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quinta-feira, 11 de agosto de 2022

Editorial - DIA DO AMOR – TU be AV – 15 de AV

 

DIA DO AMOR – TU be AV – 15 de AV

 

 

Fonte da imagem: IDF News

A lua cheia chega aos céus na metade do mês de Av, no dia 15 de Av, um mês em que se lê lamentações e são lembradas datas históricas marcadas por tragédias que aconteceram ao povo judeu ao longo da história. Conta o Talmud que no dia 15 de Av as filhas de Jersualém iam dançar entre as videiras da cidade e para os que queriam encontrar uma esposa, esta seria o local para o bom encontro. O Talmud considera esta uma data muito importante, que fica muito próxima de Iom Kipur. Neste dia não devem ser lidos textos tristes na sinagoga e as pessoas já começam a cumprimentar as outras desejando uma boa vida e que “você seja inscrito e confirmado em um bom ano novo”.

 

Em português “castiço” diríamos “o ponto da virada”! Lembrar das muitas tragédias que aconteceram no dia 9 de AV fica para trás. Neste momento, cada um olha para dentro de si e sonha com o futuro. Sonhos transportam a humanidade para realizar as mais incríveis façanhas. Quantos matemáticos e filósofos não revelam que os sonhos foram capazes de desvendar mistérios do mundo da matéria e do mundo da vida. Ao chegar a Lua Cheia do mês de Av, o penúltimo mês do calendário judaico é o momento do amor, o momento dos muitos casamentos. A maravilha de estar junto e compartilhar a VIDA é uma das formas de criar algo para eternidade. E com esta sensação de bem estar e vida compartilhada acordamos, olhamos ao redor e nos deparamos com o dia 11 de agosto de 2022.

 

Para aqueles que moram na cidade de São Paulo e têm mais de 70 anos é impossível não lembrar do dia 11 de agosto de 1968. Impossível esquecer da “carta aos brasileiros” escrita pelo Prof. Gofredo da Silva Teles e lida nas escadarias que levam à Faculdade de Direito do Largo de São Francisco. Aqui, quero lembrar um ritual que acontecia no primeiro dia de aula de Direito Civil ministrado pelo catedrático Gofredo da Silva Teles. Olhando a classe com respeito, ele perguntava: “O que é ordem?” - e ele mesmo, de forma pausada, respondia: “Ordem é a disposição adequada de seres para consecução de um fim comum”. E a seguir perguntava com toda a ênfase: “O que é desordem?” E a resposta... “Desordem é a ordem que encontramos no lugar da que queremos”.

 

Olhar o Brasil neste 11 de agosto de 2022 revela que estas palavras continuam verdadeiras. Mas então pergunto a todos vocês - há alguma forma de ordenarmos este mundo?

E aí me deparo com os sonhos... o sonho judaico, que é capaz de passar pelo 9 de Av e chegar ao 15 de Av... passa por Tishá be Av e rápido chega a Tu Bi Av. Para sairmos do mundo da desordem, onde a ordem é ditada por leis ou executada por generais que invalidam ou mesmo retiram as nossas vidas, há necessidade de uniões amorosas que gerem o futuro, que possam sonhar além das fronteiras que hoje conhecemos e que possam fazer isto mantendo a herança de cada um. Uniões levando à geração de filhos e filhas, de seres humanos únicos, de forma que cada um terá a possibilidade de deixar na terra a sua marca e a nossa herança seguir através dos tempos.

Nestes dias em que muitos lembram de Max Born, não pelas importantes contribuições que deu ao desenvolvimento da física quântica mas pelo falecimento de sua neta, a artista Olívia Newton-John, vale ressaltar que foi orientador e mentor de muitos cientistas de grande renome internacional. Os achados que levaram ao Prêmio Nobel de 1954 foram tão importantes quanto seu legado em humanos modificados por sua presença.

 

E é com o amor dançando ao redor de nossas mentes e sonhando com um futuro que desejo a todos uma excelente semana!

 

 

Regina P. Markus


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