Marcadores

sexta-feira, 19 de agosto de 2022

Editorial - Mar agitado versus Maremoto


MAR AGITADO versus MAREMOTO 

NEWS & FAKE NEWS 


Vivemos tempos diferentes e que não fizeram parte de ficções ou previsões; em 2018 nunca imaginaríamos o que aconteceu nos últimos anos. A pandemia trouxe ao mundo a noção que vivemos em um mesmo planeta, rodeados por um mesmo céu e compartilhando um mesmo rumo. A guerra da Ucrânia - que apenas saiu dos jornais mas continua acontecendo - trouxe a certeza de que os conflitos, quando agudizam junto com o medo e a morte em uma região específica, mostram o quanto somos incapazes de entender problemas distantes. 

Ontem, por acaso, recuperei uma publicação de 2004 referente ao Fórum Universal das Culturas em Barcelona – evento da UNESCO que durou 101 dias. Segundo a Wikipedia, “no âmbito deste Fórum, foi realizado o 4º Fórum de Autoridades Locais para a Inclusão Social de Porto Alegre, que aprovou a Agenda 21 para a cultura em 8 de maio de 2004”. Quando lemos o material gerado naquela época e posteriormente no Brasil ficamos estarrecidos com o recontar e reescrever da história. Deixamos por muitos anos de comentar a temática, ou mesmo passamos a admitir que podem haver versões e que combater as erradas muitas vezes apenas as alimenta e reforça. Como reza o ditado popular, “falem mal, mas falem de mim”. 

Em 2004 o mundo, preocupado com a energia limpa, apresentava o gás natural como o futuro! Chegando em 2022, vemos o quanto a Europa - que rapidamente desativou alternativas energéticas importantes - foi surpreendida por se ver privada em um frio inverno do gás natural que vinha principalmente de uma única fonte. Este foi um dos lados que me chamou atenção. O outro foi a ausência completa de Israel e do Povo Judeu em um evento que preza a Cultura Universal. Também destacava a relevância da UNESCO no processo de educação nos territórios de Gaza e do leito oriental do Rio Jordão – conhecido como Palestina. Há um reescrever da história. 

Mas por que voltar a isto em 2022, e principalmente esta semana? Porque fatos que vinham sendo divulgados na internet mostram um descompasso no que queremos enxergar e no que está realmente frente aos nossos olhos. Na quarta-feira dia 17 de agosto Hananya Naftali, árabe israelense que advoga publicamente a favor de Israel, publicou em sua página no Facebook uma reportagem da Deutsche Welle mostrando falas do Presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Zeidan Abbas, e do Primeiro Ministro Alemão Olaf Scholz na cúpula do G7 que está acontecendo no Castelo de Elmau na Alemanha. Abbas disse, no final da conferência na Alemanha, que Israel cometeu 50 holocaustos! As reações de Olaf Scholz podem ser vistas na publicação de Naftali no Facebook, e sua repercussão na Alemanha foi intensa e ofendeu de forma marcante a sensibilidade dos alemães. 

A reação foi tão importante que hoje apareceu na Folha de São Paulo como matéria. Certamente a foto ocupa um espaço muito grande e o texto é telegráfico. Não há espaço para nomear o primeiro ministro Olaf Scholz, e abre um espaço para destacar o que Yair Lapid, o primeiro ministro israelense, pensa sobre o tema. 




O interessante desta busca foi descobrir que a imprensa alemã destacou a lentidão de seu primeiro-ministro ao responder ao tema, enquanto a imprensa brasileira mantém a palavra do árabe e do judeu como sendo de campos opostos procurando não “tomar partido”. Voltando ao ditado popular, “quem cala consente”. Está na hora de fazer com que seja reconhecida e desnudada a linguagem antissemita que permeia as falas dos árabes que têm como sonho “jogar os judeus no mar”. 

News & Fakenews muitas vezes são intercambiáveis como o mar agitado. Fóruns internacionais com nomes pomposos podem ser formas de enganar o grande público e gerar políticas unilaterais que custam muitas vidas. Mas o tempo mostra as consequências de ações baseadas em falsas verdades! Comparar a relevância do gás natural como fonte alternativa de energia com a possibilidade de ter várias fontes diferentes e adequadas para cada realidade hoje é muito fácil! Energias como petróleo, nuclear, solar, biológica e muitas outras têm que ser usadas com parcimônia. O que tem que ser minimizado é o gasto para transportar a energia por longas distâncias. O aumento da produção local parece ser o foco da vez. Por outro lado, no que tange a Israel fica cada vez mais evidente que o “tempo” é um importante juiz. Milênios de sobrevivência fazem olhar o futuro com apreensão mas também com esperança. Os desdobramentos na Alemanha esta semana mostram que há ainda muito a percorrer, mas a verdade costuma vir à tona mais cedo ou mais tarde. 

Com a esperança de termos o bom censo de separar as “Fakes” das “News”, desejo a todos uma bom fim de semana. 


Regina P. Markus

Nenhum comentário:

Postar um comentário