsul da Argentina que havia rompido
relações diplomáticas com a Alemanha nazista, foram todos liberados em dezembro
de 43 e seguiram para Paris.
Foi em Paris
que ele trabalhou em um laboratório subterrâneo durante a Segunda Guerra, no
endereço ”17, rue des St. Pères”.
Enquanto
procurava uma identidade falsa para seu pai, conheceu o grupo “La Sixième”, de
judeus da União Geral Judaica que no momento encontravam dificuldades em
remover manchas de tinta azul Waterman dos papéis.
Kaminsky
aconselhou o uso de ácido lático e a partir de então juntou-se ao grupo, vindo
a ser o responsável pelo laboratório de falsificação química.
Kaminsky
costumava dizer: "Mantenha-se acordado. O mais tempo possível. Lute contra
o sono. O cálculo é fácil. Em uma hora, faço 30 papéis falsos. Se eu dormir uma
hora, 30 pessoas morrerão." Ao longo da guerra, Kaminsky criou documentos
que salvaram a vida de 14.000 judeus” |
Outro grande
desafio do grupo foi a invenção da marca d'água.
E assim, de
descoberta em descoberta, de conquista em conquista, Kaminsky chegou à criação
de documentos “real-falsos”.
Em agosto de
1944, após a libertação da França, ele se uniu ao exército francês rumo à
Alemanha. Como não poderia deixar de ser, recebeu o prêmio da Medalha da
Resistência.
Com a derrota
da Alemanha e o advento da paz, continuou suas atividades ajudando os
necessitados sem aceitar pagamento algum.
“Participou
em diversas guerras e revoluções sem nunca ter disparado uma arma e sem
comprometer os ideais de liberdade e de dignidade humana que sempre o guiaram.”
Em 1971
realizou sua última identidade falsa.
Viveu na
Argélia durante 10 anos onde casou com uma mulher tuaregue (do povo berbere
constituído por pastores seminômades, agricultores e comerciantes), teve 5
filhos e em 1982 foram para a França onde toda a família foi naturalizada
francesa em 1992.
Assistamos
agora a um vídeo biográfico de 16 minutos, com a sinopse do livro “A.
Kominsky: o Falsificador”, escrito por sua filha, a guionista, escritora,
comediante e atriz francesa Sarah Kaminsky.
“A obra
documental tem conquistado leitores e crítica especializada. Por exemplo, o
jornal Le Monde considera que “Kaminsky viveu, nas sombras, as horas mais
luminosas da Resistência”, enquanto o jornal O Globo afirma: “Se adaptada para
o cinema, a vida de Adolfo Kaminsky, de 86 anos, teria ingredientes de thriller
de suspense, filme de guerra, tragédia histórica, drama intimista, comédia
romântica e cenas de terror.”
FONTES:
https://mundodelivros.com/adolfo-kaminsky-o-falsificador/
https://extra.globo.com/noticias/mundo/um-falsificador-com-propositos-humanitarios-5300723.html
https://www.bertrandeditora.pt/produtos/ficha/adolfo-kaminsky-o-falsificador/23891912
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