lembrando os primeiros editoriais de 2018, 19, 20 e 21 |
Janeiro é o mês em que nosso transporte nos leva para mais um ano, e é sempre bom olhar pelo retrovisor. Esta é uma característica judaica. Lembrar do que aconteceu ao longo dos tempos é uma forma de manter vivo o que amamos. Esquecer ou deixar de mencionar é a forma estabelecida pelos nossos sábios e também na Torah para que fatos e pessoas possam ser deixados para trás e não contaminar a vida das próximas gerações.
Lembrar através de museus, através de histórias e através da natureza. Todas estas são formas que usamos para ligar o passado ao futuro. Começamos a EshTánaMídia em fevereiro de 2017. Olhando os quatro editoriais anteriores que marcaram a virada do ano comum, constatamos que foram tratados quatro temas diferentes.
Em 3 de janeiro de 2018 nosso foco era a sobrevivência do povo judeu ao longo dos milênios. O vai e vem ao longo dos milênios e sua peregrinação por outros países, bem como a reconstrução de um país milenar na terra dos seus ancestrais foi possível graças ao firme propósito de transmitir história e conhecimento de geração em geração. E mais ainda, incluir nesta enorme base de dados os avanços de cada geração. O destaque para o quase desaparecimento das comunidades judaicas de nações islâmicas foi um dos motes daquele texto. Hoje, constatamos a grande evolução desta temática. Os Acordos de Abraão e o aumento das relações formais, incluindo trocas de embaixadas, turismo, colaboração em áreas de tecnologia, ciência e educação com vários países árabes da África e Ásia mostra que há sempre espaço para mudanças. Tikun Olam - a construção do mundo, um processo contínuo e transformador.
Em 17 de janeiro de 2019 o texto foi dedicado ao ANO NOVO DAS ÁRVORES (15 de Shvat - Tu biShvat).
O calendário judaico possui três anos novos: um ano dedicado à natureza, às árvores e aos muitos frutos a serem colhidos na primavera; um ano novo dedicado ao início do Povo Hebreu - que ocorreu quando da saída do Egito e que é comemorado em Pessach (passagem em português, páscoa em grego); e por último, o que conhecemos como o Ano Novo Judaico - Rosh Hashaná. No Ano Novo das Árvores - Tu biShvat - são plantadas árvores e lembrada as leis encontradas na Torah no livro de Levíticos, organizadas nos tratados da Mishná e discutidas na Guemará. Plantar árvores e ter o cuidado com os frutos é uma prática orientada e aplaudida. Esta cultura milenar de respeito à natureza tem sido respeitada no Estado de Israel que saiu do século XX com uma maior cobertura verde que que entrou.
Em 16 de janeiro de 2020 o tópico escolhido foi o antissemitismo: o ódio atávico aos judeus que vem sendo construído e reconstruído ao longo dos anos. Foi no mês de janeiro de 1945 que o Campo de Concentração de Auschwitz foi liberado. Esqueletos vivos testemunhavam a fúria nazista. Retomamos o tema porque estava em voga a negação do holocausto. A sobrevivência como mecanismo para alcançar a vida eterna. Eternizar conhecimentos e sabedoria através da passagem das gerações. Não esquecer vem sendo a cada ano reforçado pela vida e contribuição dos sobreviventes e pela certeza que a importante vitória é ultrapassar a barreira do tempo ganhando força para reconhecer os perigos e, de forma mais importante, mostrando a grande contribuição que os sobreviventes e descendentes trazem para a humanidade.
Em janeiro de 2021, enfrentando a pandemia e o isolamento, o primeiro editorial do ano chamava atenção sobre a importância do conhecimento e da ciência para enfrentar o vírus. Um vírus que dispensa um organismo intermediário, vai de um ser humano para o outro com uma facilidade incrível. Hoje podemos olhar pelo retrovisor e ver o quanto evoluiu o processo de vacinação e os conhecimentos sobre os vírus. Ao mesmo tempo, não é possível deixar de manter o alerta. Hoje sabemos que as medidas de proteção contra a contaminação e de reforço do nosso organismo para combater os invasores têm a capacidade de proteger e salvar vidas.
12 de JANEIRO de 2022 - A EshTánaMídia continua seu caminho de informar e comentar, abrindo espaço para denunciar e enquadrar o antissemitismo, bem como abrindo espaço para difundir conhecimentos ligados ao povo judeu, a Israel e aos processos de criação de conhecimento.
Queremos continuar contando com vocês nesta nova aventura!
Queremos plantar uma árvore para lembrar Tu biShvat e também fazer uma refeição com muitas frutas e verduras, como está escrito que se comemora o Ano Novo das Árvores!
Regina, Juliana, Marcela e Itanira.
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