Olivia
Newton-John (1948-2022)
Por Itanira Heineberg
A estrela britânica australiana que dominou a cultura pop no final dos anos 1970 e 1980 e foi símbolo de triunfo e esperança dividiu sua jornada de sucessos profissionais com a batalha contra o câncer de mama que recentemente a levou.
Você sabia que esta garota especial, vibrante de entusiasmo pela vida e pelo ser humano em suas diversidades possuiu fascinantes vínculos judaicos em sua trajetória de 73 anos?
Desde sua
infância Olivia mostrou-se fascinada pela música, criando ainda na escola um
grupo cantante com suas colegas de classe.
Em 2006, quando
já era conhecida no mundo por sua voz e atuação em filmes como Grease, com John
Travolta, renovou a versão de “Grace & Gratitude” inspirando-se em sua própria
crença de que a música tem o poder de curar acalmando nossas mentes, elevando
nossos espíritos e conectando nossos corações, com faixas destinadas ao
relaxamento e à cura.
Em 1992
descobriu um câncer de mama que foi logo tratado, mas que voltou em 2013 ele
voltou e desde 2017 nunca mais a abandonou. Assim, com estas vivências e
sobrevivências, despertou para a importância da saúde do corpo e da mente e em
especial para o papel e poder da música em nossas vidas.
Olivia lutou
30 anos para se livrar da doença e foi ativista da causa liderando passeatas,
doando verbas de prêmios por ela recebidos a instituições pela cura do câncer e
finalmente trocando remédios tradicionais pela cannabis (foto acima).
Uma pessoa
dedicada aos seus semelhantes que praticava a caridade, um dos tripés do Judaísmo,
sempre determinada a ser um canal do Bem em nosso mundo.
Passemos
agora à sua conexão com o Judaísmo.
Olivia possuía
raízes judaicas por parte do pai e da família de sua mãe também. Admirava seu
avô paterno, que ela considerava um homem de paz.
Em seu
recente livro de memórias ela escreveu: “Em 1933, meu avô judeu fugiu da
Alemanha com sua esposa, Edwiges, para escapar do regime de Hitler. Ele não era
apenas uma mente brilhante, mas também um humanitário que ajudou os judeus a
escapar da Alemanha. Estou extremamente orgulhosa do meu avô amante da paz.”
Max Born, seu
avô, era o físico vencedor do Prêmio Nobel de Física, um dos fundadores da
mecânica quântica e amigo de longa data de Albert Einstein.
“Já seu
bisavô materno era o jurista judeu-alemão Victor Ehrenberg; seu pai era um
oficial de inteligência britânico que prendeu o vice-führer Rudolf Hess durante
a Segunda Guerra Mundial”.
Newton-John
aborda segmentos de sua vida particular em seu livro de memórias "Don't
Stop Believin", uma homenagem à uma das faixas de seu álbum de 1976.
Este verso,
“Não pare de acreditar”, nada mais é do que uma síntese dos mandamentos de Deus
aos israelitas, embora isso, originariamente, talvez não tenha sido sua ideia ao
optar por este título para sua autobiografia.
“Newton-John
aparentemente tinha, no entanto, alguns conceitos místicos judaicos sérios em
mente quando gravou seu álbum “Grace and Gratitude”. A confecção da nova era
está repleta de interlúdios instrumentais com títulos como “Yesod”, “Hod”,
“Nezah”, “Tiferet”, “Hesud-Gevurah”, “Binah”, “Hochmah” e “Keter” – nomes
correspondentes às divinas sefirot, ou vasos de energia divina, na Árvore
Cabalística da Vida.”
Em sua vida plena
de atividades humanas, artísticas, caridosas, em meio a sofrimentos, sucessos e
alegrias, ela percorreu um caminho de busca espiritual, sempre lembrando das
palavras fortes do avô:
“A crença de que existe apenas uma
verdade e que a pessoa a possui parece-me a raiz mais profunda de tudo o que é
mal no mundo.”
E ela, influenciada pelas ideias de seu avô e baseada em sua própria filosofia e maneira de olhar o mundo, completa:
“Toda a
minha vida procurei uma coisa em que pudesse acreditar, mas não consegui
encontrar apenas uma porque acredito em possibilidades e respeito as diferentes
crenças de todas as pessoas. Eu tenho um problema real com as pessoas se
esgotando pelo que acreditam, então as palavras do meu avô colocam tudo em
perspectiva para mim. Eu concordo com ele."
Sim, Olivia,
você está coberta de razão, ao aceitar a diversidade humana, a pluralidade de
crenças, raças, costumes e tradições, o mundo finalmente encontrará a paz
esperada por todas as pessoas de bem.
FONTES:
https://forward.com/culture/421444/the-secret-jewish-history-of-olivia-newton-john/
https://www.bbc.com/portuguese/geral-62472347